quarta-feira, 28 de abril de 2021

Vivo; ser ou estar?

“Porque esta palavra não vos é vã, antes é vossa vida ...” Dt 32;47

Tudo submete-se ao peso do valor da vida. Compromissos “inadiáveis” se fazem irrelevantes quando a morte campeia. O fluxo natural do trânsito se altera, se, uma sirene qualquer adverte de que uma vida está ameaçada; eventos são transferidos, competições suspensas até, quando a morte resolve fazer das suas. Bandeiras descem nos mastros, projetos vagam inconclusos, sonhos adormecem.

Porfiando contra a fidelidade de Jó até o inimigo, que veio para “roubar, matar e destruir”, defendeu que o homem dá tudo pela vida; “... Pele por pele, tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.” Jó 2;4

Numa tempestade no mar Mediterrâneo, o navio no qual Paulo viajava se viu ameaçado pelo naufrágio; a tripulação abriu mão do sentido maior da viagem, (a carga transportada) pela vida; “Refeitos com a comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar.” Atos 27;38

Tanto o valor da vida sobrepõe a tudo mais, que se tornou proverbial: “Vão-se os anéis, ficam os dedos.” Ou seja: Que as coisas se percam, menos a vida.

Dada essa constatação, e, estando nossas vidas atreladas à Palavra de Deus, por quê parecemos valorizá-la tão pouco, quase nada?

Porque, a rigor, a maioria confunde existência com vida. Da vida/existência Tiago falou: “... que é vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14

Num sentido amplo, tudo o que respira está vivo. A definição de ser vivo, aprendemos desde a terceira série primária é tudo aquilo nasce, cresce, vive, reproduz e morre.

O fato da definição terminar com morte deixa patente que a tal “vida” está em rota de colisão com o fim.

A vida espiritual, existência regenerada, reconciliada com Deus mediante Jesus Cristo é facultada no “Novo Nascimento;” como O Salvador chamou o processo de arrependimento, confissão e submissão a Ele, para mudança de mente e atitudes, segundo Deus.

Essa, diferente do epílogo da existência galga os portais da eternidade. A “morte” é apenas a saída do “casulo” nas robustas asas da salvação.

Se, como vimos, nossa vida está na Palavra de Deus, foi ela, não a medicina que O Senhor usou para regenerar mortos; “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Notemos que essa, diferente da existência não colide com um “morre” no final; antes, migra da morte para a vida. E invés de um fim encontra a eternidade.

Se a natureza carnal em seus ciclos faculta um estar vivo, apenas o Sangue Remidor de Cristo pode gerar o “Ser” vivo.

Quando Pedro o “Primeiro Papa” disse a Jesus: “... só Tu Tens as Palavras de vida eterna;” Jo 6;68 Foi meio “radical”. Se, não então, ao menos, para os padrões atuais.

Pois, o Papa Francisco não parece vislumbrar a vida na Palavra de Deus, apenas; mas, na mera religiosidade humana, por mais que destoe da “Palavra da Vida” ou se lhe oponha até, como fazem os islâmicos.

Invés da irmandade em Cristo, que disse: “... Ninguém vem ao Pai senão por mim.” Jo 14;6 resolveu usar a irmandade de sangue, em Abraão, para fingir que são iguais os que são diferentes.

Mesmo aos que de Abraão descenderam por Isaque, o filho da promessa, mesmo a esses foi posto o novo nascimento como indispensável; a pretensão de eleição como frívola; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Luc 3;8

Não importa quão “inclusiva” a proposta ecumênica pareça; quão politicamente correta, “humanizada” a rebelião soe; quão apaziguador, multicolorido, o balaio de gatos; quantos tratados favoráveis “teólogos” renomados produzam; o resumo é simples: ou a doutrina deriva Palavra de Deus, ou não tem vida.

Tampouco, sabedoria; “... Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; eis que rejeitaram a Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9

Nesses dias de trevas, A Palavra do Senhor não é apenas rejeitada; é combatida.

Então, como vimos nos exemplos naturais, onde, coisas se perdem pela preservação da existência apenas, o que poderíamos perder para ter a vida?

O que O Salvador propõe é que percamos àquela que morre, para que ganhemos a outra que permanece para sempre. “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Mat 16;25

“Abre Tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da Tua Lei.” Sal 119;18

domingo, 25 de abril de 2021

A Vida Escondida


“Respondeu Jesus: Meu Reino não é deste mundo; se fosse pelejariam Meus servos, para que Eu não fosse entregue aos judeus; mas agora Meu Reino não é daqui.” Jo 18;36

Pilatos perguntara se Jesus era Rei dos judeus; Ele, ao dizer, “Meu Reino” assumiu a condição de Rei, contudo, disse que, então, Seu Reino não era daqui.

Aos discípulos dissera que o Reino estava entre eles já; que não tinha aparência exterior. À Nicodemos ampliou: “O vento assopra onde quer, ouves sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” Jo 3;8

Assim, O Reino de Cristo não é de aparência, mas do Espírito. Atuando para cumprir à Vontade do Pai, que era a vitória contra Satanás, o mundo e a carne, para redimir aos que lhe recebessem, não era oportuno pelejarem Seus Servos para Sua defesa, naquele momento.

Seu domínio não é deste mundo na origem, pois é celestial; mas está no mundo e nele atua, arregimentando aos que desejarem salvação, para que, tomando Seu Jugo encontrem descanso Nele.

Os que creem na “loucura da pregação” muitas vezes parecem escolher o sofrimento ao conforto; não se trata de nenhum viés masoquista; isso é parte do pacote o “vitupério de Cristo” aos embaixadores do Reino Celestial desafiados à santificação, em meio a um mundo que serve a outro “Senhor” que se opõe ao Salvador.

No mundo as pessoas são encorajadas a fugir das dores, privações, intempéries; em Cristo o centro da luta é contra o pecado; “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Natural a estranheza de Pilatos, ante um Rei que não pelejava por se livrar da dor, antes aceitava resignado uma sorte que ele mesmo sabia ser injusta; pois, testificara: “Nenhuma culpa acho neste homem.”

Sabedores disso tudo é de se esperar que os súditos atuem de modo consoante, como ensinou Paulo: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

Ou, “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33 O texto não veta a busca das coisas necessárias à vida terrena; só estabelece prioridades. “Buscai primeiro ...”

Deprimente certos “testemunhos” do antes e depois do “ingresso no Reino” de uns e outros que, antes eram pobres, desempregados, mal assalariados; agora são patrões estão “vendendo $aúde”.

