sábado, 24 de abril de 2021

A sofisticação e a vida


“Nós não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;39

Os que creem e os que se retiram; implica que, crer vai mui além de uma disposição mental favorável à doutrina; molda a maneira de agir, na qual, o crente permanece. Se não fosse assim a fé seria só abstração; ginástica mental.

Permanecer na fé nada tem a ver com determinado local de culto, denominação; antes, com a vida na doutrina, mesmo sendo alvo de ataques contínuos, seja dos que a resistem pela aversão, ou que profanam pela imitação.

Lidamos mal com o desafio à permanência no sóbrio, quando tantas “novidades” saltitam propondo embriaguez.

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;3 a 5
“... faze a obra de um evangelista ...” ou, pregue o Evangelho.

Entretanto, fazer isso simplesmente, proclamar que na Cruz O Senhor venceu à morte, e faz partícipes da Sua Vitória aos que tomam Seu jugo, não traz “curtidas” nem visualizações, esse ouro de tolos tão desejado atualmente.

As pessoas gostam de sofisticação, arroubos de valentias nem que sejam falsos; valentões que “desfazem as obras do diabo”, revelam macumbas e feitiços, mesmo que para isso tomem o tempo e espaço devidos para o anúncio da Vitória de Cristo.

Eis uma maneira de não permanecer na fé, continuando na igreja! Digo, seguir congregando e acreditando no engano, por preferir o sofisticado e falso, ao mero e verdadeiro; coisa contra a qual Paulo advertiu; “Temo que, como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Quando Judas disse que via necessária a exortação à “Batalhar pela fé” não tinha em mente a preservação do direito de crer; mas, da qualidade impoluta da mensagem na qual se deveria crer. “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd v4

Se, “Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás... herança dos servos do Senhor ...” Is 54;17 e, “Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Ele te cobrirá...” Sal 91;3 e 4 etc. onde resta necessidade para atuarmos revelando e “desfazendo” obras das trevas?

“Não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas; antes, condenai-as.” Ef 5;11

Essa gente que “adivinha” CPFs e “revela” os feitos do inimigo, na melhor das hipóteses são fraudes a tomar o espaço do Evangelho; e na pior, servos do inimigo transfigurados em ministros de justiça. Em nenhuma delas servem para nada. Atrapalham à Obra de Deus.

Os que se retiram para a perdição não saem da igreja, necessariamente; saem da Rocha, Cristo, movidos por mortais ensinos de origem maligna.

Então invés de “revelar” mutretas do diabo é preciso mestres que edifiquem revelando Cristo, “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo Naquele que é a Cabeça, Cristo ...” Ef 4;14 e 15

Cheias estão as redes sociais de “profetas” que revelam tudo em troca de partilhas e “coraçõezinhos”; pior, uma grande leva de incautos a lhes dar audiência. Escreva-se um texto sisudo e veraz; a maioria não lê. Não há interesse nessas coisas sem apelos imediatistas e sensoriais.

Quando diz que “O justo viverá da fé”, fala de um que viu mais longe pela graça recebida; não tem mais paladar para as falsificações grotescas do traíra.

Certa vez a Fonte de Belém estava em mãos inimigas e Davi desejou sua água. Alguns valentes romperam as linhas inimigas e trouxeram-na ao rei. Ele não quis beber; “Disse: Guarda-me, ó Senhor, de que tal faça; beberia eu o sangue dos homens que foram com risco da sua vida?” II Sm 23;17

O Filho de Davi, Jesus Cristo, a nova “Fonte de Belém” que verte Água da Vida também facultou-a ao custo do Seu Sangue.

Agora não há espaço para escrúpulos, tipo, não beberei dado o custo. Ele foi categórico: “... se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes Seu Sangue, não tereis vida ...” Jo 6;53

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