quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Prazer ou Dever?


“Botas... as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar.”
Machado de Assis

Políticos dizem que uns criam problemas para vender soluções. No caso das botas aludidas por Machado, criam a dor para que, o normal pareça prazeroso.

Convenhamos; termos os pés livres de dor é algo que não enseja prazer nenhum; exceto, se essa normalidade for em oposição a um momento doloroso. Ao alívio decorrente da mudança recebemos com prazer.

Longe de defender que, a ocasião faz o ladrão, (não faz; apenas manifesta) há um quê de veraz na afirmação de Ortega Y Gasset: “O homem é o homem e suas circunstâncias”; uma vez que essas contextualizam suas reações e permitem uma leitura mais acurada do seu caráter.

Foi num amplo e paradisíaco jardim, cercado de toda bondade, fartura e beleza, que a sede de poder semeada por Satã conseguiu a atenção humana, de tal modo a ignorar aquilo tudo e cair no laço da morte; Por outro lado, o “Segundo Adão” Jesus Cristo, em pleno deserto, cercado de calor, fome e sede, recusou a sugestão do tentador de evadir-se ao sofrimento obedecendo-o.

Assim, pleno de bens Adão buscou a morte, convencido de que faltava algo; cercado de males Cristo resistiu e guardou à Vida. Em ambos os casos as circunstâncias não foram bastantes para direcionar escolhas, quer do primeiro, quer do “Segundo Adão”.

As “botas apertadas” do sofrimento não foram suficientes para que O Senhor as descalçasse, sabendo que, de as manter nos pés dependia a Sua e, sobretudo, as nossas vidas. Não é próprio de um soldado valente a busca do prazer, onde e quando, cumpre atinar ao dever.

Infelizmente, mais facilmente capitulamos ao prazer que, aos perigos; perigos nos desafiam a enfrentarmos males externos; enquanto, prazeres e seus apelos sempre desejáveis à carne atuam dentro de nós.

Enfrentar aos desejos requer uma força que a carne caída não tem; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Portanto, as desculpas esfarrapadas que usamos eventualmente, tipo: “eu faço isso porque...” se, esse porquê advém de uma tangente que tenta negar a má inclinação, tal afirmação é inútil como enxugar gelo, ou lavar-se com lama.

Nós pecamos porque somos maus. Pior; justificamos às maldades praticadas por anseios rasteiros porque, além desses, pesa sobre nós a falta de noção; usando argumentos que evocam a egoísta e doentia justiça própria estamos andando pós Satanás que disse que a decisão sobre o bem e mal seria nossa.

Quando O Salvador ensinou que a Verdade libertaria Seus ouvintes não era uma “jogada de marketing” para exaltar Seus Ensinos; antes, a revelação da triste realidade que, somos escravos da mentira.

Paulo ilustrou os conflitos de um que vislumbra ao longe a Justiça Divina tentando pautar seus atos, porém, impotente ante à “Feitoria” do pecado; “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento; me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” Rom 7;22 e 23

Alguns teólogos debateram se, Paulo referia-se à sina de um ímpio, ou de um salvo; se falaria de si mesmo pós conversão, ou de resíduos anteriores a ela. Afinal, fala do “homem interior” que seria fruto do Novo Nascimento.

A natureza carnal permanece após a conversão; o “Upgrade” é a chegada da vida espiritual em Cristo, que reaviva a consciência e lega o auxílio do Espírito Santo, para que possamos viver de modo agradável a Deus.

Sabem os mais esclarecidos que a morte espiritual é a separação de Deus; não, inexistência; assim, um “homem interior” impotente para atuar segundo sabe ser o correto, mesmo existindo está morto; pois, por outro lado, a cruz dos salvos também não leva a natureza carnal à inexistência; apenas, mortifica-a, negando-se a segui-la preferindo a vereda estreita da obediência.

Por isso, a primeira provisão do Salvador aos que se convertem é poder para agir segundo o dever; “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Não que o prazer em si seja um mal; antes, é mal quando alienado do Senhor, O Criador; pois, equivale a adultério espiritual; Ele que disse que tinha prazer com Seu “filho Amado” anseia tê-lo com os demais filhos também.

Calcemos, pois, as “botas apertadas” da renúncia e não sejamos como os que “... fizeram o que era mau aos meus olhos, escolheram aquilo em que, Eu não tinha prazer.” Is 66;4

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Nosso muito... pouco tempo


“Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do céu.” Ecl 3;1

Não entendamos esse verso como avalista do fatalismo, onde, a despeito de nossas escolhas e ações as coisas aconteceriam inexoravelmente de certo modo, pois, estaria escrito. Não é esse o jeito de Deus agir.

A criação está cativa ao determinismo biológico; “reproduza conforme sua espécie.” Não há evolução nenhuma que verta uma coisa em outra. Se eu plantar feijão, ou trigo, será precisamente isso que minhas sementes hão de produzir; não têm escolha; “plano B”. Seu DNA “está escrito.”

Todavia, plantar ou não será escolha minha, que além da estrutura biológica imutável, tenho ainda os âmbitos psicológico e espiritual dentro dos quais me mover; vivendo como livre, no reino das possibilidades somos diversos dos demais seres vivos, plantas e animais que só se movem dentro das limitações mecânicas da necessidade.

Os danos da queda e a “progressão” nela nos fez, em muitos casos inferiores aos animais; em afeto natural, sobretudo; mas, o projeto original era diferente disso; “Tu o fizeste (o homem) um pouco menor do que os anjos, de glória e honra o coroaste e o constituíste sobre as obras das Tuas Mãos;” Heb 2;7

Então, quando o sábio versa que tudo tem seu tempo determinado refere-se ao pano de fundo da finitude das coisas “debaixo do sol”; uma determinação que limita o tempo apenas, não que predispõe escolhas, ou, pré-fabrica fatos.

Quando Moisés aludiu ao tempo da nossa vida colocou um “marco final” de setenta anos; mas, deixou aberta a possibilidade de irmos além, ainda que, ao custo de enfado, canseira; “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos; se alguns, pela sua robustez, chegam aos oitenta, o orgulho deles é canseira e enfado, pois, cedo se corta e vamos voando.” Sal 90;10 Ele não era adepto da “melhor idade”; era realista.

Estamos numa redoma limitada de tempo e espaço; mas, ainda assim somos arbitrários, desafiados a fazer escolhas; que, se o Divino querer for ouvido, nos levarão para junto Dele outra vez, onde, em Cristo, a imagem original será paulatinamente restaurada. “De um só sangue (Deus) fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar...” Atos 17;26 e 27

Essa necessidade de buscar tateando, como cegos, estava sendo apresentada aos filósofos gregos em Atenas; estóicos e epicureus; aqueles defensores do ascetismo, esses do prazer como o objetivo da vida; Paulo não esposou uma corrente nem outra; antes, apresentou como alvo da vida, buscar a Deus; aqueles O buscaram no escuro até então; havia até um altar dedicado ao “Deus Desconhecido”.

Após a Obra Redentora do Messias, a coisa deixou de ser uma busca filosófica incerta e passou a ser um desafio de adesão à loucura da fé em algo preciso; “Porque os judeus pedem sinal, os gregos buscam sabedoria; mas, nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; a fraqueza de Deus, mais forte que os homens.” I Cor 1;22 a 25

Deus envia Sua Palavra sem atentar à “lógica” de uns e aos escrúpulos de outros; a literatura mitológica da Grécia era cheia de deuses com traços humanos, pecaminosos até; agora lhes parecia loucura O Deus Vivo Ter se feito como nós por um pouco? E a judaica dizia do Salvador que seria desprezado, humilhado e morto; agora estariam escandalizados porque as coisas se cumpriram de modo preciso?

Deus ignora nossas picuinhas e melindres e apregoa Sua Palavra nos desafiando à fé; “De sorte que a fé é pelo ouvir, e ouvir pela palavra de Deus.” Rom 10;17

Contudo, a ideia que dispomos de setenta, oitenta anos para nos decidirmos não é uma marca precisa; apenas uma possibilidade genérica que, nem sempre se verifica. Tiago adverte: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Cap 4;14

A morte usa sua foice em profusão todos os dias; embora os simplórios digam que “chegou a hora” aos que morrem, a maioria das mortes deriva de escolhas temerárias, maus hábitos, não da Divina Vontade.

Dada a incerteza essa e importância da Eternidade proposta, a Salvação sempre bate nossa porta com etiqueta de urgência;


“Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3;15

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Dominar sobre quem?


“... há tempo em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

A busca pelo poder que, daria ao eventual “poderoso” o domínio sobre um, ou,vários semelhantes, embora, para muitos pareça desejável, aos Olhos Divinos não é algo que deva ser buscado.

O líder dá exemplo, enquanto o chefe dá ordens; Nas coisas espirituais O Salvador ensinou que quem desejasse ser o maior que se fizesse servo de todos; a estatura de alguém ante à escala de valores celeste se mensura pelo serviço, não pela posição.

Pedro reiterou o ensino aos presbíteros; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” I Ped 5;2 e 3

O mundo encoraja a busca de poder sobre os semelhantes, acoroçoado pelos privilégios, prerrogativas e benesses que o poder terreno dá; Deus desafia-nos ao domínio próprio, a mortificarmos nossas próprias inclinações, pois, o inimigo a ser batido está dentro de nós. Tiago ensina: “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela própria concupiscência.” Tg 1;14

O cinema canoniza ao John Matrix, John Rambo, homens que vencem exércitos sozinhos; os valentes na arena do espírito possuem outras credenciais; “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso; o que controla seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32

Cheia está a história dos feitos reais, de grandes guerreiros; Átila, Gengis Khan, Alexandre o Grande... mesmo os “valentes de Davi” alistados na Bíblia eram homens extraordinários; todavia, se, fizeram proezas marciais, quantos deles venceram a si mesmos e viveram dum modo que fosse agradável ao Eterno?

Nem mesmo Davi que matara o gigante, malgrado, tenha sido chamado de “homem segundo o coração de Deus” conseguiu lidar bem com seus monstros internos; em certo momento cometeu torpezas como, assassinato e adultério.