A mudança que se dá nos que aprendem que se deve servir a Deus “em Espírito e verdade” é no caráter não nas circunstâncias; “... deixai a mentira, falai a verdade cada um com seu próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe ...” Ef 4;25 a 28

Algumas nuances dos que foram tirados do lodo e firmados na Rocha; estavam, como o pródigo, em lugares sujos e foram levados a uma festa na casa do Pai; a mudança na vida dos que creem e obedecem é tão intensa que o Salvador usou uma figura poderosa para expor; “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia pra colocar debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa.” Mt 5;14 e 15

Quando Paulo disse: “Posso todas as coisas Naquele que me fortalece”, não estava patenteando possuir poder para ter o que quisesse; antes, ter recebido graça para se manter na fé passando por onde O Rei quisesse. “... aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto ter fome; tanto a ter abundância, quanto padecer necessidade.” Fp 4;11 e 12

Referente aos seus cuidados com a vida terrena poderia dizer que eles também não eram desse mundo; “a nossa cidade está nos Céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” Fp 3;20

Em suma, a vida eterna não se refere a uma duração apenas; nem se dá depois que morremos; trata-se de um novo modo de viver e começa aqui já; desde que nascemos de novo. A nós é válido também o conselho dado a Timóteo: “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para qual também foste chamado ...” I Tim 6;12

sábado, 24 de abril de 2021

O Sentido da vida


“Deus olhou desde os Céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus.” Sal 53;2

Se, o esperado entendimento resultaria em buscar O Santo, natural que seja isso que os moradores da Terra deveriam entender como alvo da sua existência.

Muitos versam sobre o sentido da vida; a conclusão que a maioria chega é que seja o ser feliz, “vencer”; embora, não se possa definir com clareza o teor de um viver que traria o usufruto desses bens. Posses? Conforto? Fama? Vulgarmente se diz que “dinheiro não traz felicidade”.

Contudo, pela fome insaciável dos ricos e famosos que se corrompem para ter ainda mais, se, ele não traz manda buscar, como diria um gaiato.

Quantos faltam com a palavra, traem compromissos em troca de um pouco mais de dinheiro, que, adiante se revelará nocivo.

Tanto se fala na inversão de valores; ouso dizer que e é nesse campo onde há a presença das moedas que a coisa avessa mais acontece.

A riqueza tem um limite para se haurir; não vai além da satisfação das comodidades possíveis a cada um na satisfação dos seus anseios. Quando excede a isso deixa de ser um bem; se faz um peso, uma carga. “Onde os bens se multiplicam, ali se multiplicam também os que deles comem; que mais proveito, pois, têm seus donos que os ver com seus olhos? Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir.” Ecl 5;11 e 12

O dono de uma empresa próspera que empregue quinhentos funcionários em termos de usufruto é tão ou mais rico que outro que possua uma vasta rede delas, do ponto-de-vista da arte de bem viver.

Malgrado “la plata” compre tudo o que está à venda, e quase tudo está, as coisas deveras valiosas não têm preço, como disse o poeta Drummond: “Engana-se quem pensa que os cofres dos bancos contêm riquezas; lá só tem dinheiro”.

Em se tratando de vida, pois, a inutilidade do “vil metal” fica patente; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele” Sal 49;6 e 7

O entendimento que levaria a buscar a Deus como o sentido da vida, ele escapa aos que se perdem nas amplidões loucas em busca de fama, sucesso, riqueza... “De um só sangue fez a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor ...” Atos 17;26 e 27

Dadas essas limitações de tempo e espaço para a busca, e mesmo a Divina paciência um dia acabando, a reconciliação tem certa urgência, se, a preservação da vida, deveras, interessa; “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6

Contudo, mesmo ficando assente que essa reconciliação seja o sentido da vida; pois, então, como o Pai do pródigo disse ao outro filho, tudo o que tenho é teu, assim diria Deus aos Seus, mesmo estando de acordo sobre isso, digo, a coisa não é tão pacífica assim.

A maioria busca coisas egoístas usando Deus como pretexto. A devida prioridade pelo Reino e Sua Justiça é invertida; as “demais coisas” viram o centro, sempre “em Nome de Jesus.” Aí, invés de restabelecer um relacionamento como O Eterno Deseja, o que se tenta é mascarar com panos de religiosidade ao isolamento que teima em evitar a cruz.

Buscar coisas em Seu Nome é diferente de buscar a Ele. O Senhor reserva galardão aos que O buscam; como “efeito colateral” de uma relação restabelecida, pois, essa sim, Ele deseja; “... é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Malogrado foi o Anseio Divino por gente de entendimento, então; “Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem; sequer um.” Sal 53;3

Quando de uma ruptura, normalmente a parte que ofendeu volta a outra para reconciliação; contudo, mesmo tendo sido o homem que magoou ao Criador na queda, Foi Ele, o ofendido que em Seu amor nos buscou em Cristo. “Eu vim para que tenham vida...” Jo 10;10

As demais coisas são periféricas; empalidecem ante a grandeza do dom da vida eterna.

Por isso, essencialmente a mensagem evangélica é de reconciliação, para vida, não de adereços aos mortos. “... somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

A sofisticação e a vida


“Nós não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;39

Os que creem e os que se retiram; implica que, crer vai mui além de uma disposição mental favorável à doutrina; molda a maneira de agir, na qual, o crente permanece. Se não fosse assim a fé seria só abstração; ginástica mental.

Permanecer na fé nada tem a ver com determinado local de culto, denominação; antes, com a vida na doutrina, mesmo sendo alvo de ataques contínuos, seja dos que a resistem pela aversão, ou que profanam pela imitação.

Lidamos mal com o desafio à permanência no sóbrio, quando tantas “novidades” saltitam propondo embriaguez.

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;3 a 5
“... faze a obra de um evangelista ...” ou, pregue o Evangelho.

Entretanto, fazer isso simplesmente, proclamar que na Cruz O Senhor venceu à morte, e faz partícipes da Sua Vitória aos que tomam Seu jugo, não traz “curtidas” nem visualizações, esse ouro de tolos tão desejado atualmente.

As pessoas gostam de sofisticação, arroubos de valentias nem que sejam falsos; valentões que “desfazem as obras do diabo”, revelam macumbas e feitiços, mesmo que para isso tomem o tempo e espaço devidos para o anúncio da Vitória de Cristo.

Eis uma maneira de não permanecer na fé, continuando na igreja! Digo, seguir congregando e acreditando no engano, por preferir o sofisticado e falso, ao mero e verdadeiro; coisa contra a qual Paulo advertiu; “Temo que, como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Quando Judas disse que via necessária a exortação à “Batalhar pela fé” não tinha em mente a preservação do direito de crer; mas, da qualidade impoluta da mensagem na qual se deveria crer. “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd v4

Se, “Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás... herança dos servos do Senhor ...” Is 54;17 e, “Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Ele te cobrirá...” Sal 91;3 e 4 etc. onde resta necessidade para atuarmos revelando e “desfazendo” obras das trevas?

“Não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas; antes, condenai-as.” Ef 5;11

Essa gente que “adivinha” CPFs e “revela” os feitos do inimigo, na melhor das hipóteses são fraudes a tomar o espaço do Evangelho; e na pior, servos do inimigo transfigurados em ministros de justiça. Em nenhuma delas servem para nada. Atrapalham à Obra de Deus.

Os que se retiram para a perdição não saem da igreja, necessariamente; saem da Rocha, Cristo, movidos por mortais ensinos de origem maligna.

