domingo, 29 de novembro de 2020

As Asas da Morte

Essas “maravilhas” da tecnologia que permitem ao “homo sapiens” (mulher também, diria a Dilma) dominar amplos meios antes de avaliar fins; digo, que facultam ir ao Japão antes de ir ao banheiro, embora aparentando trazer facilidades, atrofiam almas, aprisionam espíritos, e, no final as asas se revelarão grilhões irreversíveis.

Ao longo do tempo duas correntes filosóficas disputaram sobre aquisição do conhecimento; Empirismo e Racionalismo.

Para os primeiros, nossas almas vêm à vida “em branco”; mediante experiências de vida e ensino vão sendo moldadas, conforme os valores inerentes ao meio em que vivem.

Para os Racionalistas, como Platão, trazemos “moldes” racionais ainda não apreendidos pela experiência, que nos facultam o conhecimento do belo, do justo, da “coisa em si” como eles chamam, a despeito de as termos vivenciado; meramente no exercício da razão.

Ao meu ver, sem pretender agradar ambas as correntes, como faz um demagogo, há uma parcela significativa de verdade em cada uma.

Como negar que as experiências, os ensinos, enfim, as nuances pertinentes ao nosso existenciário nos influenciam e moldam? Entretanto, quem jamais “soube” que determinado passo era a coisa certa a fazer, ou não, sem identificar direito a fonte de tal conhecimento? Uma situação é empírica, a outra, racional.

Confúcio propunha três meios para o aprendizado; “A imitação, o mais fácil; a reflexão, o mais nobre; e a experiência, o mais doloroso.” Se, imitação e experiência são métodos empíricos, reflexão é racional. Então, o filósofo chinês mesclava ambas também.

Acontece que, além de corpo, somos alma e espírito; coisa que os pensadores nem sempre diferiram de modo satisfatório.

As faculdades da alma, Mente, Emoção e Vontade, podem se exercitar em ambos os métodos; já as do Espírito, Intuição, Comunhão (com Deus) e Consciência, embora, exercitadas produzam experiência, inicialmente atuam pelo meio racional.

Quando sabemos que não devemos fazer algo, sem entender o porquê, intuímos; se, após um passo errado algo pesa-nos, ouvimos à consciência; quando, nosso agir desfila com o silêncio da consciência praticamos a comunhão com Deus; todos esses passos geram aprendizado “à posteriori”, mas podem ser exercitados antes mesmo do conhecimento experimental.

Assim, (os convertidos) crescem mediante as experiências, mas trazem junto “ferramentas” que lhes permitem lidar com coisas que escapam aos demais. Se para os filósofos tais fontes eram racionais, para nós são mais altas ainda, espirituais. “O que é espiritual discerne bem tudo e ele de ninguém é discernido.”

A conversão a Cristo é um “descarte empírico”, por uma “aquisição” espiritual. De outra forma: Somos desafiados a desaprender para reaprender. Abrir mão de todo um cabedal que pensávamos ter, para, em lugar desses colocar bens mais valiosos.

“Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para Nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos do que a Terra, são Meus caminhos mais altos do que os vossos; e Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;7 a 9

As paixões doentias obram em nós insatisfações sem motivos reais para as mesmas; “reclamamos de barriga cheia”. Então, como o Filho Pródigo, carecemos experiências “para baixo” antes de perceber que é bom onde estamos.

Depois de uma excursão assim, na terra do “Eu era feliz e não sabia”, resulta uma aquisição experimental onde o conhecimento racional não foi ouvido.

Uma vez que dotou nossos crânios de cérebros, O Pai gostaria de guiar-nos mediante eles; nem sempre pode, dada a nossa resiliente veia obtusa, e vontade rebelde; “Instruir-te-ei, ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio...” Sal 32;8 e 9

Então, independentemente do método de aquisição, a sabedoria deveria ser nossa busca; “Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;11

Contudo, (voltando aos efeitos das asas da tecnologia precoce) cheguemos a um infante desses que, estão viciados em tecnologia com seus memes, fotos, caras e bocas, jogos, e sei lá o quê mais; peçamos para que abra mão disso por um pouco, para que falemos sobre sabedoria espiritual, Deus, disciplina, bom siso, respeito, autoridade... se, conseguir desviar olhos e ouvidos da tela por um pouco e nos dar atenção, quedará estupefato como se estivesse na ilha do Jurassic Park.

Nós, adultos, lemos com espanto que pais sacrificavam filhos aos ídolos; muitos, sem perceber fazem o mesmo. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

Urgência de Viver


“... Se Este não fosse malfeitor, não te entregaríamos.” Jo 18;30

Pilatos quisera saber quais acusações pesavam contra Jesus que lhe fora levado preso; invés disso, apresentaram sua rejeição como motivo bastante. Como se dissessem: Se o estamos entregando preso é porque é um criminoso, confie em nós. Desde quando minhas aprovações ou rejeições são aferidoras de medida de alguma coisa?

Do ponto de vista do Capeta desde a queda; foi ele que disse: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal” quando sugeriu a ruptura com O Criador. Assim, para quem não teme a Deus e adota esse conselho é esperável que o tal universalize seu umbigo; queira ver, como pretendeu certo filósofo, no homem, a “medida de todas as coisas”.

Fazer o que der na telha, como se diz, é facultado a todos, crentes ou não; agora, lidar com as consequências das escolhas será uma necessidade. “Alegra-te, jovem, na tua mocidade, recreie-se teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos do teu coração, pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo.” Ecl 11;9 “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra; tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;14

Por isso, invés de “entregarmos a Pilatos” o que não gostamos e darmos asas vigorosas aos nossos desejos diletos, sabedores do juízo, os homens prudentes, buscam os termos do julgamento porvir e antecipam-se, julgando a si mesmos. “Quem Me rejeitar, não receber Minhas palavras, já tem quem o julgue; A Palavra que Tenho pregado, Essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

Como diz Saint-Exupéry em “O Pequeno Príncipe”, “se consegues fazer um bom julgamento de ti mesmo, és um verdadeiro sábio.” Não sem razão, “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.”

Sendo O Senhor Jesus, O Verbo de Deus, A Palavra Encarnada, então, A Palavra de Deus estava sendo julgada e rejeitada; em seus corações, “levaram uma Bíblia a Pilatos para que ele queimasse”. Não gostavam do teor.

Nesse rumo, qualquer que ousar um pouquinho, seja mediante acréscimo ou omissão, sujeita-se à maldição eterna. "... se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do Livro da Vida, da Cidade Santa, e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22;18 e 19

O Eterno começa Sua Carta de Amor com as palavras: “Haja luz!” Gn 1;3 e a encerra proibindo que seja apagada.

Somo livres para não gostarmos dela e preferirmos o comodismo prazeroso e suicida dos nosso pecados; não para pervertermos a luz em trevas. Posso não me converter; só não posso “converter” O Santo ao nível rasteiro das minhas paixões doentias como se Ele as aprovasse porque eu gosto delas.

Jesus denunciou escolhas assim: “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Diferente da “lâmpada mágica” das fábulas, cujo gênio liberto daria direito a três pedidos, a Luz de Cristo mostra-nos como somos, em nossa feiura moral e nos desafia a três passos; reconhecimento dos pecados, arrependimento e conversão.