Nas perseguições religiosas pelos radicais islâmicos, por exemplo, quais prisioneiros eles matam? Os que renegam a fé em Cristo e comprometem-se com “Alá”, ou, os que, malgrado os riscos iminentes permanecem fiéis? Sim, matam aos últimos que, confiando em Deus de modo irrestrito, não temem nem a morte.

A sentença de morte que dão aos fiéis, indiretamente é a confissão do medo deles; homens dessa fibra e caráter são veras ameaças permanecendo vivos.

Por isso, embora muitos poltrões disfarçados de valentes nos acusem de nos escondermos atrás da Bíblia, (como se, a Cruz, o “negue a si mesmo”, fosse coisa para covardes) na verdade a conversão demanda o mais difícil de todos os enfrentamentos.

Pois, como vimos, melhor é o que governa ao próprio espírito que outrem que toma uma cidade, os que ousam confessar suas misérias ao Senhor e arrependidos buscam perdão, manifestam a coragem de assumir suas fraquezas. É graças à Graça do Espírito Santo que os ajuda.

Embora, para efeito de argumento, adjetivos como corajoso ou covarde sejam úteis, na verdade, o passo ousado e certeiro rumo ao Salvador tem mais a ver com sabedoria; abrimos mão de uma empresa falida em troca de outra que jamais quebrará; como disse Jim Elliot, citado por Dave Hunt: “Não é tolo quem abre mão do que não pode reter, em troca de algo que não poderá perder.”

A força espiritual não é nossa; mas pode manifestar-se mediante qualquer um que, ouse se entregar ao Todo Poderoso sem reservas.

A ousadia no Espírito destoa dos fortões do mundo; pode repousar disfarçada de fraqueza; se necessário atuar, fará de modo a glorificar Àquele de Quem se origina; “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, cercou-a e levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada, suas palavras não foram ouvidas. As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais que o clamor do que domina entre tolos. Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra...” Ecl 9;14 a 18

Se, termos domínio sobre outros pode acabar em desgraça, o domínio sobre nós mesmos, o domínio próprio será um testemunho eloquente do labor da Graça em nosso favor.

A justificação é imediata quando alguém se converte. A santificação onde devemos vencer a nós mesmos requer perseverança e a cruz todos os dias.

“Você não se liberta de um hábito jogando-o pela janela; deves pegá-lo pela mão, abrir a porta e descer a escada, degrau por degrau”. Mark Twain

domingo, 27 de outubro de 2019

Seria o domingo a marca da besta?


“Seis dias farás teus trabalhos, mas ao sétimo dia descansarás; para que descanse teu boi, teu jumento; para que tome alento o filho da tua escrava e o estrangeiro.” Ex 23;12

O fim prático do Sábado; descanso de animais e servos entre os hebreus; e, deles próprios.

A palavra Shabbat que foi traduzida por sábado significa, literalmente, descanso. Daí que, o sábado foi criado por causa do homem, não o homem por causa do sábado. Traduzindo: O descanso foi criado por causa do homem, não homem por causa do descanso. O cuidado amoroso do Pai é a finalidade prática, não eventual capricho Divino.

Hoje nem tem tanta relevância assim, um dia semanal de descanso; a maioria descansa dois; mas, naquele contexto, onde eram escravos no Egito, sequer existia a ideia de semanas, trabalhava-se sob servidão contínua todos os dias, se pudessem laborar seis dias e repousar um seria um oásis num deserto de cansaço.

Contudo, além da finalidade prática tinha um componente espiritual; “Em tudo que vos tenho dito, guardai-vos; do nome de outros deuses não vos lembreis, nem se ouça da vossa boca.” V 13

O sinal distintivo entre O Senhor e os deuses das nações seria o sábado; “Também lhes dei meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que Eu Sou o Senhor que os santifica.” Ez 20;12

O não cumprimento espiritual desse sinal distintivo entre O Deus Vivo e os deuses de humana feitura estavam entrelaçados; “Porque rejeitaram meus juízos; não andaram nos meus estatutos, profanaram meus sábados; porque o seu coração andava após seus ídolos.” Ez 20;16

A Lei não tinha fito de salvar, mas de, mostrando a pecaminosidade de todos, agir como “aio para conduzir a Cristo”, O Salvador. (Gál 3;24) Tanto que, em dado momento Paulo chamou de “ministério da condenação”. II Cor 3;9

Estávamos presos até à “alforria” da fé em Cristo; “Antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.” Gál 3;23

Quando O Salvador afirmou que nada da lei seria omitido, não pretendia gerar seguidores da Lei; antes, deixar patente que ela é santa, justa e boa, para o propósito que foi estabelecida; nesse continua válida ainda. Se, não havendo lei não há transgressão, como puniria O Senhor aos desobedientes, sem um parâmetro?

Para os que se submetem a Cristo, porém, a justiça da Lei se cumpriu Nele; fomos “mortos” como a Lei determina; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Rom 6;3

Nele, nosso arrependimento e confissão nos “matam”, e Seu Perdão nos ressuscita para que, desde então, sejamos Seus; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

A distinção entre O Deus Vivo e os ídolos não mais expressa-se na observância de um dia, antes, de novo modo de vida; “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;12 O Senhor resumiu Lei e Profetas em dois mandamentos; amar a Deus e ao próximo; encerrou Seus ensinos ordenando que se guardasse o que Ele mandara; “Ensinando-os a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado...” Mat 28;20

Paulo ensinou que a Graça não é tão “graciosa” assim; é compromisso com a Lei de Cristo; “Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;2

Portanto, embora seja lícito, quem o desejar, reservar o sábado para culto ao Senhor, isso é uma opção particular, não um sinete de aferição espiritual; “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” Rom 14;4 “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, ou por causa dos dias de festa, da lua nova ou dos sábados” Col 2;16

Erram os que superestimam ao sábado numa sociedade onde serviços essenciais não podem parar; nem seria factível sua observância por meio de todos. Erram ainda, os que enchem o mundo virtual com o famigerado “decreto dominical” que, segundo eles será a “Marca da Besta”.

O fim prático do descanso pode ser alcançado qualquer dia; o sinal espiritual é a regeneração que Cristo opera; “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

sábado, 26 de outubro de 2019

O vírus e as miragens


“Até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então o deserto se tornará campo fértil; o campo fértil será reputado por bosque.” Is 32;15

Uma coisa basilar sobre o feito de Jesus gerido pelo Espírito Santo, é que a Obra de Deus atina à vida, não ao prazer. O ministério do Espírito vindo após o Calvário seria como uma “chuva” vivificante, onde, o deserto ganharia vida; a vida já recebida mediante a Doutrina do Mestre, o novo nascimento, seria ampliada muito, como se, um campo fértil se tornasse uma bosque.

É humilhante do ponto de vista do intelecto, ter que, realçar o óbvio; mas, no prisma espiritual, que é o que conta, trata-se de necessidade diária. A Obra de Cristo visa a regeneração da vida, não, de adorno e fomento da morte como muitos pregoeiros têm feito parecer. “O ladrão não vem senão roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.” Jo 10;10

O erro de perspectiva foi fatal para muitos, na primeira vinda do Senhor; esperavam um libertador do jugo do império romano; não, um Santo Humilde que daria Sua vida para derrotar Satanás com seu feito mais notório, o pecado, e sua nefasta consequência, a morte.

Como o Messias não preencheu essas doentias expectativas, invés de leão veio Cordeiro, deixaram patente sua decepção crucificando-O.

Se diz que, quem não aprende com os erros históricos tende a repeti-los. Assim, outra vez se pretende entender a Obra de Deus de uma perspectiva rasteira, carnal e divorciada dos próprios vaticínios das Escrituras.

O cristianismo professo, em sua ampla maioria é como certa igreja da qual O Senhor disse que, tendo nome de viva estava morta; não poucos frequentam templos, oferecem seus “sacrifícios” acalentando os mais doentios anseios como se, o Sangue de Cristo tivesse o fito de nos trazer conforto, não, vida.

Quantas vezes ouvimos que, Deus sendo amor não mandaria a ninguém para o inferno. De certo modo isso é veraz. Ele não manda; antes, chama a si para salvar, pois, nunca foi Seu propósito ver criaturas que ama padecendo em castigos que foram preparados para o Diabo e seus anjos. Porém O Eterno respeita nossas escolhas, seja para o bem, seja para o mal.

A Intervenção Divina mediante O Salvador, como Seu Nome já diz foi porque todos estavam perdidos; “Eu vim para que tenhais vida...” Se, já a tivéssemos sem Ele, sequer seria necessária Sua Obra Redentora.

A condenação vem desde a queda; “... Porquanto destes ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti...” Gên 3;17

A repetição dos erros históricos da humana rebelião contra O Eterno só se acirrou, mesmo depois de Ele ter ensinado Seus Termos e proposto aliança com o povo que escolheu. Assim, a maldição consequente ampliou-se também; “Na verdade a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Então, O Salvador não veio aperfeiçoar “gente boa” como parecem pretender os que confiam em justiça própria, que a Bíblia compara com vestes imundas.

Seu ministério O colocou a falar com mortos, gente sob maldição; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Mesmo mil vezes indignos, O Bendito Salvador aceitou ser amaldiçoado para que recebêssemos a bênção da vida; “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo; para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.” Gál 3;13 e 14

Esse, O Espírito do Alto que traz vida ao “deserto” o faz tornando compreensível o sentido; porfiando conosco para que nos abriguemos sob a Cruz de Cristo, na qual são pregados nossos “direitos” junto com nossas culpas.

Dizer-se um dos tais e usar a fé em demanda dos mesmos vícios de sempre é mentir a si mesmo; ignorar que O Cordeiro agora É Leão com “todo o poder, nos Céus e na Terra”.

A hipocrisia consegue a proeza de mentir para si mesma; seu paciente engana-se presumindo que “senhas” que dão acesso aos Céus abrem o paraíso na Terra.

O pecado como modo de vida é o vírus de Satã que enlouquece todo o “sistema”; os loucos, por ele cegados, abdicam do “Oásis” Santo e morrem lentamente após suas suicidas miragens.

domingo, 20 de outubro de 2019

Esconderijo do Avestruz


“Pobreza e afronta virão ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado.” Prov 13;18


Consequências diversas para reações diversas aos mesmos bens; um rejeita-os outro, guarda-os.

