sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Livra-nos do mal


“... Com quem deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto? Bem conheço tua presunção, a maldade do teu coração, que desceste para ver a peleja. Então disse Davi: Que fiz eu agora? Porventura não há razão para isso?” I Sam 17;28 e 29

Eliabe passando um corretivo no garoto, que fizera algumas perguntas sobre a peleja prestes a se desencadear. Ele “vira” presunção e maldade no coração do jovem, o que, o desenrolar dos fatos se ocupou de mostrar diferente.

Ao se dispor a pelejar contra o gigante Golias no zelo do Senhor, Davi mostrou fidelidade e coragem.

Desde a queda, onde a culpa fora transferida de um para outro, que a facilidade de ver erros no outro e não os encontrar em si, grassa no meio dos seres humanos. Quando oramos, “livra-nos do mal”, normalmente pensamos no que os outros nos possam fazer. O homem prudente deve buscar livramento contra o mal que ele pode fazer; aprender justiça, isonomia, empatia, são coisas úteis nesse caso. Não há melhor fonte que A Palavra de Deus: “Com minha alma te desejei de noite, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus Juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

Ao homem foi dada a mordomia da própria alma; ele descuida disso, enquanto, tenta usar suas “habilidades administrativas” para cuidar de outros. “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12 Não que não haja maldade nos outros, mas a que me diz respeito tenta florescer em mim. Além de não regar, se possível, devo erradicar.

Os que se “intrometem” nas vidas alheias, mediante ensino da Palavra do Senhor, são apenas instrumentos Dele, visando a edificação. “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus...” Ef 4;11 a 13

Então, aquele embate se arrastava por quarenta dias já, sem que nenhum soldado de Saul ousasse duelar contra o gigante. “Porventura não há razão para isso?” Perguntou Davi. Sendo Eliabe o primogênito, posar de covarde diante do irmão mais novo, certamente o incomodava. Invés de lidar com seus próprios incômodos, porém, preferiu colar alguns rótulos; presunçoso, maldoso!

O Agir Divino geralmente se dá assim: Deixa que se esgotem as possibilidades humanas, para que fique patente que foi O Eterno Quem Operou. Na iminência da morte de Lázaro, O Salvador esperou quatro dias, antes de “despertá-lo”.

Quando chamou Gideão, ante mais de trinta mil homens, mandou que fossem para casa os tímidos e covardes; alguns milhares de soldados a menos. Depois, os provou junto às águas e escolheu apenas trezentos, contra um exército inumerável de midianitas.

Se Deus desse a vitória com um exército razoável, ainda que muito menor que o adversário, eles folgariam em suas presunções e usurpariam a glória para si.

A presunção e a maldade geralmente habitam sítios diversos, do que pensara, Eliabe. O zelo e a ousadia de Davi eram já frutos do Espírito de Deus a impulsioná-lo na direção da Divina Vontade.

Assim, tomar um garoto, armado com uma funda apenas, contra um campeão de estatura gigantesca, era uma desproporcionalidade tal, que, em caso de vitória ficaria evidente a Mão do Senhor; como ficou.

Por isso lemos sobre essa “lógica” Divina: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; Escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

Isso era o que mais incomodava ao “filósofo” Nietzsche; invés dos sábios segundo o mundo, os pensadores como ele, Deus usava aos “fracos e falhados” como disse em seu livro, “O Anticristo”.

Eliabe vira presunção e maldade, onde O Espírito Santo atuava; a Ação de Deus escapa aos olhos míopes do homem caído. “Senhor, a tua mão está exaltada, mas nem por isso a veem...” Is 26;11 Pois, na dimensão espiritual, não contam córneas, retinas... “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Todos temos que tratar com certo gigante; a incredulidade. Crer não se trata duma escolha seletiva que concorda com as coisas boas que Deus disse. Essas mostram habilidades do Médico; as más a nosso respeito são Seu diagnóstico. Ninguém será curado sem antes admitir que está enfermo. “... Não necessitam de médico os sãos, mas, os doentes.” Mat 9;12

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

A morte do Pelé


“A morte não é nada para nós; pois, quando existimos, não existe a morte; e quando existe a morte, não existimos mais.” Epicuro

Segundo o filósofo hedonista, pois, nossa relação com a morte é impossível; pelo menos, com a nossa própria. Embora, possamos ter contato com muitas outras, alheias. 

A exceção, talvez, sejam os poetas; esses ETs que se antecipam à mão do tempo e podem decorar o devir, (ou, seria deir?) como fez Mário Quintana, despedindo-se antecipado, de si e da cidade que amava.

“Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso..."

Depois, com a mesma tinta de inspiração idealizou a morte “desejável”; “A morte deveria ser assim: um céu que pouco a pouco anoitecesse
e a gente nem soubesse que era o fim...”

Embora essa indesejável visitante apague velas o tempo todo, eventualmente chama a alguém, cujo impacto é muito maior que costuma ser, nas senhas ordinárias, cotidianas.

O mundo se manifesta contrito, ante a partida do Rei do Futebol, Edson Arantes do Nascimento, o “Pelé.”

As pessoas que atingem a excelência em determinada arte, ou esporte, como ele, de certa forma se tornam duas; a personagem que a excelência forjou, e o ser humano, igual aos demais, que quase nem é visto, diante das nuances espetaculosas com as quais, a fama os reveste.

Pelé, estritamente, “morreu” e 1977 quando parou de jogar. Seus feitos ficaram na história, e seguiu o ser humano, com erros, acertos, virtudes, defeitos... grandes feitos não morrem; transcendem ao sono do autor e permanecem. Mas, o ser humano, Edson, era como nós, frágil, imperfeito, finito, mortal.

Teve seus dilemas familiares, relacionais, como os tem, qualquer pessoa.

Ouvindo relatos de alguns da imprensa esportiva, além dos inevitáveis encômios à trajetória brilhante que ele teve, afloraram muitas lágrimas. Osvaldo Pascoal disse: “Eu pensei que estava preparado para isso, mas não estava.”

Aflições que o atingiram, sua dura convalescença, eram de domínio público. Desconfio que a hora de se preocupar com ele, seus amigos, familiares, seria então; embora viver 82 anos atualmente, é um privilégio de poucos. Não deveria causar espanto nenhum, ser o trigo ceifado maduro.

De qualquer forma, na visão cristã não acredito que deva me preparar para a morte de ninguém, exceto, a minha. Será essa, que, quando a hora vier me guindará ao além, onde as escolhas feitas aqui, finalmente, frutificarão.

O ser humano é capaz de trair a si mesmo jurando fidelidade. Chorar pelos próprios medos, transferindo as causas para outros.

O discurso da morte possui uma eloquência única; ouvindo o tal, cada um é desafiado a repensar a própria vida. Isso é de importância imensa; Salomão chegou a considerar um funeral mais proveitoso do que uma festa. “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos o aplicam ao seu coração.” Ecl 7;2

Embora, para efeito de “notícias do além” só “retornam” os famosos, (temos cartas “psicografadas” de Dercy Gonçalves, Raul Seixas, Cazuza, Cássia Eller, Getúlio Vargas etc. nenhuma de gente comum) para lá todo iremos, famosos e anônimos.

Benjamin Franklin dizia que devemos consertar o telhado quando o sol está brilhando, não, quando chove. Assim, convém nos prepararmos para o que será no porvir, enquanto desfrutamos vida e capacidade de escolha aqui. “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, (de Deus) não endureçais os vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15

Quando parte um famoso, como o Pelé, a imprensa repete à exaustão seus maiores feitos; mas, do outro lado, serão os feitos do Edson que contarão.

Igualmente nós; não nossos dons, mas os frutos produzidos serão apreciados. Pouco importa o que fizermos na esfera das realizações humanas.

Os melhores momentos de um que agrada a Deus, invés de levantarem à torcida, podem abaixar nossas cabeças, em sinal de arrependimento, confissão; quiçá, estaremos de joelhos dobrados orando por quem nos fez mal, quando os anjos assistirem ao “jornal” de lá, a mencionar nossa passagem.

Minha solidariedade aos familiares e amigos do Edson, e o desejo que Deus os conforte nessa hora, sempre difícil, da separação. No que tange a ele, sincera esperança de que tenha reconciliado com Deus antes de partir, e possa conhecer bem de perto e mui venturoso, ao Rei dos Reis, Jesus Cristo.

Se ele fez isso, acredito que tenha feito, fez um gol de placa, que a eternidade há de lembrar.