O Espírito Santo também Obra três coisas, onde lhe dão ouvidos; “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16;8

Um truque com o qual o trevoso aprisiona muitos é banalizar uma escolha vital com se estivesse ao nível de outras, lícitas. Um escolhe um partido, um time de futebol, uma profissão; um tem uma religião, outrem tem outra e tudo bem! Uma ova! Não é questão de religiões, antes de vida ou morte e a vida está apenas em Cristo! "... Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá!” Ef 5;14

Pode ser até mais cômodo dormir; nesses casos a luz atrapalha; mas, dormir entre mortos recusando um convite à vida é trair a si mesmo. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte pra vida.” Jo 5;24

A possibilidade de conversão que hoje incomoda a muitos, em breve incomodará pela sua ausência; então, “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar...” Is 55;6

sábado, 28 de novembro de 2020

Maradona; "La muerte de Diós"


“... Fizeram-se os deuses semelhantes aos homens, e desceram até nós.” Atos 14;11

Diante da cura de um coxo em Nome de Jesus, em Listra, os atônitos testemunhas do milagre queriam cultuar a Paulo e Barnabé, como se fossem Júpiter e Mercúrio, “deuses” do credo local.

Paulo recusou; “... Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo...”

Na verdade, Deus se Fez semelhante aos homens e desceu entre nós, na Pessoa Bendita de Jesus Cristo. Mas, Esse é difícil cultuar; demanda uma cruz.

Pouco depois, os mesmos que os queriam adorar como deuses, convencidos pela lábia de meia dúzia de judeus invejosos, ajudaram a apedrejar o apóstolo. Assim, da idolatria ao ódio basta um passo, para quem não tem em si os valores do Alto.

Pois, há poucos dias faleceu o ex jogador argentino Diego Maradona. Por lá era venerado com “un Diós” chegando ao cúmulo de ter até uma “Igreja” para seu culto.

Que ele foi fora de série como jogador todos sabem; embora, sua carreira tenha sido breve, dado seu envolvimento com drogas. Ora, ser brilhante dentro de campo é só isso. O valor de um talento não está no talento em si; mas, no que se produz no usufruto dele. Ver a parábola dos talentos.

Assim a pessoa pode ser um gênio como jogador, e um estúpido como ser humano. Pois, o talento atina a habilidades; caráter a escolhas. Com outras palavras: é possível ser um Everest no talento, e um Saara nos valores; infelizmente esse foi o caso de Maradona.

Seu talento lhe carreou dinheiro e fama; dinheiro que usou mal para ceder aos caprichos do vício; fama que transformou seus destemperos em escândalos globais.

Teve brigas com jornalistas, suspensões por doping, escândalos como dançar nu quando drogado; e de quebra, seu deserto de valores patenteado pelo seu dissoluto modo de vida, tinha um “oásis” de água amarga; uma tatuagem de “Che Guevara” a quem admirava. Ora admirar a um assassino covarde e sem escrúpulos como aquele é sem dúvida, a “cereja na torta” de uma vida que se faz torta pelas consequências de escolhas más.

Essa droga de mundo amoral, exalta carismas e ignora caráter. Se tiver talento pode ser um perverso que estará “tudo certo”; quantas vezes ouvi comentaristas defendendo a carreira de marginais talentosos, com as seguintes palavras: “Não quero fulano para casar com minha filha; mas, para jogar no meu time; que faz fora de campo não importa”. Eis os critérios do mundo para fazer seus “deuses”!

Deus jamais fraciona as coisas com se, tendo um viés excelente, pudéssemos ter outro péssimo e estaria tudo bem; busca purificação; “Tira da prata as escórias, sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4

Esse negócio de formosura sem discrição, sabedoria com lapsos de estultice, pérolas aos porcos, diamantes em fundas, etc. sempre são coisas a evitar nos ensinos bíblicos.

Também os convertidos recebem talentos, dons; porém, o fim jamais é egoísta; mais que usufruto ensejam serviço, e não redundam em glória humana, antes Daquele que É Digno. “...Que tens tu que não tenhas recebido? E se recebeste, por que te glorias, como se não houveras recebido?” I Cor 4;7

Patéticas muitas homenagens que colocaram ao dito atleta como sobre-humano, cuja saída da vida apequenou o planeta.

Era um homem como nós, com um talento especial, ao qual não soube preservar dos assédios do vício; no fim, isso lhe encurtou os dias de vida. Triste, como é triste a morte de qualquer ser humano em situação idêntica.

Quiçá alguns possam ver nesse texto despretensioso, insensibilidade porque não padeço a burrice emocional dos idólatras.

Alto lá! Diria um “fiel”; ele se fez conhecido no mundo todo, levou seu país a conquistar uma copa! Pelos olhos do mundo é assim.

Contudo, represento a Jesus Cristo, O Rei, cujo Reino, ainda não vige plenamente aqui, somos meros embaixadores; Ele que perguntou: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma?”

Se fosse mesmo um deus, alguém que não precisasse salvação, tudo bem. Mas era só um humano dependente de drogas, com uma visão de mundo que destoa dos valores Divinos.

Esperei o decurso de uns dias para escrever isso, sob pena de parecer desrespeitoso; não é minha intenção.

Alhures se diz que as pessoas “ficam boas quando morrem”; ironia para evidenciar às humanas hipocrisias em momentos assim.

Quem tem por ofício ensinar e viver, tanto quanto puder, a incômoda verdade, é meio “mau” aos olhos dos vivos, e segue sendo assim, quando eles morrem.

Que pena Maradona, que partistes cedo, e ao que parece, sem ter abraçado a Cristo. Triste.

Ao pé do monte


“Por que saltais, ó montes elevados? Este é o monte que Deus desejou para Sua habitação; O Senhor habitará nele eternamente.” Sal 68;16

Na infância fazíamos a seguinte pergunta: “O quê, pula mais alto que uma casa?” Formada a “nuvem” na face do inquirido respondíamos rindo: “qualquer coisa que pule; a casa não pula.”

Pois, temos “montes” que saltam... Noutra parte eles até podem ouvir; “Tu, ó filho do homem, profetiza aos montes de Israel, e dize: Montes de Israel, ouvi A Palavra do Senhor.” Ez 36;1

Necessário que, “montes” nesses contextos não é uma descrição literal, antes, uma figura representando hierarquias humanas. Os que desfrutam posições altas de autoridade são os montes.

O Próprio Reino do Senhor foi figurado com um monte vivo; “... a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte; encheu toda terra.” Dn 2;35

O desconsiderar humanas posições para efeito de salvação, colocar todos no mesmo barco foi figurado como abater os montes, e exaltar vales; “Todo vale será exaltado, todo o monte e todo outeiro serão abatidos...” Is 40;4

Estar em lugares altos na Terra, não significa o mesmo aos olhos dos Céus. Às vezes a coisa se inverte: “Vi servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;7
Herodes estava num palácio quando O Rei dos Reis nascia numa estrebaria.

Isaías descrevendo esses tempos realçou a pequenez dos “grandes”; “... o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Exaltação humana desmedida é abominável aos Olhos do Eterno; “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Voltando aos “montes que saltam”, parece que saltitam de olho em um lugar que pertence ao Senhor; “... Este é o monte que Deus desejou para Sua habitação...”

Salmos por serem poesia usam à farta, figuras; a pergunta “Por quê saltais, ó montes elevados” já fora feita com palavras distintas; “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor, contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, e sacudamos de nós Suas cordas?” Sal 2;1 a 3

Notemos que a rebelião e o motim contra O Todo Poderoso não é uma iniciativa dos “vales”; antes, “os reis da terra se levantam...” ou seja: Os montes saltam.