A geração atual tende à massificação, à diluição das culpas particulares em abstrações coletivas; sociedade, novos tempos, violência do trânsito... Sempre uma tangente para que nossas ações não sejam estritamente nossas, mas meros reflexos sociais, o que de certa forma, nos absolveria.

Geralmente não se aquilata uma ação pelo mérito, mas pela incidência comum; eu fiz, mas todo mundo faz; tá fulano é corrupto, mas todos são; quem nunca fez isso atire a primeira pedra; etc.

Então, se maldade, hipocrisia e injustiça espraiarem-se por todos os lados, ninguém mais terá “pretextos” para ser bom, coerente ou, justo; quem tal pretensioso pensaria ser? O soldadinho do passo certo? O último dos moicanos, melhor que os outros?

Vemos o Presidente Bolsonaro com suas convicções patrióticas; parece uma ilhota num mar de lama. Se, cada agressão verbal gratuita que sofre virasse uma pedra teríamos um novo Everest sobre seu cadáver morto a pedradas.

Há três milênios foi vaticinada a vinda de certa geração sem noção e sem vergonha, que é o número da atual; “Há uma geração que amaldiçoa ao seu pai e não bendiz à sua mãe. Há uma geração que é pura aos próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;11 e 12

A Palavra de Deus não deriva de sociedade nenhuma, tampouco das humanas predileções; “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1;21

Se, a Bíblia fosse livro humano como acusam, ocultaria as falhas dos seus heróis como Abraão, Moisés, Davi, Salomão... Seria muito mais leniente com nossas maldades, que nem seriam tão nossas; afinal, somos vítimas da sociedade...

Nesse contexto tão carente de referenciais e valores, um homem (mulher) honesto (a) sempre será uma pedra no caminho tão vasto, dos que querem esbaldar-se nas delícias do pecado, e do crime.

Pois, a vida como desfila aos nossos olhos oferece grátis, cursos de mestrado, doutorado, PHD em falsidade; e a maioria se forma com louvores. O narcisismo doentio dessa geração permite-lha falar de si mesma na terceira pessoa e cobrir-se de elogios, nos raros momentos em que se diz deveras, o que se pensa.

A Palavra de Deus esposa outra ideia sobre os encômios; “Que, um outro te louve, não tua própria boca; o estranho, não os teus lábios.” Prov 27;2

Independente do que digam ou pensem os outros sobre nós somos como Deus nos vê; o apreço alheio, não raro é doentio, falso, interesseiro, superficial.

O Eterno não é padeiro; não fez massa. Criou indivíduos particulares, ímpares; selou a mão de cada um com impressões digitais próprias; revelou isso muito antes de o homem as ter percebido há uns quatro milênios já. “Ele sela as mãos de todo o homem, para que conheçam todos os homens a sua obra.” Jó 37;7

Nicolai Berdiaev disse algo sobre a anulação do indivíduo que vale rebuscar: “Se, nos estados puramente emocionais da massa, o eu não sente a solidão, não é porque se comunique com um tu; mas, porque perde-se; sua consciência e individualidade são abolidos.”

Imaginemos que estejam vendo o Grêmio jogar, lado a lado, um trabalhador honesto, um falsificador e um adúltero; de repente, gol! Os três saltitam juntos se abraçam, identificam-se. Naquele momento não há “eus” particulares; todos são são Grêmio.

Pois, para efeito de nossa reflexão contam os indivíduos, como ensina A Palavra Divina; “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Fomos Criados únicos, “condenados” à liberdade, desafiados a fazer escolhas. Como vimos ao princípio, uns rejeitam, outros guardam a instrução. O que outros fazem ou deixam de fazer não me são agravantes nem atenuantes; as desculpas esfarrapadas com as quais as pessoas mentem a si mesmas já são uma escolha. Não cola o “disfarce” de mera nuance fortuita no mosaico social.

Há alguns bons exemplos; raros, é verdade, mas poderíamos imitar esses, caso assim desejássemos.

Segundo Confúcio, há três métodos de aprendizado; A reflexão; o mais nobre; a imitação; o mais fácil; a experiência; o mais doloroso. Se, nenhum dos três nos pode adestrar é porque nossa escolha pela maldade nos pareceu melhor mesmo.

Jactam-se de livres para escolher seu modo de viver, e insanos acabam optando pela forma de morrer;

“Céus e Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

sábado, 19 de outubro de 2019

Por dentro da fé


“Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.” Mat 1;1
A identificação do Messias com o Patriarca maior da nação, e o rei mais proeminente; Abraão e Davi.

Todavia, separado do pecado; não, mero fruto da natureza caída que o desqualificaria como redentor; “O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.” Mat 1;18

O Salvador veio da linhagem da Israel, porém, de origem Divina; concebido pelo Espírito Santo.

Tanto quanto possível ser como nós Ele foi; esvaziou-se das prerrogativas Divinas e atuou nos limites humanos. Contudo, não se esvaziou da santidade; os pecados pelos quais morreu são nossos, não Seus.

Mas, multiplicou pães, ressuscitou mortos e andou sobre as águas? Eliseu também ressuscitou; também multiplicou pães e, as águas do Jordão se abriram para ele. Milagres são colocados ao nosso alcance mediante O Espírito Santo.

O maior milagre se dá em todos os convertidos, pois, mesmo estando mortos são capacitados pelo Bendito Espírito a ouvirem O Senhor; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Ouvir aqui significa entender e agir como O Eterno deseja para o “Novo Nascimento”. Dado esse venturosos passo a consciência, antes silenciosa voltará à ativa como testemunho que o espírito foi regenerado.

O homem que sempre esteve “bem” na morte passará a identificar conflitos internos entre o natural e o espiritual; “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento; me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” Rom 7;22 e 23

O “negue a si mesmo” indispensável age primeiro no entendimento, para depois refletir-se nas ações; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Is 55;7

Assim a “cruz” do convertido o fará mortificar vontades naturais em prol da Divina, como ensina Paulo; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Embora a mensagem tenha um aspecto teórico necessário, a identificação da sua origem, segundo Cristo, é prática; “Jesus lhes respondeu: A minha doutrina não é minha, mas Daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Esse conhecimento nos fará como Paulo, perceber que a Divina vontade é boa, perfeita e agradável; nos domínios do Espírito, claro; “... segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus;”

Os que falam que a fé é cega opinam de fora, numa dimensão que lhes está fechada enquanto não creem; “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2;14

Então quem crê entende origem, propósito e galardão da fé; “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Quem não crê, portanto, não conhece “explica” o que ela é, como se, um cego de nascença pudesse descrever ao arco celeste com suas sete cores.

A “vantagem” de ser incrédulo é que, enquanto a fé demanda renúncias e prática da Doutrina proposta, a ele basta atrever-se temerário nas areias movediças das opiniões.

Resulta num morto descrevendo em quê consiste a vida; isso porque “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;4

Se, Cristo se fez como nós, no que lhe era possível, e suportou a cruz em nosso lugar, tenciona mediante a eficácia da Redenção e da doutrina, regenerar-nos como no princípio; Imagem e Semelhança de Deus.

A fé não carece explicações e ainda “explica” muito a quem pode ver a ressurreição dos mortos em delitos e pecados, agora, comprometidos com a vida e a verdade.

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte... Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;14 e 16

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A Eficácia de Satanás


“Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.” II Tess 2;9 e 10


O contexto refere-se ao surgimento do Anticristo; que virá “segundo a eficácia de Satanás.” Então, necessária se faz a pergunta: Em quê, o dito cujo é eficaz?

O Salvador ensinou: 
“... Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele... é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;44 “O ladrão não vem senão roubar, matar, e destruir...” Jo 10;10

Nesses dois tomos vemos seu método, mentira; e seu alvo; roubar, matar e destruir.

Quando o ímpio deseja demais algo que contraria a Deus, seja no propósito, seja no tempo; muitas vezes O Eterno farta-o desses desejos como juízo pela insubmissão; Nos dias de Moisés os obstinados idólatras beberam o “ouro” do seu pecado; “Tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo, moendo-o até que se tornou pó; espargiu sobre as águas, e deu-o a beber aos filhos de Israel.” Ex 32;20

Os que murmuraram por carne durante a peregrinação chamando o Maná de “pão vil” também receberam uma “fartura” ao ponto de empanturrarem-se antes de muitos sofrerem a praga da Ira Divina. Ver núm 11

Hoje, a rejeição à Verdade assume proporções desconcertantes; desse modo, o surgimento do ímpio mor será o “prêmio” dos que se opõem à Palavra. “Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” Vs 11 e 12


A fartura de enganos na vinda do Pai da Mentira é já julgamento aos que desprezaram a Verdade.

Vivemos em guerra constante onde somos bombardeados diuturnamente por mentiras; tanto para barrar o curso da Verdade, quanto, estabelecer a mentira.

Escrevendo aos cristãos efésios Paulo realçou o valor da verdade, justiça, fé, salvação, Evangelho da Paz e da Palavra de Deus, como sendo a armadura de um soldado em combate; ainda que o inimigo use uma “infantaria” de carne e sangue, (ensinou) nossa luta é contra o comando; “principados e potestades nas regiões celestiais;”

Noutra parte detalhou as munições em uso contra nós; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Assim, qualquer coisa que laborar contra o conhecimento de Deus não passa de munição do inimigo contra a qual devemos usar o “escudo da fé”.

Nunca se falou tanto contra a mentira, as “fake news”, como se, nossa geração fosse mesmo adepta da verdade. O que anseiam é dizer quais mentiras podem ser contadas e por quem; uma corja de mentirosos fingindo zelar pela verdade.

Bastou um homem honesto, finalmente, subir ao poder para que a revolta gerada pelas suas posições sóbrias e patrióticas deixasse patente que sempre fomos governados por bandidos; também a imprensa em ampla maioria ficou nua deixando ver que nunca nos informou; apenas manipulou segundo os interesses de quem lhe corrompia.

Irônico ou profético, o fato é que o Presidente eleito evocou muitas vezes um texto bíblico: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Ninguém é liberto pelo conhecer simplesmente, como tendo uma informação; o verso anterior contextualiza: “Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos...” desse modo, conhecer nos domínios espirituais demanda praticar.

