sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Pentecostal ou tradicional


“Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a lei da tua mãe;” Prov 6;20

Certa rivalidade permeia o cenário cristão; entre os reformados tradicionais e os pentecostais. Aqueles teriam a vantagem de ter uma hermenêutica mais apurada, uma solidez bíblica estabelecida; enquanto esses, se jactariam de ser mais espirituais, fervorosos; transmitirem a mensagem de salvação com mais poder. Quem está certo?

Os convertidos passam, necessariamente pelo “novo nascimento, da água, (palavra) e do Espírito (Santo)”. Antes que alguém suponha que nascer da água refira-se ao batismo, convém lembrar um dito do Mestre: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4:14

figura alusiva à Sua Doutrina, Palavra.
Água não apenas para matar a sede, como para lavar, purificar também, associada ao Espírito Santo; “... segundo Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo;” Tt 3:5 “Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela Palavra;” Ef 5:26

Tanto A Palavra quanto O Espírito, além de regenerar, purificam ao renascido.
Como nascemos de pai e mãe, mantida a figura diríamos que A Palavra é a mãe, e O Espírito, o Pai dos resgatados em Cristo.

O provérbio que inicia esse tratado refere-se à relação familiar mesmo, sem uma conotação espiritual; “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a lei da tua mãe;”

O que impede que seja usado como uma figura válida, na presente abordagem? “Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?” Heb 12:9

Acontece que, para um filho se manter ao mesmo tempo, obediente ao pai e à mãe, isso requer que ambos falem as mesmas coisas; como funcionaria essa obediência, se, o filho pedisse para ir jogar bola, por exemplo; o pai dissesse que pode; a mãe que não pode, como ficaria? Seria impossível obedecer a ambos, dada a contradição deles.

Nenhum cristão sadio deveria se portar como filho de mãe solteira, tampouco, de pai.

Em outras palavras: Os que priorizam o estudo da palavra e a sadia interpretação, para edificação das vidas em Cristo, não devem ser tão “bíblicos” ao ponto de se fecharem a eventuais manifestações do Espírito, caso Ele as queira; Afinal, essas também estão previstas na Palavra, descritas na espécie, e disciplinadas no modo;

Os que enfatizam os dons, o exercício neles, também, não devem ser tão “espirituais”, ao ponto de perderem a vigilância necessária, quanto ao teor do que os referidos dons carreiam para o meio do rebanho. Não deve ser aceito nada que contradiga, malverse, ou altere o que foi nos dado mediante A Palavra. “Não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus...” I Jo 4;1 adverte João.

Afinal, se falar novas línguas, interpretação delas, e profecia, são dons expressos na Palavra, e nenhum texto afirma que tais coisas cessariam antes da volta do que “É Perfeito”, palavra da sabedoria e da ciência também são dons arrolados na mesma lista, encabeçando-a; talvez, pela maior relevância que os outros.

Se alguém me perguntar: “Você é tradicional, ou pentecostal?” Sou cristão. Recebi o dom de variedade de línguas, e gosto imensamente de aprender; esforço-me para isso, pois, são coisas complementares, não excludentes. “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a lei da tua mãe;”

Longe de mim, contudo, a “conclusão” de alguns pentecostalistas, que, quem não fala novas línguas, não tem O Espírito Santo. Os dons Dele são diversos; línguas é apenas um, e não é selo de nada.

Aqueles que O Espírito Santo “sela”, mudam o caráter, dão frutos conforme Ele; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

Os dois lados perdem, ao meu ver, caso se apeguem ferrenhamente, cada um, ao seu aspecto favorito para o relacionamento com Deus. Profundidade na Palavra é uma bênção que não se pode exagerar a importância; fervor no espírito, idem.

Dos pais naturais a lei dizia: “Honra a teu pai e tua mãe, para que se prolonguem teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.” Ex 20:12

Muito mais devemos honrar aos nossos pais espirituais. Assim fazendo, nossos dias se prolongarão à eternidade. A Palavra de Deus e O Espírito Santo sempre andaram juntos; por que os separaríamos? “... homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1:21

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