Adiante confirmando a quem de direito, O Ungido, evidencia o “objeto do desejo” dos tais montes; “Pede-me, e Te darei os gentios por herança, e os fins da terra por Tua possessão.” V 8

Esse cenário profético milenar se cumpre diante dos nossos olhos. Há um projeto globalista em curso, que frauda eleições, silencia dissidências, impõe uma agenda autoritária, manipula idiotas úteis, propaga toda sorte de falsidades mediante a imprensa; faz o Diabo, para que, enfim, esse seja feito deus sobre a terra.

Usam o pretexto da “igualdade racial” para promover desordens, bagunçar a economia e estabilidade de países oponentes, como fizeram nos Estados Unidos e aqui; Embora seus berros ensaiados sejam: “Racistas não passarão”, seu desejo inconfesso é que cristãos conservadores não passem; mas ainda não podem dizer isso abertamente.

A revolta dos “Montes” é contra Deus e estriba-se na ignorância engajada dos idiotas manipulados e outros que sabem o que estão fazendo; mesmo assim desejam isso. Sua noção de liberdade é a esbórnia sem limites; quem propuser isso lhes convém.

Uma só moeda, digital; uma só religião validando todas, o ecumenismo; um só governo sem fronteiras; fim da propriedade privada, tudo em comum, o paraíso da vagabundagem; salário para quem produz e para quem não... “Toda terra se maravilhou após a besta...”

Acontece que existe um povo cujos valores não são da terra; já se maravilha olhando pro alto; “Os céus declaram a Glória de Deus; o firmamento anuncia a Obra das Suas mãos.” Sal 19;1

Difundam mentiras, censurem nossa liberdade, esbulhem nossas posses, organizem seu motim global; enfim, façam mui alto seu monte, a nova Babel.

Não esqueçam, contudo, que aos peregrinos que olham para cima foi dada uma “ferramenta” capaz de “remover montanhas”; fé em Deus.

Não que a removamos no sentido de tolher sua existência e poderio temporal, que O Próprio Deus permitirá; mas, os que seguirem firmes removerão a influência da mentira e engano disseminados; assim, esses não cambiarão a Rocha Eterna pelo enganoso e efêmero monte da rebelião.

Esses são comparados a montes literais, pela constância que são capacitados a demonstrar; “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

terça-feira, 24 de novembro de 2020

"Escondidos" na massa


“Se, nos estados puramente emocionais da massa, o eu não sente a solidão, não é porque se comunique com um tu; antes, porque perde-se; sua consciência e individualidade são abolidos.” Nicolai Berdiaev

Isso de “perder-se” para se evadir à culpa vem desde o Éden. O homem chamado à responsabilidade culpou à mulher; essa, à serpente. Parece que a culpa era “social”, não pessoal. No entanto, O Criador julgou em particular a cada um, dando específicas sentenças ao homem, à mulher e à serpente. Parece que, ante Ele, essa desculpa esfarrapada da “vítima da sociedade” não cola.

Os movimentos coletivistas como o dos baderneiros atuais, oportunistas imorais que perpetram toda sorte de desordens “em defesa da justiça” agem como se, a desordem e patifarias praticadas por muitos não fossem o que são; e de repente de revestissem da aura de uma causa santa.

Contudo a “noção de justiça” dos tais é uma bosta; uma horda de gente sem noção e sem limites, que excitada ao poder fantasiar seus maus instintos de “cidadania”, desfila seu zelo seletivo ao som do berrante dos patifes que os manipulam. Dá nojo!

Seguidamente policiais negros são mortos no ofício de modo covarde; nenhum desses “justiceiros” sai a gritar por justiça. Por quê? Porque seu negócio não é defender aos negros; antes, usar a causa para agitações com fins políticos conforme interesses escusos de gente sem vergonha e sem escrúpulos que está por trás.

Houve crime? Houve. Abjeto, covarde. Mas, foram identificados e presos os criminosos; que se julgue a ambos nos ditames da lei e se faça justiça. Oportuna também a iniciativa do Carrefour, de suspender serviços da empresa de segurança que contratou servidores sem o devido cuidado ou preparo. As mãos da justiça não passam daí.

Não há motivo para incendiar, saquear, quebrar nada, tampouco, destruir empregos dos que trabalham na rede de supermercados que propicia uma fonte de renda a tantos.

A Imprensa? A imprensa um cacete! A maioria dos veículos desde que Bolsonaro ascendeu ao poder tem se comportado como marginais, não como jornalistas. 

Não houve racismo na motivação; foi um causa fútil, mera briga iniciada pela vítima e mal administrada pelos que deveriam ter preparo para situações assim.

Não raro, deparamos com uma expressão que versa sobre a desinteligência de “solucionar” um problema causando outro maior; o clássico, “Afundar o navio para apagar o incêndio”. É o que a gentalha tem feito.

Na gestão da pandemia não foi diferente; embora os meios de transmissão do vírus sejam difusos, não haja uma conclusão cabal, impuseram o insano “fique em casa” gerando a falência de milhares de empresas e sumiço de milhões de empregos, mesmo O Presidente tendo advertido dos riscos de se agir assim.

Muitos foram infectados em casa; a medida não protegeu a saúde pública, só enfraqueceu à economia. No entanto, a mesma era equacionada por “la prensa” prostituta com “proteja quem você ama”; a massa acéfala aderiu e acusou aos que seguiam trabalhando fazendo vistas grossas ao fato de que, se determinados serviços essenciais parassem também, seria o colapso geral. Muitos parecem preferir morrer a pensar; deve doer demais.

A esquerda sempre lidou mal com indivíduos livres, aptos a pensarem por si; seu negócio sempre foi o domínio das massas; vendem a “ética” de que determinada postura ilegal se, praticada individualmente, se torna uma “causa justa” se feita por uma quadrilha, a qual eles camuflam de “movimentos sociais.”

Deus, O Criador, responsabiliza a cada um por seus próprios movimentos; “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Por isso, o sábio aconselhou seu filho sobre como agir quando os quadrilheiros o quisessem seduzir; “Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; desvia teu pé das suas veredas; porque seus pés correm para o mal, se apressam a derramar sangue.” Prov 1;15 e 16

O indivíduo é o “átomo” psicológico; digo, como o nome sugere é indivisível; e por ter sido criado arbitrário, deve ser consequente ao escolher caminhos, pois, será responsabilizado pelas escolhas que fizer; não importa, induzido por quem.

Na sociedade que vivemos sempre concorrerão conselhos em direção ao vício com outros rumando à virtude. As nossas escolhas deixam patente com o quê nos identificamos. Assim, de certo modo nem somos induzidos, antes, atraídos ao que já queríamos fazer.

Se, como ensinou O Salvador, dos nossos corações procedem os males que praticamos, não deixemos que eles liderem nossos passos; Que O Senhor e Seus Ensinos nos precedam, assim, como Davi seremos reputados, homens/mulheres, “segundo o coração de Deus.”

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

domingo, 22 de novembro de 2020

Beber ou Morrer


“A doutrina do sábio é uma fonte de vida para se desviar dos laços da morte.” Prov 13;14

Figuras usadas para definir vida e morte; aquela como um manancial, fonte; essa como um instrumento de caçador, laço.