Então invés de “revelar” mutretas do diabo é preciso mestres que edifiquem revelando Cristo, “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo Naquele que é a Cabeça, Cristo ...” Ef 4;14 e 15

Cheias estão as redes sociais de “profetas” que revelam tudo em troca de partilhas e “coraçõezinhos”; pior, uma grande leva de incautos a lhes dar audiência. Escreva-se um texto sisudo e veraz; a maioria não lê. Não há interesse nessas coisas sem apelos imediatistas e sensoriais.

Quando diz que “O justo viverá da fé”, fala de um que viu mais longe pela graça recebida; não tem mais paladar para as falsificações grotescas do traíra.

Certa vez a Fonte de Belém estava em mãos inimigas e Davi desejou sua água. Alguns valentes romperam as linhas inimigas e trouxeram-na ao rei. Ele não quis beber; “Disse: Guarda-me, ó Senhor, de que tal faça; beberia eu o sangue dos homens que foram com risco da sua vida?” II Sm 23;17

O Filho de Davi, Jesus Cristo, a nova “Fonte de Belém” que verte Água da Vida também facultou-a ao custo do Seu Sangue.

Agora não há espaço para escrúpulos, tipo, não beberei dado o custo. Ele foi categórico: “... se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes Seu Sangue, não tereis vida ...” Jo 6;53

domingo, 18 de abril de 2021

Riquezas que estão no mapa


“Porque desde a antiguidade não se ouviu, com ouvidos se percebeu, nem se viu, um Deus além de ti, que trabalha para aquele que Nele espera.” Is 64;4

Maravilhosa inversão de funções! Tratando das concepções humanas de senhorio e serviço, os serviçais servem, os senhores são servidos.
Entretanto, O Senhor dos Senhores “trabalha para aquele que Nele espera”. Por quê isso?

Inicialmente, porque, embora verbalmente sejam usuais as expressões Senhor e servo, amiúde, a relação que tenciona conosco, os renascidos em Cristo, é mais estreita.

Senhorio tem a ver com Sua Soberania Universal, Seu Direito inegável de reger tudo e todos, pois, É O Altíssimo, O Criador.

Porém, quando os discípulos pediram a Jesus, “Ensina-nos a orar” após desencorajar as teatrais hipocrisias comuns então, prescreveu: “Vós orareis assim: Pai Nosso...”

Sendo esse o escopo, de Pai e filhos, natural que as nuances da relação alcancem profundezas não atingidas num reles trato de patrão e empregados.

Aí, dada uma ordem, basta que a mesma seja cumprida; a vida particular do servo, como vive em família, em sociedade nem são assim relevantes, desde que, durante seu horário de labor ele cumpra as esperadas funções.

A vida em família é mais ampla que trabalho, se dá em tempo integral; envolve um aspecto afetivo, mais que funcional, estritamente. Assim como foi preceituado aos pais naturais, “Instrui a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer, não se desviará dele.” Prov 22;6

Igualmente, faz O Senhor com as crianças espirituais, aos novos convertidos; aconselha: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Quando diz que Ele trabalha pelo que Nele espera, esse “esperar” não é inerte como assentar-se em determinado ponto aguardando um ônibus. O estar Nele nos coloca em luta permanente, num mundo que tudo faz em termos de hostilidades, para que não estejamos.

Equivale a combater contra o pecado, arma dileta do mundo, do inimigo, e da própria natureza perversa; essa tríade demanda uma consagração constante e não permite inércia.

O sistema encoraja a se fazer o que a massa faz; O Pai nos chama a sermos imitadores de Cristo, uma distância tão radical que muda por completo a quem lhe dá ouvidos. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo. Isto provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;” II Cor 5;17 e 18

Isaías desafiara a cambiar pensamentos rasteiros pelo mais excelentes os celestiais; Paulo a não andar conforme o mundo para, enfim, experimentar à Vontade de Deus.

Por essas e outras, a conversa ensinada com O Pai traz: “... o pão nosso de cada dia nos dá hoje...” duas diferenças em relação ao mundo nesse fragmento: Aquele ensina a buscar fama, sucesso, não apenas o sustento diário; lá cada um por si, meu nome, meu talento, meu sucesso... meu pão.

Diz mais: “Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores ...” Mais duas diferenças: “Isonomia; pedido para ser tratado como trata; o mundo vive o “Faça o que digo, não o que faço.” Ensina a pagar na mesma moeda invés de perdoar. Quantas vezes deparei com frases “cristãs” tipo: “Que Deus te dê em dobro tudo o que me desejares”

Isso é uma coisa maldita, uma ameaça, um pedido de vingança. Lá na caneca do “leite racional” diz: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, não amaldiçoeis.
Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;14, 20 e 21

Por fim, quando dizemos, “... não nos deixes cair em tentações, mas livra-nos do mal.” Implica pedir que Ele nos ensine; como saberemos de qual mal devemos ser livres, se sequer temos ideia do que é mal perante Ele?

Afinal, peregrinamos num mundo ímpio, onde, “... ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce e do doce amargo!” Is 5;20

Então, isso explica Seu Trabalho por nós; pois, “... não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos.” II Cor 12;14

Tesouros do Seu Amor estão todos encontráveis no “Mapa” da Sua Palavra. Pérfidas escolhas fazem vão Seu trabalho.

Por isso declara felizes aos que rejeitam más companhias e ambientes, para buscar riquezas eternas; esses, “... têm o seu prazer na lei do Senhor; na Sua Lei meditam de dia e de noite.” Sal 1;2

sábado, 17 de abril de 2021

O Teatro da Impiedade


“Os ímpios andam por toda parte, quando os mais vis dos filhos dos homens são exaltados.” Sal 12;8

Uma contradição moral gritante; o vil exaltado. Como disse Spurgeon, “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar”, assim, a exaltação a coroar a vileza; deixa de ser uma deferência para travestir-se de injustiça.

Isaías anteviu: “... enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4 Altura aqui não alude à estatura física, mas figura a posição de autoridade; essa, que deveria casar-se com o poder, mas vive abjeto concubinato com a fraqueza.

Por isso O Salvador não encorajou a adesão a tais “grandezas” míopes dos que foram cegados pelo pai da mentira. “... Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Acontece que houve uma inversão diametral, quando o primeiro casal aceitou a ruptura com O Criador, com o fim de serem “como Deus”. No que isso era possível eles já o eram, pois, foram criados “à Imagem e Semelhança”.

Um espelho não é criado para refletir a si mesmo; antes, às coisas que estão diante dele. Assim o homem, fora posto diante de Deus, para refleti-lo em Seus Atributos Santos.