O que me trai


“A mão do que Me trai está Comigo à mesa.” Luc 22;21

Embora a traição aconteça em consórcio com o tempo, sua essência verte bem antes da ação. Pois, tendo o coração maquinado e aceito à mesma, ela já se deu, de certa forma.

Tiago apresenta o pecado ainda no “útero”. Eventual arrependimento poderia abortá-lo em tempo; senão, nasce e mata. “... havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; (à luz da consciência, entendimento) e o pecado sendo consumado, (praticado) gera a morte.” Tg 1;14

Judas ainda consumaria o que estava disposto a fazer e tinha acordado já; no entanto, O Salvador não disse: O que me trairá, está comigo, à mesa; antes, o que me trai; pois, a resolução do coração já coloca em andamento, o que, o teatro das atitudes descortinará.

Por isso, o conselho para que sejamos zelosos aí; “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

Embora o arrependimento costume apontar para trás, a própria estrutura da palavra sugere um pendor retroativo, no caso de acalentarmos desejos pecaminosos ainda não consumados, bem podemos nos “arrepender do futuro.” Digo, repensarmos o que pretendíamos fazer.

Uma má atitude aceita no íntimo é uma tentação transando com a concupiscência, para que engravidemos do pecado. Quem possui consciência regenerada no Espírito, sempre ouvirá uma “segunda opinião”, a voz do Espírito Santo que deixará claro o que Deus aprova, e o que não. “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Esse tipo de voz se escuta no silêncio; quando ousamos incursionar ao íntimo, onde as coisas são mensuradas por valores eternos, não por interesses efêmeros, rasos.

A Voz de Deus nos é apresentada como espantosa, no prisma do Seu Poder; “A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade. A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano. Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois selvagens. A voz do Senhor separa labaredas do fogo...” Sal 29;4 a 7 Que tremam e temam, os Seus inimigos!

No entanto, com Seus Filhos Deus fala com amor; Seu Anelo não é mostrar poder, antes, Seu Cuidado amoroso; e o amor “Não folga com a injustiça, mas com a verdade;” I Cor 13;6

Assim, se nossa inclinação tiver algum parentesco com a injustiça, mentira, a Voz de Deus tentará nos dissuadir disso; nos iluminará sem forçar; a decisão sobre que caminho seguir será sempre nossa. “Se dissermos que temos comunhão com Ele, e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz Está, temos comunhão uns com os outros, e O Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;6 e 7

Sempre que ousamos numa direção oposta ao Divino aponte, cometemos uma apropriação indébita do volante, (foi sugestão do inimigo que a direção seria nossa) contrário ao que nos foi dado mediante Jeremias: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Embora a inclinação natural sempre se oponha ao Santo, “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7 aos que recebem a Cristo, é dada outra, sobrenatural; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Por isso, a necessidade do “Novo Nascimento”, para poder ver e entrar no Reino; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

Notemos que, um renascido “pode” entrar; não significa que entrará necessariamente. Ainda concorrerá com sua salvação a inclinação natural, aquela avessa ao Santo, que deve ser mortificada na cruz; pois, agora, terá a Voz do Espírito consigo, tanto a advertir antes de pecar, quanto, iluminar para arrependimento, após eventuais falhas.

Traição é coisa de chegados, parentes, amigos. Os inimigos são fiéis, sempre nos querem mal.

Cada renascido pode dizer: “A mão do que me trai está comigo, à mesa.” Nossa natureza perversa nos trairá sempre que lhe dermos ouvidos, sonegando à Voz do Espírito.

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Atletas de Cristo


"Aproximando-se dele um jovem disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?” Mat 19;16

“... que bem farei...”
O ser humano normalmente se dispõe a grandes sacrifícios, desde que, depois seja honrado, aplaudido por isso. Basta ver os atletas olímpicos, por exemplo; que carga de exercícios, abstinências, renúncias levam sonhando com uma medalha de ouro!

O prazer de obtê-la, ouvir o Hino Nacional no mais alto do pódio compensa todos os sacrifícios, segundo os próprios avaliam.

O “problema” da salvação é justamente esse. A glória por ela pertence a Outro; Ao Salvador que Deu Sua Vida Imaculada por nós.

O homem fora colocado numa posição gloriosa. Regente de todo o planeta. “... Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e todo animal que se move sobre a terra.” Gn 1;28

Entretanto, pela sedução do inimigo fora convencido que isso era pouco; que deveria buscar autonomia, ser “como Deus.” O custo da insanidade aceita foi tal, que forçou ao Próprio Deus a se fazer como homem, para reaver o domínio perdido.

Embora o homem caído anseie por glória, sua necessidade urgente é de vida. A queda o lançou nos domínios da morte. “O ladrão não vem senão a roubar, matar e destruir; Eu Vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu Sou O Bom Pastor; O Bom Pastor Dá Sua Vida pelas ovelhas.” Io 10;10 e 11

Então, embora haja algo a ser feito, a única “medalha” possível é a vida; a glória já tem Legítimo Dono: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Por isso, quando, n’outra ocasião alguns também se dispuseram a fazer algo, O Senhor os desafiou a confiarem no que Ele Fazia; “... Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu: A Obra de Deus é esta: Que creiais Naquele que Ele Enviou.” Jo 6;28 e 29

Claro que, como na carreira de um atleta, também há uma série de renúncias necessárias na vereda da salvação. A diferença é que aqueles fazem isso por um “troféu” efêmero; os salvos recebem outro, de caráter eterno.
Invés do reconhecimento, da auto afirmação anelada por um competidor natural, um “atleta” de Cristo labora pela Glória Dele, não pela própria; no tocante a si mesmo busca total anulação; “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me".

Paulo usou essa figura de modo bem didático: “Não sabeis que, os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, eu assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado.” I Cor 9;24 a 27

“Subjugo meu corpo...”
Conexão clara com o ensino do Mestre: “Tomai sobre vós o Meu Jugo...” Isso demanda o sacrifício das vontades naturais para alcançar um modo de vida segundo Deus, que o mesmo Paulo explicou: “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Enfim, embora a salvação não seja pelas boas obras, os salvos devem praticá-las, para agradarem ao Salvador que as deseja; “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Um treinador de futebol argentino dizia: “Para ganar hay que tener hambre de glória”. (Para vencer é preciso ter fome de glória) isso, falando do seu esporte.

Em Cristo, para vencer precisamos sofrer “Fome e sede de justiça”. Primeiramente, no tocante às nossas injustiças; fome que nos fará buscar Perdão; isso demanda a cobertura da Justiça de Cristo, em nosso favor. “... este será Seu Nome, com qual Deus O Chamará: O Senhor Justiça Nossa.” Jr 23;6

As dores que sofrermos pela maldade alheia serão recompensadas. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos;” Mat 5;6

“Que bem farei para herdar a vida?”
Receberei agradecido o imensurável bem que Cristo Fez em meu favor, O seguirei submisso, agradecido, imitando Seus Passos. “Aquele que diz que está Nele, deve andar como Ele Andou.” I Jo 2;6

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

A única garantia


“Estas palavras não são de endemoninhado. Pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?” Jo 10;21

Jesus, que curara um cego de nascença afirmara poder ter poder para dar ou, retomar Sua Vida. À essas palavras, foi tido por alguns, por endemoninhado. Então, se ouviu a objeção: “... pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?”

É comum esse reducionismo falaz; quando não se concorda com alguém porque alguma faceta do ser ou agir desse, incomoda, basta que se acuse ao tal de possesso; se a narrativa colar, tudo o que se intentar contra, invés de agressão indevida, será tido como cuidado necessário, zelo espiritual.

Os Milagres e a Mensagem de Cristo eram extremamente incômodos aos religiosos da época. Se, colassem Nele a pecha de possuído, a reputação de todos estaria salva; afinal, quem se importaria com as palavras de um doido assim?

Entretanto, a rejeição não ocorria por algum lapso no Salvador, antes, naqueles que O rejeitavam. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

O Salvador não os acusou de endemoninhados, estritamente; antes, de filhos do capeta, por alimentarem desejos semelhantes; “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer aos desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade...” Jo 8;44

O Senhor vislumbrara ameaças de morte pelo ar, um desejo maligno que alimentavam os que O rejeitavam.

Se, ambas as partes poderiam atribuir, uma à outra, laços com o Capeta, como se poderia resolver a questão?

Heráclito disse mais ou menos o seguinte: “Quando dois sistemas filosóficos conflitarem, a nenhum caberá o direito de dizer: Minha visão está correta porque a oposta é errada; pois, a outra parte poderia dizer o mesmo, arrastando a peleja ao infinito. O falso deve ser demonstrado como tal, em si mesmo; não por ser oposto ao presumido verdadeiro.”