Jesus chamou Sua Doutrina de Água da Vida; disse que quem a recebesse, além de não mais ter sede, nele se faria uma fonte; “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Se, a sã Doutrina é uma Fonte de Vida, a heresia se faz laço, como denunciou Jeremias de falsos sacerdotes e profetas; “Porque ímpios se acham entre meu povo; andam espiando, como quem arma laços; põem armadilhas, com que prendem os homens. Como uma gaiola cheia de pássaros, assim suas casas estão cheias de engano; por isso se engrandeceram, e enriqueceram;” Jr 5;26 e 27

Um caçador não produz; antes, explora o que já está criado em benefício próprio.

Os citados por Jeremias tinham vistosos frutos de sua caça; “se engrandeceram e enriqueceram...”

Uma fonte não enriquece a si mesma; antes se doa para terceiros. Assim, os ministérios que, invés de enriquecer espiritualmente aos membros, enriquecem materialmente aos próprios ministros trazem digitais de caçadores onde deveria haver fluxo de vida espiritual.

Se, o fundamento base da Doutrina de Cristo é o amor, e esse “não busca os próprios interesses”, como alguém amaria se enchendo de metais, invés de regar à “Plantação do Senhor?”

Até agora me ocupei dos derivados do Caçador Mor; em determinado momento O Salvador Comparou Sua Obra com a da oposição; de novo, temos um cotejo entre vida e morte; “O ladrão não vem senão a roubar, matar, e destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Jo 10;10

Notemos que a figura mudou para pior; se, antes era caçador, agora é ladrão. Um caçador pode pegar algo que está alhures sem um dono específico; enquanto um ladrão furta ao bem, alheio.

O problema é que muitos cristãos, encorajados por caçadores transfigurados em obreiros idôneos equacionam abundância de vida (vida eterna) com comodismo de vida, vida fácil.

O que não nos falta estando em Cristo é vida espiritual; o resto pode faltar tudo, inclusive a vida física; muitos a perdem nas mãos de radicais islâmicos atualmente.

Assim se interpreta ao “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”; posso suportar o que vier, não conquistar ao que eu quiser, como ensinam os patifes caçadores de cobiças de incautos, e seus fruto$.

No contexto imediato Paulo coloca nuances que ajudam a interpretar; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto ter fome; tanto ter abundância, quanto padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Então, a “Doutrina do sábio é uma Fonte de Vida...” não de facilidades, comodismos ou bens materiais.

Aliás, fonte no usufruto da qual devemos passar sede; “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” Mat 5;6

Esse “serão fartos” é promessa pro porvir, não aqui; “No mundo tereis aflições...”

Quando se fala em doutrina do Sábio, óbvio que não se refere a um ensinador humano; a Fonte é Ele, Jesus Cristo; nós somos meros canais. “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.” Ecl 12;11

Ele O Único Pastor, mediante João encerra a revelação convidando ainda aos sedentos de vida para beberem; “O Espírito e a esposa dizem: Vem. Quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da Água da Vida.” Apoc 22;17

Figurando poeticamente à morte, Salomão comparou-a com um vaso que se quebra junto a uma fonte; Ecl 12;6

Se o vaso for nosso corpo e a Fonte for Cristo, será apenas uma troca de algo frágil por outro precioso, como ensinou Paulo: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa... sabemos que, se nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos Céus.” II Cor 4;7 e 5;1

Beber ou não da Fonte é escolha nossa; o caçador de almas não precisamos escolher; ele está caçando desde sempre em toda a terra; “O temor a cova e o laço vêm sobre ti, ó morador da terra.” Is 24;17

Escapa por tua vida, o tempo urge!

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

A Luz Escura


“Se, porém, teus olhos forem maus, teu corpo será tenebroso. Portanto, se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

Eventualmente dizemos: “Ouro nas mãos do bandido ainda é ouro.” Se atinarmos às substâncias, estritamente, está certo.

Entretanto, não usamos o dito com intenção literal; sempre o fazemos como figura de linguagem, tencionando dizer que a boa obra feita por uma pessoa má segue sendo boa; verdade nos lábios de um mentiroso segue sendo verdade; enfim, que um ato qualquer, virtuoso, praticado por alguém vicioso, não perde sua virtude intrínseca, em função do seu agente.

Partilhei um vídeo onde uma pensadora, cujo nome ignoro, faz sábias considerações, sobre meios e fins; advoga, citando Platão, que aos maus, até o conhecimento deveria ser negado; pois esses, no uso de tal meio, fazem mal à humanidade; disse, como argumento, que um tirano como Hitler, seria preferível que fosse um ignorante. Não teria feito os males que fez. Como discordar? Vídeo está no Facebook.

Como estou na escola, tive que reconsiderar certos aspectos do que pensava saber; dando assento a algumas dúvidas no banco das minhas certezas.

Não que não soubesse que o conhecimento pode ser usado a serviço do mal; isso todos sabem e presenciam diuturnamente.

O que me fez pensar foi o princípio platônico que, a boa índole moral deveria preceder o conhecimento, ser uma “credencial” que qualificaria postulantes à luz.

E pensar que muitos pais enchem os pimpolhos de parafernálias eletrônicas com acesso a toda sorte de conhecimento, antes de saberem, sequer, o alfabeto e as vogais. Muitos são “educados” na WWW.

Quando a Palavra desafia pais a ensinar filhos, deixa explícito tratar-se de valores, mais que, conhecimento; “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6 como escopo o dever, não o conhecer.

Mais: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23 a perversão do ensino como patrocinadora da maldade.

Quando O Salvador diz que a luz que há em alguém pode ser trevas, não está denunciando nenhum lapso de conhecimento; dizendo que o tal não aprendeu direito; antes, que a luz sofre o concurso do mal, “se teus olhos (percepção da vida) forem maus, teu corpo será tenebroso...”

Eventualmente, consideramos que a beleza tem um conjunto que a sustenta, mais que habite numa nuance da personalidade apenas.

Além do aspecto estético, tem o moral, psicológico, espiritual, intelectual... Assim, homens podem ser deuses gregos, e mulheres odaliscas meso-orientais; se, tiverem lapsos morais, ou de outra ordem, a formosura estética sofrerá o concurso da feiura, de modo que a beleza não habitará no “conjunto da obra.”

Salomão o sábio tecera considerações sobre isso, usando a figura feminina no prisma estético; “Como joia de ouro no focinho de uma porca, assim é a mulher formosa que não tem discrição.” Prov 22;11 E a masculina no aspecto, intelectual; um sábio; “Assim como as moscas mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o unguento do perfumador, assim é, para o famoso em sabedoria e honra, um pouco de estultícia.” Ecl 10;1

Então, quando O Senhor ensina: “Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis pérolas aos porcos”, desafia-nos a certo discernimento; malgrado, a comissão universal, “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”, há momentos em que não devemos fazer isso; há circunstâncias e ambientes nos quais o silêncio é mais eloquente que o mais célebre dos oradores.

Quando Israel era retirado do Egito, O Eterno colocou uma coluna de fogo que alumiava o caminho ao Seu Povo, enquanto escurecia aos perseguidores egípcios.

Assim é Sua Palavra; a quem obedece ilumina, conduz, alarga a visão; a quem não, cada vez enxerga menos, até cair em trevas. Como mostrou na Parábola dos talentos; “Tirai-lhe pois o talento; dai-o ao que tem os dez. Porque a qualquer que tiver será dado, terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.” Mat 25;28 e 29

Não temos problemas com a luz, se, ela mostra falhas alheias; mas a espiritual derivada da Palavra de Deus mostra as nossas; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

Voltando a Platão, para terminar, foi ele que disse: “Não é trágico as crianças terem medo do escuro; a verdadeira tragédia são os adultos com medo da luz.”

