quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Sinais dos Tempos?


“Gosto de ver um homem orgulhar-se do lugar onde vive; gosto de ver um homem viver de modo a que seu lugar se orgulhe dele”.
G. Bernard Shaw

São raros, infelizmente, os exemplos edificantes de vida; normalmente temos os medíocres por bons, na ausência desses; “Fulano é gente boa; não se mete na vida dos outros, não faz mal a ninguém.” Tal apreço é comum; como se isso fosse o melhor que podemos. Não fazer o mal é algo de valor; mas, a excelência seria, além disso, fazer o bem, não viver exclusivamente para si, ser uma referência.

Nos que estão mais distantes não vemos como vivem, mas como parece que vivem. Mesmo nos próximos muito ainda nos escapa. Todavia, que deprimente quando, gente que parecia valer alguma coisa se revela fútil, réproba, sem caráter, sem nenhum valor. Quanta gente famosa que já aplaudi, que hoje não receberia em minha casa.

Tantos cantores, jornalistas, escritores, apresentadores, atores, sem falar de centenas de políticos, etc. Se, um dia gostei dos tais e agora reprovo, eles não ficaram piores; antes, ficaram nus. A vida se encarregou de lhes rasgar as vestes suntuosas e mostrou como são.

Nossa sede no deserto de valores ensejou miragens de bons caracteres onde só havia areia. Valores, tais quais a água, quando faltam deixam patente a real importância. Quando existem quase nem percebemos. O mal chama atenção por ser espúrio; o bem é o esperável pelo nosso “programa” original.

Costumamos definir a decadência moral que grassa como sinal dos tempos, como se, o tempo tivesse alguma coisa a ver com as humanas escolhas.

Claro que, sendo nossas opções continuamente más, à medida que o tempo avança os estragos se potencializam. Com um atirador mirando o alvo; se mexer um milímetro após ter ajustado a mira, em dez metros dará alguns centímetros de erro, em cem metros o desvio será maior e assim sucessivamente; quanto mais avançar o projétil, mais distante do alvo estará.

Acontece que, invés de adequarmos nossas ações ao tempo disponível mexemos nos ponteiros do relógio tentando adaptá-lo a nós. Digo, nosso viver se revela desajustado dos valores consagrados pelo tempo; como reagimos? Redefinimos valores; invés de mudar posturas mudamos conceitos, o que um dia dava vergonha agora dá “orgulho”. O tempo não tem nada com isso; apenas erramos feio o alvo e o impacto mostra, quanto.

Duas correntes filosóficas disputaram ao longo dos anos; o racionalismo e o empirismo; aquele postula que nascemos já com “saberes impressos” na alma que afloram no devido tempo e circunstâncias; o empirismo postula que nascemos como um CD virgem; ensinos, exemplos e experiências vão pouco a pouco “gravando” nosso conteúdo moral, intelectual, espiritual.

Ao meu ver, ambos os conceitos têm parte de verdade; o que escapou à filosofia foi considerar que somos tripartidos; isto é: não somos apenas corpo e alma; somos corpo alma e espírito.

O conhecimento inato, que aprova ou reprova coisas ainda não apreendidas, a consciência é uma faculdade do espírito; viva nos convertidos e mortificada nos que vivem às suas maneiras. Por isso é necessário nascer de novo, como disse O Salvador, para o Espírito ser regenerado.

A alma, se expressa pela mente, emoções e vontades; é a parte que precisa aprender; como o intelecto é amoral, tanto pode aprender a virtude, quanto o vício; esse aprendizado, necessariamente terá reflexos futuros como ensina A Palavra de Deus. “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6 “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Assim, nossa gama de aprendizado necessariamente pautará nosso agir; e a consciência será uma espécie de VAR, árbitro de vídeo como no futebol que analisa os “lances” para definir se foram ou não, lícitos.

Quem decide viver à revelia, por sua própria conta, está sujeito aos mais diversos “erros de arbitragem”.

“A paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, seja árbitro em vossos corações; e sede agradecidos.” Col 3;15


Se, como vimos no princípio, um homem pode viver de modo a que seus conterrâneos se orgulhem dele, em Cristo podemos de uma maneira que seja aceitável diante de Deus.

Pra isso a alma precisa ser salva; o espírito, morto, carece ser regenerado, como um tutor que a conduzirá daí em diante.

Como nosso CD traz gravada uma série de coisas indevidas, é preciso apagar para que a Lei do Senhor ocupe devido espaço. “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências...” Heb 9;14

A Força Desejável


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Notemos que esse venturoso, “forte no Senhor,” não é um brutamontes; antes, um de caráter reto, ou de caminhos íntimos, aplanados. Necessário entender que O Senhor nos fortalece para que sejamos santos, não fortes, segundo os conceitos vulgares de força.

O poder legado ao salvo não é para que vença outros, mas a si mesmo, em suas tendências à corrupção latentes na natureza caída; “A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12 “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rom 8;20 e 21 Notemos que essa libertação guinda da condição de criaturas, para a de filhos de Deus.

Quando citamos, “posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”, o contexto imediato ensina que o “poderoso” em questão pode permanecer, tanto em momentos propícios, quanto, adversos, não mais; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto ter fome; tanto a ter abundância, quanto padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Manter-se fiel nos dois lados da moeda: “No dia da prosperidade goza do bem, mas no da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

“Todas as coisas” não deve ser levado ao pé da letra como se, o que alguém desejar, por insano ou imoral que seja, estará ao seu alcance se ele estiver “em Cristo”.

Acontece que esse “estar” demanda um câmbio radical no “ser”, o que reduz drasticamente “todas as coisas” ao escopo das que são lícitas e probas; pois, “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17 Portanto, “... o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

A “força” dos regenerados nem é força, estritamente; na verdade, algo superior; “... melhor é a sabedoria do que a força...” Ecl 9;16

Se temermos ao Senhor abraçaremos Nele uma vida de retidão, e seremos fortalecidos inda mais; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo.” Prov 2;7

Quando Paulo nos desafia a nos fortalecermos no Senhor, na força do Seu Poder, coloca em relevo verdade, justiça, fé, preparação do Evangelho e a “Espada do Espírito”, A Palavra de Deus. Essas armaduras não são para derrotar pessoas, antes, pecados.

Os pecados que estão no outro, num primeiro momento não me dizem respeito; preciso lutar contra os que estão em mim. Ainda que deva anunciar a salvação em Cristo a quem estiver ao alcance, a opção por tomar a cruz ou não, sempre será escolha arbitrária de cada um.

Para o enfrentamento às nossas próprias misérias latentes na natureza carnal carecemos da cruz; para o combate aos ardis do inimigo em disseminar enganos, ai sim, a Espada aludida. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Resulta que os “fortes” no Senhor, são cativos em seus entendimentos; invés do profano, “vós mesmos sabereis o bem e o mal”, somos fortalecidos para dizer não à ímpia sugestão e nos amoldarmos em espírito à obediência do Senhor.

Então, quando se diz que a fé remove montanhas, também aí cabe uma hermenêutica pontual; pois, se os fortalecidos no Senhor têm corações aplanados, parece que foi aí que, a fé, ensejando obediência removeu montes de obstáculos que separavam de Deus. “Todo o vale será exaltado, e todo o monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará; o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

O Eterno nunca nos desafiou: “Sejais fortes porque Eu Sou Forte;” Antes, “sede santos porque Eu Sou Santo.” Em suma, se o Reino é tomado com esforço, esse sempre será no sentido de sermos santos, pois é essa “força” que o Todo Poderoso deseja.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

O Mercenário e o Motim


“O mercenário foge porque é mercenário, não tem cuidado das ovelhas.” Jo 10;13

O “Bom Pastor” que dá a vida pelas ovelhas, ou o mercenário que dá as costas em momentos de perigo.

Existem mil maneiras de fugir; a mais cretina é a do que foge fingindo ficar, entrega as ovelhas ao devorador encenando protegê-las.