A mentira por sua natureza não é tão exigente, criteriosa assim. Como disse Aristóteles, “O homem pode ser mau de muitas maneiras, mas só há uma de ser bom.” A virtude.

Como somos maus, pecadores, urge que nos submetamos ao Senhorio de Cristo, para recebermos seu perdão; então, Sua Virtude nos será imputada.

A mentira assessora-se do agradável; como um pescador que oculta o anzol com um petisco; a morte vestida de pão.

A verdade não tem de que se envergonhar; como o casal edênico pode andar nua sem pudor. Desse modo, perante incautos o mentiroso leva vantagem, uma vez que propõe o “bom” o prazer, enquanto o veraz, que mira o bem, mesmo ao custo de eventuais renúncias, soa como desmancha-prazeres.

A mentira precisa parecer verdade para ser aceita; a verdade prefere nudez, a usar vestes alheias.

A eficácia de Satã fala de união, tolerância, inclusão, liberdade, diversidade; feito o estrago, teremos totalitarismo, opressão, morte.

Deus nos propõe uma cruz como aliança; assusta; mas, vencida a timidez, a vida eterna nos espera ao lado do Santo.

domingo, 13 de outubro de 2019

A Luz da dúvida


“O governador lhes disse que não comessem das coisas sagradas, até que se apresentasse o sacerdote com Urim e Tumim.” Ne 7;65

As coisas consagradas eram exclusivas aos sacerdotes; como os filhos de Barzilai que postulavam ser de família sacerdotal não podiam comprovar isso foram deixados em espera até que alguém apto consultasse ao Senhor sobre o pleito deles.

Nos dias de Moisés alguns estavam “imundos” para a celebração da Páscoa, mesmo assim tencionavam participar; falaram com Moisés que não ousou autorizar. “Esperai, eu ouvirei o que o Senhor ordenará. Então falou o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel: Quando alguém entre vós, ou entre vossas gerações, for imundo por tocar corpo morto, ou achar-se em jornada distante, contudo, ainda celebrará a páscoa ao Senhor. No mês segundo, no dia catorze à tarde, a celebrarão; com pães ázimos e ervas amargas a comerão.” Num 9;8 a 11

Em ambas as situações o mesmo princípio: Se, não tem convicção de participar das coisas sagradas espere; consulte ao Senhor.

Na lei humana vigora uma máxima do direito romano: “In dúbio, pró reo;”, Simplificando: Em caso de dúvida sobre a culpa considere-se o réu inocente. Nas coisas santas o princípio se inverte; em dúvida considere-se culpado; mantenha-se afastado, espere.

Os dois casos soam lógicos; entre participar temerariamente de um ritual sagrado que me poderia trazer condenação, e me abster por temor a Deus, essa postura parece mais adequada; pois, quem conhece as intenções do coração, mais facilmente absolveria a um que O temeu, que a outrem que teve as coisas santas por ordinárias, comuns.

Em se tratando de julgamentos humanos, em caso de dúvida, qualquer juiz sensato preferiria correr risco de absolver um culpado que, condenar um inocente.

Depois da Vitória de Cristo, o Novo nascimento dos que creem e consequente habitação do Espírito Santo nos renascidos, a consciência, antes morta, fala de modo bem audível no íntimo dos cristãos.

Cada um é feito apto para julgar a si mesmo segundo os ditames da própria consciência no Senhor. Antes de participar das coisas sagradas, um auto-exame honesto nos cabe, sob pena de sermos profanos; “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo; assim coma deste pão e beba deste cálice.” I Cor 11;27 e 28

Como vimos, a simples dúvida paralisaria a ação até segunda ordem, em nosso exame interior deve valer o mesmo princípio; “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas, aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; tudo o que não é de fé é pecado.” Rom 14;22 e 23

Isaías vaticinou o ministério do Espírito; “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Jeremias mencionou a nova aliança no interior onde, cada um poderia conhecer a Deus; “Esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei minha lei no seu interior; a escreverei no seu coração; Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” Jr 31;33 e 34

Todavia, o Espírito Santo em nós é luz, não, coação; digo; somos instruídos acerca do lícito e do pecaminoso, mas não somos forçados a nada; não é uma “possessão benigna” que nos força a sermos santos; antes, uma habitação bendita, que nos desafia e capacita a sermos, mas sempre com nossa anuência, obediência.

Caso decidamos desobedecer, inicialmente, entristecemos ao Espírito; persistindo, pouco a pouco silenciamos Sua Voz em nós, a dita cauterização da consciência; se descermos até a esse infeliz estágio de rebeldia temos tudo para não termos mais nada nos domínios espirituais.

“Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19


Quando marinheiros navegam no escuro desviam-se dos perigos observando aos faróis; caso tenhamos que andar no escuro também, sempre haverá uma direção segura, para os que temem a Deus; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor; firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Tradicionalistas ou Ortodoxos?

“Assim invalidastes pela vossa tradição, o mandamento de Deus.” Mat 15;6

A superioridade da escolha entre obedecer a Deus, invés dos homens era ponto pacífico de tal modo, que a esses mesmos religiosos que colocavam seus costumes acima da Lei de Deus, em dias posteriores os apóstolos desafiaram; “... Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós, que a Deus” Atos 4;19

Em nossos dias atrevo-me a pensar que, os ditos cristãos de quaisquer denominações se, inquiridos sobre isso por razões óbvias, não pestanejarão em decidir sobre a primazia da obediência a Deus.

A questão em alguns casos será; em quê, a obediência a Deus consiste. Alguns mais fanáticos repetirão o que ouviram; que determinadas lideranças são “ungidas”, portanto, desobedecê-las equivale a afrontar ao Senhor; será?

Pedro o qual dizem que era Papa, embora nunca tenha pretendido algo assim, se dizia presbítero, (o primeiro “Bispo de Roma” com pretensões de chefia surgiu uns trezentas anos depois) quando atuou em dissonância com os ensinos do Evangelho da graça levou um puxão de orelhas em público, de Paulo, que foi admitido entre os apóstolos bem após o início da Igreja.

“Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” Gál 2;14
Se, O Salvador dissera: “Vinde a mim todos...” sem distinção racial, libertara uma menina siro-fenícia, curara a um servo de um centurião romano, etc. Pedro errava ao não seguir Seu exemplo e ensino; Desse modo, necessária a conclusão que a obediência a Deus é antes, ortodoxa que clerical; noutras Palavras, Seus ensinos, não Seus “ungidos”; pois, em última análise, “O Senhor é o Meu Pastor...” Assim só devo obediência aos pastores humanos à medida que eles obedecem e representam ao Sumo Pastor.

Foi essa a escolha de Lutero, que lhe custou o sacerdócio, e quase, a vida.

Atualmente, “Pedro,” Francisco está muito mais longe da casinha que naqueles dias. É perceptível o descontentamento de muitos católicos com as decisões dele e seus chegados; buscando unificar as religiões faz concessões a Islâmicos, espíritas, até às pajelanças indígenas estão sendo celebradas em pleno Vaticano, não na terreira da tribo.

As pautas que ensejam maior gritaria são a aceitação e mescla aos rituais pagãos, ordenação de mulheres, e o fim do celibato.

Alguns pregam abertamente a desobediência, pois, essas coisas seriam uma afronta a Igreja e sua tradição; enfim, depois de 500 anos entenderam o que significa ser protestante; uma escolha sobre a quem obedecer e optar por Deus; longe de ser um rebelde, infiel, herege como eles dizem, é alguém ousado, corajoso que manda às favas as conveniências por amor à Verdade.

Francisco não faz questão nenhuma de ocultar que é mais comunista que cristão; reúne-se com ditadores como Maduro, Morales, Correa, Castro; ignora os presos políticos e os assassinatos de oponentes nesses países; sua atuação busca adesões políticas não ovelhas perdidas.

Então, os que se insurgem contra sua liderança têm lá suas razões. O problema é que, boa parte do zelo é pela Igreja com seus dogmas, tradições e não pela Palavra. Restrição às mulheres era fator cultural, não teológico.

Celibato não é mandamento bíblico; é opção individual.

Alguns alegam que todos os apóstolos eram celibatários baseados em: “Nós deixamos tudo e te seguimos.”

O “tudo” tencionado por Pedro referia-se ao conforto do lar, e ao trabalho; abriram mão disso por seguir Jesus. Não significa que se divorciaram.

Paulo, celibatário por opção argumentou que teria direito a uma esposa como os demais que “deixaram tudo”; “Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, os irmãos do Senhor e Pedro?” I Cor 9;5Portanto, afirmar que os apóstolos eram celibatários é uma falácia.

Outra coisa que incomoda-lhes é a questão da comunhão para divorciados, como se, o divórcio fosse de gravidade tal, que equivalesse à Blasfêmia contra O Espírito Santo, único pecado imperdoável.

A Samaritana junto à fonte de Jacó tivera seis maridos antes de seu colóquio com O Salvador; Ele revelou isso e disse que lhe daria Água Viva, se, tão somente ela pedisse.

Esses hipócritas, fariseus modernos se pretendem mais santos que O Senhor. Divórcio não é propósito Divino; nenhum pecado é; Deus não lida com o ideal; esse se perdeu; Ele Trabalha com o possível; perdoa e regenera pecadores arrependidos.

Quisera que os que estão ardendo em zelo pelos erros de Francisco estivessem baseados na Palavra, não nas tradições. “Porque lhes dou testemunho que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.” Rom 10;2

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Na ponta da língua

Dei banho em minha horta removendo o verde que suja.

Dentre esse uma erva mui resiliente, dura de matar que ressurge à menor umidade e brota de um naco de raiz que sobre na terra, chamada “língua de vaca”. Parece fotografia; quanto mais se tira, mais se tem.

Aí me ocorreu a pergunta: Por quê língua de vaca, não de boi? Pior que isso; o “feminismo” vai mais longe; temos ainda a pata de vaca, que dizem curar diabetes; quando uma esperança finda, dizemos que a vaca foi pro brejo; se alguém nos esculhamba não dizemos que está a “aboisalhar;” sempre vem avacalhar; na índia a vaca é sagrada; aqui, salgada.