O Senhor ensinara que os frutos testificariam acerca das árvores. As lideranças religiosas de então cercavam-no espumando raiva, desejos hostis; “... quereis satisfazer os desejos de vosso pai que foi homicida desde o princípio...” um cheiro de morte assomava nos semblantes irritados, com o bem que O Senhor Fazia.

Nele não se vislumbrava esse tipo de desejo; antes, Sua Luta era persuadir ao arrependimento para salvar; além disso, “Pode um demônio abrir os olhos a um cego?” Seus feitos eram tais, que as próprias pessoas adjacentes notavam que as acusações não faziam sentido; era falsidade demonstrável em si mesma.

Por levar a liberdade de expressão às últimas consequências, O Eterno permite blasfêmias, calúnias, oposições várias... “... para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;35

Atualmente a Mensagem Santa é atacada; “Discurso de ódio!” muitos já falam em reescrever A Palavra; alterar porções indesejáveis.

Num tempo em que a verdade é rejeitada como “Fake News”, ditadura é tida por democracia, violadores das leis são reputados juristas, desejos por transparência são aquilatados como atos golpistas, natural que a imperfeição se atreva a “aprimorar” ao que é perfeito.

Um demônio não pode curar cegueira, embora seja expert em “prodígios da mentira;” no entanto, obra por produzir cegueira nos entendimentos dos que descreem; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Quem crê não vê necessidade, nem aceita violações À Palavra; “Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada tirar; isto Faz Deus para que haja temor diante Dele.” Ecl 3;14 E quem duvida ainda está cego. Alteraria o quê?

Se, são os frutos que testificam das árvores, e os pretensos “reformadores” da Palavra de Deus são ímpios, devassos, depravados, de novo, como na parábola de Jotão, teríamos uvas e azeitonas desprezadas, para abrir caminho ao reinado do espinheiro.

O Senhor continua O Mesmo; Santo, Veraz, Salvador. Entretanto, não cura cegueira contra vontade dos cegos. A vontade sem noção é o obstáculo a ser removido.

Não é como certos produtos que garantem a “satisfação dos clientes, ou, o dinheiro de volta”. Jesus Garante “apenas” salvação, nos Seus Termos; conversão, mudança de vida. Aos que vacilarem, recaírem, se arrependerem do arrependimento, apenas terão suas mortes de volta; “... quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus...” Heb 6;6

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Beijo salgado


“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

Sal era o elemento conservante mais eficaz. Os alimentos não tinham a possibilidade atual de serem guardados em temperaturas adequadas. Então, era indispensável o uso do mesmo; exigido pelo Senhor nas oferendas apresentadas.

“Todas tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;13

Usando essa verdade prática como figura, O Salvador Disse aos discípulos. “Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora; ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

Sobriedade no falar e agir, diversa da maneira usual do mundo, deve ser a marca dos que pertencem a Cristo; Paulo ampliou: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder cada um.” Col 4;6

“agradável,” deve ser entendido como educado, de maneira respeitosa; nada a ver com lisonjas, bajulações, coisas que a verdade detesta. “O homem que lisonjeia seu próximo arma uma rede aos seus passos.” Prov 29;5 Assim, sejam oportunos, educados, verdadeiros; é o conselho.

Isso, embora permita-nos interação social, eventual, demanda uma separação radical em questão de valores, fontes espirituais, maneira de caminhar; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;1 e 2

Aqui, nesse quesito de seguirmos fiéis à Lei do Senhor, a maioria dos cristãos escorrega. Cristo Foi Categórico: “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos;” Jo 8;31

Permanecer na Palavra Dele, não raro, nos indispõe com o mundo, amigos, familiares até. Em muitas situações, vivemos o “dilema de Pilatos”, “O que farei de Jesus, chamado O Cristo?” Digo, como seguirmos sendo “legais” com nossas companhias sem noção, sem desprezarmos ao Senhor? Lavamos as mãos, ou colocamos a necessária pitada de sal? De outro modo: Adotamos os modos mundanos ou seguimos fiéis a Cristo?

Quem me acompanha jamais me viu enviando votos de “Feliz Natal” pelas redes sociais. Por quê? Porque, mesmo gostando das pessoas que interagem comigo, querendo o melhor para elas, isso não é um ensino da Palavra do Senhor. Apenas um costume do mundo; uma miscelânea, de Saturnálias, Calendas, tradições, costumes pagãos, que, em nada disso honram ao Salvador.

A pregação de Cristo na igreja primitiva era rejeitada, entre outras coisas, porque rompia com os costumes correntes; “Nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.” Atos 16;21

Ser de Cisto é ser signatário da Verdade que Ele É; isso não tem livre trânsito num mundo que ama e cultua a mentira como esse. “... o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14

Colocar um gorrinho vermelho, adornar árvores e expor luzes nas fachadas, qualquer um faz, sem nenhum compromisso com nada; apenas, para andar segundo o espírito desse mundo que, assim anda, morto e feliz.

Embora muitos defendam que não tem mal nenhum em se comemorar o Natal, como, a exortação Do Senhor (não do Menino Jesus) é que permaneçamos em Sua Palavra, que ensina e ordena a Santa Ceia, comemoração de Sua Morte, não creio que preciso ir além.

Mero rito religioso desprovido de essência é sal degenerado, inútil. O Salvador denunciou: “Ai de vós que edificais os sepulcros dos profetas, que vossos pais mataram. Bem testificais que consentis nas obras de vossos pais; porque eles mataram e vós edificais seus sepulcros.” Luc 11;47 e 48

Em suma, alguns mais “sociáveis” que eu, acham normais essas coisas, essa miscelânea cultural onde, Noel brilha, e Jesus até entra de penetra, eventualmente.

Embora os respeite, prefiro seguir “apenas” com Cristo, Seu Espírito Bendito em mim, Seus Ensinos que regeneram, sem nenhuma necessidade de diluir o sal que Ele me deu, em panetones e chocolates. Recebi alguns; faz parte.

Meu medo assoma pensando nessas coisas: Se, até em seduções frágeis como essas, nossa fé já capitula, como será quando apontar no horizonte global o sedutor mor, com seus prodígios e eloquência?

Sei que textos assim, que questionam, discordam, desafiam a repensar escolhas, valores, não têm trânsito fácil. A verdade nunca teve. Todavia, vale mais que um “feliz natal” de plástico, um beijo dela. “Procurou o pregador achar palavras agradáveis; escreveu-as com retidão, palavras de verdade.” Ecl 12;10

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

O Sentido do Natal


“Agora, Senhor, despedes em paz Teu servo, segundo Tua Palavra; pois, já meus olhos viram Tua Salvação,” Luc 2;29 e 30

Simeão, com Jesus, de oito dias de idade, nos braços, proferiu essas palavras. Fora-lhe revelado que não morreria antes de ver O Ungido; vendo-O por ocasião da Sua apresentação no templo considerou cumprida a promessa. “... meus olhos viram Tua Salvação.”

O que ele vira estritamente fora uma criança frágil, inda incapaz de andar. No entanto, confiava na Palavra de Deus. Só os que agem assim, conseguem “ver”. “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1 Apenas para tais ouvintes, a mensagem traz proveito; “... a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que ouviram.” Heb 4;2

Nunca se foi tão refratário À Palavra de Deus como agora. Seus ensinos sábios, desafiadores, regeneradores, agora, não são tão pacíficos assim. Sofrem pechas de fundamentalismo, radicalismo, discurso de ódio... não poucos falam em “atualizar” À Palavra, que teria se perdido no tempo, será? “Eu sei que tudo quanto Deus Faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, nada se lhe deve tirar; isto Faz Deus para que haja temor diante Dele.” Ecl 3;14

Malgrado, a resistência Ao Eterno, nessa época do ano, os “cristãos” cobrem o mundo de luzes decorativas, canções monótonas, enfeites, decorações; muitos patrocinam grotescas hipocrisias, segundo eles, movidos pelo “Espírito do Natal”. Ora, segundo A Palavra, Quem Trouxe O Salvador foi O Espírito Santo. “... não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo;” Mat 1;20

Passar um ano inteiro usando todos os meios, ilícitos também, para prosperar, e nesse tempo entrar em vilarejos pobres ridiculamente fantasiado, sacudindo uma sineta e jogando caramelos às crianças é uma tentativa inglória de compensar os lapsos da alma, coisa que Deus não aprovaria. Tampouco, O Espírito Santo patrocinaria.

Onde vivo, se fez pomposa “festa de Natal” na praça; shows, bebedeiras, músicas profanas, foguetórios... a maioria, gente que vive cada um à sua maneira, totalmente alheios a Deus.