Qualquer concessão a ensinos espúrios, por religiosa, piedosa, inclusiva, que pareça, é só uma forma de fuga caramelizada com o açúcar da religiosidade, desprovida do princípio ativo amargo, que cura as mazelas do pecado, a cruz.

Paulo denunciou aos que usavam religião como pretexto, o ventre como Deus; da cruz era opositores. “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre; cuja glória é para confusão deles que só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3;18 e 19

As ameaças iniciais nem chegam a ser à integridade física dos mercenários. Apenas, psicológicas, sociais; de privação de convívios ímpios, e ser alvo de pechas como, radical, fundamentalista, fanático, etc. Ora, se aos fiéis está o desafio de resistirem até ao sangue combatendo contra o pecado, (Heb 12;4) onde encaixariam os que profanam ao Santo Nome por não resistir a mera privação de aplausos?

Esses dias foram antevistos não apenas como de apostasia dos ensinadores; mas, dos ensináveis que, optariam espontâneos pelos falsos, por parecer-lhes a morte em embalagens bonitas mais desejável que a vida no seu escuro embrulho de renúncias necessárias. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tm 4;3 e 4

O apóstata mor, vulgarmente conhecido como Papa Francisco chegou a um estado de indiferença para com Deus, tal, que abertamente fala em unificação das religiões com fim de promover um “novo humanismo”. Sai mundo afora beijando pés de islâmicos, que cortam cabeças de cristãos em nome de Alá; reconhecendo demoníacas pajelanças tribais como cultos válidos.

Desde quando O Sangue Bendito de Cristo, bem como Sua Santa Palavra foram dados para a promoção do humanismo?

O ser humano no centro, alienado do Criador foi sugestão de Satã. Então, o nome correto é satanismo. Não há três alternativas; a coisa é dual, estrita, radical. “Quem não é comigo é contra mim; quem comigo não ajunta, espalha.” Simples e sério assim.

A ação do traíra difamador ocasionou a ruptura da amizade do homem com Deus; “O ... perverso instiga a contenda; o difamador separa os maiores amigos.” Prov 16;28

Daí a boa nova do Evangelho é que, mediante Cristo a reconciliação é possível; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

Entretanto, invés da reconciliação de cada um em particular, mediante Cristo, o ensino que Seus servos foram comissionados a pregar, sutilmente temos uma reconciliação global, entre religiões, coisa que jamais fez parte do Divino Propósito.

Essa união planetária contra os Ensinos e o Governo de Cristo foi profetizada, com o devido nome; invés do insosso ecumenismo, Motim. “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra o Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, sacudamos de nós suas cordas. Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.” Sal 2;1 a 4

A coisa pode soar à favor de um monte de palavras da moda; inclusão, diversidade, união, tolerância etc. Acontece que é “Contra O Senhor e Seu Ungido;” isso basta para fazer da mesma uma luta inglória, como dizia o pré-socrático Estobeu: “Termina com má fama que se atreve a duelar contra o mais forte.”

Aliás, Deus mesmo disse algo assim, e invés do duelo aconselhou a reconciliação; “Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

Vemos, como a Bíblia ensina, sinais no sol e na lua; as “Luas de sangue” o Sol superaquecendo; na Terra o falso profeta trabalhando veloz pelo império de Satã.

Para quem enxerga um palmo não há como confundir O Sumo Pastor com o mercenário; quem não, avie-se; “... que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apoc 3;18

domingo, 26 de janeiro de 2020

O Prazer de Deus


“Mas o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;38

Como numa relação conjugal, o ideal é que cada um não se ocupe apenas do próprio prazer, mas também do cônjuge, nosso relacionamento com Deus requer fidelidade e perseverança irrestritas, para que Ele sinta prazer conosco.

Em certa ocasião reclamou das escolhas alternativas de culto pelo seu povo, invés de se alegraram naquilo que O apraz. “Também Eu escolherei suas calamidades, farei vir sobre eles seus temores; porquanto clamei e ninguém respondeu, falei e não escutaram; mas fizeram o que era mau aos Meus Olhos; escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;4

Diferente do que ensinam mercadores da praça, a fé não é um meio para conquistarmos anseios egoístas; antes de tudo é uma atitude que apraz, agrada a Deus. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6 A fé sadia não busca os galardões consequentes; antes, busca Deus.

Assim como, no âmbito humano é possível se fruir prazeres ilícitos na prática do pecado, no escopo espiritual também, muitos se alegram em erros e descansam à mercê de enganos, drogados pelas ilusões do inimigo, quiçá, do próprio coração. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

Portanto, esses que acham o máximo fazer as coisas com todo o coração, encomendam sua segurança a um traidor, invés da proposta por Deus; “Com que purificará o jovem seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9

Humanas sensações nunca são aferidoras confiáveis; podemos nos alegrar com o que Deus detesta; como no Êxodo o povo fabricou um bezerro de ouro para “representar” a Deus e fez um carnaval ao redor do mesmo; Quando O Eterno reagiu foi em ira e furor, pela vergonhosa e rebelde profanação.

Para os incautos de então, bastava oferecer seu culto de qualquer forma, seus sacrifícios e Deus se alegraria porque eles estavam alegres; Neemias recolocou as coisas na devida ordem: “... a alegria do Senhor é nossa força.” Ne 8;10 Não a nossa, selo da aprovação Dele.

Inevitável evocar um dito ulterior de Samuel a Saul: “Porventura tem O Senhor tanto prazer em sacrifícios, quanto, em que se obedeça Sua Palavra?”

Não nos precipitemos, pois; antes dos dons, do culto O Senhor cuida das coisas básicas. Primeiro, por não ser Deus de mortos, a vida.

Qualquer culto, ritual, religião que não derive do Novo Nascimento em Cristo, não importa quão fervoroso, intenso, sincero até, o mesmo seja, não passa de obra morta. “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo...” Heb 9;14
Chama da morte para a vida mediante Sua Palavra dada “Pelo Meu Filho Amado no qual Eu Tenho prazer”. Recebida a mesma, capacita aos neo-nascidos a agir coerentes com a nova cidadania; “a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Esse “passaporte” traz junto implicações no modo de vida segundo as Leis da Cidadania Celeste; “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Geralmente esse novo andar apartado do que desagrada ao Santo, “credencia” os andantes aos dons escolhidos pela Vontade Divina; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade” Prov 2;7 “Meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Com esses fiéis e retos O Senhor se apraz, se alegra; capacita-os a mais, legando dons da Sua Graça.

Entretanto, aos que fazem ouvidos moucos aos Seus ensinos, veta até que façam menção da Sua Palavra; “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar Meus Estatutos e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças as Minhas Palavras para detrás de ti.” Sal 50;16 e 17

O império satânico global em gestação será cheio de “sinais e prodígios da mentira” para quem vai após sensações e não a Palavra de Deus; seu implemento será parte do juízo Divino para os que tiveram prazeres adversos aos celestes. “... Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;11 e 12

sábado, 25 de janeiro de 2020

Aurora Espiritual


“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Pv 4; 18


Algumas coisas são fragmentárias, outras integrais. Essas, ou se tem por inteiro, ou não se tem nada, como o caráter; aquelas são progressivas, inicialmente se tem um pouco, e vai-se adquirindo mais e mais, ao longo do tempo e aprendizado.

O entendimento espiritual foi ensinado pelo Senhor como sendo nossa luz. E figurada com a luz do dia, a qual, na aurora é imperfeita, mas vai completando seu esplendor à medida que se aproxima o dia.

Do mesmo modo se passa conosco, quando a larga noite de nossa morte espiritual se dissipa à luz da obra de Jesus Cristo, ainda vemos de modo parcial, imperfeito.