Ao aceitarem à sugestão enganosa de que poderiam se auto refletirem, os espelhos passaram a mostrar seu novo “Senhor”, Satanás. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Rom 6;16

O Senhor denunciara: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai ...” Jo 8;44

Na queda o homem esvaziou-se de Deus e encheu-se de si; esse si passou a ter novo mestre, oposto ao Criador. Natural que a exaltação nos domínios dele seja avessa ao Santo, e que a regeneração demande uma guinada de 180 graus rumo ao esvaziamento dessa plenitude suja e morta. “... Negue a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me”. Luc 9;23

Paulo detalhou mais: “Nada façais por contenda ou vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus ...” Fp 2;3 a 5

Assim, se, do ponto-de-vista espiritual nosso regresso ao Senhor assemelha-se ao do pródigo que deixou a sujeira entre porcos para uma festa na casa do Pai, no aspecto aparente diante do mundo, não raro, equivale a abdicar dos lugares altos pelo “Vitupério de Cristo.”

No sistema onde o príncipe usurpador ainda rege, pela permissão do Rei dos Reis, natural que as inversões brilhem em neon. 

Temos Gilmar Mendes a julgar Sérgio Moro; Lula a fazer diatribes contra Bolsonaro; como alfarroba na torta, Renan Calheiros também julgará o Presidente. Homem que, malgrado seus defeitos, tem integridade, caráter, ficha limpa e coloca “Deus acima de todos”, como convém.

Essa exaltação da impiedade onde os mais vis se sentem com a corda toda acabará; O Eterno prorroga o teatro da iniquidade até ao limite, para que nele, cada um mostre a que veio.

Se tivesse feito triunfar imediato seu escolhido, traidores como Alexandre Frota, Joice Hasselman, Kim Kataguiri, Bebbiano, Mandetta, Kajuru, et caterva, seriam aves felizes abrigadas à sombra duma árvore da qual não fazem parte.

Antes de suturar à incisão O Médico dos Médicos faz assepsia.

Nosso país agoniza com sobejas razões. A maioria ampla escolhe a maldade, mentira, corrupção, prostituição; as escolhas políticas refletem essas opções. Aos homens de bem resta a amara sina de serem governados pelas decisões majoritárias dos maus.

Todavia, até mesmo como um cuidado didático com os Seus, O Eterno não permite a duração “ad infinitum” do domínio da maldade; “Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

Os que confundem Divina permissão com anuência descobrirão amargamente a própria nudez; A Sabedoria não se apressa a julgar. “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos: ouvi pois isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que Eu vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre.” Sal 50;21 e 22

As loucuras togadas que atuam a incendiar o país são o início do juízo; “Quando ‘os deuses’ querem julgar a alguém, começam tirando seu juízo.” Cícero

O Eterno “Espera para ter misericórdia de nós...” mesmo Suas esperas são parte do Seu Cuidado.

Presto todos verão o que significa Deus acima de todos.

Deus; como buscar? Onde?


“Se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo.” Jó 2;8

Jó desejando uma audiência com seu “Juiz”. Ir adiante nem volver para trás ajudavam-no, segundo seu dito.

Encontrar O Eterno aqui ou acolá é mera linguagem poética, ou antropomórfica (da forma humana de falar); pois, Deus É Espírito e não pode ser visto assim.

Uma coisa é encontrar evidências, testemunhos da existência Dele; Sua Obra se encarrega de gritar; “Os céus declaram a Glória de Deus, o firmamento anuncia a Obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra.” Sl 19 1 e 2 “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu eterno poder, quanto Sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rm 1;20

Outra, seria um encontro pessoal, íntimo, para solver aflições particulares, como no caso do infeliz patriarca.

Certa vez li algo assim: “Na direção em que o Dedo de Deus aponta, Sua Mão abre a porta.” Querendo sinalizar que a direção Dele para nossas vidas, conta também com Seu auxílio, caso a obedeçamos.

Como a Ezequiel que Deus ordenou e Seu Espírito ajudou-o a cumprir. “Disse-me: Filho do homem, põe-te em pé e falarei contigo. Então entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo, me pôs em pé e ouvi o que me falava.” Ez 2;1 e 2

Nesse caso o profeta encontrou Deus atuando dentro de si, quando se dispôs à obediência.

O fato que determinada porta está aberta, contudo, não significa, necessariamente, que essa nos seja a direção Divina. O caminho da perdição é figurado como amplo, espaçoso em oposição ao estreito da salvação.

Mas, se algo se abre diante de nós, e dentro, o Espírito nos “ajuda a cumprir”; digo, a consciência silencia sem nenhuma advertência, então sim, podemos confiar que o apontamento, que a porta aberta merece ser usada.

Davi o homem não pretendia encontrar O Santo, adiantando-se ou retrocedendo, como se isso tratasse de algum endereço; queria encontrá-lo em valores, aos quais convinha imitar. “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

Embora, o ensino que Deus É Espírito seja do Novo Testamento, no antigo já estava que não eram determinados pontos de culto o Seu lugar; mas, na obediência que trazia vida; “... não busqueis a Betel, não venhais a Gilgal, nem passeis a Berseba... Buscai ao Senhor, e vivei...” Am 5;5 e 6

“Buscar a Deus” é mais uma linguagem antropomórfica para identificar ao que se esforça por obedecer, aprender Dele.

Nesse sentido Isaías aconselha: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6 Se, Ele está perto, a “busca” não precisa ser uma excursão; geralmente se trata duma incursão, uma introspecção meditando em Sua Palavra e pesando os próprios caminhos.

Não se entenda com isso, que Deus reside em cada um, a despeito de como viva; ama a cada um e deseja entrar nesse “templo”; “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha Voz e abrir a porta Entrarei em sua casa...” Apoc 3;20

Como todo o amor, O Divino deseja ser correspondido; para isso a demanda é mais que por palavras afetivas; adesivos virtuais ou físicos; “Se me amais, guardai os Meus mandamentos.” Jo 14;15

Feito isso, nem precisaremos buscar a Deus; antes, seremos buscados por Ele. Primeiro para coabitação; “... Se alguém me ama, guardará Minha Palavra; Meu Pai o amará; Viremos para ele e Faremos nele morada.” Jo 14;23

Depois, para nos fortalecer; “Porque quanto ao Senhor, Seus Olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele;” II Cron 16;9

Finalmente, para nos separar para si; “Meus Olhos buscarão os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sl 101;6

Normalmente agimos como Filipe que pediu: “Mostra-nos O Pai e nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe?” Jo 14;8 e 9

Jesus É mais que A Palavra encarnada, É “... O Resplendor da Sua Glória, a Expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1;3

Não precisamos nos adiantar nem retroceder, no sentido espacial. Está mui perto. Paulo cogitou que mesmo os cegos espirituais poderiam “tocar”. Disse que nossos limites nos foram dados, “Para que buscássemos ao Senhor, se porventura, tateando, o pudéssemos achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;27

O que impedia é uma barreira que Jesus derrubou; “...vossas iniquidades fazem separação...” Is 59;2

Quem quer vida, pois, beba da Fonte de Belém.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

O Príncipe Rejeitado


“Era desprezado, o mais rejeitado entre os homens...” Is 53;3 “É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas e seja rejeitado...” Luc 19;22

Um texto de sete séculos antes; outro, dos dias de Cristo versando a mesma coisa: A rejeição do Senhor.