Portanto, o espírito que patrocina essas coisas, ao encontro dos desejos do homem natural, tendo como pano de fundo o interesse comercial, é do mundo, não O Espírito Santo.

Os cristãos são chamados a renunciarem suas vontades particulares em prol da Divina; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Isso nos torna “estrangeiros”, muitas vezes odiados, aqui; “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes Eu vos Escolhi do mundo, por isso o mundo vos odeia.” Jo 15;19

Estranham quando deparam com um que, não enfeita suas fachadas com luzes pisca-pisca, não decora árvores, nem coloca guirlandas. Quem esse pensa ser? Pensa ser de Cristo, andar na Sua Luz; essa não brilha para decorar ambientes; antes, fulge no interior, para purificar das más inclinações; O Espírito Santo em nós, capacita.

Daí, invés de comemorar um nascimento extático, no tempo, tentamos viver um relacionamento em tempo integral, cientes que estamos perante O Senhor dos Senhores, Rei dos Reis, não de um menino indefeso que precisa colo.

É compreensível, embora suicida, o barulho religioso do mundo alienado de Deus; nessas horas o silêncio seria muito agressivo. Os ouvintes de Estêvão provaram isso um dia; “... eles gritaram com grande voz, taparam seus ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. Expulsando-o da cidade, o apedrejavam.” Atos 7;57 e 58

Ele não falara nada mais que a verdade; os incomodados com ela fizeram um barulhão para não escutar. O “Natal” atualmente faz a mesma coisa. Um estardalhaço estratégica e hipocritamente calculado para abafar à Voz de Jesus; em muitos casos, apenas o Noel aparece.

Os que tentam “contextualizar” fazendo as mesmas encenações, mas ressalvando o “sentido do Natal” perdem uma chance de denunciarem a insensatez do mundo, quiçá, despertar alguns adormecidos.

Imaginemos essas pessoas em silêncio ouvindo às próprias consciências por alguns minutos... melhor não; “Feliz Natal!” Oh, Oh, Oh. “Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto Deus o Pôs sobre ele.” Lam 3;28

Simeão com Jesus nos braços não vira uma criança; antes, “Tua Salvação”, disse. Essa foi consumada na cruz. Isso explica porque tantos não conseguem se afastar do presépio; sabem onde culmina e não querem. “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e repito chorando, que são inimigos da cruz de Cristo...” Fp 3;18

domingo, 18 de dezembro de 2022

Culpa do mordomo


Nossas vidas particulares trazem em si uma morte, da qual, o principal suspeito sempre é o mordomo. Esse administrador incauto, que prioriza o seu comodismo, prazer, conforto, invés do saudável, o justo, o belo. 

Mas, sem cadáver não há crime; quem investigaria se, só quem sabe disso é quem tem culpa, e nem quer saber? Não mexa com quem tá quieto! Mega escudo sobreposto aos telhados de vidro.

Deus Sabe. Ele Segue tentando criar anjos desses caídos, reciclar aos culpados; porém, Sua “Matéria Prima” não é aceita no mercado. Seus protótipos O ignoram e continuam usando diamantes em fundas. A Água da vida corre borbulhante, mas, toda uma geração segue após fontes rotas. Como disse o Pessoa: “Que importa o falsificado, se é verdadeiro o prazer?” Combustível dos sentimentos queima, onde a verdade deveria arder.

O vírus do egoísmo estraga as câmeras dos olhares, que, filmam uma muriçoca no átrio do vizinho, entretanto, ignoram os mamutes pisando nos seus. Reconhecemos todos os loucos que vemos, menos um. O reflexo do espelho atrapalha. Cá estou a escutar o meu; ele sabe de cada coisa...

A erva que curaria às almas, continua viçando a esmo; amarga qual alosna; tanta coisa para se afirmar, “eu sou mais eu, vai por mim!” que chance teria a inglória proposta de negar a si mesmo? O Estado é laico, dizem os furtivos loucos. Quem precisa de padre, pastor, que só entendem de pasto e nada sabem da boia dos predadores? “A moral do lobo é comer ovelha, como a moral da ovelha é comer grama.” Anatole France. Assim, precisamos receber na carne suas duras lições de moral.

A “latinha” que amplia as vozes se abre franca, à fala da noção entorpecida, sempre pronta para o pódio; qual o sentido de se nos trazer uma cruz? Chega nazistas, fascistas! Abaixo os discursos do ódio!

Somos peritos em tatear nas reentrâncias das nossas cavernas; que fique longe a invasão indesejada; que só adentrem os trajados a rigor, sem menor nuances de luz. Basta a la vista! Pois, eu quero ser visto assim como me vejo, presumo, desejo...

Afinal, há brilho em certo verniz que faz a pedra se vestir de ouro. Dizem que Xande se apoderou do Toque de Midas, e sob sua capa, vidas tortas se escondem na bainha da retidão; só que não. Há melhores temas no script, que o reles transformar falácias em pão, poder, números, apuração...

As teias das falas seguem caçando ainda insetos incautos; os cérebros baldios, ocos, dos idiotas úteis são adaptados como caixas de ressonância; os fatos sempre ocultos, enquanto se empurra na avenida o portentoso carro alegórico das narrativas, pelo qual doam vasto suor; trabalho braçal gratuito, desfile pomposo da pós-verdade, voluntários disseminantes das próprias ilusões.

A máquina de entortar homens funciona muito bem para outras torturas... começa pelos mordomos, cresce nas instituições, rouba-as, vilipendia, enverga a nação; e prossegue até fazer um “galo” na cabeça global. O fogo “sapiens” gera calor sem luz, e esse calor basta ao acéfalo animal. No escuro da ignorância pro aconchego do covil.

A conveniência, essa velha caduca, separa de seu baralho todas as “fakes news”. A mesma moral do mordomo insano, que camufla à culpa, apaga digitais, lava o sangue, e joga sua arma no rio. A justiça caolha segue acumulando troféus; dando posição a filhos da puta, como se fossem filhos de Deus; raios, foi a puta que os pariu!!

O crime organizado organiza meios de tolher ao cidadão; com o mal que adormece cada um, tenta fazer o sono encantado de toda uma nação; como tal urso que é gigantesco poderia hibernar, nessa estação? Se a própria areia já não suporta mais o que o gato enterrou. Então, o que eles fizeram no verão passado será revelado inda nesse verão.

A justiça por cega abdicou de sua venda, e emprestou-a para a suja mordaça das manchetes; daí, a transparência obscura, foi dada como favas contadas, mas, “O Gigante acordou” e cioso pede as contas. A ciência “exata” capitulou ante às humanas... humanas vontades.

Os filhos da dita senhora aquela, veem satisfeitos o boom de sua nova clientela; mas tantas fardas circulam adjacentes, que, clientes entram disfarçados no lupanar; as mesmas mãos dedilham antiga Lyra, agora, no modo acústico; onde, os representantes do povo quedam inúteis, vendo esse prescindir de seus préstimos(?) indo após a própria representação. Basta de flores de plástico!

Brasas de culpas dormidas nas cinzas de histórias pretéritas ainda arderão no presente; as favas rebuscadas passarão pela peneira de Pitágoras novamente. Será vista a falsidade das águas pintadas do Mar Vermelho, e quem ganhou muita queda de braço dobrando à justiça terá que dobrar os joelhos...

Migração dos mortos


“Senhor, fizeste subir minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo.” Sal 30;3

“... fizeste subir minha alma da sepultura;”
não que a alma do pecador esteja na sepultura, estritamente. Frui uma existência breve, cujo destino, sem remissão, será a morte eterna.

Infelizmente, nem todos têm consciência disso e passam os dias de suas mortes alienados, presumindo vender saúde espiritual. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Embora o canhoto tenha sugerido a autonomia em relação ao Criador, o caminho da vida é impossível, alienado Dele: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do que caminha dirigir seus passos.” Jr 10;23

Invés de meros caminhantes autônomos, O Salvador Deixou claro que chamava mortos à vida; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me Enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para vida.” Jo 5;24

Quando Davi disse que fora guindado da sepultura, sua intenção pode ter sido, apenas, figurar um livramento de morte; mas, estava sendo usado pelo Espírito Santo, para “antever” o que O Eterno Faria Mediante Cristo.