Na verdade há diferença entre inteligência e sabedoria. A primeira é amoral, podendo servir até mesmo para planejar um crime, enquanto a segunda é patrimônio de quem se atreve a praticar a justiça em Deus. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Pv 2; 7

A Palavra faz distinção entre a verdadeira e falsa sabedoria, sendo a última, posse desse mundo que é inimigo de Deus.
Falando da vera sapiência Paulo disse: “À qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2; 8 Como vemos, a sabedoria se desnuda em ações, não em exercícios intelectuais.

Por mais que pareça irônico, a Palavra preceitua que se instrua ao sábio, não ao tolo. Lembra um paralelo com a Parábola dos Talentos, onde, O Salvador ensinou que ao que tem, mais se lhe dará; ao que não, até o pouco que tem se lhe privará.

A primeira coisa que um “sábio” identifica é que sabe pouco, carece aprender, e aprender do Senhor. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Pv 1; 7 Interessante que Salomão coloca a loucura em oposição à sabedoria, não a ignorância como seria de se esperar.

Acomodar-se à mediocridade espiritual e mental, como diria certo apresentador é “coisa de louco”.

Diferente da visão distorcida de uns e outros que, por não ter aptidão ou vocação ao estudo da Palavra desprezam aos que o fazem, o crescimento espiritual desejável não nos faz “poderosos” (como chamam a muitos que fazem barulho oco) antes, sábios. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus...” Heb 5;12

Somos conduzidos a mudanças de pensamentos e atitudes, à força do conhecimento de Deus na Face de Jesus Cristo, sina inevitável, se, de fato, nos convertemos.

Mesmo depois de caminhar com Cristo alguns anos, buscando entender seus preceitos, nosso saber ainda é fragmentário, parcial, de modo que deve sempre ser enriquecido.

Me espantam algumas pessoas sectárias que “descobriram” que o cristianismo está errado, construíram sua trincheira atrás de um dogma, uma acusação qualquer e à partir dali, rechaçam tudo que pareça distinto, como sendo uma ameaça à sua segurança. “O sábio teme, e desvia-se do mal, mas o tolo se encoleriza e dá-se por seguro.” Pv 14; 16

Tentei encetar debates com alguns, visando o crescimento mútuo, mas é impossível. Fazem uma acusação de que em determinado ponto estamos errados; apresentamos sete versos bíblicos que mostram que não, eles desconsideram nossa defesa, mudam o foco da acusação e segue o seu processo sem nexo onde nada muda nossa condição de réus. Espantoso o dano mental do fanatismo! Nem Salomão em pessoa os venceria num debate.

Ora, quando acharmos que somos um projeto acabado, talvez seja porque tenha acabado o projeto, por sermos obtusos resilientes e não sejamos nada.

Os santos do Senhor estão na escola do Espírito Santo e da vida, onde, doutrina sadia e experiência laboram por suas edificações. “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1; 6

A noite medieval levou muitos a matarem “em nome de Deus”; a escuridão pós-moderna, põe não poucos laborando contra Cristo, por amor à “verdade”.

Se nossa percepção espiritual se divorciar da obediência à Palavra do Senhor, não importa se cruzamos o mundo cooptando pessoas, estaremos apenas difundindo mais escuridão. “... Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6; 23

Não podendo usar a violência como arma e ser convincente nas suas pretensões, o Capeta usa de engano para impor seu império mundial. Quem não conhecer a fundo o verdadeiro, facilmente será presa do falso...

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Pode o crente jogar loterias?


“Quem quer enriquecer depressa é homem de olho maligno, porém não sabe que a pobreza há de vir sobre ele.” Prov 28;22

Muitas vezes me deparei com a pergunta: “Pode o crente jogar na loteria”? Na verdade conheci quem fazia e ainda faz uma “fezinha;” no “bicho” até, que é uma “loteria” mais singela. Mesmo eu, em dias de imaturidade espiritual fiz muitas vezes; seria hipócrita se negasse.

Talvez a pergunta devesse ser feita de outro modo; não em termos de, pode, ou, não pode; mas de, por quê, o faria?

Quando O Senhor disse a Adão, “Do suor do teu rosto comerás o teu pão”, não estava amaldiçoando-o, como se, o trabalho fosse uma maldição; antes, estava conscientizando ao degredado de sua nova situação. Antes, em submissão a Mim, Eu era responsável pela tua manutenção; como destes ouvido à serpente escolhendo a independência, a autonomia, então peito n’água! Faça por ti doravante!

Durante o êxodo, em pleno deserto onde a força do trabalho não serviria O Senhor enviou o Maná; mas, introduzido o povo na Terra de Canaã, o mesmo cessou e eles foram desafiados a cultivar a terra para produzir pão.

Aliás, a provisão de meios para que o trabalho frutifique foi equacionado por Paulo com um testemunho dos cuidados Divinos para com a humanidade. “Contudo, não deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e alegria os vossos corações.” Atos 14;17

Assim, quando O Salvador ensinou: “Buscai primeiro O Reino de Deus e Sua Justiça; e essas coisas vos serão acrescentadas.” Não estava nos eximindo da necessidade de trabalhar; antes, estabelecendo prioridades; o que buscar primeiro. Deus nos acrescenta as “demais coisas” dando saúde e oportunidade; nossa parte temos que fazer.

Então, quem fixa o olhar nas promessas fáceis das loterias e afins, admitindo ou não, busca um atalho para burlar o plano de Deus para si. Sei, “Se eu ganhar ajudarei os pobres, meus parentes, só farei o bem etc.” Já ouvimos tantos mentirosos assim.

Quando uma pessoa precisa justificar-se antes de fazer algo é porque dentro dela a consciência já a cientifica que, tal, não deve ser feito. Uma consciência em paz não requer justificativas. “A paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine vossos corações e sede agradecidos.” Col 3;15

Contudo, um vício ainda pior que um cristão jogando moedas certas na incerteza das loterias, são os mercenários mercadores da Palavra que, profanam fazendo parecer que O Eterno troca bênçãos por moedas.

Não se engane! Se você foi atraído a frequentar uma igreja porque nele acenaram com atalho e facilidades para ganhar dinheiro, invés de ensinar o caminho da salvação, saia e vá jogar loteria; é mais honesto; pois, é apenas um hábito ímpio sem ser profano, uma vez que não envolve o Nome do Santo.

O dinheiro não passa de ferramenta, cujos predicados permitem avaliar, transformar e conservar bens e serviços. Algo útil e necessário, mas, não um deus a ser cultuado. “Há um grave mal que vi debaixo do sol e atrai enfermidades: as riquezas que seus donos guardam para seu próprio dano;” Ecl 5;13

Paulo acrescenta: “Os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;9 e 10

Desgraçadamente há muitos “cristãos” que não apenas jogam, como ainda oram para “acertar” o que deixaria patente que erraram o caminho. Desses A Palavra fala também: “O Senhor está longe dos ímpios; a oração dos justos escutará.” Prov 15;29

O Salmo 73 apresenta os “ricos” de dar inveja nos justos até; entretanto, na hora do “vamos ver” a imensa miséria deles viria à tona. “Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios... Até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.” Vs 3;17 e 18

Querer melhorar de vida por meios lícitos é normal, todos querem; isso faz a roda girar. Porém, há uma sombra mais excelente que dinheiro, onde, o descanso não é apenas eventual, mas eterno. “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;13

Como nossa vida foi comprada por sangue, não por dinheiro, não rebaixemos o Feito Majestoso do Salvador ao nível de ordinárias moedas, como fez Judas.

domingo, 19 de janeiro de 2020

Nossos Caminhos de Deus


“Nas tuas mãos encomendo meu espírito; tu me redimiste, Senhor Deus da verdade.” Sal 31;5

Palavras semelhantes às últimas falas do Senhor na cruz: “Pai em tuas mãos entrego Meu Espírito.”

Nas meditações de Salomão o coração do filhos é solicitado; “Dá-me, filho meu, o teu coração; os teus olhos observem meus caminhos.” Prov 23;26

Uma breve meditação em porções assim pode nos ajudar a ver melhor, o quê, “está em nossas mãos” e o que não; de quê somos mordomos, afinal?