Ela não se acende para si mesma, mas para iluminar a terceiros; são interesses mesquinhos que a podem converter em trevas.

domingo, 15 de novembro de 2020

Às armas cidadãos!


“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém sua espada do sangue.” Jr 48;10

Fazer a obra mediante fraude e preservar a espada do sangue era a mesma coisa.

Naquele cenário, de lutas necessárias para a conquista e manutenção da terra, omitir-se quando um irmão estava lutando ensejava maldição, como vimos nos dias de Débora. “Amaldiçoai a Meroz, diz o Anjo do Senhor, acremente amaldiçoai seus moradores; porquanto não vieram ao socorro do Senhor, ao socorro do Senhor com os valorosos.” Jz 5;26

Socorrer aos escolhidos do Senhor foi equacionado com socorrer ao Senhor; (não que Ele, estritamente, precisasse socorro)

Todavia, na transição do Velho para o Novo Testamento as coisas mudaram. Se, então, o alvo era libertar um povo escravizado e constituir uma nação, usando para isso os meios necessários, em Cristo, o alvo passou a ser internacional; o inimigo a ser batido, o pecado, não o semelhante; “Eis O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Ele disse não ter trazido paz, mas espada; figura para Sua Palavra e o “estrago” que ela faz nas fileiras do pecado, quando ensinada e vivida.

Paulo “equipando” soldados para a batalha espiritual, após todo um aparato de proteção, defesa, (escudo, couraça, cinto, sandálias, capacete) acresceu: “Tomai... a espada do Espírito, que é A Palavra de Deus;” Ef 6;17

Se, aqui ele apenas paramentou ao soldado, noutra parte deu nuances do combate que devemos travar; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Destruir ensinamentos contrários; ensinar obediência irrestrita ao Reis dos Reis; eis, nossa batalha! Dá para ser “inclusivo” nela?

Logo, podemos parafrasear Jeremias contextualizando-o; pois, se os objetos se deslocam, dado o contexto, o princípio permanece. Não se deve fazer a Obra mediante fraude, tampouco, omitir-se.
Assim: “Maldito aquele que fizer a Obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que deturpa à Palavra, para “incluir” ao que O Senhor exclui!”

Isso joga ao famigerado ecumenismo no lixo.

Embora seja incensado com palavras como amor, igualdade, tolerância, trata-se de um motim global contra O Ungido do Senhor; “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra o Senhor, contra O Seu Ungido?” Sal 2;1 e 2

Espere aí! Deus não é amor? É. Mas quem disse que amor é sinônimo de frouxidão moral, perversidade? Acaso um pai que ama seu filho lhe dará cocaína, crack ou similares se ele desejar, para provar seu amor?

Sabedor das consequências disso contra quem ama, provavelmente “construirá cercas”, invés de pontes que o conduzam à morte.

“Se vós sendo maus sabeis dar boas coisas, (proteção) quanto mais vosso Pai que está nos Céus.”

Nos Dez Mandamentos, excetuando dois, “Lembra-te do dia do Sábado, honra teu pai e tua mãe;” um memorial e um mandamento familiar, os demais são todos de veto; Não terás outros Deuses diante de mim, não farás imagens de escultura, não as cultuarás, não matarás, não furtarás, não adulterarás, não cobiçarás, não dirás falso testemunho;” Puxa! Quantos nãos de um Pai que ama; é.

Se você equaciona amor com sentimentalismo frouxo, permissividade, você não tem a menor ideia do que seja esse sentimento que “não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.”

Nesse mundo dual, de luz e trevas, verdade e mentira, vida e morte, o amor faz “necessária” a presença do ódio também; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, Teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais que a teus companheiros.” Sal 45;7

Como derivados desse amor e ódio temos ainda honra e desprezo; o cidadão dos Céus é aquele “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor...” Sal 15;4

Quando A Palavra acena “Uma só fé” está anos-luz de pretender ensinar união; adiante diz: “Um só Senhor”. Assim devemos entender que há uma só fé válida para salvação; O Senhor disse: “Ninguém vem ao Pai senão, por mim.”

Esse mundo ímpio sob a batuta de Francisco apressa-se a “concluir” que as divisões são causadas pelas religiões; dado o diagnóstico a “cura” será a união de todas; quem recusar, estará “provando” que eles têm razão; será perseguido à morte.

Não digo que será fácil, (Deus nos fortaleça) mas, será ridículo o cotejo de valores, entre fazer parte dum balaio de gatos do Capeta, ou ousar por uma coroa eterna; “Sê fiel até à morte, e te darei a coroa da vida”.

sábado, 14 de novembro de 2020

O Segredo da Vida


“Aplicai vosso coração a todas palavras que hoje testifico entre vós, para que recomendeis aos vossos filhos, para que tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta Lei. Porque esta palavra não vos é vã, antes é vossa vida; por esta mesma palavra prolongareis os dias na terra a qual, passando o Jordão, ides possuir.” Deut 32;46 e 47

O Eterno lhes estava dando um país; foram escravos por 430 anos no Egito, milagrosamente resgatados pelo Senhor mediante Moisés, o qual, meio num gesto de despedida fazia recomendações atinentes à preservação das próprias vidas.

“Aplicai vosso coração a todas palavras que hoje testifico...”

Via de regra somos superficiais; ouvimos, tipo, entra numa orelha sai na outra. Sem aplicarmos o ensino ao coração, meditar nele de modo a praticá-lo para que sejamos, enfim, transformados por ele, não terá eficácia nenhuma. Por profundos que sejam os conceitos espirituais que esposarmos, não terão eficácia; serão mero desperdício, o clássico “diamante na funda”.

Por isso, o bendito do salmo primeiro é um que, além de evitar a companhia e o caminho dos maus, ainda “Tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita dia e noite.”

“Recomendareis aos vossos filhos...”

Se, um exemplo vale mais que palavras, a recomendação de obediência mais eloquente aos filhos será praticando. Sem essa do “faça o que digo, não o que faço.” Exemplo não elimina o concurso do ensino, claro! Se, ele pauta um caminho a seguir, um modelo a imitar, o ensino anexa os motivos do proceder observado. Deus nos deu cérebros para que usemos.

As escolhas podem oscilar ao tempo e circunstâncias; o patrimônio do que foi aprendido na infância é inalienável; ainda em idade avançada estará presente no “HD” de quem o fruiu oportunamente. “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

Demócrito dizia que bondade, virtude, se aprende; nascemos maus, mas o ensino e os exemplos nos podem melhorar.

Mediante Jeremias, O Senhor associou a prática de vida ao aprendizado, como coisas inseparáveis, diz: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

A destruição da educação que se obrou por aqui em grande parte, por diretrizes ruins, não culpa dos professores, fez os danos que vemos atualmente. Lapsos morais e cognitivos, alarmantes.

“... tenham cuidado de cumprir todas palavras...”

Eis aqui mais um problema que nos assola; somos fugitivos como Adão na moita.
Travestimos a fuga, contudo, de religiosidade, escolhendo porções que nos agradam da Palavra; alguns chegaram a criar as tais “Caixinhas de Promessas”, onde “pescam” o peixe do dia. Cheias estão as redes sociais de porções bonitas partilhadas por gente que, nem sempre vive vidas bonitas.

