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segunda-feira, 13 de abril de 2020

"O Poço" aos meus olhos


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Olhando com atenção o enredo de “O Poço” filme exibido pela Netflix, algumas coisas são, como diria o enfadonho Trimagazi, óbvias; outras, nem tanto.

O cenário é monótono, repetitivo; o enredo sombrio; que tornam o filme desagradável, de certo modo, malgrado o desafio aos nossos neurônios, o tempo todo tentando entender ao quê, se propõe.

Assim como uma poesia pode ser lida por vários ângulos, dada sua linguagem especial, também o filme, graças à abrangência de suas metáforas se presta às mais diversas interpretações.

O óbvio, na minha visão é uma crítica da falência humana em ambos os sistemas políticos; o capitalismo que premia aos de cima a despeito da miséria dos que estão embaixo, e o Socialismo que, depois da “Revolução socialista” de Goreng e seu amigo que decidiram levar a comida aos níveis mais baixos, devaneando com senso de justiça social e solidariedade espontânea, descobriram a duras penas que a revolução mais mata que socorre, como a história testifica, de modo que, a mensagem socialista também encontra um óbice de peso no cerne dos nossos problemas, o egoísmo.

Quem está num nível mais alto normalmente “mija” nos que estão abaixo, independente do sistema em vigência.

O fato de o poço possuir 333 níveis, cada um com dois “hóspedes” o que perfaz 666 o número da Besta do Apocalipse, na minha percepção indica que a “administração” do mesmo pertence ao “deus deste século” ou, o “Príncipe deste mundo” como a Bíblia menciona.

Ironicamente uma personagem que levou um cão consigo, (cada um poderia levar um item) o dito bicho se chamava Ramessés Segundo; nome de um Faraó de décima nona dinastia egípcia. Ora, em tempos de Covid 19, em que a comida escasseia e muitos em seu egoísmo compram e estocam mais do que necessitam prejudicando aos que “estão mais baixos no poço” chega a parecer uma zombaria da “administração”, se é que me entendem.

As cenas de canibalismo onde, eventualmente um come o outro para sobreviver é uma metáfora poderosa, figurando nossa sociedade onde, para obter vantagens, toda sorte de violência psicológica, social, espiritual até, é usada pelos que, possuem uma faca que, quanto mais usada mais afiada fica; a língua a serviço do engano. Com essa arma afiada nossa mídia faz mais dano que o Vírus propriamente.

Por fim os revolucionários que “pisavam na comida” por terem feito da plataforma alimentar sua “nave” de acesso aos níveis inferiores, depararam com um sábio que invés do método violento aconselhou que um símbolo, uma mensagem deveria ser enviada à administração; escolheram para isso uma espécie de pudim requintado que deveria voltar ao topo intacto. Esse ato inusitado deveria fazer as cabeças administrativas pensarem. Quiçá, reverem os métodos deles.

Chegando ao fundo, surpreendentemente acharam uma menina aparentando dez ou onze anos, malgrado a idade limite para estar no dito fosse de dezesseis anos; essa parecia estar com fome, de modo de que lhe deram para comer o bolo que deveria ser enviado ao topo como mensagem.

Não me pareceu fortuita a citação literal de uma passagem “canibalesca” onde Jesus disse que quem não comesse Sua Carne e bebesse Seu sangue não teria vida, tampouco a ironia de um que chamou ao protagonista de Messias.

Embora em minúcias seu personagem ficasse devendo muito como Messias, dada a perfeição Desse; ele entrou de modo espontâneo no poço, pagou o preço por isso em todos os níveis de humilhação possíveis, tendo chegado ao fundo desapareceu em companhia do velho que morrera bem antes; o fantasma que falava com ele; O Velho que o quisera devorar pode simbolizar o Velho Testamento, a Lei de Moisés; Ele ter sido ajudado por uma mulher, a Graça, inverteu as coisas de modo a devorar o velho; o que Jesus fez ao “Pregar as ordenanças na cruz”, como disse Paulo.

Se, no final a mensagem que era o bolo foi comida pela menina e essa, como numa identificação com o que comera tornou-se ela a mensagem a ser enviada a todos os níveis, também isso evoca uma figura teológica.

Jesus, O Messias definiu a si mesmo como “O Pão que desceu do céu para dar vida ao mundo”; a menina que o comeu para saciar sua fome pode tipificar a qualquer um convertido, pois, “comer de Cristo” necessariamente nos identifica com ele e nos torna crianças; essa é a mensagem do filme. “Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de maneira nenhuma entrará nele.” Mc 10;15

Como trata-se de especulações minhas, e mero exercício de opinião, todos podem discordar, óbvio.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Você tem fome de quê?