Se bem que, em alguns casos há equilíbrio; quando alguém é traído, tanto vira boi, quanto, usa chapéu de vaca; temos vaqueiro e também boiadeiro; o cantarolar dos que tangem rebanhos é masculino, o aboio; parece que à vácuo foi usado pra outra coisa... Nos Estados Unidos temos o cowboy. Esse boy não tem nada a ver com boi que em inglês é ox; e o cow é vaca; boy é garoto; então um vaqueiro jovem...

Agora falando sério, há palavras que não tencionam uma precisão estrita; como dizer que determinada descoberta é uma conquista do homem. Não se refere ao sexo; pode ser que uma cientista descobriu; trata-se duma conquista da espécie humana.

Como a célebre pensadora Dilma Russef que pensando que a expressão “homo sapiens” se referia ao sexo masculino, (significa ser humano racional de qualquer sexo) criou a “mulher sapiens” para ser politicamente estúpida; talvez agora entendais por que preciso criar a língua de boi.

Essas coisas irrelevantes de dar nomes a atos, ou coisas são de geração espontânea; acabam consagradas pelo uso, como os apelidos.

Essa frescura onde tudo tem que ser “politicamente correto” é invenção maligna da esquerda, em suas táticas mesquinhas e irresponsáveis de dividir para conquistar.

Fazer negros pelejarem contra brancos; homossexuais contra héteros; homens contra mulheres; cristãos contra ateus, etc.

Para Benedita da Silva, usar “lista negra” é racismo. Vai se catar!! Sempre foi usada nunca com intenção de ferir ou discriminar ninguém; racismo seria menosprezar, tolher, reprimir, segregar alguém em função da raça.

Para mim o sistema de cotas nas universidades é racista; ao avesso, uma vez que faz aos de cor, superiores aos demais.

Contar uma piada que envolva gay é homofobia; uma ova! Pode-se brincar como homo, branco, negro, índio, hétero, cristão, ateu, etc. “Não sabe brincar desce do playground” como se diz.

Essa gente perde noção das coisas em suas bandeiras nefastas que tropeçam em valores, na lógica até; por exemplo: Feministas tatuam-se, mostram peitos e bundas em lugares públicos em defesa do aborto que, segundo elas, é um direito exclusivo da mulher. “Meu corpo, minhas regras”, dizem. Pois bem, 50% dos fetos abortados são também femininos; seriam assassinados indefesos pelas que defendem os direitos das mulheres?? O que diriam elas dos seus corpinhos em formação?

Outros cansaram de brincar de feminismo contra machismo; querem impor sua doença afirmando que ninguém nasce macho nem fêmea; nascem apenas humanos depois se “descobrem”; chegam a pleitear por banheiros comuns, sem essa de masculino e feminino, que seria uma imposição social.

Fizeram um alarde quando a Ministra Damares Alves disse: “Menina veste rosa; menino veste azul”; convenientemente ignoraram o teor e supervalorizaram à forma; como se ela pretendesse escolher vestes para os filhos alheios. O que ela disse apenas é que uma coisa é uma, e a outra, outra bem distinta. As cores das vestes foram só figura de linguagem que até meu cavalo entende.

Cáspita!! Pinto é pinto e periquita é periquita, não importa o que a sociedade diga.

Circula nas redes uma frase que me parece cabal; “Homem nasce homem; mulher nasce mulher; você é livre, faça o que quiser com seu corpo, mas não venha querer que a sociedade seja obrigada a gostar das suas escolhas.” Isso diz tudo.

Se, tivessem ao longo dos dezesseis anos que governaram, o mesmo cuidado com a coisa pública, que tiveram com essas futilidades que a nada levam, e estaríamos prósperos, fartos, invés de endividados e com milhões ainda no desemprego.

Quem empreende muito tempo, recursos e esforços em zelar pelo que é periférico, de menor relevância acaba omisso naquilo que é vital.

Certas palavras usadas em textos já dão azo à censura, como se tivesse palavras que devam ser proibidas. Ora, uso pensar com meus próprios neurônios, pautar-me pelos valores que creio e escrever como penso.

Nem venham esses bostas patrulheiros do politicamente correto acenando com o que pode o que não pode ser dito; para o meu gado sou eu que escolho o nome dos bois.

A Primeira Pedra

“A sabedoria do prudente é entender seu caminho, mas a estultícia dos insensatos é engano.” Prov 14;8

“Médico; cura a ti mesmo”. Provérbio de origem grega corrente nos dias de Cristo já. O motivo é óbvio; se alguém pretendia curar males alheios, por certo seria, antes de tudo, eficaz para com os próprios.

O que são a fofoca, a maledicência, senão, frutos do “trabalho” humano em “curar” as vidas dos outros? Como vimos, a sabedoria consiste e entender o próprio caminho.

Todavia, esse viés de cada um ser mordomo da própria casa, muitas vezes é usado fora de contexto, não numa diatribe que recoloca eventual enxerido no devido lugar, mas como um escudo contra correções amorosas que procedem de Deus.

Se, em nossa fala ou escrito denunciamos pecados, presto surgirá o clássico, “atire a primeira pedra quem não os tem.” Ora, quem disse isso não tinha; foi Cristo. Assim deixou claro que não estamos em condições de julgar um ao outro, dado que, estamos no mesmo barco. Ele não. “Quem me rejeitar e não receber as Minhas Palavras, já tem quem o julgue; a Palavra que tenho pregado; essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

Quando as pessoas se mostram resilientes às Palavras Dele que fluem por nosso intermédio não estão rejeitando eventual intromissão nossa; mas, ao juízo Dele. “Segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

Afinal, a primeira coisa que precisamos entender sobre nossos caminhos para sermos sábios é que eles não são tão nossos assim, ao ponto de termos autonomia neles; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Meu caminho é totalmente meu na relação com o semelhante, no sentido que, minhas vicissitudes, alegrias, preocupações, motivos, dores, são estritamente minhas, não de domínio público; “O coração conhece sua própria amargura, e o estranho não participará no íntimo da sua alegria.” Prov 14;10

Se, a intromissão está vetada ao estranho, e eu rejeito ao Divino conselho, querendo ou não, declaro com minhas ações que Deus é um estranho em minha vida; Todavia, a intenção do Santo é ser de casa; “Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará minha palavra; meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Quando apresentamos os juízos Divinos ensinados na Palavra também estamos debaixo deles; o ensino não é algo que se origina em nós tencionando corrigir outros; antes, algo que é dado através de nós, para corrigir-nos primeiro, depois, quiçá servir ao aperfeiçoamento de terceiros.

Hoje deparei com um vídeo que trazia um menino de sete, oito anos talvez, apresentando dicas de auto-ajuda. “Não desista jamais, aprenda com seus erros, não se culpe por isso, aquilo, blá, blá, blá...”

Inocente em duplo sentido; sem culpa, e sem noção. Fruto de “pais modernos” que acham “bonito ser feio” como dizia o Batoré.

O que sabe um menino quase nas fraldas sobre as agruras da vida para ser conselheiro de adultos que já conhecem a dor das calúnias, exploração, traições, rejeições, cinismo, maldades, enganos, e demais calores do deserto da vida? Nada. Reduziram-no a um papagaio treinado pra articular grunhidos, invés de educá-la como convém.

Spurgeon dizia que uma coisa boa não é boa fora do seu lugar; do tempo também, acrescento.

Nem se lhe pode aplicar o desafio aquele; “Médico cura a ti mesmo;” Não tem idade para ficar “doente”; seus pais sim; e estão.

Quando O Salvador disse que dos pequeninos é o Reino dos Céus fez alusão à inocência, não, experiência ou, sabedoria deles. Triste geração que sabe o preço de tudo e o valor de nada.

Meninas da mesma idade já postam fotos todas maquiadas, cheias de caras e bocas, como se essa postura fosse própria de crianças; a maldade adulta envernizando gente inocente; que será que escolherão quando crescerem?

Se, Deus fosse ouvido conduziria por melhores rumos; “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

Sabe O Senhor dos efeitos colaterais da educação ou, da falta dela e avisa; “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Erram os que escolhem o caminho pela facilidade, não, pelo destino; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

“Às vezes, quando considero as tremendas consequências advindas das pequenas coisas sou tentado a pensar; não existem pequenas coisas.” Bruce Barton

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Você tem fome de quê?

“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? O produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer...” Is 55;2

Uma antiga canção questionava? “Você tem fome de quê? Você tem sede de quê?” Além do básico diziam querer diversão, arte, liberdade, fazer amor; enfim,
“A gente não quer só dinheiro
A gente quer dinheiro e felicidade
A gente não quer só dinheiro
A gente quer inteiro e não pela metade”.


Plenitude dos prazeres, realizações desejadas e cantadas em prosa e verso. Da ótica estritamente terrena parece lógico.

Além dos prazeres doentios, e o engano espetaculoso do circo, ainda se gasta rios de dinheiro, em aquisição de cultura inútil.

Mas, diria um hedonista; usar dinheiro, bens, apenas para aquisição do que é básico à manutenção da vida não é viver, é vegetar. Quem ainda não tomou a cruz não entende o que significa.

Ocorre-me um diálogo de Sócrates com um de seus discípulos quando tentavam “construir” uma cidade modelo; o aluno sugeriu algo assim da esfera supérflua e o sábio objetou: “Vejo que pretendes uma cidade com febre.”

Pois, quem ousar verazmente seguir ao Senhor também deverá aprender medir a temperatura no tocante às superfluidades e insanidades pecaminosas.

Questione a um jovem padrão dessa geração; ele saberá o nome dos personagens todos de “Games of Thrones” os seriados da Netflix, a escalação do time A, o salário do jogador B; etc. Todo esse caldeirão cultural reunido não paga um caramelo.

Agora desafie-o a pensar, descrever a diferença entre democracia e fascismo, entre narrativa e fato, entre meritocracia e assistencialismo; menos; peça para escrever umas dez linhas de própria mente sobre o tema que quiser; uma em cada dez palavras estará errada ortograficamente, nem me refiro à concordância.

Bem, e daí me diria o imaginário interlocutor; o que o CDF que arrasasse nisso tudo pagaria com seu conhecimento?