“... conservaste-me a vida...” De nada valeria livrar por um momento, depois, deixar se perder; O Senhor Faz “manutenção” do que Restaura. O Santo nos regenera por Amor; esse não é uma coisa efêmera que dá e passa; uma germinação circunstancial como semente sobre pedras. “O amor jamais acaba.” A cada dia O Criador cuida nossas necessidades. “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque Suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é Tua fidelidade.” Lam 3;22 e 23

Como produtos biodegradáveis que, sem determinados conservantes se deteriorariam, assim a vida natural. Ouvir A Palavra de Cristo faculta migração da morte para a vida; perseverar nela mantém a saúde, liberta-a das garras da morte. “Jesus dizia aos judeus que criam Nele: Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Embora a salvação seja totalmente pelos Méritos de Cristo, somos capacitados Nele, a agir como filhos de Deus, não mais, errantes autônomos; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Malgrado, a ideia de salvação inexorável dos “eleitos” esposada pelo calvinismo, A Palavra de Deus sempre exorta à perseverança; adverte do risco de perdição, aos que, iluminados e capacitados, retrocederam. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam O Filho de Deus e o expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Se, provaram das virtudes do porvir e recaíram, estiveram salvos por um tempo, depois, deixaram de estar. Afinal, “... quem perseverar até ao fim será salvo.” Mc 13;13

A Palavra da Vida sempre acena com a possibilidade de recuar; “Mas o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;38 e 39

“... para que não descesse ao abismo.”
Embora o dito popular que “morro abaixo todo santo ajuda.” Isso não depende de “santos”; é uma tendência natural da carne, “crescer” para baixo em sua disposição suicida, adversa à Lei de Deus. “... a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;6 e 7

Primeiro diz: “Livraste minha alma da sepultura...” como se, lá já estivesse; agora, “para que não descesse ao abismo”, deixando claro que, o abismo é mais profundo que a sepultura; a perdição eterna. o livramento fora a remoção de uma inclinação, não o mover da vida, de um endereço a outro.

Os méritos pela nossa salvação são todos do Senhor, que investiu Sua Vida pelo nosso resgate. Os que preferem seguir suas derrocadas rumo ao abismo, o fazem por preferirem negar Deus, invés de negarem a si mesmos.

“... A obra de Deus é esta: Que creiais Naquele que Ele Enviou.” Jo 6;29 “Porque o erro dos simples os matará; o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

sábado, 17 de dezembro de 2022

Ao romper do selo


“Cantavam um novo cântico, dizendo: Digno És de tomar o livro, e abrir seus selos; porque Foste morto, e com Teu Sangue Compraste para Deus homens de toda a tribo, língua, povo e nação;” Apoc 5;9

Estranho Livro esse, que à “impossibilidade” de ser aberto, causou tristeza; “Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de ler, ou, de olhar para ele.” v 4 mas, surgindo O Vencedor Digno, Esse, foi recebido com um cântico. Todo um componente emocional anexo.

A Dignidade do Campeão de Deus tinha a ver com Seus Feitos, não com algum título portentoso; “... porque Foste morto, com Teu Sangue Compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação;”

Uma compra é um direito de posse; não, usufruto imediato da mesma, necessariamente.
A Jeremias foi ordenado comprar uma herdade, quando seu povo estava caindo cativo dos caldeus.

Ele obedeceu, mas buscou entender o sentido daquilo. “Eis aqui os valados; já vieram contra a cidade para tomá-la; a cidade está entregue na mão dos caldeus, que pelejam contra ela, pela espada, pela fome e pela pestilência; o que Disseste se cumpriu; eis aqui o estás presenciando. Contudo, tu me Disseste, ó Senhor Deus: Compra para ti o campo por dinheiro, e faze que o confirmem testemunhas, embora a cidade já esteja entregue na mão dos caldeus.” Jr 32;24 e 25

Estou esbanjando prata; isso não faz sentido, ponderou o profeta.

O Eterno relembrou os motivos do juízo, coisas que o mesmo Jeremias avisara e garantiu que, após o cativeiro punitivo, o povo voltaria àquela terra; “Comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis: Está desolada, sem homens, nem animais; está entregue na mão dos caldeus.” v 43

Jeremias ficou com um direito legal sobre certa propriedade, sem o usufruto. Em certo sentido, era dos caldeus. Duas cópias da escritura atestavam: Uma pública, (aberta) outra, arquivada (selada). “Toma estas escrituras, este auto de compra, tanto a selada, quanto a aberta e coloca-as num vaso de barro, para que se possam conservar muitos dias.” v 14

Os remidos também são uma propriedade do Salvador, da qual Ele não dispôs plenamente, uma vez que tiveram que peregrinar no “estrangeiro”. “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na Terra.” Heb 11;13

Mesmo os que não Lhe obedecem, a Ele pertencem. Quando Pagou o necessário resgate Recebeu a Escritura do Planeta com tudo o que nele há. “... É-me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18

Deus Dera o domínio ao homem; esse perdera pra oposição, pela desobediência. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis ...” Rom 6;16

Aos Olhos Divinos, só um descendente humano poderia resolver a coisa com justiça; “O Verbo Se Fez carne e Habitou entre nós...” Jo 1;14 E Deus, “Deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque É o Filho do homem.” Jo 5;27

Sacrifícios de animais fora um arranjo circunstancial para acalmar as consciências arrependidas; mas, ante a Justiça Divina, era necessário “algo” Superior; havia uma sentença de morte a ser redimida. “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados... Então disse: Eis aqui Venho, para fazer, ó Deus, a Tua Vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual Vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” Heb 10;4, 9 e 10

“Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores e feito mais Sublime que os Céus;” Heb 7;26

Em nós também, partículas da Sua propriedade, há uma “escritura”, “Temos, porém, este Tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

Duas versões, como aquelas de Jeremias. Uma aberta, pública; outra selada. Nossa profissão de fé e testemunho de vida são coisas abertas, que todos podem ver; tenham a estatura que tiverem. Mas, há algo “selado” onde só O Senhor Pode Ver. “Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;10

A Escritura aquela, do Senhorio sobre o planeta causou choro, à impressão de que não se poderia abrir, qual emoção aflorará, quando o teor dos nossos vasos for exposto?
Afinal, “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar.” Heb 4;13

Se necessário, choro de arrependimento agora, nos fará partícipes do cântico, quando todas as coisas forem abertas.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Médicos Doentes


“Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que profetizam, e dize aos que só profetizam de seu coração: Ouvi A Palavra do Senhor;” Ez 13;2

“... profetiza contra os profetas...”
aqueles que se pretendiam, meios, se tornaram fins, do Divino falar; os reputados por médicos eram meros pacientes carecendo cuidados, invés de aptos a medicar.

O ministério profético sempre foi eivado de falsidade. Duas razões me ocorrem: a vaidade humana desejando reputação de representante Divino; e interesses rasos, de vida fácil; invés do trabalho duro como a maioria; a tentadora arte de transformar falácias em pão.

Nos dias de Acabe e Jezabel havia profetas estatais, sustentados pelos impostos dos trabalhadores; “Agora, pois, manda reunir-se a mim todo Israel no monte Carmelo; como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, e os quatrocentos de Aserá, que ‘comem da mesa de Jezabel’.” I Rs 18;19

850 inúteis sustentados pelo povo, ao qual enganavam sistematicamente para manter a pose.

Quando um falsário mais criativo “revelava” algo, os menos talentosos seguiam às pisadas desse: “... quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada; dize aos que a cobrem com argamassa não temperada que ela cairá. Haverá uma grande pancada de chuva; vós, ó pedras grandes de saraiva, caireis, um vento tempestuoso a fenderá.” vs 10 e 11 Figuras de linguagem significando que um criava engano, os outros confirmavam.

Um profeta idôneo tem como necessidade ouvir a Deus; um imitador carece falar ao povo, não importa o quê. O veraz pode ficar largo tempo sem dar as caras, como Elias, que sumiu três anos e meio. Seu compromisso é com O Senhor que o comissiona, quando quer, não com um ativismo “espiritual” para servir drogas psíquicas aos incautos.

Quem “profetiza” em troca de pão precisa “mostrar serviço”, para “fazer jus” ao salário que recebe pelo seu teatro. A primeira credencial de um profeta verdadeiro é ter valor, não interesses. Por essas e outras, Ezequiel, invés de falar ao povo, deveria falar contra os “profetas”.

É possível que um profeta sofra rejeição; Ezequiel, Jeremias, e Elias sofreram; mas, enquanto estiver no centro da Vontade Divina, O Eterno sempre terá um corvo “garçom”, ou, outro meio de manter àquele que O agrada.

“... só profetizam de seus corações...” para alguns desavisados o coração seria uma espécie de aferidor. “Só faça se sentir no coração” costuma dizer o R. R. Soares. Quando alguém pretende enfatizar quanto deseja algo, a outrem, costuma anexar essa testemunha; “te desejo de todo coração”, diria nosso “cardiocrata” hipotético.