“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? O produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer...” Is 55;2

Uma antiga canção questionava? “Você tem fome de quê? Você tem sede de quê?” Além do básico diziam querer diversão, arte, liberdade, fazer amor; enfim,
“A gente não quer só dinheiro
A gente quer dinheiro e felicidade
A gente não quer só dinheiro
A gente quer inteiro e não pela metade”.


Plenitude dos prazeres, realizações desejadas e cantadas em prosa e verso. Da ótica estritamente terrena parece lógico.

Além dos prazeres doentios, e o engano espetaculoso do circo, ainda se gasta rios de dinheiro, em aquisição de cultura inútil.

Mas, diria um hedonista; usar dinheiro, bens, apenas para aquisição do que é básico à manutenção da vida não é viver, é vegetar. Quem ainda não tomou a cruz não entende o que significa.

Ocorre-me um diálogo de Sócrates com um de seus discípulos quando tentavam “construir” uma cidade modelo; o aluno sugeriu algo assim da esfera supérflua e o sábio objetou: “Vejo que pretendes uma cidade com febre.”

Pois, quem ousar verazmente seguir ao Senhor também deverá aprender medir a temperatura no tocante às superfluidades e insanidades pecaminosas.

Questione a um jovem padrão dessa geração; ele saberá o nome dos personagens todos de “Games of Thrones” os seriados da Netflix, a escalação do time A, o salário do jogador B; etc. Todo esse caldeirão cultural reunido não paga um caramelo.

Agora desafie-o a pensar, descrever a diferença entre democracia e fascismo, entre narrativa e fato, entre meritocracia e assistencialismo; menos; peça para escrever umas dez linhas de própria mente sobre o tema que quiser; uma em cada dez palavras estará errada ortograficamente, nem me refiro à concordância.

Bem, e daí me diria o imaginário interlocutor; o que o CDF que arrasasse nisso tudo pagaria com seu conhecimento?

Conheço duas pessoas de meu convívio que dirigem bem, e por limitação de estudo não conseguem tirar habilitação; esses milhões de desempregados que estão pelo país são fruto de nossa ignorância política que escolheu desonestos e incompetentes por inaptidão dos eleitores; sem falar que a aptidão intelectual, quanto maior, capacita seu hospedeiro a trabalhos mais complexos de rendimentos superiores.

Creio que esses exemplos grosseiros já bastam para mensurar o valor da cultura com propósito.

Quando o profeta pergunta: “Por que gastais dinheiro naquilo que não é pão?” trata-se de uma figura de linguagem; a segunda parte interpreta: “O Produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer.”

Tratando-se das coisas espirituais o valor, ou, o prejuízo assumem dimensões eternas, incalculáveis.

Textos e vídeos que trazem ainda o sabor de sal da Palavra de Deus já são censurados, bloqueados descaradamente; A Internet e seus meios estão nas mãos dos globalistas satanistas; breve, escritos como esse (que a maioria nem lê, pois, a navegação é veloz demais para perder tempo com essas monótonas ilhas;) e similares desaparecerão.

Israel rejeitou a Voz Divina que enviara tantos profetas; Deus prometeu que estariam “livres” Dele por um tempo. De Malaquias a João Batista houve silêncio profético durante 400 anos; “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as Palavras do Senhor. Irão errantes de um mar até outro mar, do norte até ao oriente; correrão por toda parte, buscando a Palavra do Senhor, mas não acharão.” Am 8;11 e 12

Esse longo estio explica a sede com que foram a João Batista; chegaram a pensar que era O Messias.

Se fosse um enfoque meramente cultural, que importaria se, as pessoas perdessem algo? Mas, trata-se de vida.

Como não lembrar de Belsazar, o rei da cultura inútil? “... deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23

Se, no natural “Bebida é água, comida é pasto” como cantaram os Titãs, os salvos são desafiados a uma dieta superior; “Porque minha carne verdadeiramente é comida; meu sangue verdadeiramente é bebida.” Jo 6;55

Quando O Eterno exortou à parcimônia, a buscarem ao que pode, deveras, satisfazer, falava de relacionamento espiritual, não de dinheiro, estritamente; “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6

A “cultura inútil” de então era a autonomia suicida como atualmente. A exortação que valeu naquele tempo ainda fala: “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos; se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” V 7