Conheço duas pessoas de meu convívio que dirigem bem, e por limitação de estudo não conseguem tirar habilitação; esses milhões de desempregados que estão pelo país são fruto de nossa ignorância política que escolheu desonestos e incompetentes por inaptidão dos eleitores; sem falar que a aptidão intelectual, quanto maior, capacita seu hospedeiro a trabalhos mais complexos de rendimentos superiores.

Creio que esses exemplos grosseiros já bastam para mensurar o valor da cultura com propósito.

Quando o profeta pergunta: “Por que gastais dinheiro naquilo que não é pão?” trata-se de uma figura de linguagem; a segunda parte interpreta: “O Produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer.”

Tratando-se das coisas espirituais o valor, ou, o prejuízo assumem dimensões eternas, incalculáveis.

Textos e vídeos que trazem ainda o sabor de sal da Palavra de Deus já são censurados, bloqueados descaradamente; A Internet e seus meios estão nas mãos dos globalistas satanistas; breve, escritos como esse (que a maioria nem lê, pois, a navegação é veloz demais para perder tempo com essas monótonas ilhas;) e similares desaparecerão.

Israel rejeitou a Voz Divina que enviara tantos profetas; Deus prometeu que estariam “livres” Dele por um tempo. De Malaquias a João Batista houve silêncio profético durante 400 anos; “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as Palavras do Senhor. Irão errantes de um mar até outro mar, do norte até ao oriente; correrão por toda parte, buscando a Palavra do Senhor, mas não acharão.” Am 8;11 e 12

Esse longo estio explica a sede com que foram a João Batista; chegaram a pensar que era O Messias.

Se fosse um enfoque meramente cultural, que importaria se, as pessoas perdessem algo? Mas, trata-se de vida.

Como não lembrar de Belsazar, o rei da cultura inútil? “... deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23

Se, no natural “Bebida é água, comida é pasto” como cantaram os Titãs, os salvos são desafiados a uma dieta superior; “Porque minha carne verdadeiramente é comida; meu sangue verdadeiramente é bebida.” Jo 6;55

Quando O Eterno exortou à parcimônia, a buscarem ao que pode, deveras, satisfazer, falava de relacionamento espiritual, não de dinheiro, estritamente; “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6

A “cultura inútil” de então era a autonomia suicida como atualmente. A exortação que valeu naquele tempo ainda fala: “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos; se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” V 7

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Barro da cabeça aos pés

“Foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do Céu.” Dn 2;19

O célebre sonho de Nabucodonosor que, o impressionou de tal maneira que fez questão de ter uma interpretação confiável; precaveu-se. Não contou o que sonhara, mas, demandou que os sábios revelassem o sonho e a interpretação, ou seriam mortos.

Daniel orou e jejuou rogando ajuda; O Senhor lhe ouviu e deu a resposta necessária. Tratava-se de uma estátua que resumia a saga humana, desde então, até à implantação final do Reino de Deus.

A Lei Divina vetava o testemunho de um só; duas ou mais testemunhas estabeleciam a veracidade do fato; assim, o sonho foi sonhado duas vezes, pelo rei e por Daniel numa confirmação Divina da verdade.

A estátua tinha cabeça de ouro, tórax de prata; ventre de bronze; pernas de ferro; por fim, pés em parte de ferro, e em parte de barro.

A cabeça de ouro, interpretou, tratava-se do reino babilônico de então; a prata, o reino o medo-persa; o ventre de bronze, o império grego; as pernas de ferro, o romano; por último, os pés em parte de ferro, e em parte de barro; o tempo atual.

Qualquer estudante razoavelmente informado sabe que os quatro reinos previstos se cumpriram rigorosamente; assim, nenhuma razão para duvidarmos que o último também se cumprirá.

Vejamos mais detalhes dele. “Como os dedos dos pés eram em parte de ferro, em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, por outra será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, como ferro não se mistura com barro.” Vs 42 e 43

Esse misturar-se sem se ligar, como ferro e barro que mesmo juntos são distintos dá o que pensar. Parece inicialmente o retrato do ecumenismo; uma mega religião única mundial; única para efeito de governo, mas, múltipla em termos de credo; cada um acreditará no que quiser, desde que na união; eis o mosaico dos que se misturam, mas não se ligam.

Também retrata a mistura do ferro com barro, a interação com máquinas como se fossem coisas vivas, a dita realidade virtual e os humanóides; robôs, retratados em filmes como “better than us” (melhor que nós) da Netflix. Homens são substituídos com vantagens pelas máquinas.

Na verdade a mistura de semente humana, (viva) com o ferro, (inanimado) é levada ao pé da letra já em muitas partes; na Ásia, sobretudo, onde bonecas "humanas" para fins sexuais já são produzidas; lógico que nesses casos bizarros, o barro e o ferro, malgrado a semente humana não se ligam; robô não engravida. Ainda.

Significativo que, o governo mais totalitário da Terra, a China que tem apenas o partido comunista, não tolera oposição, nem, falar em democracia, é o mais avançado em tecnologias de drones, 5G e câmeras de reconhecimento facial.

O império global de Satã não poderá comer da Árvore da Vida; sua fonte é a Árvore da Ciência. Não podendo ser Onipresente como O Eterno a Quem inveja, forjará sua “Onipresença” mediante tecnologia.

Primeiro cultuou à ideia do “Olho que tudo vê” retratado no dólar, na maçonaria e seitas ocultistas; usou gado recrutado dentre artistas e atletas pra fazer o gesto, sem sequer saber por quê.

Agora que o olho está nos olhando, chamam-no de “O Olho de Deus;” o sistema de satélites que monitora todo o planeta em tempo real.

Sabemos de qual deus é o dito olho. A imagem da besta que falará e exigirá adoração como diz no Apocalipse não será uma escultura; mas, uma imagem de vídeo “onipresente” em todos os aparelhos eletrônicos e locais públicos da Terra.

Há um bombardeio massivo de tecnologia cada dia mais high; mesmo crianças que não tiveram suas personalidades formadas para discernir as coisas têm acesso a tudo. Como as pessoas olharão para dentro de si, onde Deus lhes quer falar e mudar, com tanta coisa fora para ver?

Cada império que ruiu deixou algo nos seguintes, em termos de arte, leis, religião... Quando Deus decidiu por julgar, a estátua toda estava em pé, como se, o último império fosse uma síntese, um resumo de todos os anteriores; diferente da vaidosa e falsa evolução, crescemos para baixo, como rabo de cavalo; rumamos da cabeça de ouro aos pés de barro.

Mas, “Nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um Reino que não será jamais destruído; este Reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas Ele mesmo subsistirá para sempre;” v 44


“Havendo de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser...?” II Ped 3;11

domingo, 6 de outubro de 2019

A Liberdade Possível

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Jo 8;36
As Palavras do Salvador deixam implícita a existência da falsa liberdade.

Muitos filósofos debruçaram-se sobre o tema tentando definir em quê, consiste a liberdade, sem chegarem a um consenso.

Diverso das narrativas do fatalismo grego e, da teologia calvinista que, nos encaixam em determinações, às quais não podemos evitar, penso que, temos alguma liberdade sim.

Na esfera política, por exemplo, diferente de uma ditadura onde o governo nos é imposto, na democracia podemos votar e escolher; contudo, entre um número pequeno de opções; nossa liberdade exercita-se dentro de limites alheios a nós. Alguém ironizou que a democracia nos dá direito de escolhermos com qual molho seremos devorados, num apreço pessimista dos governos humanos.

Tal é a interação do Universo que, a liberdade absoluta sequer existe; nem mesmo Deus é livre desse modo; quando Sua Revelação diz que Ele vela por Sua Palavra para cumpri-la, que não pode mentir, suportar iniquidade, contemplar o mal, etc. vemos que Seu Próprio Ser limita-O às coisas que “condicionam” Seu agir. Deus É “refém” da Sua Própria Integridade.

Que a liberdade pressupõe responsabilidade é ponto pacífico, até, perante pessoas com dois neurônios apenas. Tanto que, caso alguém faça mau uso dela em âmbito social, extrapolando limites sobre bens ou vidas alheias, normalmente a punição é em forma de restrição da liberdade; prisão. Isso atinente ao aspecto mais básico; o direito de ir e vir.

Num escopo mais refinado estaria a liberdade de consciência que se desdobra em liberdade de crença e de expressão.

No entanto, mesmo nesse âmbito muitos extrapolam; O ateísmo é uma crença que atua contra a crença. Em nome da liberdade de expressão muitos ofendem autoridades, credos; expõem “artes” sacrílegas ferindo consciências; ora, minha liberdade é extremamente livre; não porém, a ponto de invadir ou ofender a alheia.

Todos nós lidamos naturalmente com restrições lógicas da liberdade; por exemplo, se estamos jogando cartas com um baralho que possui treze tipos de cartas, jamais cogitamos jogar uma que seja catorze, nos movemos dentro dos limites; se, entramos num elevador dum prédio de quinze andares não esperamos ter a opção décima sétima; saber do possível nessas coisas soa lógico, normal.

Agora, tratando-se questões morais, espirituais, a ideia que a liberdade tenha limites nos incomoda; por quê? Quem disse que determinados comportamentos são inadequados? Com que direito? E daí se eu quiser drogar-me, adulterar, mentir, roubar...? Objetivamente Deus não tolhe a “liberdade” dizendo que não podemos essas coisas; mas, prevenindo para onde elas levam. Podemos praticá-las; não, fazê-las e agradar a Deus ao mesmo tempo.

Se O Salvador veio prometendo, Nele a verdadeira liberdade, e, invés de banir Satanás, ou o império romano que governava, então, desafiou seguidores a negarem a si mesmos, parece necessária a conclusão que os pecadores são prisioneiros de si mesmos.

A gaiatice que diz: “Tentei fugir de mim mesmo, mas, aonde eu ia, eu estava” não é tão insana quanto parece, à primeira vista. É esse o drama dos pecadores diante de consequências danosas dos seus pecados. Ao justificarem-se invés de assumir, confessar; tentam fugir de si mesmos.

Um pouco antes das Palavras realçadas O Senhor dissera: “... Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” Jo 8;34

Se, nosso escopo é liberdade, e dentro de nós reside certa servidão, necessário é que a solução seja nessa esfera.