Ora, se são válidas as promessas, também o são as correções, disciplina, juízo. “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Heb 12;7

Fracionar e escolher o agradável apenas, até o Capeta faz. Tentou ao Salvador com fragmentos calculados; O Senhor redarguiu o dito, remetendo ao compromisso integral com a Palavra, não com petiscos escolhidos; “... nem só de pão viverá o homem, mas de ‘toda’ Palavra de Deus.” Luc 4;4

Tanto é válida A Palavra quando promete abençoar, quanto, quando adverte que O Senhor nos julgará, e em quais termos; “... A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

“Porque esta palavra não é vã, antes é vossa vida...”

Se, como vimos, um pai deve dar exemplo primeiro, depois mediante ensino acrescer os motivos, O Salvador vindo, deu exemplo cabal de submissão ao Pai; “Aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque Faço sempre o que lhe agrada.” Jo 8;29

E mediante ensino acrescenta o motivo; Na Sua Palavra está a vida. “... vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

No verso já mencionado supra, onde o realce é sobre a universalidade da Palavra a ser observada, também está o motivo; a vida. “Nem só de pão viverá...”

Infelizmente a maioria, como Nicodemos, não consegue adentrar às coisas espirituais, presa apenas ao imanente; àquele quando se mencionou “nascer de novo” queria volver ao útero; esses, presumindo já ter vida tudo que querem é “curtir”.

Urge que essa geração tome o antídoto à morte espiritual enquanto ainda pode. “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte pra vida.” Jo 5;24

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Eleições e o molho

Alguém definiu de forma bem humorada: “A democracia é um sistema que permite que escolhamos com qual molho seremos devorados.” Significando que, nossa “liberdade de escolha” a rigor é pífia, restritiva; longe de representar escolhas espontâneas de homens verdadeiramente livres. Sequer podemos optar se queremos votar ou não; uma vez que, isso é obrigatório, salvas exceções por idade.

Enquanto tivermos um “Estado Leviatã” esse monstro inflado que exige impostos infinitamente superiores aos serviços parcos que presta, qualquer que o esteja pilotando, de certa forma estará nos devorando, via encargos excessivos e contrapartida pífia de serviços.

Mas fale-se em reforma política que exclua privilégios; nosso bravo Congresso presto engessará a iniciativa, como já fez tantas vezes.

No caso de eleições municipais, como agora, o mosaico de partidos que atinam a interesses rasos mais que à defesa de um ideário qualquer, e a falta de um partido conservador, estruturado em todos os municípios do país, deixa nossa possibilidade de escolher “representantes” mui aquém do que seria desejável.

Sinto-me na iminência de tentar escolher o que me parece o mal menor, não o que gostaria, para que me representasse. Esses fatores e a proximidade entre eleitores e candidatos, enseja que se vote em pessoas, mais que, em partidos ou ideologias.

Faltam homens públicos, salvas honrosas exceções; o jogo segue exaustivamente enfadonho, cansativo; sempre se fala de interesses públicos, na arte de seduzir eleitores, enquanto cuida-se majoritariamente dos interesses pessoais, uma vez investidos de algum poder.

O famigerado “Fundão eleitoral” segue pagando carreatas e passeatas, onde candidatos sem escrúpulos fingem ser sem noção; saem de microfones à boca agradecendo a um “apoio” que a realidade insiste em negar, de um eleitorado cético, cansado, que votaria muito pouco, se não fosse forçado a fazê-lo. No auge da pandemia a maioria deles atrapalharam nossas vidas invés de ajudar.

Esse fundo indecoroso jorra tanta “água” que permite a muitos serem políticos profissionais, eleitos ou não. 

Pouco importa se precisem ser “Metamorfoses Ambulantes” para seguirem ativos; “se hoje sou estrela amanhã já se apagou, se hoje te odeio, amanhã te tenho amor...” como cantou Raul Seixas; assim esses defendem hoje o contrário de ontem, com uma falta de vergonha na cara que a gente acaba sentindo por eles.

Em termos de hipocrisia e incoerência os esquerdista são imbatíveis; não tem pra ninguém.

Quando Dilma foi eleita para a Presidência da República, invés do termo neutro “Presidente” que, assim como, “adolescente” serve para nomear ambos os gêneros, faziam questão de chamá-la de “Presidenta”, para evocar, full time, seu “troféu” de ter eleito a primeira mulher para tal cargo.

Agora, o esquerdismo defende a diluição de gêneros, em meras escolhas sociais; não, como sempre foi, derivados de fatores biológicos, tipo, homem nasce homem, e mulher, mulher.

Então, chamar estudantes de aluno, ou aluna seriam uma “Imposição de gênero”; de modo que, em atenção a essa bosta que chamam de “politicamente correto” apregoam que se deve usar palavras “neutras”. Alguém criticou de modo engraçado, disse: “Uma escola ensinar a chamar querides alunes, só pode formar retardades.” É isso!

Se, no caso da Dilma faziam questão do “Presidenta”; agora, usar artigos definidos, sejam masculinos, sejam femininos, para essa gente é um “crime” mais sério que matar um indefeso, como no aborto que eles defendem.

Portanto, mesmo fazendo o melhor que pudermos nessas eleições, devemos nos preparar para o pior em termos de resultados. Ou seriam resultades?

A possibilidade de nos decepcionarmos com eles é proporcional aos bons valores que, eventualmente defendamos; pois, os maus são maioria, infelizmente.

Quem me conhece sabe que sou cristão, conservador, patriota, contra aborto, casamento gay, (no particular cada um faz o que quer; mas, o abono social dependeria da maioria) ideologia de gênero, drogas, corrupção... e digo isso abertamente sem dar a mínima para a patrulha esquerdopata. Não busco aplausos nem temo vaias.

Não temos ainda um partido que concentre em seu ideário esses valores todos. Vamos ver se, o embrionário “Aliança pelo Brasil” uma vez criado, ao menos se aproxima disso.

Para terminar, a “metamorfose” esquerdista não aceita até hoje a legítima vitória de Bolsonaro; mas apressa-se a parabenizar ao canhoto Joe Biden, numa eleição sob júdice, porque eivada de fraudes.

“Democracia” que só aceita um lado da moeda é indício de espírito ditatorial; sempre termina em ditadura onde eles conquistam o poder por tempo suficiente para se apoderar de tudo; aqui foi por um triz.

Saíram da Presidência, mas ficou um Congresso venal, fisiológico, inútil; e um STF todo vermelho, com tara voraz pela impunidade, onde deveriam prover o império da Justiça.

Mesmo assim, muitos votarão de novo neles. Não lhes basta ser devorados; fazem questão que seja com molho de pimenta.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O Sistema e a Partícula

“O mundo passa, e sua concupiscência; mas aquele que faz a Vontade de Deus permanece para sempre.” I Jo 2;17

O cotejo entre duas coisas; sociedade e indivíduo. “O mundo, jaz no maligno”, é inimigo de Deus, fadado a passar rumo à condenação; não só o sistema, mas as próprias bases onde se estabelece; “Passarão os Céus e a Terra...”

Quanto ao indivíduo porém, se lhe facultam escolhas na contramão do mundo, segundo Deus. Isso demanda esforço, renúncia; natural é seguir o som do berrante; ser apenas mais do mesmo.

Paulo chamou ao enfrentamento do si mesmo, que tende a imitar o mundo, de “sacrifício vivo”; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2 Notemos que o preceito não é para que transformemos o mundo, mas a nós mesmos; “Transformai-vos”.