Deparamos com textos/falas tipo: “Pai, entrego essa semana, mês, ano, minha família, esse projeto, esse culto, etc. em tuas mãos”. Palavras válidas no sentido de patentear nossa confiança no Eterno; entretanto, ingênuas, pois “entregamos” a Ele o que já está em Suas Mãos.

O Ser Divino É extraordinário demais, para que, algo escape ao Seu Domínio, ou Sapiência. “Porventura sou Deus de perto, diz o Senhor, não também de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não encho Eu os Céus e a Terra?” Jr 23;23 e 24

Uma olhadela no salmo 139 também ajuda, caso reste alguma dúvida sobre a Divina Grandeza.

Nossas vidas, posto que “nossas”, estão em Suas mãos como fez saber Daniel, ao profano Belsazar; “... deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23

Meu espírito e coração são “meus” por soberana e livre iniciativa Divina, que escolheu nos fazer arbitrários, consequentes; portanto, mordomos dos tais; Ele dá-nos um tempo em determinado espaço e nos chama à reconciliação mediante os Méritos do Único Mediador, Jesus Cristo; “De um só sangue fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda face da terra, determinando tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor...” Atos 17;26 e 27

Além disso, Ele a parte ofendida deu o primeiro passo; nos buscou: “Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados; Eu vos aliviarei...”

Entretanto, quem optar pela loucura da autonomia suicida será surpreendido a despeito da sua vontade; “Louco, essa noite pedirão tua alma...” Pois, “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter; tampouco, tem poder sobre o dia da morte; como também não há licença nesta peleja; nem, a impiedade livrará aos ímpios.” Ecl 8;8

Então, quando “Entrego meu espírito”, também “chovo no molhado” para deixar, num último vagido, patentes a minha confiança e esperança num porvir junto ao Pai.

Por isso O Senhor e Salvador colocou como prioridade o Temor a Deus, que Domina Espíritos, mais que temer a própria morte física; “Digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. Mas, Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

Quando o salmista propõe: “Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e Ele o Fará” Sal 37;5 o desafio não consiste em O Senhor passar a possuir algo que era meu, estritamente; antes, somos instados a uma simbiose de vontades, onde, a de quem sabe e pode mais prevalece, como dissera Jeremias; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha dirigir os seus passos.” Jr 10;23

A Divina intenção é dirigir-nos usando nossos entendimentos, não cabrestos como se, animais; “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com Meus Olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio...” Sal 32;8 e 9

Isaías acrescentou detalhes sobre a Direção Divina aos que lhe ouvem: “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Acaso um bebê que está aprendendo caminhar altercaria com seus pais sobre o rumo do caminho? Ridículo assim seria um de nós pretender discutir com a Sabedoria Eterna.

Em suma, meu caminho é meu no sentido que não é do meu semelhante; mas, não é tão meu assim que possa fazer as coisas do meu jeito.

Como tantos caminhos ele tem sinalização horizontal e vertical; quem não andar conforme, sujeita-se à multa da eterna perdição.

“Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, quem me der ouvidos habitará em segurança e estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

sábado, 18 de janeiro de 2020

O Justo Juízo


“Ao vil nunca mais se chamará liberal; do avarento nunca mais se dirá que é generoso.” Is 32;5

O contexto imediato alude à vinda de Cristo, “O Rei que reinará com justiça”, v 1; as consequências do império da justiça, entre outras, seriam que as coisas deveriam ocupar seus próprios lugares. O vil estava ocupando o do liberal, enquanto, o avarento ostentava-se no assento de generoso.

Spurgeon dizia que, “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar”; agora, pensando no outro lado da moeda podemos dizer que, uma coisa má no devido lugar, ou mesmo usando o lugar de uma boa, ainda assim é má.

No devido nicho a própria essência a qualifica; no alheio, além da maldade própria temos a falsidade, engano, pretensão, hipocrisia como acréscimo ao ser, da coisa em si.

O que o profeta entendia por vil? “Porque o vil fala obscenidade; seu coração pratica iniquidade, para usar hipocrisia e proferir mentiras contra o Senhor, para deixar vazia a alma do faminto; fazer com que o sedento tenha falta de bebida.” V 6 Um hipócrita sem temor ao Senhor, indiferente para com as carências do próximo. Cheio de palavras piedosas e obras iníquas. O fraco dos fracos, incapaz de enfrentar a si mesmo.

Embora, nossas ações não incidam diretamente contra O Senhor, exceto, profanações e blasfêmias, geralmente referem-se ao nosso semelhante; todo o pecado praticado é “contra O Senhor” uma vez que contraria Sua Vontade; como as mentiras do vil em apreço, que, fazendo mal ao semelhante ofendiam O Eterno.

“Também todas as armas do avarento são más; maquina invenções malignas, para destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando o pobre chega a falar retamente.” V 7
Até diante da retidão esse inventor de males não deixa de ser o que é; “Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas invenções.” Ecl 7;29

No fundo, vileza e avareza são predicados do mesmo sujeito. Trazidos os adjetivos para nossos dias, como os usamos, o vil é um fraco de caráter; o avarento um idólatra; fraco de confiança que apega-se nas coisas materiais, por incapaz de transcendê-las, de confiar em Deus. Paulo equaciona a avareza à idolatria, e amor ao dinheiro como patrocinador de toda a sorte de males.

A fé sadia deve ancorar-se em Pessoas, não em coisas, nem circunstâncias; “... Crede em Deus, crede também em Mim...” Mesmo que não haja nenhum indício da Santa Presença; Que Sua Palavra e Integridade nos bastem, até na escuridão; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Como disse Jó em sua angústia: “Ainda que me mate, Nele esperarei.”

A hipocrisia religiosa dos que se ostentavam santos e viviam indiferentes aos semelhantes foi o carro chefe do combate do Salvador. Quando ensinou que as duas moedas ofertadas pela viúva pobre valiam mais que os sobejos ostensivos dos ricos, denunciou a vileza de carecer do aplausos humano, pela íntima certeza da rejeição Divina.

Quem sabe-se aceito pelo Eterno não gasta suas tintas tentando pintar o que agrada ao efêmero.

A oferta da viúva foi aceita por fazê-la em amor a Deus, mesmo com sacrifício; aqueles que se exibiam em egoísta pretensão e sem custo real eram réprobos; O Senhor estava em Sua Justiça colocando as coisas nos lugares.

Noutra parte quando nos desafiou a sermos fiéis no pouco, colocou o valor da integridade e da fé, acima do volume das coisas perecíveis. A Confiança no “Justo Juiz” não, nas coisas, a doença dos avarentos.

O assento de cada pingo sobre seu i, cada coisa em seu lugar, ainda não é o cenário que vemos; vemos a prosperidade dos ímpios, a folga dos maus como diz no salmo 73;

todavia, por enquanto o Rei de Justiça interferiu apenas mediante Seu Resgate e Seu Ensino; presto vem o dia em que interferirá em juízo, então, cada coisa será assentada em seu justo lugar; “Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; ( os que O temem) naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e que não serve.” Mal 3;17 e 18

Nesse mundo mau, que jaz no maligno, natural que, servos de Deus se sintam deslocados, fora do lugar. Mas, o governo da injustiça terá termo; “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Nudismo


“Quando eu perder a capacidade de indignar-me ante a hipocrisia e as injustiças deste mundo, enterre-me: por certo que já estou morto.” Augusto Branco

O mundo segue óbvio e obviamente seguimos doentes. Cheios de sapiências a compartir e tão pobres de experiências ao viver.

As pessoas são o que são, dão do que têm. “Dos ímpios procede a impiedade;” da Bíblia; “de onde nada se espera é que nada vem mesmo”, Barão de Itararé.