Paulo elucida o conflito de mim com eu mesmo. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero já não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17 a 20

Como seria eu livre, pois, se o pecado me habita, dá-me ordens e eu obedeço-o? “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele que obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Enfim, a liberdade possível ainda é limitada; livres para andar como filhos de Deus; o homem natural, sem Cristo não pode; “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Sem Ele, meras criaturas corruptas; Nele podemos andar, “Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rom 8;21

Prova de Fogo

“Porém Ele (Deus) sabe meu caminho; provando-me, sairei como ouro.” Jó 23;10

Jó defendendo a integridade dos seus caminhos; se Deus o provasse, - disse – sairia como ouro. Ora, era justamente o que acontecia. Estava em plena prova permitida pelo Eterno.

Se atuamos de modo íntegro atrelamos a essa integridade uma espécie de crédito, de estarmos imunes aos sofrimentos. Por que fulano está passando por isso se, é uma pessoa tão boa? Estranhamos.

Não estamos errados em supor que retidão mereça recompensa; mas, nos equivocamos quando acreditamos que devamos colher seus frutos, necessariamente, ainda nessa vida. Nossa justiça pode estar “depositada” numa conta a ser sacada apenas no porvir, o “Tesouro no Céu”. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Sendo o mundo um império do maligno, quanto mais honesto alguém for, vivendo nele, mais tende a sofrer; como Ló em Sodoma; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8

Escrevendo ao jovem Timóteo Paulo advertiu-o dessa dura realidade; “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Incomoda-nos não só a injustiça circunstante, como as perseguições dos que, animados por outro espírito alvejam Cristo em nós. “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;11 e 12

Note que mentiras, injúrias e perseguições são realidades daqui; galardão, recompensa, espera-nos no porvir; nos Céus. Isso somente os olhos da fé podem ver; “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Não sejamos ingênuos achando que a prova da fé em meio a tribulações, perseguições seja mera possibilidade, da qual podemos até fugir se, orarmos; é uma necessidade. “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, honra e glória, na revelação de Jesus Cristo.” I Ped 1;7

Muitos interpretam errado, certo verso onde, João Batista afirma que, Jesus batizaria com O Espírito Santo e com fogo, como se, fosse um evento só; são duas coisas distintas.

O Batismo no Espírito Santo reveste-nos capacita-nos para a caminhada; o batismo de fogo são as agruras da caminhada, provações; “A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará qual é a obra de cada um.” I Cor 3;13

Então, se a nossa vida espiritual andar solta, sem obstáculos, incompreensões, perseguições, tentações acima do normal, convém estarmos atentos; pode que, como denunciou O Senhor de certa Igreja, Tenhamos nomes de vivos e estejamos mortos. “Ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os Sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” Apoc 3;1

Claro que o Capeta não gastaria dardos contra cadáveres espirituais; seu alvo é derrubar quem está em pé; acena-nos com o vívido neon das tentações, vai cantar cantigas de ninar aos mortos para sigam assim, sem atentarem para a sua nefasta realidade. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Assim, para quem vive alienado da Vontade Divina e “tudo vai bem”, não é por que vai, deveras; mas, porque está cego ao mal no qual jaz.

Os servos do Altíssimo são estrangeiros, peregrinos na Terra; como tais, falam outro idioma e possuem outros valores. Se, as coisas fossem vistas espiritualmente, sobre o planeta haveria intensa escuridão pontilhada pelas luzinhas de alguns pirilampos. Como o canhoto é espírito pode ver nessa dimensão fica fácil identificar seus alvos.

Nossa vida depois de Cristo não passa por provações; é uma prova, combate em tempo integral contra o império das trevas.

Se, somos “alvos fáceis” no sentido da identificação, também somos capacitados pelo Espírito a ver as coisas como são, não, como parecem; “O que é espiritual discerne bem tudo e não é discernido.” I Cor 2;15

O que O Senhor disse de Jerusalém aplica-se aos demais que O servem; “Porque eis que as trevas cobriram a terra, a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo; Sua Glória se verá sobre ti.” Is 60;2

Discernimento é ouro. Ante as provas saiamos como Jó.

sábado, 5 de outubro de 2019

Metamorfose

“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á...” Jo 10;9

De uns tempos para cá algumas palavras foram colocadas em realce, seja para o bem, seja para o mal; entre as palavras “boas” estão diversidade, tolerância, união, inclusão, coexistência, ecumenismo; as malditas, fundamentalismo, radicalismo, fanatismo, intolerância, separatismo...

Elas sempre existiram, mas ultimamente foram evidenciadas, como se, alguém estivesse afiando ferramentas para determinado labor.

São “réguas” que medem comportamento humano; nenhuma traz em si um valor absoluto; dependem sempre de contexto para saber-se o que significam.

Por exemplo: alguém sair nu pela janela em público será tido como ato obsceno; agora, se foi numa emergência, estava banhando-se e uma explosão incendiou a casa e teve que sair apressadamente para salvar-se, o mesmo quadro será pintado com outras cores.

Uma das mais repisadas palavras é tolerância; se, discordo das ações ou ideias baseado na minha fé, logo sou tachado de intolerante, radical.

Discordar abertamente do que discordamos internamente passa longe de ser intolerância; antes, trata-se honestidade moral, intelectual; o que muitos paroleiros chamam de tolerância, na verdade é aquiescência, concordância; em nome disso eu teria que fingir concordar com o que discordo. Os antigos chamavam de hipocrisia.

Pensando em radicalismo intolerância a primeira coisa que nos ocorre é o islamismo; os mais ativos entre eles não restringem o embate ao campo das ideias permitindo o contraditório, ou respeitando o direito a crer diverso. Ou pensamos como eles, ou somos “infiéis” que devem ser mortos.

Todavia, o radicalismo extremo não é privilégio deles; na idade média a Igreja Católica perseguiu e matou milhares na dita “Santa Inquisição” usando a mesma “moral” muçulmana a “serviço de Jesus”, que mandou orar pelos inimigos e abençoar quem nos persegue. Os islâmicos são mais coerentes, pois, o Corão manda mesmo matar aos “infiéis,” diferente da Bíblia.

Perdida a força bélica do papado após a revolução francesa seguiram “matando” agora, espiritualmente ao postular e ensinar que “Fora da Igreja Católica não há salvação.”

O Salvador foi preciso: “Eu Sou a Porta...” não uma porta, como se houvesse possibilidades mais. Não há. “Sem mim nada podeis fazer.” Ensinou. Pois, o “sine qua nom” à salvação é Cristo, não a igreja A ou B. As denominações são necessidades por causa das leis terrenas; mas espiritualmente, “Quem não é contra nós é por nós” ensinou O Senhor.

Rótulos externos não são relevantes, pois, “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27

O caráter transformado é, em última análise, o selo de Deus a identificar quem lhe pertence; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19 O Nome de Cristo, não, da Igreja.

Estranhamente, aqueles que se pretendiam depositários únicos dos ensinos da salvação, agora trabalham para reconhecer todas as religiões como válidas, até pajelanças, animismo e o radicalismo islâmico. Seu pêndulo insano oscilou do, “fora daqui ninguém se salva” para, “cada um do seu jeito, todos estão salvos”. Num passe de mágica a “Porta Estreita” se fez avenida de seis pistas.

Erram no conteúdo; O Evangelho não veio promover a paz entre homens; antes, possibilitar aos arrependidos a reconciliação com Deus; erram no método substituindo a Unidade do Espírito pela união de espíritos diversos; erram no entendimento, pois, se todos os credos são válidos o mandamento de pregar O Evangelho a toda criatura perde o sentido; erram no foco; salvação atina prioritariamente às almas, não à ecologia; erram pela profanação mesclando o Sagrado ao profano; por fim erram vergonhosamente na contradição; séculos defendendo algo e agora defendem o oposto...

Seu apreço pela verdade nunca foi o ponto forte, infelizmente; “Quer conhecer alguém espiritualmente – ensina o padre Paulo Ricardo – observe contra o quê ele está lutando.”

Lutero pelejou contra heresias; tivesse sido ouvido haveria concerto, arrependimento não, cisma; mas o poder terreno era-lhes mais caro que a Verdade; o protestantismo foi por culpa da resiliência de Roma em seus erros; pior, criaram a “Companhia de Jesus”, para combater quem não se submetia a eles.

Agora, pela primeira vez temos um Papa Jesuíta que busca as mesmas coisas; hegemonia de poder terreno, só que dessa vez pelo engano.

Muitos católicos sinceros também estão contra o ecumenismo; pena que seu zelo seja pela Igreja, não pela Palavra de Deus.

Um servo de Deus não é um conciliador político, antes, um porta-voz dos Céus; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Parcial, mas Vital

“Conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios da plenitude de Deus.” Ef 3;19

Somos desafiados a conhecer o Amor de Cristo, contudo, advertidos que o conhecimento possível é parcial, uma vez que, o ser, excede todo o entendimento.

Não só no que se refere ao Amor Divino; também o Seu agir extrapola às nossas mais altas perspectivas; Deus “... é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos...” v 20

Então, se a falta de conhecimento do Eterno pode ser destrutiva, o conhecimento a que somos exortados é limitado. Pois, Seus feitos dão nuances pálidas do Seu Infinito Poder; “Porquanto 'o que de Deus se pode conhecer' neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

Claramente se veem num sentido de que elimina argumentos fajutos do ateísmo, não que, a compreensão do que se vê seja cabal; o que podemos ver já é testemunho sobejo para que possamos crer.

Sendo o homem criado à Sua Imagem e Semelhança, a mera ideia de semelhança invés de igualdade já preserva a distinção de algumas coisas que lhe são peculiares, os atributos incomunicáveis; Onisciência, Onipresença e Onipotência; Destes O Salvador esvaziou-se como “Segundo Adão”, para que, sua atuação redentora estivesse no nível humano como convinha à Sua Própria Justiça; “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Fp 2;6 e 7

Assim, pela Sua parte careceu esvaziar-se para, por um pouco ser como nós; pela nossa, uma vez que após a desobediência nos enchemos de entulhos morais e espirituais como, egoísmo, orgulho, jactância, violência, mentira e toda sorte de impurezas, precisamos nos esvaziar totalmente, para sermos de novo preenchidos da Plenitude de Cristo; no que nos é possível voltarmos a ser como Ele; “... Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Esses dois “vazios” se encontrando que preenchem novamente, a lacuna de relacionamento criado pela desobediência.