No ritmo natural da marcha humana sobre a terra, tendemos ao menor esforço, comodismo; pois, mesmo pensar tem lá seu peso, como disse Henri Ford: “Pensar é o trabalho mais pesado que há; essa seja, talvez, a razão para que tão poucos se dediquem a isso.”

É comum, pois, como denunciou alguém, crentes oraram como santos e votarem como ímpios; balizando escolhas por simpatias pessoais, desafeições, idolatrias por líderes humanos, invés de o fazerem baseadas nos valores que representariam sua fé. Seria como desejar mestres virtuosos para os filhos contratando viciosos, para que façam o que não sabem.

Assim, muitos indivíduos com preguiça de pensar partilham mensagens de gente cujas doutrinas são contrárias aos ensinos bíblicos, só porque, em algum momento se assemelham. Ora, toda a falsificação precisa de alguma semelhança com o verdadeiro; carece verossimilhança, se, quiser uma “beira” da credibilidade daquilo que finge ser.

Às vezes deparo com pastagens de gente clamando por união entre todos para um mundo melhor, (quando acontecer será pelo império do Capeta) ou, que o “Verdadeiro líder é aquele que une às pessoas.”

Não duvido da sinceridade nem da boa intenção de quem partilha; entretanto, quanto ao conteúdo sou forçado a discordar, pois, por ele seria necessária a conclusão que Jesus Cristo não é um Verdadeiro Líder. O Comunista Francisco que trabalha pelo ecumenismo seria melhor que Ele.

Cristo, horizontalmente falando, mais separa que une. “Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque Vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, a nora contra sua sogra; assim os inimigos do homem serão os seus familiares.” Mat 10;34 a 36 Não que seja Sua Vontade separar; mas, os que O recebem são perseguidos pelos que não.

Vemos condenados andando pra lá e pra cá, como se fossem coisas importantes, invés de estar na cadeia; mas, é assim.

Fraudes grotescas nas eleições americanas sendo silenciadas pela imprensa cúmplice; patifes igualmente cúmplices daqui, apressando-se a reconhecer ao “vitorioso” como se fossem favas contadas.

“Os ímpios andam por toda parte, quando os mais vis dos filhos dos homens são exaltados.” Sal 12;8 “As leis são como teias de aranha; pegam os insetos pequenos; os grandes rompem-nas”.

“Fichas sujas” cuja “justiça dos homens” deixa escapar sequer deveriam concorrer, contudo, concorrem e muitos serão eleitos. O mundo é um lixo assim, coerente com os quereres de seu príncipe.

Quem vive os valores do Eterno, necessariamente estará deslocado, como esteve Ló em Sodoma; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8

Se, o Evangelho é chamado de “Evangelho da Paz”, da qual, O Senhor é O Príncipe, Ele mesmo ensinou que Sua Paz é diferente. 

Seu Senhorio sobre nós desfaz a inimizade com Deus, “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Essa reconciliação acentua contra nós o ódio do sistema comandado pelo inimigo; “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

“Mundo melhor” só no “Novo céu e nova terra onde habita a justiça”; esse como conhecemos está fadado à destruição, breve.

Podemos e devemos manifestar indignação contra injustiças; mas, a coisa vai piorar muito e nada poderemos fazer, em âmbito de sistema, só no particular; em última análise é isso que conta, pois, “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

domingo, 8 de novembro de 2020

As Montanhas


“... Tende fé em Deus; Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” Mc 11;22 e 23

Daí o dito que a fé remove montanhas.

Entretanto, se isso não for devidamente compreendido trará mais problemas que soluções.

Primeiro, que nossa condição de servos não nos dá o direito de decidir, qual “monte” está fora do lugar e precisa ser removido; por isso O Salvador prefacia a promessa com um “Tende fé em Deus;” ou seja: Acreditem no que Ele disser, não decidam por si mesmos.

Ouso dizer que essa “remoção” a do ego, o “negue a si mesmo” é a montanha mais pesada e difícil.

A sociedade costuma classificar às pessoas por extratos; esses derivam sempre das condições materiais; assim, temos a elite, os ricos, a classe média, os pobres, os miseráveis, os indigentes...

Deus, para efeito de salvação não faz assim; “nivela” todos; derruba montes e aterra vales, para que todos tenham oportunidade igual de salvação; essa era, aliás a mensagem que deveria trazer a “Voz do que clama no deserto.” “Todo o vale será exaltado, todo o monte e todo outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

Foram os “montes” da sociedade de então, os líderes que condenaram O Salvador à morte, porque Seus ensinos, invés de incensá-los expunha sua hipocrisia. Em dado momento disse que prostitutas e publicanos (os “vales” daquela sociedade) entrariam adiante deles no Reinos dos Céus, pois, ouvindo a mensagem de salvação se arrependeram, enquanto eles, orgulhosos, não.

Vivemos uma ética utilitarista, imanente, que, mesmo falando de bens espirituais e eternos, normalmente buscamos coisas materiais e efêmeras como prioritárias.

Assim, os “montes” que desejaríamos remover seria eventual desemprego, falta de algum bem, de um cônjuge... sempre coisas atinentes à vida aqui e agora. Quiçá, estejamos ao pé do Everest.

Acabo de chegar de breve viagem, uns 150 kms mais ou menos, entre Soledade e Bom Retiro do Sul, em cujo trajeto três tipos de relevo são observáveis; saí do planalto, como o nome diz, trata-se de um plano alto, passei por uma região serrana e enfim, a planície do vale do Taquari.

Uma coisa despertou minha atenção; quando na serra, alguns montes pareciam querer engolir a estrada, sobrepor-se a ela, e o horizonte estava a algumas centenas de metros; porém, à medida que ia me aproximando da planície, cada vez mais larga se fazia a visão; os mesmos olhos cansados que enxergavam à trezentos metros, agora, podiam ver a uns trinta quilômetros.

O que mudou para que a visão se ampliasse tanto? A ausência de montes.

Assim são os “olhos da fé”; enquanto não removermos a cordilheira dos nossos egoísmos, imediatismos, materialismo e indiferença, enxergaremos muito pouco; nossa visão será pífia.

Entretanto, tendo fé em Deus, priorizando O Seu Reino e Sua Justiça, deixando alguma empatia ocupar o assento do egoísmo, finalmente começaremos a ver mais longe; poderemos, como Moisés, ficar firmes “como que vendo o invisível”.

O andar em espírito, preceito recorrente nas Escrituras, ensejará comunhão com Deus; essa trará afinidade tal, que desejaremos remover aos mesmos “montes” que Ele. Aí sim, se verificará a eficácia da fé.

Em provérbios temos uma pequena amostra do “relevo” que incomoda ao Eterno; “Estas seis coisas o Senhor odeia, a sétima Sua Alma abomina: Olhos altivos, (orgulho) língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

Usei relevo entre aspas por se tratar de óbvia figura de linguagem; nenhum imposição, contudo; pois, a mesma Palavra ensina que a “terraplanagem” necessária se faz nos nossos corações, para que, enfim, mediante a fé vejamos melhor; “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Assim, a fé não remove, estritamente; mas, associa o crente Àquele que remove. Pois é um “cuja força está em Ti...” (Nele)

O papel da fé é me capacitar para o desafio de andar conforme; na fraqueza do eu, que o Poder Divino opera; “A minha graça te basta, porque Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o Poder de Cristo.” II Cor 12;9

Nossa fraqueza, pois, não é um monte que O Eterno queira remover; usa-a como mirante, para que, sobre ela vejamos mais longe quão grandes montes Cristo remove por nós.