Alguns rejeitam a Cristo, pensando que estão seguindo-o.

Não se trata de ser simpático à Sua Pessoa, fazer essa ou aquela mandinga “em Seu Nome”, usar as “profecias” fáceis e generosas do mundo virtual, coisas que a maioria dos “cristãos” faz sem problema nenhum.

Sendo Jesus, O Verbo Divino, A Palavra encarnada, sempre que rejeitamos à Palavra, rejeitamos Ele. Isso vem sendo feito desde antes do Seu advento. “Dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos.” Is 30;10 ou, “Escrevi-lhe as grandezas da Minha Lei, porém essas são estimadas como coisa estranha.” Os 8;12

Portanto, a rejeição ao Senhor vem de larga data já. Agora só foi “aperfeiçoada”.

Às vezes deparo, para minha vergonha alheia com “Cristãos” que consultam certo joguinho aleatório de computador feito por ímpios, cuja proposta é descortinar o que Deus tem para me dizer; surgem mensagens tipo: “Fulano, sei tuas lutas e teus sofrimentos; continues se esforçando e confiando e em si, Eu estou contigo.” Os incautos ainda partilham.

Quem escreve pilantragens dessas, sequer tem a menor ideia do que a Bíblia diz; senão, suas falcatruas seriam mais verossímeis.

O Eterno fala bem na contramão do “Deus” virtual; “Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5 Logo o “confie em si” e o maldito o que age assim invés de confiar no Senhor não são da mesma fonte.

Entretanto, ler a Bíblia e nela meditar é bem mais trabalhoso que essas brincadeiras, pois, traz responsabilidades paralelas às promessas. A maioria dos pacientes desse raquitismo espiritual consegue a proeza de rejeitar a Jesus, “em nome de Jesus”. Além de insano é profano.

Rejeitar alguma coisa ou alguém não é necessariamente, erro. Depende do quê, ou quem rejeitamos, e porquê.

Pois, por atos profanos, O Próprio Deus rejeita, como fez com Esaú que achou a bênção da primogenitura menor que um prato de lentilhas. “... querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou.” Heb 12;17

Quando descreve a rejeição do Messias, Isaías não aponta nenhum lapso Nele que O fizesse desprezível, pelo qual merecesse ser rejeitado. Antes, a falta estava nos olhos dos que o viram; “... olhando nós para Ele, nenhuma beleza vimos, para que O desejássemos.” Is 53;2

Por quê isso se deu? Porque, não a forma estética, para Deus a santidade é que tem beleza; aos coevos de Cristo a aceitação incondicional das suas vidas e todas a diatribes apenas contra os romanos, prostitutas e publicanos, seria aceitável; O Salvador veio sendo o que É; A Luz; não as vistas grossas como eles queriam. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Deus pode rejeitar alguém por agir de modo profano; os ímpios rejeitam-no por ser Santo.

Não apenas Ele, mas pregadores idôneos em ambientes onde a rejeição à Palavra já se intrometeu sofrem rejeições também.

A fé vem pelo ouvir, e ouvir A Palavra de Deus, a apostasia deriva de inserções indevidas à Palavra, ou “interpretações” perversas; o fim, mensagens que visam agradar mais aos homens que a Deus. Natural a pergunta do Salvador: “Quando vier o Filho do Homem, porventura achará fé na Terra?”

Se, a fé nasce após a “Loucura da pregação” e os pregadores modernos preferem a aplauso à verdade para não serem loucos, acabamos repetindo um erro histórico denunciado no dias de Jeremias já; “Porque o Meu povo fez duas maldades: a mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

Sempre que quero saber o que Deus tenciona me dizer leio Sua Palavra. Lá as promessas são condicionais; há muitas advertências também.

O pior tipo de engano é aquele que desejamos, pois o estado de polícia da consciência adormece com nosso próprio canto de ninar. Sempre oportuno o despertador paulino: “... Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá!”

domingo, 11 de abril de 2021

O Céu na Torre


“... Este homem começou a edificar e não pôde acabar.” Luc 14;30

De um que começaria a caminhar com Cristo sem calcular bem os custos; qual e quanto, “material de construção” seria a demanda.

O Próprio Salvador ensinou o que é necessário; “... qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” v 33

Renunciar gostos é um teste muito difícil para nossas almas. Acontece que, depois que o ser humano deu ouvidos ao inimigo, em grande parte passou a gostar das mesmas coisas que ele; a correção do “paladar adquirido” para, em troca ser plasmada nova mentalidade, segundo Cristo, não é uma atitude tipo desmancha-prazeres; antes, uma necessidade medicinal.

Os anseios mal orientados da natureza caída, embora não pareçam, são extensões dos desejos do canhoto; “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai...” Jo 8;44

A reinserção na filiação Divina, ou “adoção de filhos”, demanda um poder que excede às forças e inclinações do homem natural que sempre se movem ao revés; “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito vida e paz.” Rom 8;6

A guinada da amplitude suicida e irresponsável, rumo à vereda da vida requer um poder facultado apenas por Cristo mediante o novo nascimento. “A todos quantos O receberam, Deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

A facilidade enganosa de quem é “livre da justiça” ao produto dos frutos resulta em vergonha e perdição. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rm 6;20 e 21

Diferente duma construção ordinária que cresce ao acúmulo de materiais ordenadamente dispostos, essa evolui paralela ao nosso conhecimento de Cristo; excede o mero exercício teórico requer a prática. O que Ele mesmo chamou de, “Permanecer na Sua Palavra” para ser Seus discípulos, conhecedores da verdade e finamente, livres.

Infelizmente, grande parte dos que se movem à mensagem Dele são como as sementes caídas sobre pedras; aquelas que presto nascem, e, por falta de raízes, profundidade, secam ao calor do sol.

Nossas simpatias pontuais por determinados ensinos, a agradável companhia dos frequentadores de igrejas, ainda, os ostensivos rótulos ministeriais que nos podem colar, não têm a profundidade de uma renúncia veraz; são nuances de fés condicionais prontas aos mais efusivos “Louvores a Deus” enquanto tudo for bem, como a mulher de Jó. Perdidas essas coisas resta a apostasia; “Amaldiçoa Deus e morre!”

Camões já dizia: “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova”

“Ausentar-se” de nós em nossas aflições é parte da obra Divina, para nossa edificação; O Mestre da Obra é Ele, senão, a coisa resultará inútil. “Se O Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se O Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” Sal 127;1

Diferente de um pai sentimentalóide que dá tudo o que o filho pede, O “Pai dos Espíritos” é Sábio; não alimenta tão nocivos enganos. Não nos tira das dificuldades simplesmente; forja nossa têmpera passando conosco por elas. “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás...” Is 43;2

A “Torre da Salvação” invés de um acréscimo de materiais demanda o descarte do modo de vida vulgar, para, em troca, assimilarmos nova mentalidade e consequente atuação, agora refletindo à Divina Vontade; “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Se, como vimos, a vida inconsequente “livre da justiça” é um derivado da vontade do Pai da mentira, o aprendizado e prática da Vontade Divina é a edificação tencionada para forjar imitadores de Cristo.

“Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

O mundo canta louvores à “qualidade de vida” associada ao conforto, bem estar; porém, a que Deus tenciona para nós tem a ver com santificação; “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Heb 14;12

Então antes do adjetivo busca o substantivo; vida. O Eterno não maquia defuntos; regenera, faz vivos.

sábado, 10 de abril de 2021

As Coisas de Deus


“... Dai, pois, a César o que é de César; a Deus o que é de Deus.” Mat 22;21

Sempre lemos isso como sendo mero cutelo que separa igreja e estado. Ora, sendo a fé uma prerrogativa de foro íntimo, o Estado o resultado de uma instituição coletiva, pactuada num código chamado Constituição, natural que fossem tidas como esferas distintas, mesmo que O Texto Sagrado não expressasse.

Nenhuma pessoa minimamente sadia há de pretender que suas propensões particulares se façam regra sobre o todo. Assim agem tiranos, ditadores.

Se, sob as leis democraticamente pactuadas as pessoas se submetem até mesmo aos impostos, nas coisas pessoais, normalmente os homens reservam espaço para escolhas. Daí, um fragmento da Constituição reza pela liberdade de crença. Nos países onde as constituições ainda valem, claro!

Nenhuma dificuldade para entender que leis humanas que visam ordenar a vida nas sociedades civis são “coisas de César”.

Entretanto, poucos entendem, a maioria sequer se ocupa das coisas de Deus.

Não existem “impostos” espirituais aos quais devamos pagar. Os “Cidadãos dos Céus” escolhem voluntariamente tal cidadania; assim fazendo, de certo modo se auto impõem uma conduta segundo as Leis do Reino. Sendo esse, superior às coisas efêmeras da Terra, quando houver um conflito, facilmente sabemos qual deve ser nossa opção. “... Julgai vós se é justo diante de Deus, ouvir-vos, antes que a Deus;” Atos 4;19

O nosso arbítrio é necessário aos Divinos Olhos, para que as escolhas sejam consequentes. Não fosse assim seríamos meros fantoches. Então, Deus mostrou-se na “Beleza da Sua Santidade” e convidou a quem quisesse, para Seu Reino. “Se parece bem aos vossos olhos, dai-me Meu salário; se não, deixai-o ...”

Diferente das coisas impostas, nas Divinas somos desafiados a dar, se bem nos parecer. Na vinda de Cristo já foi assim, e não pareceu bem: “... pesaram o Meu salário, trinta moedas de prata.” Zc 11;12

O Mesmo Salvador sabia já da rejeição e do motivo; denunciou: “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19 Logo, “Ele não! Soltem Barrabás!”

Os bens Divinos, antes que, materiais constituem-se de valores que, abraçados, refletem-se em todos os aspectos das nossas vidas; “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; que é o que O Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, ames a benignidade e andes humildemente com teu Deus?” Miq 6;8

Acontece que aquilo que é bom perante Ele, nem sempre parece bem aos nossos olhos. Dada a rebeldia da natureza ímpia, geralmente se dá o contrário. “... ao mal chamam bem, ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; e fazem do amargo doce e do doce amargo!” Is 5;20

Então, para o necessário milagre de vermos as coisas da perspectiva de Deus precisamos ousar um passo rumo à lupa da fé, na qual, veremos a nós mesmos como O Eterno nos vê; pecadores perdidos, carentes de redenção.

Isso estimulará, ajudados pelo Espírito Santo, um segundo passo rumo ao Redentor Bendito; Ele, após passar terra (natureza humana caída) misturada com saliva (Sua Palavra reveladora) nos nossos olhos cegos, como aqueloutro de Siloé, nos fará, finalmente, ver quais são as coisas de Deus.

“A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, ou da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12

O melhor que as pessoas conseguem em termos de aconselhamento natural para alguém se dar bem na vida é “seguir o coração.”

Deus pensa diferente; “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

Ora, o coração é o motor de si mesmo, o qual devemos negar por Cristo. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.”

Paulo chama de “Mente de Cristo” a percepção da vida que os convertidos passam a ter.

Os mercenários que buscam as “coisas de César” profanando ao Nome de Deus são confusões expressas, como nossas próprias cédulas monetárias com seu, “Deus seja louvado” como se isso pudesse ser feito com dinheiro.

“Nossa Senhora aparece” em Medjugore na Croácia e vira um sítio turístico; agora, Encantado no RS constrói o “Maior Cristo” do Brasil. Fácil plasmar um “Cristo” de concreto onde o custo é dinheiro alheio. Agora deixar pautar a própria vida por Ele até refletir Sua Imagem aí demanda um preço que a maioria recusa pagar; renúncia.

Esses incautos que queimam uma existência toda em busca das moedas de César, para onde irão, quando apagarem as velas restando apenas as coisas de Deus?

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Ímpios bordões do juízo

“... Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Rm 8;31

Esse texto tem sido usado como se fosse um certificado de garantia da nossa proteção contra tudo. Uma espécie de “corpo fechado” gospel. Que mal nos tocaria se O Senhor é por nós?

Tomar O Santo Nome do Senhor como fiador de nossas vidas, lançar mão das promessas da Sua Palavra, porque Ele seria Nosso Deus traz algumas responsabilidades.

Óbvio que não há adversários Ao Altíssimo; “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4 Tampouco alguma força que possa restringir Sua ação. “... Agindo Eu, quem impedirá?” Is 43;13

A Prudência Divina acompanha Suas promessas; essa em apreço também começa com um “se” que condiciona o demais; “Se O Senhor é por nós...”

Acontece que não mensuramos devidamente o sentido das palavras e amiúde, “entendemos” o que queremos. Ao chamá-lo Senhor, automaticamente nos colocamos como servos, aos quais cabe submissão, não imposição da vontade. Mesmo ante orações lícitas somos ensinados a uma prudente ressalva: “Todavia, não se faça como quero, mas como Tu queres.”
Então, antes de concluirmos que Ele É por nós, que tal meditarmos sobre as características que Ele espera dos Seus? “Porque, quanto ao Senhor, Seus Olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...” II Cron 16;9
Por um “coração perfeito” não entenda, a perfeição; coisa fora do nosso alcance; mas um coração sincero que procura não errar para não entristecer ao Senhor; e quando errar, que não seja o STF de si mesmo que absolve toda sorte de barbaridades; antes, humilde e arrependido apresente a causo ante O SUPREMO. Agindo assim nossos corações lograrão a “perfeição” que Ele Espera.