Se alguém quer vir... evidencia Seu Chamado, que O Santo preza pela nossa liberdade de escolha; não fada ninguém a uma “escolha” de cartas marcadas como ensinam os calvinistas.

Esvaziar para ser preenchido não é uma coisa fácil, tampouco, superficial; demanda esforço, aplicação, aprendizado; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

O aproximar-se do Salvador requer esvaziamento dos maus conselhos, ambientes, companhias; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Depois dessas negativas às fontes corruptas, a salutar Água da Vida; “Antes tem seu prazer na lei do Senhor, na sua lei medita de dia e de noite.” V 2

Por falta de uma palavra melhor usamos “Teologia” para expressar nossas limitadas possibilidades de conhecimento nesse campo; os dicionários a definem: “ciência ou estudo que se ocupa de Deus, Sua natureza e Seus atributos; Suas relações com o homem e com o universo.”

Entretanto, invés de reconhecer quão infantil é nossa mais alta ciência nos domínios espirituais, ainda há os que adjetivam suas idiossincrasias como, teologia disso, daquilo.

Ora, por definição a palavra trata apenas de nomear o esforço em conhecer o que nos é possível sobre Deus, não em catalogá-lO segundo nossas idólatras preferências.

Os que amam dinheiro e usam Deus como pretexto chamam de Teologia da Prosperidade; os que querem comunismo, partilhar riquezas alheias, Teologia da Libertação. Duas idolatrias diversas no método e iguais no alvo.

Benny Him, da Prosperity renunciou aos seus erros recentemente; dizem possuir uma fortuna de U$100 milhões; então faça como Zaqueu; “Restituo ao que roubei”. Senão, segue o cadáver no armário.

Enfim, o fato de que o conhecimento possível é limitado, não justifica que sejamos omissos nisso.


Olavo Bilac poetou que quem ama pode ouvir estrelas; pois, quem ama ao Senhor anda retamente como lhe agrada recebe Dele, o conhecimento; “Porque o Senhor dá sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade. Prov 2;6 e 7

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Jesus, Politicamente Incorreto

“Vim lançar fogo na terra... Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não vos digo; antes, dissensão”Luc 12 49 e 51
Como seria recebido alguém que viesse com um discurso sobre lançar fogo e dissensão? Não seria; possivelmente acabaria preso. Talvez, sorte assim aguarde aos que seguem fiéis a Ele.

A humanidade com pretensa autonomia em relação a Deus decidiu por conta o que é bem e o que é mal; sabe o que quer; importa a paz, ainda que hipócrita, meramente aparente mascarando as guerras internas de cada um.

Quem em sã consciência se oporia a um discurso de paz e segurança global? O canhoto não se importa que erijamos uma paz humana falsa desde que, sigamos em guerra contra Deus.

A diferença diametral de abordagem entre Cristo e o Anticristo é lógica no prisma espiritual; embora, aos olhos naturais o “pacifista” assassino soará como mais desejável.

Sendo Cristo A Luz, não pode sonegar nossa real situação para que, vendo, sigamos após Ele que nos reconcilia com Deus; ao inimigo trevoso basta maquiar as coisas, envernizar nossas mortes com o brilho da falsa paz, para sermos cegados e iludidos.

Quem há de negar que a paz é uma coisa boa? O Salvador, entre outros títulos ostenta o de Príncipe da Paz.

Acontece que, não sendo Seu Reino desse mundo, tampouco, Sua paz assemelha-se aos anelos e arranjos mundanos. “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

A paz indispensável é com Deus; “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

Paz horizontal entre iguais nem sempre é possível; “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Rom 12;18 No que depender de nossa vontade reine a paz. Porém, nem tudo depende.

O ecumenismo caminha a passos largos; embora, grosso modo seja um tratado que buscará a paz inter-religiosa, violenta aos que creem em Deus demandando uma renúncia que não podemos fazer. Fomos desafiados a negar a nós mesmos, trocar nossos pensamentos pelos Divinos para receber a reconciliação com O Criador.

A bem de uma paz mundial que sabemos falsa, teríamos que negar a Deus, para não sermos radicais, fundamentalistas, feitores de discursos de ódio, etc.

Islâmicos creem que Alá é Deus e que “infiéis” devem morrer; espíritas que não há inferno, nem salvação por Cristo, mas, reencarnações sucessivas, aperfeiçoamento; animistas creem que Deus está na natureza, plantas e animais; outros cultuam ao órgão sexual; etc.

Nós não cremos que a salvação seja outra coisa senão, salvação mesmo; que há um juízo iminente que vai punir quem segue em rebeldia contra Deus e Sua Vontade Expressa. Em nome da paz global teríamos que fingir não saber e concordar com descaminhos que rumam à perdição?

Aquele fogo que O Senhor veio acender na Terra arde em nós e costuma incinerar todos os arranjos da mentira.

O capeta desfralda a bandeira ecológica, usa pequenos fantoches como Greta Thunberg, ou grandes, como o Papa Francisco; mas, nós sabemos que isso é mero pretexto para seu camuflado fim; primeiro o terrorismo ecológico que cria o problema, depois a unidade global oferecendo a pretendida solução. O Pai da Mentira usando sua filha para reinar.

Nenhuma paz que sacrifique à Verdade é paz! Concordar exteriormente em não discordar com o que afronta nossas consciências pode ensejar certa calmaria; mas, é a pior forma de traição; a de si mesmo. Quem não ama a si mesmo não pode amar ao próximo, tampouco, a Deus.

Será que nunca se perguntaram por que os cristãos fiéis preferem o martírio a negarem a fé? Quantos são decapitados em nossos dias pelos servos de Alá? Quem abraçou à fé genuína vê coisas que o homem comum não enxerga.

O que a Terra dos incautos cegos chama de paz mundial a Bíblia chama de arregimentação de exércitos para guerra contra Deus.

A Salvação é radical, precisa, nada ecumênica; “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e Eu vos receberei” II Cor 6;14 a 17

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Os ídolos; O Caminho

“Dá-me, filho meu, o teu coração; os teus olhos observem meus caminhos.” Prov 23;26

Embora seja possível aplicar isso à relação Divino-humana, originalmente não era essa a intenção. Salomão recebera o dom da sabedoria e escrevia os ditos textos sapienciais para seu filho, o sucessor no trono.

No início dissera que seu escrito era “Para se receber a instrução do entendimento, justiça, juízo e equidade;” Cap 1;3 Valores indispensáveis para um rei que desejasse reinar com prudência.

Porém, a parte em que preceituou ser imitado pelo filho “os teus olhos observem os meus caminhos”, ficou devendo um melhor exemplo; quiçá, no momento em que escreveu, seu caminhar ainda parecesse imitável, mas em determinado momento deixou de sê-lo.

“Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; seu coração não era perfeito para com o Senhor seu Deus, como o coração de Davi, seu pai.” I Rs 11;4

Todo mundo filosofa sobre a superioridade do exemplo ao ensino; parece que seu filho “lia” mais as ações do pai, que os escritos. Tendo começado bem, na sua velhice Salomão pecou pela idolatria; Roboão, o príncipe herdeiro desde o início caiu no erro de praticar a mais comum e letal forma de idolatria; a avareza.

O povo reclamava da excessiva carga tributária; pediram ao novo soberano que aliviasse-a; mas, ele desprezou o conselho dos anciãos, ouviu antes, aos jovens da sua turma e prometeu aumentar ainda mais aos já onerosos impostos.

O reino se dividiu; dez tribos seguiram a Jeroboão, e apenas duas, Judá e Benjamim ficaram com ele. Parece que levou a sério a exortação de imitar os caminhos do pai, mas escolheu para isso os piores momentos da caminhada dele.

Dois males nos assolam: Quando caminhamos, nem sempre somos exemplares ao ponto de ser recomendável que nos imitem; e quando escolhemos imitar, eventualmente, não são os melhores exemplos os nossos guias.

A sociedade atual padece um imenso lapso de referenciais, de pessoas imitáveis; “canoniza” o carisma invés do caráter, o talento, a fama, invés da probidade; a integridade e a verdade não recebem os elogios e o destaque que merecem; enquanto, os efusivos aplausos são reservados aos que douram a impureza com o ilusório verniz do talento e renome.

Outro dia uma repórter famosa ao assumir seu lesbianismo e deixar o marido, com o qual tinha uma filha para casar com outra mulher foi aplaudida num programa de auditório pela sua “coragem”.

Os desvios morais usam roupas alheias e são aplaudidos pela “elegância”. Coragem uma ova! Perversão.

Mesmo no meandro espiritual, dos que se dizem igreja, o pecado de Salomão, idolatria religiosa, imagens e ídolos vivos, e o de Roboão a avareza, têm desfilado pujantes, enquanto, a Doutrina de Cristo que deveria sobressair, subsiste com menor número de expoentes idôneos.

Poucos pregadores modernos, dado o foco na aprovação, no sucesso ministerial, nos números mais que nas pessoas, ou, que na verdade podem dizer como Paulo: “Porque eu recebi do Senhor o que vos ensinei...”

Ele, aliás, deixou seu esforço de imitar O Caminho como estímulo; “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” I Cor 11;1

Quando O Senhor enviou os primeiros convertidos a difundir Sua Mensagem disse que eles seriam testemunhas; “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e me sereis testemunhas, tanto em Jerusalém, quanto na Judeia, Samaria, e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Ser testemunha em âmbito espiritual é diferente de ter um testemunho, ou uma mensagem para contar; é agir de modo tal, que o jeito de ser se faça um testemunho, até mesmo sem palavras; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Se, aos olhos do mundo, “Todos os caminhos são iguais; os que levam à glória ou, à perdição”, como cantava Raul Seixas; ao ensino do Mestre são bem distintos; “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Enfim, não apenas nos cabe a boa escolha, como ainda, carecemos o discernimento antes de escolher; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

A única forma de saber o fim do caminho é confiar Naquele que o traçou; “... não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio...” Is 46;9 e 10