A Palavra de Deus não reserva tanta estima ao nosso doentio órgão; “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9 Jesus Cristo ampliou: “Porque do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat 15;19

Por isso, mediante o mesmo Ezequiel O Senhor Vaticinou o transplante que faria nos Seus; “Dar-vos-ei um coração novo, Porei dentro de vós um espírito novo; Trarei da vossa carne o coração de pedra e vos Darei um coração de carne.” Ez 36;26

Esse “novo coração” não é novo órgão estritamente; antes, novo modo de pensar, doravante, segundo Deus; “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se Compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, Diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Embora nosso coração até possa ser um aferidor de sinceridade, está longe de sê-lo, da verdade. Para isso carecemos estar perto de Um Coração que Ama-a sem os nossos imediatismos doentios; “... Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme Meu Coração, que executará toda Minha Vontade.” Atos 13;22

Notemos que, para nosso coração se alinhar Ao Divino, temos que ter como nossa, a Vontade Dele. Nosso coração regenerado em Cristo, não é mais, fonte d’onde procedem todas aquelas coisas más; “... porque a Água que Eu lhe Der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

“Ouvi À Palavra do Senhor!
” Um profeta ouvia/via a Vontade do Senhor diretamente; os falsários aqueles estavam sendo convidados a ouvirem mediante Ezequiel.

Todos os nascidos de novo podem, pelo Espírito Santo ouvir à Palavra do Senhor diretamente; em seus entendimentos, consciências... “... Porei Minhas Leis em seus corações; as Escreverei em seus entendimentos...” Heb 10;16

Não precisamos de profetas; mas, de honestidade intelectual para admitir que sabemos o Querer de Deus; nem sempre ousamos praticar. “Mas o que Me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

domingo, 11 de dezembro de 2022

Andando em círculos


“Os gentios enterraram-se na cova que fizeram; na rede que ocultaram ficou preso seu pé. O Senhor é conhecido pelo juízo que Fez; enlaçado foi o ímpio nas obras das suas mãos.” Sal 9;15 e 16

Deus Fez o homem arbitrário; apto a fazer escolhas e consequente, responsável pelas mesmas. “Os céus e a terra Tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te Tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência. Deut 30;19

O Salvador Ensinou: “Portanto, tudo que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a Lei e os profetas.” Mat 7;12 O sentido da Lei e dos escritos dos profetas era ensinar isonomia; igualdade entre os povos de raças diversas, coisa que, a humanidade “descobriu” nas últimas décadas.

Quando, alguém arma redes aos inimigos e acaba preso nas mesmas que armou, é a Perfeição do Juízo Divino atuando.

Termos desafetos é inevitável nesse mundo dual, de luz e trevas, amor e ódio, verdade e mentira. Entretanto, O Eterno reservou para Si o direito de julgar; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu Recompensarei, diz O Senhor.” Rom 12;19

O ensino requer que oremos pelos inimigos, façamos-lhes o bem, até; “Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21

Não precisam, necessariamente, todos caírem nas redes que armaram. A Palavra de Deus insta com quem erra para convencê-lo do seu descaminho, de modo que, invés de odiar ao próximo, repense seus motivos; descobrindo imperfeições em si, arrependa-se; é uma forma sábia, julgar a si mesmo. “Porque, se julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31

“Se consegues fazer um bom julgamento de ti és um verdadeiro sábio.” Antoine de Saint-Exupéry

Os Céus não fariam festa por motivos bobos; o arrependimento de um, que julgou bem a si mesmo e não precisará passar pelo Juízo do Eterno gera júbilo por lá; “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” Luc 15;10

Esse “juízo” que reconhece a justiça de Deus, e aceita O Resgate oferecido agrada Ao Senhor; julgar e condenar, Lhe é uma triste necessidade, não um deleite. “Vivo Eu, diz O Senhor Deus, que não Tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...” Ex 33;11

O “progresso” da humanidade, infelizmente é um eterno andar em círculos, como as ovelhas aquelas. Novas conquistas tecnológicas, mais alcance, velocidade, e os mesmos vícios; novos meios de burlar, tirar vantagem via espertezas, roubar a vida, invés de ganhá-la.

Aparatos cada vez mais hightechs, e motivações doentias, ímpias, sempre as mesmas.

Esse andar em círculos foi observado em dias idos. “O vento vai para o sul, faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando, e volta fazendo seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, contudo, o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr. Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. O que foi, isso é o que há de ser; o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.” Ecl 1;6 a 9

Partilhar nas redes sociais que, fazendo as coisas da mesma forma, nunca chegaremos a resultados diferentes é mais uma nuance dos que andam em círculo, sem perceber que sofrem da doença que pretendem medicar. Jogam ao vento sementes que não cultivam.

Enquanto nossa capacidade de ver erros for apenas externa, não ousarmos olhar dentro de nós, a ciranda de doidos seguirá, até que nossa “senha” seja chamada, e, colhamos sem nenhum júbilo, os juízos temerários que lançamos alhures quando dávamos nosso espetáculo no “Globo da Morte”.

O mundo assemelha-se ao logotipo da Toyota; uns círculos dentro dos outros. O Santo nos chama ao caminho reto, mesmo que isso nos afaste das tendências dos que preferem seguir os berrantes enfeitiçados dos modismos.

“No caminho da sabedoria te ensinei, por veredas de retidão te fiz andar. Por elas andando, não se embaraçarão teus passos; se correres não tropeçarás... Os teus olhos olhem para a frente, as tuas pálpebras olhem direto diante de ti.” Prov 11;12 e 25

sábado, 10 de dezembro de 2022

A Voz do Sangue


“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo; dando Deus testemunho dos seus dons; por ela, depois de morto, ainda fala.” Heb 11;4

“... maior sacrifício que Caim...”
Antes de concluirmos que foram os sacrifícios dos irmãos, que fizeram um aceitável, e outro não, perante O Criador, atentemos bem ao texto: “Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício...” 

A fé patrocinando a oferenda é que a qualifica, quanto à sua aceitação. Deus olhou para os ofertantes antes das ofertas; “... Atentou O Senhor para Abel e sua oferta. Mas para Caim a sua oferta não Atentou...” Gn 4;4 e 5

“Sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele Existe, e É galardoador dos que O buscam.” v;6
Como alguém sacrificaria sem fé? Por quê? Inveja, emulação, competição; vícios que envilecem à mais opulenta oferenda.

Sem fé, até as mais eloquentes pregações perdem a eficácia: “Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.” Cap 4;2

“... pelo qual, alcançou testemunho de que era justo...”
Pelo sacrifício oferecido com fé. Na terra dos homens se alcança testemunhos de todo tipo. Gente baixa consegue, via preço, ou, identidade na baixaria, testemunhos de toda ordem, forjando o verossímil onde deveria reinar o verdadeiro. Porém, o testemunho em favor de Abel Era de Origem Sublime, “... dando Deus, testemunho dos seus dons...”

Receber o testemunho de Deus, acerca da integridade, não é um “selo de qualidade” ordinário, que se possa conseguir no reino imperfeito dos homens; tampouco, na forja fajuta das aparências.

Deus sonda corações. Ninguém pode ver profundo como Ele. “Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;10

“... por ela,
(pela fé) depois de morto, ainda fala.” Quando o sol se põe, restam ainda umas duas horas de claridade, antes que a noite cubra tudo. Fica uma luz residual após sua “morte” testemunhando da sua passagem.

Do mesmo modo, no reino espiritual, quando um homem justo passa pela vida. Após sua morte, a luz dos exemplos deixados ainda “fala” por muito tempo. Tanto, quanto puder ser lembrado. Como o exemplo de Abel foi registrado no Livro Sagrado, fala claramente até hoje.

Embora nem todos tenham ciência disso, há mais livros sendo escritos do que supõe nosso parco entendimento. Nossos atos, mesmo nossas falas, estão sendo registrados nos Céus; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; O Senhor Atentou e Ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram O Senhor; os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos...” Mal 3;16 e 17

O teatro humano é refém das aparências; nele podemos encenar o que quisermos; Deus lida com essências, motivações; e na balança dessas pesa nossos feitos e os valora.