Se O Senhor É por nós disciplina-nos; trabalha duro com uma faceta de nosso ser que lhe resiste; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7
O inimigo é contra nós para nos tentar; se possível algum rasgo de incredulidade em nós ele “aperfeiçoará” isso cegando-nos. Ver, II Cor 4;4

Ante esses dois óbices, carne e inimigo, somos desafiados a “andar em Espírito”, no dito de Paulo, Rom 8;1 ou “andar na Luz” segundo João; I Jo 1;7

Contudo, se dermos guarida à rebeldia, o Próprio Senhor será contra nós, como tantos exemplos pretéritos ensinam; “Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

Atrevo-me a dizer que esse é caso presente; Que O Eterno está contra nós.
Felizmente há exceções, mas, na média a imensa maioria do que se diz evangélico virou um amontoado de safados; gente mercenária, que usa A Palavra de Deus, sem se deixar instruir por ela; uma fogueira de vaidades de pregadores e cantores, com polpudos cachês para cumprir o “De graça recebestes, de graça dai.” Isso onde a doutrina é razoavelmente séria; sem falar nos antros mercenários onde dinheiro usurpa o lugar de Deus; e fetichismo, do ensino.

O “Sal da Terra” degenerou em grande parte; tem se prestado para ser pisado pelos homens. Então, se, O Santo, Verdadeiro, Fiel, já não contam, que mal termos uma sociedade invertida em seus valores, uma “justiça” que persegue cidadãos e solta bandidos? Finalmente, a cereja da torta; um amontoado de rábulas sem caráter e credibilidade nenhuma, com autoridade para julgar se podemos cultuar ou não?

Já disse isso noutro texto que muitos citam o conhecido; “Se o meu povo se humilhar...” Porém, invés de humilhação e reconhecimento de culpas, o máximo que se tem conseguido é dar ordens a Deus, para que Ele cure quem nós decidimos. A única coisa humilhada em casos assim é a noção.

Somo um povo corrupto, amoral e imoral; que prefere a volta de um bandido, bêbado e mentiroso e ladrão, a um homem decente a nos governar.
Blasfemamos no carnaval, nas demais artes; não nos contentamos em sermos infiéis; precisamos ofender Ao Todo Poderoso.

Então, envergonhado reitero que, com sobejas razões, nesse momento o Próprio Deus é contra nós.

Para quê queremos direito de cultuar se nos falta vontade de viver a essência do que dizemos adorar? Se nossas orações invés da referida humilhação são veras afrontas ao Santo? Eu também permitiria que as igrejas fossem fechadas até um arrependimento verdadeiro.

Não sou inocente; também sou culpado e vivo num país sem noção, atolado em pecados, merecedor da Divina repreensão.

Justos são Teus Juízos Senhor!! Somos indignos de Ti! Tem misericórdia de alguns rabiscos de honestidade que restam, e perdoa nossas orações...

quarta-feira, 7 de abril de 2021

O Médico; os doentes


“Vendo todos isto, murmuravam, dizendo que (Jesus) entrara para ser hóspede de um homem pecador.” Luc 19;7

Os religiosos, sobretudo, gozavam de um bom conceito na sociedade; eram homens “santos;” a grande maioria era de gente “neutra”, trabalhadores; outros, prostitutas e publicanos como Zaqueu, eram “pecadores”.

O “erro” do Salvador que lhe custou a vida foi não se encaixar nesses moldes, na sociedade da qual foi coevo.

Aos “santos” Ele chamou de hipócritas, sepulcros caiados; aos que pensavam ter certa eleição hereditária pela descendência de Abraão, o Batista já tinha arrasado; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Luc 3;8

O Salvador, depois de dizer que seus atos destoavam do caráter do patriarca colocou de vez o dedo na ferida; “... Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão... Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;39 e 44

Sempre que tolhemos à Palavra de Deus com seus Preceitos e Ensinos Santos, em prol de nossas opiniões parciais, querendo ou não, atuamos segundo Satanás; foi ele quem disse que seríamos como Deus, na desobediência e decidiríamos por nós mesmos, o bem e o mal.

Por isso a sentença: “... Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne seu braço e aparta o seu coração do Senhor!” Jr 17;5 Pois, ao confiarmos no homem em lugar de Deus, estamos confiando no mentor disso, o Capeta.

A escolha é nossa; a consequência amaldiçoada independe de nosso querer; frutifica. “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido leis, mudado estatutos e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

De qualquer forma, malgrado a insanidade dessa “estratificação” moral de uma sociedade totalmente ímpia, ainda eram melhores os dias onde a desonestidade com o erário (dos publicanos) e a prostituição, eram coisas de má fama. Hoje os “Pecados” são outros.

Se, nos sistemas racistas as coisas mudavam em função da cor da pele, atualmente as valorações mudam dependendo da tendência ideológica; se o sujeito é “dos nossos” ao defender o aborto preserva um direito; mas se é “Fascista” mesmo dando a cara a tapa pela defesa da vida, é “Genocida”.

Apelidos humanos não logram mudar essências segundo as vontades de quem apelida. Ante O Senhor, bem e mal seguem sendo o que são, malgrado as vestes com os quais os enfeitamos; “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce e do doce amargo!” Is 5;20

Jesus só pode se hospedar com pecadores. “Não há um justo sequer”; não nos procura pelo que somos; antes pelo que Ele É; “Deus É Amor”. Assim, ama-nos apesar das nossas maldades.

Embora alguns sem noção defendam que o preço do resgate mensura nosso valor, a intensidade do “Princípio Ativo” que nos limpa deixa patente quão sujos estávamos.

O “cascão” era tal que, “... nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os Céus;” Heb 7;26

Embora a terra dos homens fabrique uma imensa variedade de rótulos para exaltar ou menosprezar a quem quiser, perante Deus há dois tipos apenas; fiel e infiel; nuances várias são desdobramentos de um e outro.

Todos somos pecadores; porém, os que reconhecem isso, arrependem-se submissos a Cristo e Nele mudam de vida segundo Sua Palavra, serão, doravante, reputados fiéis; os outros seguem alienados.

Por isso, quando na reta final O Senhor parece descrer de mudanças nos caracteres, acoroçoa que cada um faça inda mais firme sua escolha; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda. Eis que cedo venho! Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo sua obra.” Apoc 22;11 e 12

Aqui fala de galardão, recompensa, segundo a obra de cada um; salvação é segundo a fé. “De graça sois salvos mediante a fé...” Ef 2;8

Pois, foi a fé do pecador Zaqueu que, constrangido pelo Amor de Cristo patrocinou um novo modo de agir daquele dia em diante.

O Amoroso Salvador ainda busca pecadores; dependendo de como É recebido diz de novo, como disse a Zaqueu: “Hoje veio salvação a essa casa...”

domingo, 4 de abril de 2021

Profundezas rasas


“... Se queres, bem podes limpar-me.” Mc 1;40
“... se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima...” Col 3;1

O quê esses fragmentos têm em comum? Um caso refere-se a um rogo por cura; outro, um ensino. Temos um cuidado com o corpo, outro com a alma.

Ambas as orações trazem o “se” funcionando como condicionante de alguma coisa.

Nas afirmações que demandam fé, estritamente, isso, soaria como negação. Sendo a fé o “firme fundamento” não comporta “rachaduras” como seria essa palavrinha de precursora. Um dos ladrões da cruz que disse: “Se és O Filho de Deus salva a ti mesmo e a nós.” Implica que ele não cria; pois, o outro que acreditava apenas disse: “Senhor, lembra-te de mim...”