Contudo, muitas vezes esperamos que urubus sejam pavões, que reles tico-ticos tenham a exuberância dos colibris. Nos machucamos sempre em nossa ingenuidade e persistimos em nos machucar. As pessoas são piores do que parecem em ampla maioria; daí que, surpreender é a exceção, enquanto decepcionar é a regra.

Agora podemos jogar pedras virtuais em todo o planeta; partilhar nossas ofensas e malcriações “Urbi et Orbe” (à cidade e ao mundo) e não perdemos a chance, óbvio, de tão largas pedradas.

Certo; há quem partilhe também coisas boas, uma vez que o “bem” virtual não tem custo, quase. Coisas que têm seu valor se, devidamente absorvidas.

Entretanto o dia a dia com pessoas de carne e osso ainda mostra os que furam filas, no mercado e no trânsito; os que mentem pela comodidade ignorando os efeitos colaterais; os que brincam com sentimentos coisificando e usando pessoas; os que negam o que devem e exibem seus tours e suas festas como se a bunda de fora moral ficasse bem vestida com a ostentação virtual. Gente dissoluta e sem vergonha!

Não fosse o deserto moral em nos movemos e muitas coisas que colhem aplausos seriam banidas por obscenas. Mas, no campo de nudismo de valores que grassa, errado é quem está vestido; o que ele pensa que é? “Abaixo Sérgio Moro! Fora Lava Jato! Lula Livre”!

Não se limitam a expor a nudez no âmbito interpessoal; precisam mais; a pimenta das blasfêmias para ofender Às Dignidades Santas.

Daí, um ano “Jesus” sai numa “Comissão de frente” no carnaval apanhando do Diabo; noutro num festival LGBT é chamado de travesti; não satisfeita a sanha blasfema, um grupelho de maconheiros disfarçados de artistas encena uma peça colocando uma vez mais O Senhor como se, vivendo no nível da ralé apodrecida dos próprios “atores”.

Sempre tem vozes de gente famosa e “esclarecida” em defesa da “arte” e da “liberdade de expressão”, até no STF. Alguns espirituosos indignados estão produzindo memes que expõem Vossas Excelências ao ridículo, vão protestar contra a arte e a liberdade de expressão agora? Com a medida que medires...

Ainda, um “documentário” sobre “O Golpe” sofrido por Dilma é cotado ao Oscar! “Democracia em Vertigem” o pomposo nome dado pelos facínoras corruptos que, apoiam toda sorte de ditaduras pelo planeta, desde que, os ditadores sejam vermelhos; o poder noutras mão é “golpe”; canalhice ao cubo concorrendo a prêmios mundiais; logo a Dilma concorrerá ao Nobel de Literatura.

Levaremos mais de duas décadas para descobrir e purgar toda a roubalheira do PT no governo, e mesmo assim, Lula é “Inocente” apesar dos filhos vagabundos milionários; a Dilma “Injustiçada” não obstantes as maquiagens fiscais fora-da-lei, e toda sorte de corrupção que patrocinou, mormente, na Petrobrás e nos fundos de pensão.

E pensar que tive que excluir gente vermelha do meu Face por, na falta de argumentos para defender seus heróis, partirem para ofensas pessoais. Que vergonha alheia!

A “moral” esquerdista é sem vergonha, seletiva, diabólica; Trump, numa atitude preventiva, mandou matar ao chefe do terrorismo iraniano e milhares de vozes canhotas protestaram pelo mundo; os iranianos derrubaram um avião ucraniano com mais de 170 inocentes e estrondoso silêncio. Vida a ser defendida é só se for de canhotos militantes, senão é apenas uma coisa descartável; que gente que não vale um prego! Que ofensa a espécie humana! Que patifes!!

Não podemos fechar os olhos para a verdade; a globalização buscada pelo Capeta, implementada mediante os idiotas úteis da esquerda será alcançada; a igreja ecumênica mundial com um milhão de religiões no mesmo barco e sem Deus, pela qual trabalha o Papa Francisco também estenderá suas asas sobre o planeta; quem não dançar conforme a música, então, será perseguido e morto até.

Entretanto, os que possuem a mensagem salvífica para estar ensinando, edificando pessoas, a dar-lhes “munição” para a peleja em tempo oportuno, ou, que deveriam ter, uma vez que mencionam à Palavra do Senhor, estão de costas para O Santo mercadejando valores eternos em troca de pífios metais.

Quem ousa separar-se um pouco das aves de bando para ver melhor sofre a impotência de ver tantos se perdendo apenas por confundir vidros com diamantes...

“Tão cegos são os homens, que chegam a gloriar-se da própria cegueira!” Santo Agostinho

Os salvos; fora de si


“Rodearam-no os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, diga-o abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vos tenho dito, e não credes. As obras que faço, em nome de Meu Pai, essas testificam de mim.” Jo 10;24 e 25


O velho vício da transferência de culpa para se justificar. Não estavam crendo, não porque fossem incrédulos; antes, era O Senhor que fazia suspense.

Ele realçou a incredulidade deles e ainda evocou o testemunho das obras. Portanto, tinham o aval da Palavra do Senhor e dos feitos miraculosos Dele; se ainda assim não conseguiam crer, a causa deveria ser outra.

O Salvador pontuara a má vontade para com a Sua Mensagem como a razão; daí o consequente endurecimento do coração, e o fechamento às demais bênçãos. “Porque o coração deste povo está endurecido; ouviram de mau grado; fecharam seus olhos para que não vejam nem ouçam e compreendam com o coração, se convertam e Eu os cure.” Mat 13;15

A Ação do Espírito Santo de convencer e persuadir pecadores ao arrependimento foi figurada como um transplante de órgãos, dada a dureza resultante de uma vida em pecado. “Então aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados; de todas vossas imundícias e dos vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo; porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito; farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36;25 a 27

O processo de regeneração começa com tratamento “externo”; espalharei Água Pura “sobre” vós; sendo a água uma figura da Palavra; espalhar sobre relembra a parábola do Semeador que lançava a semente indiscriminadamente sobre todo tipo de solo; assim A Palavra é pregada “sobre” qualquer tipo de ouvintes; os que creem e frutificam, os ambíguos que mesclam com as coisas do mundo, e os incrédulos. Concomitante temos um tratamento “dentro” dos que serão purificados; espírito novo, coração novo, bênção exclusiva aos que dão crédito e se deixam moldar pela Palavra.

Como O Espírito Santo pode ser resistido, aqueles que, convencidos se fazem de desentendidos e desconversam justificando-se patenteiam sua escolha, que, prioriza ao “si mesmo” o qual deveria ser negado, invés do Salvador, do qual devemos aprender a ser mansos e humildes de coração.

Não se trata de não entender a mensagem, antes de entendê-la muito bem e compreender sua demanda estando afeitos demais às obras do escuro para aceitar as implicações da luz; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Culpar a Deus por minhas escolhas lembra uma pergunta Dele a Jó: “Porventura também tornarás tu vão o meu juízo, ou tu me condenarás, para te justificares?” Cap 40;8

No meio do direito humano existe uma máxima latina que reza: “In dúbio pró reo”; (Em caso de dúvida decida-se à favor do réu) no espiritual a coisa é mais complexa. A dúvida não é filha da sabedoria, antes, da ignorância; então se em nossas vicissitudes espirituais alguma dúvida honesta resultar, de interpretação, entendimento de algo, Paulo criou o “in dúbio, pró Dio”; “De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

Diferente da pecha gratuita que a fé é cega, Deus não requer que creiamos sem entender; antes, explica minúcias do contrato, com seu custo em perseguições, rejeição, calúnias, aflições, para que ninguém tome sua cruz enganado.

Nisto, em compreender e praticar a necessária mortificação dos apetites insanos é que reside, precisamente, a racionalidade da fé; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Se, a mensagem de Cristo acena com privações aqui em troca de venturas eternas, e os que ouvem querem venturas aqui invés de privações, por religiosos que se suponham, seguem à “Bíbliado Capeta com um versículo só que promete: “Vós sereis como Deus sabendo o bem e o mal”. Natural que tais “seguidores” aproximem-se de Jesus para culpá-lo invés de aprender.