Jó, outro que recebera testemunho Divino disse: “Pese-me em balanças fiéis e saberá Deus, a minha sinceridade.” Jó 31;6 Pois, O Eterno não tem outro tipo de balanças. Nós balançamos em nossa integridade; Ele não. “Se formos infiéis, Ele Permanece Fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Contudo, se o exemplo de Abel estimula a termos a mesma postura, para também recebermos Testemunho dos Céus, temos uma “Fala” infinitamente mais excelente, à qual bem faremos em estar atentos: “Mas chegastes ao monte Sião... a Jesus, O Mediador de uma Nova Aliança, e ao Sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.” Heb 12;22 e 24

Dentre as muitas coisas que O Bendito Sacrifício nos fala, deixa patente que “O salário do pecado é a morte” Rom 6;23, não há jeitinho que possa remediar isso; O Amor Divino Ousou descer até aí, para que pudéssemos ser regenerados, embora, indignos. “Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos Daquele que É dos Céus;” v 25

A superioridade do culto de Abel derivou de ser a fé a motriz do mesmo; o desafio agora, em Cristo, “Autor da fé”, é levarmos a mesma às últimas consequências, à perda da vida temporal até, sem desonrarmos Àquele que Fez isso por nós. “Considerai, pois, Aquele que Suportou tais contradições dos pecadores contra Si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;3 e 4

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Fora da Copa


“Como ao pássaro o vaguear, como à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.” Prov 26;2

Maldição não é uma força casual que sai percorrendo a terra e fazendo vítimas ao seu bel prazer. Antes, é um juízo temporal que, uma vez aplicado, possibilita que cogitemos das causas, e quiçá, aprendamos algo com ela. Os Juízos temporais do Eterno são nuances do Seu Amor; nova oportunidade, antes do juízo final.

Quando, nos dias de Malaquias, Ele convertia bênçãos em maldições, expôs o motivo; “Se não ouvirdes e não propuserdes no vosso coração, dar honra ao Meu Nome, Diz o Senhor dos Exércitos, enviarei maldição contra vós, amaldiçoarei vossas bênçãos; já as Tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Ml 2;2

A permissão para o advento “milagroso” do Anticristo, também será um juízo, contra quem não se apegou à verdade. “Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12

A ameaça iminente de sermos governados pelo crime organizado, também é uma permissão do Eterno, por termos visto a honestidade ser atacada diuturnamente, durante quatro anos, sem a necessária indignação e brio para defendê-la.

Agora a “favorita” seleção brasileira, foi despachada precocemente pela Croácia; terá que ver o resto da Copa do Mundo pela televisão. Mais uma “maldição” cujas causas, convém a gente buscar.

Apesar dos sonoros e humilhantes 7 x 1 da copa em casa, o arrogante povo brasileiro não aprendeu nada. O técnico Tite disse que, caso vencesse a Copa não iria saudar ao Presidente da república, como sempre se fez. Invés de jogo limpo, neutralidade desportiva, ele fez o “L”.

Os jogadores, embora sabendo que, grande parte da população está nas ruas, protestando, desde a vergonhosa fraude que se impôs, e essa parte representa a imensa maioria, nunca se preocuparam em mandar uma mensagem de solidariedade, apoio aos manifestantes. Neymar ousou abrir seu voto no Bolsonaro, o que bastou para que muitos o demonizassem, querendo até que se machucasse.

Eu sei que eventuais atos de cunho político poderiam render punições, advertências; o treinador, zeloso, que não suporta aos “fascistas” os poderia barrar; então, muitos deles preferiram ostentar sua opulência comendo carne folheada a ouro, invés de se preocupar com os legítimos anseios dos inconformados daqui. Na bolha dos privilégios a vida transcorre sem os problemas que assolam aos reles mortais. Importante é ostentação; liberdade a gente vê depois.

Usariam de bom grado uma faixa de capitão, “inclusiva”, se a justiça catari permitisse; mas, uma simples tarja preta em solidariedade aos brasileiros que estão sofrendo, nenhum ousou. Quem se atreveria a arriscar seu lugar no time por uma ninharia dessas, de defender a justiça e liberdade?

Aquele amontoado de jogadores de vidas privilegiadas representava a si mesmo; seus anseios de glória e faturamentos cada vez mais altos; o povo, que siga sua “teimosia” em busca de liberdade e justiça.

O feitiço acabou, de forma humilhante como convinha. Cada um deles voltará para seu “reino encantado” de fama e riquezas, sem se preocupar muito com as coisas que acontecem por aqui.

O futebol sempre foi uma droga, que, como o carnaval e as novelas “domesticava” nosso povo, de modo a não se levantar, mesmo ante às grandes aberrações que sempre se fez, no meio político. “A pátria em chuteiras” descobriu-se agora envolta em bandeiras.

Pois, anulada à eficácia da droga, temos que lidar com nossa dura realidade, que parece orbitar a duas possibilidades apenas. Ou, a Lei e a ordem serão garantidas à força, pelos militares, ou, teremos que trabalhar para o crime organizado, que, mesmo antes de assumir já causou estrondosas perdas, e acena com a ruptura de todos os limites, para saciar o apetite voraz dos predadores soltos.

Passou a hora de muitas “Excelências” aprenderem, enfim, o respeito que devem ao Povo brasileiro, origem de todo poder, e quem paga os salários onerosos de vossas displicências. “Perdeu mané!” um cacete! As eleições foram extremamente duvidosas; o povo não está disposto a reconhecer nada, sem um confere do “VAR”, também chamado de código-fonte.

Estamos fora do circo, e daí? O importante é que não engoliremos essa fraude, nem mesmo folheada a ouro.

Se o outro lado tivesse logrado uma vitória justa, a vida seguiria; mas, do jeito que foi, gol de mão e impedido, nem que a vaca tussa.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Árvore de Natal


“Vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a Moisés, homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.” Ex 32;1

Deparei com um estudo sobre usar árvores de Natal, os crentes, ou não. O autor disse que, os que rejeitam tal uso, o fazem porque a origem da mesma remontaria ao paganismo.

No entanto, argumentou, muitas coisas que consumimos, alimentos, roupas, combustíveis, etc. Também têm uma origem desconhecida, e não investigamos, antes de usarmos tais coisas; portanto, ser omissos nessas coisas e cuidadosos apenas com a Árvore de Natal, ele definiu como hipocrisia.

Usou ainda como argumento, o seguinte: “Do Senhor é a terra e sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.” Sal 24;1

Tudo o que O Senhor criou é bom; não há nada que se rejeitar. Disse mais: Que em rituais de religiões pagãs, satânicas até, se usa água, por exemplo; nem por isso deixamos de usá-la também.

Até parece um conjunto de argumentos bem sólidos; mas, as “letras miúdas do contrato” precisam ser lidas também. É vero que consumimos as coisas ordinárias sem nos preocuparmos com a origem. Mas, fazemos isso para nós, não para prestar culto a Deus. No caso da comida, oramos consagrando, agradecendo, o que anula eventuais “vícios de origem.”

Que “do Senhor é a Terra e sua Plenitude”, não restam dúvidas; Ele Criou todas as coisas.

Mas, tomar como viés argumentativo essa verdade, e levá-la às últimas consequências acabaria legitimando o uso de drogas, excessos em bebidas, e coisas similares. Afinal foi O Senhor que as criou, portanto, não devem ser rejeitadas. Pela mesma linha de raciocínio, os ímpios não deveriam ser rejeitados, uma vez que são criaturas do Divino; “O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.” Pov 16;4 Não seria para o dia do bem??

A água nos cultos pagãos não legitima tudo; eles usam imagens, rezas, animais mortos, além de água; agora quem está sendo seletivo é o autor, que considerou hipocrisia atuar assim.
Por que não usamos as imagens deles também?

Enfim, concluiu que podemos “natalizar” nossas casas; não precisamos ter nenhum “medinho do diabo”. De onde o ilustre professor tirou que, evitamos isso por medo do canhoto? Em mim arde zelo de Deus; a Ele temo, não à oposição. “... temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;5 

Afinal, “... qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Podem dar os nomes que quiserem, ornar ambientes; isso não se encontra na Palavra de Deus; a “festa” a ser comemorada é outra: “... fazei isto em memória de mim.” I Cor 11;24 a Santa Ceia. Só isso.

Embora alguns se esforcem em provar o contrário, no “Natal” o velho rubro aquele aparece, não, Jesus; Seus Ensinos, Doutrina e Sacrifício por nós. A origem da dita árvore não é bíblica, portanto, é pagã; os íntimos de Deus nada fariam que entristecesse Seu Espírito Santo; estou certo que essas coisas que prostíbulos e centros de religiões rivais também fazem, nada têm com O Conhecimento de Deus; é uma escolha humana baseada na ignorância avessa ao que Deus ordenou.

Vimos acima, quando da “demora” de Moisés no monte, a decisão de se esculpir o Bezerro de ouro; uma “pérola” espiritual baseada também na ignorância: “... porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, ‘não sabemos’ o que lhe sucedeu.”