Porém, o se, do leproso acima não derivava de alguma dúvida quanto ao Ser de Jesus; mas, à Sua vontade; “Se quiseres...”

O outro; se já ressuscitastes com Cristo agi assim, visa um exercício lógico alinhando profissão de fé e modo de vida; se entrastes deveras no Reino estejam nele vossas prioridades; buscai as coisas que são de cima.
Agir conforme, as obras da fé, sem as quais, a mesma é morta.

A novidade de vida ali, temos como preceito, diretriz aos convertidos. Noutra parte encontramos como consequência necessária. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17 Eis nosso “se” outra vez!

Não obstante ser abstrata a fé produz resultados concretos nos que a abraçam deveras; daí, o desafio ousado de Tiago: “... mostra-me tua fé sem obras e te mostrarei a minha pelas minhas obras.” Tg 2;18

Não existe cristianismo teórico! Spurgeon afirmava: “Ninguém é obrigado a se dizer cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Atue como um.

Infelizmente, pelas coisas que muitos partilham nas redes sociais claramente se percebe que não sabem a diferença entre tolerância e aquiescência.

Tolerar é uma coisa boa, necessária; conviver com o que é diferente em sua crença; aquiescer é concordar com ensinos da fé alheia, que se opõem à nossa.

Quem se diz cristão e comemora “Natal”, “Páscoa” como o mundo não entendeu nada.
Outros, partilham textos de mestres espíritas.

Ora, o espiritismo pode ser qualquer coisa, menos cristão. Nega a suficiência de Cristo e Seu Sangue Remidor; apregoa purificação mediante obras e múltiplas reencarnações. Não duvido da sinceridade dos que nisso creem; mas à luz da Bíblia é erro crasso.

Não há reencarnações! Uma vida; morte e depois juízo. “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo...” Heb 9;27

Como estamos na casa do “se”, abusemos de sua hospitalidade: Se, “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3 e se, “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5 Se, isso significa reencarnação, por quê O Salvador apresenta nascer da carne e do espírito como coisas distintas? “O que é nascido da carne é carne; o que é nascido do Espírito é espírito.” V 6

Porque o “nascer de novo” é uma figura de linguagem para a conversão; ouvir a Voz do Espírito Santo e segui-la. Ezequiel figurou isso como mudança de coração; “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne.” Ez 36;26

Isaías, por sua vez, com uma mentalidade nova, segundo Deus; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Enfim, se invés de rever conceitos e atitudes à luz da Luz, preferirmos a velha e assassina resiliência no erro, não seremos um milímetro melhores que os que rejeitaram a Cristo pessoalmente; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Em muitos casos as pessoas até creem, mas com coração duplo; incapaz de uma ruptura radical com o erro como quem evita a companhia de um assassino.

Sendo O Eterno, “Tão puro de Olhos que não pode contemplar o mal” Hc 1;13 demanda purificação do que hão de vê-lo; “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

Se lhe dermos ouvidos, um dia O Veremos; “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.” Mat 5;8

sábado, 3 de abril de 2021

A Bondade Ignorada


“Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que Nele confia.” Sal 34;8

Que O Senhor É Bom é lugar comum; exceto, para quem não lida bem com a verdade.

Suas Obras se encarregam de “apregoar” isso. “Os céus declaram a Glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro; uma noite mostra sabedoria a outra.” Salm 19; 1 e 2 “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

Entretanto, uma coisa é o conhecimento teórico, genérico; outra, a experiência pessoal. O texto em realce desafia a isso. “Provai e vede...”

Como o relacionamento baseia-se na fé, natural que nossa “prova” atue nesse âmbito também.

Embora a receita pareça pacífica, óbvia, não é tão simples assim. Não raro equacionamos nossos comodismos, precipitações até, com bondade. Nessa linha apresentamos listas de tarefas para Deus, às quais, Ele cumprindo deixará patente que É Bom.

Isso só prova que somos maus, incapazes de confiar deveras e esperar Nele; a parte B; “... bem-aventurado o homem que Nele confia!”

Um boticário zeloso não colocaria perfume caro num recipiente sujo, por razões óbvias; assim, a Bondade atua junto à Sabedoria do Eterno.

Suas esperas não derivam de razões mesquinhas; antes, misericordiosas; “Por isso, o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; por isso se levantará, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos que nele esperam.” Is 30;18

Provarmos a Deus em Sua Bondade, não significa que tenhamos que desafiá-lo a fazer o que adjetivamos como bom; antes, que esperemos confiantes mesmo em lutas, até vermos a qual fim atina, se lhe aprouver levar-nos por veredas estreitas de privações. “Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.” Sal 18;19

Percebamos que não se trata de nenhuma “oração forte”, “Campanha de sete sextas-feiras”, “fogueira santa” ou profanações similares; o fator que “constrangeu” a Altíssimo a abençoar Seu servo foi “... porque Ele tinha prazer em mim.”

Como a excelência entre cônjuges seria cada um atentar ao prazer do outro, nosso relacionamento com O Santo deve ter essa empatia. Ele queixou-se da alienação egoísta; “... porquanto Clamei e ninguém respondeu, Falei e não escutaram; mas fizeram o que era mau aos Meus Olhos; escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;4

Assim, “provamos” a Ele vivendo de um modo que lhe seja aprazível; não fazendo atrevidas e ímpias orações exigindo que conceda o que nos seria deleitoso, mesmo contra Sua Vontade.

Devemos sacrificar às próprias inclinações más, além de resistir às seduções do mundo, para, só então, conhecermos e provarmos deveras, da Bondade Divina. “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Tanto os nãos do Senhor, quanto os sins são atos de bondade; como um Pai zeloso que veta coisas que parecem boas ao filho, antevendo consequências nocivas no “pacote” que o incauto deseja; assim, Seus nãos têm vínculo com Seu Amor e Saber Bondosos.

Sem a renúncia do eu, esse espúrio “concorrente” do Senhor, não teremos paladar sadio; a bondade, mesmo presente será ignorada, por estarmos sujeitos ao conselho perverso.

Então, invés de provar do bom que O Pai tencionava nos dar colidiremos com o “ai” do juízo necessário. “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce e do doce amargo!” Is 5;20

A Bondade Divina tem consórcio com a justiça; não deixa de existir se agirmos mal; apenas, para de nos favorecer para não ofender à consorte. “Eis que a Mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado Seu ouvido, para não poder ouvir. Mas vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;1 e 2

A Misericórdia Divina se manifestou majestosa em Cristo; todavia, sem nenhum prejuízo à verdade nem à justiça; a paz que deriva da reconciliação Nele, requer a “morte” do perverso que opera a separação. “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça a paz se beijaram. A verdade brotará da terra e a justiça olhará desde os céus.” Sal 85;10 e 11

E a verdade proclama que somos maus; sem admitirmos isso, não será possível provarmos Daquele que É Bom.