A Parábola do Semeador apresenta sementes que são comidas por aves assim que caem; há corações endurecidos demais para que elas germinem. Com esses aconselha-se a nem perder muito tempo; “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” Tt 3;10 e 11

Por isso Cristo requer a negação do “si mesmo”; porque nele estão os condenados; Ele veio salvar.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Omissão; ou, a missão


“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém sua espada do sangue.” Jr 48;10

Se, “não temos que lutar contra carne e sangue”, outrora, era precisamente essa a luta. Derrotar mediante espada aos réprobos cananeus, cuja medida da iniquidade enchera e transbordara, para usufruir, então, da Terra Prometida. Embora prometida e dada pelo Eterno, Israel foi chamado a conquistá-la em peleja assistido pela Santa Presença.

Omitir-se ao combate quando os demais lutavam era pecado grave, passível de maldição. Nos dias do juízes uma aldeia se omitiu à luta sob liderança de Débora; essa em seu cântico de vitória lembrou deles; “Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo do Senhor, acremente amaldiçoai seus moradores; porquanto não vieram ao socorro do Senhor...” Jz 5;23

Interessante linguagem! “Não vieram em socorro do Senhor”; isso funde a Vontade Divina à Sua Pessoa, como se, negligenciar ao Seu querer fosse colocá-lo em perigo. Isso é identificação!

Por que preciso “conquistar” aquilo que O Senhor me dá? O Senhor busca diligência; nos quer partícipes da Sua Obra; então, faz “apenas” o impossível; no que nos é possível requer cooperação. Assim, O Reino nos é dado de graça, uma vez que não merecemos nem podemos pagar pelo ingresso; Cristo pagou tudo sozinho; no entanto, os agraciados são chamados e tomarem suas cruzes, empreenderem esforços para entrar e perseverar.

A Igreja é figurada como “Corpo de Cristo”; isso exclui o individualismo tão em voga no mundo; requer empatia e interação dos membros; “Para que não haja divisão no corpo, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um padece, todos padecem com ele; se um é honrado, todos se regozijam com ele.” I Cor 12;25 e 26

Daí, esses ossos gratuitos tipo, “só me dê conselhos quando sua vida for perfeita”; “só dê palpites em minha vida quando pagares minhas contas”; ou, “atire a primeira pedra quem nunca pecou” usados como “defesa” pelos que recusam-se a adotar os valores celestes em seu modo de viver ficam bem em lábios ímpios, de gente egoísta ensimesmada e sem noção. Quem pertence a Cristo deve ter postura humilde (aprendei de Mim que Sou manso e humilde de coração) ser ensinável, aconselhável, não intocável como um porco espinho.

Quando corrigimos alguém mediante ensino da Palavra não o julgamos; antes, apresentamos o Julgamento Divino expresso; “... a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48 Diante da correção o tolo dirá: “Quem é você para me julgar”? O sábio que teme ao Senhor pensará: “O Senhor sempre está certo; preciso rever meu modo de agir.”

Se, agora após a Vitória de Cristo já não temos que lutar contra carne e sangue, mas “... contra principados, potestades, príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12 Isso apenas muda o aspecto da luta, não exclui sua necessidade.

Esses matam cegando entendimentos; “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho...” II Cor 4;4

Fazem isso usando conselhos perversos, oposições infundadas, às quais nos convém combater; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Naquele contexto eram malditos os que davam folga às suas espadas em tempos de batalha; agora, amaldiçoados são os que permitem a infiltração de “espadas” alternativas, em lugar de “Espada do Espírito” a Genuína Palavra de Deus.

“Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão sofrereis.” II Cor 11;4 “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. (maldito)”

“Livra-me da minha ignorância e ter-te-ei na conta de meu maior benfeitor”, dizia Sócrates. Invés de sentir-se ameaçado pela verdade desejava-a.

O Espírito Santo tem muitos usando Sua Espada pela Verdade. “Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, a salvação, que diz a Sião: Teu Deus Reina!” Is 52;7

Então, quando deparas com um “enxerido” que quer “palpitar em sua vida”, você está diante de um Bendito do Senhor; Ele enviou a você com um convite amoroso que visa livrar-te da eterna maldição.

Não há beleza estritamente em seus pés; mas em seus caminhos nos quais aceita desprezo para lembrar que és amado por Deus.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Reação dos Céus


“Se pecares, que efetuarás contra Ele? Se, tuas transgressões se multiplicarem, que lhe 
farás? Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá Ele da tua mão? A tua impiedade faria mal a outro como tu; e tua justiça aproveitaria a outro homem.” Jó 35;6 a 8

Palavras óbvias, contudo, às vezes até o óbvio é necessário ser lembrado. Quer façamos o bem, quer o mal, nossos feitos não têm abrangência prática a ponto de serem relevantes diante de Deus. O âmbito de nossas ações, independente do mérito das mesmas é nosso existenciário terreno.

Quando Deus reage a nós, seja em Seu Amor, seja em Sua Justiça o faz soberanamente; não há força alguma que emule O Todo Poderoso a fazer o que não quer.

A Palavra ensina a deixarmos patente nosso amor ao Santo, em nossas relações horizontais. “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão é mentiroso. Pois, quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: quem ama a Deus, ame também seu irmão.” I Jo 4;20 e 21

Quando O Eterno enviou um anjo ao encontro de Cornélio o mesmo disse-lhe que suas orações e esmolas chegaram aos Céus. “... As tuas orações e tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus;” Atos 10;4

As orações mostravam sua relação com Deus; o socorro às necessidades dos desvalidos deixavam nítido que seu amor por Deus era vero, uma vez que cumpria na prática o mandado de amar ao próximo também.

Antes que alguém conclua que as boas obras salvam alguém, registre-se que o anjo que as mencionou aprovando-as, o mandou ao encontro de Pedro para ouvir a Palavra de Salvação. Altruístas obras podem mostrar uma índole que agrada ao Eterno, tanto que reagiu a isso enviando o convite para ir ao encontro da salvação, o que fez o piedoso romano.

Então, nossas ações chegam aos Céus, mais pela Onisciência Divina que pela relevância que possam ter. Se, não são fortes o bastante para forçaram O Eterno a reagir, Ele reage espontaneamente, seja aprovando aos fiéis, seja punindo aos perversos. “Com o benigno te mostrarás benigno; com o homem sincero te mostrarás sincero; com o puro te mostrarás puro; com o perverso te mostrarás indomável.” Sal 18;25 e 26

Da perspectiva correta é mais que ridículo, chega a ser obsceno pensar que O Rei dos Reis seja manipulável pelos pífios arranjos humanos; sejam as “sementes de fé” onde incautos são ensinados a negociar com Deus como se Ele fosse um mercador de bênçãos; seja a idolatria das “orações no monte” dos que imaginam que fazendo isso aproximam-se mais do Santo; sejam ainda as penitências e votos vários dos que equiparam O Juiz dos Vivos e dos Mortos a um mero orixá que troca préstimos por “despachos”.

Que dizer das “orações fortes” que “decretam, determinam, ordenam isso e aquilo”?

Nosso amor a Deus, caso exista mesmo, necessariamente caminhará de mão dadas com um viver piedoso e consciência pura; e, ao próximo só demonstrará sua veracidade nas veredas de uma empatia solidária, um altruísmo atuante.

O ponto de partida não é nenhuma mandinga rasteira, tampouco um ritual mágico que nos abriria os portais do site sejaabenoado.com O início é uma posição humilde e reverente que a Palavra chama de temor. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7

Se, por um lado somos impotentes para provocar a reação Divina, a fé sadia tem “poder” de agradá-lo. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe...” Heb 11;6

Por fim, se o Santo aprovar nosso viver, não apenas nossas ações repercutirão no alto, como ainda nossas palavras serão registradas em memoriais eternos; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou, ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor, os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve.” Mal 3;16 e 17

Indignos somos, de salvação e acesso ao Eterno; mas, pelos Méritos de Cristo, somos desafiados a ousar. “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, sua carne, tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é quem prometeu.” Heb 10;19 a 23

domingo, 5 de janeiro de 2020

Cuidado com o sal!