Sabemos tantas coisas que A Palavra do Santo nos revela, contudo, precisaríamos cometer temeridades baseados no que não sabemos?

Honrar a Deus é dar livre curso à Sua Luz em nossos entendimentos, de modo que essa molde o nosso agir; sem isso, podemos fazer cascatas de luzes “Made in China”, uma mini floresta enfeitada de penduricalhos em nossas salas e seguiremos em trevas.

O Salvador ensinou a conhecermos à árvore pelos frutos. Nesse caso específico ficam patentes os frutos pela árvore. Digo, invés da devida e necessária separação, a emulação que forja a imitação do mundo é um testemunho que grita que dentro de nós, que mesmo nas igrejas, ainda estamos no mundo.

Se Cristo nasceu deveras em nós, a Sua Luz há de brilhar full time; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;16

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Karnal, o ateu


“Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor. Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas suas cogitações são que não há Deus.” Sal 10;3 e 4

Acabei de assistir a um vídeo do filósofo Leandro Karnal, com o título: “Por que sou ateu”. Ele conta seu pretérito religioso no catolicismo. No momento que definiu como “secura da alma”, quando assomou a sensação de que falava sozinho ao orar, não havia interação com Deus, isso foi pavimentando seu afastamento da religião, até sentir-se bem, sem ela.

Defendeu que não se trata de inteligência nem de ética; essas coisas existem entre ateus e religiosos. Mas, de escolha estritamente pessoal, sua.

Bem, que há gente ética e sem, em ambos espectros, religioso e ateu, bem como, inteligentes ou, desprovidas de inteligência, isso é algo pacífico. Embora, a inteligência nem sempre esteja a serviço da verdade. Às vezes pode ser usada para se esquivar da mesma, como tantos fazem.

Cristo não foi rejeitado por incompreensão do significado de Sua Doutrina; antes, por entender e não desejar, O evitaram; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Ante Sua pergunta sobre a origem do Batismo de João, se celeste ou terrena, Seus ouvintes sabiam as implicações de ambas as repostas possíveis; como não queriam lidar com as consequências de nenhuma, fingiram ignorar. “Não sabemos.” Luc 20;7

Um exemplo clássico de inteligência à serviço do erro; a popular desonestidade intelectual.

Acima temos uma denúncia moral contra o ateu; é alguém que “... gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor.” Nesse breve recorte repousam três coisas nocivas à necessária santidade; egoísmo, avareza e rejeição a Deus.

“... Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas as suas cogitações são que não há Deus.” Agora, orgulho e um “cogito” não investigativo, mas calculado para “pavimentar” o caminho da conveniente negação. Não são cogitações abertas em busca da verdade; antes, condicionadas a um fim estabelecido “à priori”, não há Deus. Já “sei” que Deus não existe; apenas preciso ordenar minhas reflexões de modo a “provar” isso.

A diferença entre os veros filósofos e os sofistas era que esses buscavam prevalecer numa disputa a qualquer custo; aqueles buscavam à verdade, mesmo que essa se revelasse contra antigos postulados, que, uma vez demonstrados falsos, deveriam abandonar.

A Palavra defende que mesmo a natureza já é eloquente o bastante; “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças...” Rom 1;20 e 21

De novo, a barreira não é intelectual, mas, volitiva; “... tendo conhecido Deus, não O glorificaram como Deus...” Isso revela uma escolha.

“O testemunho dos céus não é um simples indício, mas uma declaração inconfundível e clara, do tipo permanen­te e inalterável. Apesar disso tudo, que proveito há numa de­claração em alto e bom som dirigida a um surdo, ou a mais evidente demonstração feita para um cego no sentido espiri­tual? O Espírito Santo de Deus precisa iluminar-nos ou nem todos os sóis da Via Láctea poderão fazê-lo... É humilhante pensar que até mesmo as mentes mais devota­das e elevadas, quando querem expressar seus pensamentos mais sublimes sobre Deus, precisam usar de palavras e metáfo­ras extraídas da terra. Somos todos crianças e temos de confes­sar: "Penso como criança, falo como criança." Deus está na vas­tidão acima de nós; sua bandeira estelar mostra que o Rei encon­tra-se em casa e levanta seu escudo para que os ateus vejam como ele menospreza suas acusações. Aquele que após olhar para o firmamento se apresenta como um ateu, está ao mesmo tempo se declarando um idiota e mentiroso.” Spurgeon

Desde o, “sereis como Deus; vós mesmos sabereis o bem e o mal”, que o homem se fez também, mentiroso. Os mais sutis pintam o que entendem e não querem, com “cores” de ignorância; ceticismo conveniente.

Suas concessões éticas e caridosas são limites que traçam, até onde estão dispostos a ir. Como à mulher de Jó, até certo limite; “... Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus, e morre.” Jó 2;9

“A voz de Deus nos diz constantemente: uma falsa ciência faz um homem ateu, mas uma verdadeira ciência leva o homem a Deus.” Voltaire

Coisas de loucos


“Livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” Jó 22;30

Elifaz, um dos “amigos” de Jó, depois de acusá-lo de “nazista, fascista, genocida,” digo, lançar ao vento palavras sem nexo com a realidade. “Não deste ao cansado, água a beber, ao faminto retiveste o pão. Mas para o poderoso era a terra; homem tido em respeito habitava nela. As viúvas despediste vazias, os braços dos órfãos foram quebrados.” vs 7 a 9

Após dessas inverdades contra aquele que Deus Testificara ser justo, reto, temente, que se desviava do mal, exortou-o: “Apega-te, pois, a Ele, e tem paz; assim te sobrevirá o bem. Aceita, peço-te, a Lei da Sua Boca e põe Suas Palavras no teu coração. Se te voltares ao Todo-Poderoso, serás edificado; se afastares a iniquidade da tua tenda.” vs 21 a 23

Palavras verdadeiras se, enviadas ao devido endereço. “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.” Spurgeon

Assim, uma exortação à obediência, contra uma pessoa que já teme a Deus e observa Seus mandamentos. “Sabendo isto, que a Lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, ímpios e pecadores, profanos, irreligiosos, parricidas, matricidas, para os homicidas.” I Tim 1;9

Depois das acusações infundadas e exortação desnecessária, expôs uma conclusão verdadeira; que, ao que Deus aceita, sua intercessão tem eficácia. “livrará até ao que não é inocente; será libertado pela pureza das tuas mãos.”

Não sabia, o loquaz conselheiro, que o culpado a ser remido mediante a intercessão de Jó seria ele mesmo, junto aos seus companheiros; “Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros; ide ao Meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós; Meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele Aceitarei, para que não vos Trate conforme vossa loucura; porque vós não falastes de Mim o que era reto como Meu servo Jó.” Cap 42;8

Normalmente se considera louco, alguém que fale coisas desconexas, mostre lapsos cognitivos e interpretativos da realidade, faça coisas desalinhadas à ética dos “normais”.

No prisma espiritual a regra se mantém; com a ressalva que agora a “realidade” a ser apreciada está nos domínios do espírito, não no enganoso campo dos fenômenos. As coisas como são, não como parecem, vistas por pessoas espirituais; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Luz espiritual parece loucura aos cegos, a cegueira de não ousar adentrar nos domínios do Espírito é a insanidade deles; pois, sabedoria espiritual não tem como antônimo a ignorância. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7

As palavras certas contra o alvo errado, como falou Elifaz, testificam certo conhecimento acerca dos Valores Divinos, e total ignorância, quanto à aplicação.

A “loucura” de se entregar irrestrito ao Senhor, faculta que nossos olhos sejam abertos por Ele, para nos livrar da demência de sermos sábios aos próprios olhos. “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;5 a 8

Nisso repousa a sutil ironia de Paulo: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;21 e 25

A aceitação da intercessão de um justo, em favor de outrem que não é inocente é a base da nossa salvação. Nenhum de nós é justo; mas, todos os que se submeterem a Cristo, O Salvador, serão aceitos, por causa da Inocência Dele a rogar em nosso favor. “a todos quantos O receberam, Deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Jó não era inocente ao ponto de entrar no Céu por méritos; mas, vivia em seu contexto, de um modo aceitável ante O Eterno. Quando o permitido infortúnio o visitou, até os bem piores sentiram-se melhores que ele. A leitura que o sofrimento seja necessariamente, consequência de pecados, deve ser feita no inferno.

Aqui se premia ao vício e se desonra à virtude, de modo geral. O exercício duro de um soldado não deriva de suas culpas; antes, do seu alvo.