“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

O sal sempre teve um papel relevante; sobretudo, no mundo antigo onde se desconhecia a eletricidade e a conservação possível dos alimentos era mediante seu uso. Carnes salgadas e secas ao sol conservam por muito tempo sem se corromper.

Tanto era valioso que, soldados romanos recebiam pagamento em sal; daí a palavra salário; do latim salarium; porção de sal; que migrou para nossos dias como a conhecemos.

No Antigo Testamento era indispensável para os sacrifícios oferecidos ao Senhor. Enquanto vetava uso de fermento e mel, O Senhor requeria o uso do sal; “Nenhuma oferta de alimentos, que oferecerdes ao Senhor, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, nem de mel algum, oferecereis oferta queimada ao Senhor... Todas tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;11 e 13

Quando O Salvador figurou Seus discípulos como “Sal da Terra e luz do mundo” tinha em mente fazer deles um fator de conservação da sã doutrina, dos valores celestes; e do seu modo de agir um exemplo que desafiasse outros a seguir, uma luz que atraísse. Assim como é impossível esconder uma cidade construída sobre um monte, seria impossível viver Nele sem chamar atenção, ensinou.

Paulo usou a mesma figura atrelando o sal à gravidade na postura dos cristãos, sobretudo, no falar; “vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6

Sendo o sal um elemento conservador e o desafio aos cristãos é para que sejam o sal da terra, dizer-se um cristão conservador chega a ser redundante, como “subir para cima, descer para baixo”. O cristianismo veraz exige a conservação da sã doutrina.

Liberalismo doutrinário não é adequação aos novos tempos como devaneiam os mais sonolentos, antes, são nuances da degeneração do sal, onde se deveria perguntar pelas “veredas antigas” como dissera Jeremias. O Eterno não se moderniza.

Paulo advertiu: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;3 a 5 A mesma coisa que aos imprudentes era comichão por mudanças, para um evangelista sóbrio seriam aflições a sofrer sem condescender.

Se, os meios se aperfeiçoam a cada dia, saímos da escrita em pedra para pergaminhos, papiros, livros, e agora digital, contudo, o teor é eterno. “Passarão os Céus e a Terra, mas Minhas Palavras não passarão.” Mat 24;35 Permitir “evolução” na revelação Divina atribuiria a Deus imperfeição; é blasfemo. O que há é uma revelação progressiva de Deus nas Escrituras em atenção amorosa às humanas limitações.

O Antigo Testamento narra um incidente em Jericó onde uma fonte corrupta foi sarada pelo profeta Eliseu depois de jogar sal nela; “Então saiu ele ao manancial das águas, deitou sal nele; e disse: Assim diz o Senhor: Sararei estas águas; não haverá mais nelas morte nem esterilidade.” II Reis 2;21 Notemos que paralelo ao ato de jogar o sal tivemos a Palavra do Senhor. Eloquente figura!

Assim como aquelas águas estéreis e degeneradas somos nós pecadores; Eliseu em hebraico significa: “Deus é salvação;” figura de Jesus, cujo original Yeoshua significa Jeová é Salvação a mesma coisa. Então, um prato de sal nas fontes junto com a Palavra do Senhor, e as águas estéreis passam a ter vida; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

É “só” isso! Digo; o alvo da Obra do Salvador é trazer vida onde imperava morte. O Pacote não promete felicidade na Terra, trazer a pessoa amada de volta, prosperidade, satisfação de anseios naturais, nada.

Deus envia sol e chuva sobre justos e injustos; o que cada um fizer mediante trabalho frutificará, independente do rumo espiritual abraçado. Claro que os fiéis são alvo de graças especiais, embora, sofram mais pela oposição que no mundo há.

Evocando amor, tolerância, inclusão, muito sal tem degenerado; vai piorar com o ecumenismo em gestação.

Não fomos chamados para sermos legais, simpáticos, inclusivos; recebemos uma “despensa” suprida, da qual devemos distribuir alimento; “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus... requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4;1 e 2

sábado, 4 de janeiro de 2020

Perigoso Poder


Frequentemente, em meio a grandes calamidades ouvimos questionamentos, tipo: Onde está Deus? Por que não intervém? Dado o “silêncio” de Deus, esses inquiridores perplexos dão-se ao direito de duvidar da existência, quando não, da Sabedoria e Bondade do Criador.

A ideia subjacente é que, aquele que tem o poder deve agir para evitar males sempre que possível; coisa que nem sempre fazemos em nossa limitada capacidade.

Um observador arguto da vida poderá ver ao seu lado dezenas de exemplos em que o “poder” foi mais danoso que uma bênção nas vidas que o desfrutaram. Não que o poder em si seja mau; mas estando atrelado à mentalidades más será danoso seu usufruto.

Quantos ganham milhões em loterias e a fortuna, invés de lhes melhorar, os joga nos braços do vício e toda sorte de libertinagem? Quando não podiam eram melhores.

Mesmo nós, quando impotentes ante uma afeição somos delicados, gentis, solícitos, apenas porque queremos conquistar quem desejamos!

Uma vez alcançado o alvo, quando fruímos total intimidade e prazer, esse “poder” recebido, pode nos tornar relapsos, descuidados, a ponto de ruírem relacionamentos; pois, o cara que “está podendo” já não age como antes quando apenas queria.

Assim a má perspectiva nos lança na visão pessimista de Schopenhauer que dizia que a vida se resume à ânsia de ter e ao tédio de possuir.

Então, nossos anseios podem nos dar algemas onde supomos coroas; pois, o que será depois, escapa aos nossos domínios, o que não acontece com Deus.

Assim, de certa forma Deus não interfere, embora o faça, sempre, do Seu jeito. Sermos consequentes é inerente ao fato de termos livre arbítrio; somos feitores de nossos destinos, não fadados, numa redoma de tempo e espaço.

Salomão ensina: “O homem de grande indignação deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” Pv 19; 19 As próprias consequências pressupõem livramento futuro.

Deus é inocente das calamidades como advertiu já nos dias de Isaías: “Na verdade a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a Aliança Eterna.” Is 24; 5

Quando legou o governo da Terra ao ser humano, Deus fez uma restrição apenas, como símbolo de um domínio em submissão. Desde então a Aliança Eterna foi rompida, e tem sido sistematicamente.

No Capítulo 8 de Marcos, temos uma demonstração prática de como Deus “interfere”. Trouxeram um cego ante Jesus; “Tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia;...” O Senhor o curou, conta o evangelista e despediu-o, assim: “Mandou-o para sua casa, dizendo: Não entres na aldeia, nem digas a ninguém na aldeia.” Vs 23 e 26

Por alguma razão, o Salvador o queria fora da aldeia; quando cego, tomou-o pela mão; uma vez curado, apenas disse-lhe o que fazer e deixou com ele a escolha entre obedecer ou não.

A interferência de Deus ainda é segundo Sua Palavra, mas, as pessoas em geral, gostariam de ser lavadas pela mão. Essa ideia errônea que Deus pode evitar o mal e não faz pinta-o com um ser mesquinho e sarcástico, quando, na verdade nada mais é que um impotente amante, sofredor.

“Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...” Ez 33; 11

O poder que Ele tenciona nos dar refere-se ao domínio próprio, capacidade de resistir aos apelos do mundo que Cristo definiu como caminho largo. João ensina: “Veio para o que era Seu, mas os seus não o receberam, mas, a todos que o receberam deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus.” Jo 1; 12

Esse poder para resistir às tentações, nem sempre é agradável, antes, gera conflitos externos; porém, internamente, paz de espírito.

Afinal, por mais estranho que possa soar, mesmo o Todo-Poderoso, tem lá Suas “fraquezas”, coisas que não pode; “...não posso suportar iniquidade...” Is 1; 13 “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a si mesmo.” II Tim; 2; 13

Em suma, enquanto fazemos do pecado nosso modo de vida, Deus não pode fingir que não vê; nem, premiar ao justo com a sorte do ímpio, e vice-versa; embora, circunstancialmente permita tais aparências.

Evoca o dia do juízo como aferidor que patenteará a diferença, à partir de nossas escolhas, fruto de nosso caráter. “Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3; 18

"Se não és senhor de ti mesmo, ainda que sejas poderoso, dá-me pena e riso o teu poderio." (Josemaría Escrivá)

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Bandeira vermelha da paz


“Glória a Deus nas alturas, Paz na terra; boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

“Bendito o Rei que vem em Nome do Senhor; paz no Céu; glória nas alturas.” Luc 19;38


Duas exaltações a Deus e paz, em endereços distintos: Primeiro na Terra; depois, no Céu.

Paz é um estado de ânimo bilateral. De nada vale uma parte sentir-se “em paz” estando a outra com mágoa, com uma ferida não tratada. Assim, nossa reconciliação com Deus que traz paz na Terra requer uma contrapartida que enseje paz no Céu.

Não é algo de geração espontânea; antes, uma consequência, como ensinara Isaías: “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32; 17 Onde houver traços de justiça sendo praticada, no prisma espiritual, se vislumbrará rastros de paz com Deus.

Entrando no mundo Aquele que É, A Verdade, tendo vindo para ensinar a Justiça Divina, com sobejas razões os anjos cantaram, “Paz na Terra”. “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A Verdade brotará da Terra, a Justiça olhará desde os Céus.” Sal 85;10 e 11

Se, a discórdia Divino-humana iniciou quando o primeiro homem foi instado a imputar injustiças a Deus e desobedecer, a concórdia seria restabelecida agora, para com aqueles que, ouvindo A Verdade, se arrependessem e passassem a dar crédito irrestrito a Deus; portanto, o “glória a Deus nas alturas.” O Santo que fora desonrado por calúnia e descrédito seria agora devidamente glorificado, pela verdade e a fé.

Se, Sua Santa presença entre nós é o bastante para trazer paz à Terra, a do Céu tinha um reclame de justiça ainda não satisfeito. Por isso, tão somente quando O Salvador entrou em Jerusalém para oferecer a Deus a contrapartida “humana” para reconciliação, só então, o Espírito Santo verteu de lábios anônimos a certeza que se estava fazendo paz no Céu.

Se, lá no início, a humanidade embrionária ousou desobedecer Ao Criador, não temendo à morte, agora, o “Segundo Adão” levou a obediência às últimas consequências, ensinando de modo prático, em que sentido é sábio não temer à morte.

A necessidade judicial Divina demandou que Cristo se fizesse homem, pois, não havendo na Terra, “um justo sequer”, a resposta que o Céu requeria jamais poderia ter sido oferecida por nós.

Deus entregara o domínio do Planeta ao homem. Competia ao homem, pois, colocar a “casa em ordem”; aqui temos a razão de ter, Cristo, descido da Sua Glória para se fazer um de nós. “Também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo; para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou. E deu-lhe o poder de exercer juízo, porque é Filho do homem.” Jo 5;22, 23 e 27

Para que o inimigo, que derrotara um homem, não acusasse a Deus de injustiça, de trapacear, a justiça Divina fez Cristo vencer reduzido às limitações humanas. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Desse modo, A Verdade ensinada pelo Mediador é o único aferidor confiável, pois, crida e vivida aquieta consciências e testifica que estamos em paz com Deus; ou, inquietando-as, denuncia razões da nossa ruptura.

A paz no Céu foi alcançada no sentido geral, de desfazer a mentira do inimigo, os grilhões que detinham a humanidade à sua mercê; mas, a paz individual depende da resposta de cada um. Quem escolhe a impiedade em lugar da obediência desonra a Deus; não ensejando paz no Céu, tampouco, desfruta paz na Terra. “Os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;22

Se alguém consegue, mesmo enlameado em culpas assegurar que é o mais honesto dos homens, não deriva isso de uma consciência pura; antes, outra, cauterizada. Precisamente aí que a eficácia do Sacrifício de Cristo sobrepuja em muito às pobres oferendas simbólicas do antigo sacerdócio. “... O Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9;14

A Boa Nova do Evangelho é um apelo à reconciliação possibilitada pelos Méritos do Único Mediador; Jesus Cristo. Sua Paz nunca ganhou nem ganhará um “Prêmio Nobel”; mas oferece eternidade aos que a recebem. “Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não a dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A voz estranha


“Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

Jesus, O Bom Pastor, ensinando sobre Si e Seu relacionamento com as ovelhas. Intimidade tal, a ponto de recusar vozes alternativas, por estranhas.

Isso não se dá num passe de mágica como se bastasse alguém se dizer cristão para, imediatamente virar ovelha de Cristo apta a conhecer Sua Voz.

Inicialmente, O Deu Vivo é Estranho para nós, como era, admitido pública e solenemente pelos Atenienses; “Porque, passando eu e vendo vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: Ao Deus Desconhecido. Esse, pois, que vós honrais, não conhecendo é que vos anuncio.” Atos 17;23

O primeiro passo esperável dos chamados a ser ovelhas Dele é ousadia de praticar Sua Palavra, para aferir a Origem; “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

“Se alguém quiser fazer a Vontade Dele.” Isso deixa a escolha absolutamente livre; se quiser; porém, é precisa no que se refere ao quê, seguir; “A Vontade Dele.” Assim somos livres para aceitar ao não a Palavra; não para alterá-la ao nosso bel prazer.

O segundo é a perseverança nos ensinos como iniciação ao discipulado; “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos;” Jo 8;31

A Voz do Bom Pastor, (doutrina) é feita conhecer mediante muitas vozes humanas dos que Ele escolhe e capacita; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé; ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

A necessária edificação, que nos leva a “varões perfeitos” ou, tanto quanto possível aproxima da “Estatura de Cristo” é que nos dará discernimento para o que é ortodoxo e o que é espúrio; noutras palavras, entre a Voz do Pastor e a dos estranhos. “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Tiago ensina a distinguir entre as origens distintas; “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” Cap 3;13 a 15

Notemos que a distinção é na arena dos sentimentos, não do intelecto; “Inveja, sentimento faccioso...” assim, as mesmas palavras podem ser a “Voz do Pastor” ou de estranhos, dependendo do “combustível” que as anima.

Por isso, sem o Novo Nascimento, a inserção na dimensão espiritual, nada feito; Deus seguirá sendo-nos um desconhecido e as aparências ainda nos vitimarão; “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

O Espírito em nós adverte das ambiguidades e nos chama à prudência para que não sejamos como o velho Isaque, em sua cegueira, enganado pelo trapaceiro Jacó. “A voz é de Jacó, disse, mas o cheiro de Esaú;” mesmo seus sentidos ainda ativos advertindo-o do logro, abençoou com a primogenitura ao que o enganava.

Os fiéis além de representarem a Voz do Pastor, ainda têm Seu Cheiro; “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. Para estas coisas quem é idôneo? Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.” II Cor 2;15 a 17

Sendo a distinção entre falso e veraz, sutil desse modo, que as mesmas falas podem comportar espíritos antagônicos, onde resta espaço para o famigerado ecumenismo em gestação?? O que têm Budismo, hinduísmo, islamismo, animismo, falicismo e outros ismos mais com a Voz do Bom Pastor?

Todavia, seu proponente maior, o Papa Francisco acena com a construção global de um “novo humanismo”; como estranhariam vozes espúrias os que jamais ouviram a do Pastor?

Desgraçadamente o infortúnio se repetirá; “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6