Por quê, O Deus da Bíblia é odiado?


“Ouvi Tua Voz soar no jardim, temi porque estava nu e escondi-me.” Gn 3;10

A pergunta, “Onde estás”? ressoa até hoje; tantos Adões escondidos... Aquele, ao menos, assumiu: “Ouvi tua voz”.

Os atuais negam que a Bíblia seja Sua palavra; sendo mero livro humano, não se trata de desobediência. Quando Deus falou de forma audível no Sinai, o povo pediu que não fizesse mais; Moisés mediaria, eles ouviriam. “Disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos: não fale Deus conosco, para que não morramos.” Ex 20; 19

Parece uma atitude humilde, mas foi medo e esperteza ímpia; quando desobedecessem estariam afrontando Moisés, não, Deus.

“Temi porque estava nu”; também esses. Um Deus Santo, ante pecadores que não gerasse temor seria estranho. Adão se escondeu entre árvores, esses entre sofismas.

“Todas as religiões são boas”, dizem; (como se Deus quisesse religiões) ou; sou ateu, mas não faço mal a ninguém; como se, blasfemar não fosse um grande mal. “... quem a Deus não crê mentiroso O fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho Deu.” I Jo 5; 10

Se não fosse assim, não estaria numa posição sob a ira Divina. “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” Jo 3; 36

Talvez seja essa franqueza que O faça tão odiado. Nunca encontrei uma diatribe a Tupã, deus dos Guaranis; Odin, dos nórdicos; Pachacuti, dos incas, Brahma dos hindus, nem mesmo Alá, dos islâmicos. Esse reserva sessenta virgens para um mártir, mas a “Bíblia é machista”!

Existência de um deus está em todas as culturas. Por quê, o Deus da Bíblia incomoda tanto?

Bem; Ele não dá a mínima para a desonestidade intelectual dos que duvidam, deixa-os falando sozinhos. “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus...” Sal 4; 1

Não tem nenhuma crise de identidade, nem depende que creiamos. Considera-se auto-evidente por Sua obra e acrescenta Sua Palavra; para os que, esses dois testemunhos não bastarem, deixa de lado.

Jesus fez o mesmo; “Deixai-os; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro, ambos cairão na cova.” Mat 15; 14

Ainda, não dá a mínima para nossa autoestima; põe o dedo na ferida para doer; “... não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14; 3 “... Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus.” Mat; 19; 17

Mais uma coisa que o homem natural odeia; limita-nos, nos faz dependentes; “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas pertencem a nós...” Deut 29; 29

Esses limites nos tornam carentes da revelação, pois, trazemos em nossos almas anseios eternos; “Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.” Ecl; 3; 11

Não faz isso por capricho, demonstração de poder; antes, nossa redoma de tempo e espaço visa que O busquemos, pois nos ama: “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17; 26 e 27

Quer estabelecer contato para falar de amor; mas, esse contato há de ser em Seus termos, Jesus; “Ninguém vem ao Pai senão por mim”.

Estamos nus ante Ele; em pensamentos, intenções; “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4; 12 e 13

Ele tem “pano” para nossa nudez; esse demanda a renúncia de inclinações naturais, e obediência. “Aconselho-te que de mim compres... roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apoc 3; 18

Não há caminho do meio, neutralidade, livre pensador; ou estamos em paz com Ele, ou lhe fazemos guerra.

Não quer nos “derrotar”, ama-nos e sabe da sedução do inimigo; sendo impossível que ganhemos a luta, aconselha a paz. “Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da Minha Força, faça paz comigo...” Is 27; 4 e 5

sábado, 7 de novembro de 2020

Mestres da Presunção


“O homem que compuser um perfume como este, ou dele puser sobre um estranho, será extirpado do seu povo... O homem que fizer tal como este para cheirar, será extirpado do seu povo.” Êx 30;33 e 38

Tanto óleo da unção, quanto incenso, O Senhor deu a fórmula de ambos; exigiu exclusividade no serviço santo. Vetou que os mesmos fossem feitos e usados para fins particulares. Tal profanação incorreria em pena de morte.

Coisas criadas para fins estritos não devem ir além desses fins. Isso engloba ao ser humano também. “Todos os que são chamados pelo Meu Nome, os que Criei para Minha glória: Eu os Formei, também os Fiz.” Is 43;7

Se, no porvir O Eterno Glorificará aos salvos; “Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor.” I Cor 15;42 e 43 Sua Glória tem prioridade; por questão do devido lugar das coisas; essa devemos buscar desde já, mediante um testemunho de vida transformada que “fale” no nosso agir; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Portanto, são profanos esses que dizem que todas as religiões são boas, todos buscam Deus à sua maneira e no fim serão salvos; quem tem algum juízo na cachola não se atreve a tocar nas coisas exclusivas do Senhor; a começar pelo caminho da salvação: “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6

O único “Perfume” aceitável ao Eterno, é o “bom cheiro de Cristo” como disse Paulo.

Mesmo dons ou bens, não são estritamente nossos; um relacionamento sadio com Deus vale mais que todos eles, por opulentos que sejam; “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me entender, Me conhecer, que Eu sou o Senhor, que Faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor.” Jr 9;23 e 24

Com o advento das redes sociais aquilo que deveria facilitar, não raro, dificulta. O acesso a muita informação sem profundidade nenhuma tem gerado uma revoada imensa de papagaios espirituais, que se metem a ensinar o que não sabem.

Tratam como iguais, a Rocha Eterna da Palavra de Deus, e as areias movediças das opiniões humanas.

Outrora já foi assim; até sonhos dos desejos acalentados eram postos acima da Palavra; “O profeta que tem um sonho conte o sonho; aquele que tem Minha Palavra, fale a Minha Palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor. Porventura Minha Palavra não é como o fogo, diz o Senhor, como um martelo que esmiúça a pedra?” Jr 23;28 e 29

Num breve arranjo como este, conte-se quantos versos bíblicos são usados. Por quê? Porque um servo de Deus não apresenta sua opinião; antes é um mensageiro Dele, um intérprete por Ele capacitado, para esse fim; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

Outros, invés de dizer que todas as religiões são boas, dizem que nenhuma é boa ou necessária; basta ser um homem bom, não precisa congregar em igrejas, nada disso.

Esse ensino que pode o homem decidir sobre o que é bom ou mau tem mesmo na bíblia, lá no começo; mas, foi dito pelo Capeta quando enganou o homem.

A Bíblia ensina que “Não há um bom senão Deus”; mais: Que “não há um justo sequer; todos pecaram e estão destituídos da Glória de Deus.”

Nenhum de nós poderá ser salvo pela sua “bondade”; então, Deus usou um “Plano B”; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

A graça não é oca; tem uma Doutrina que permeia-a; Deus capacitou ensinadores para, nas congregações fomentarem a desejada edificação; “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.” Ecl 12;11

Se O Único Pastor deu Sua Palavra para ser ensinada nas assembleias, como pode alguém haurir sabedoria espiritual alienado do Corpo de Cristo? Não existe salvo free lancer; Ou está no Corpo ou, fora.

É direito seu estar onde quiser. Quanto a ensinar, porém, que tal deixar para quem já aprendeu?

O Estupro da Justiça


“... no lugar do juízo havia impiedade, no lugar da justiça havia iniquidade.” Ecl 3;16

Estudiosos chamam esse modo de escrever de “paralelismo;” consiste em repetir o que foi dito com outras palavras, como um reforço da ideia; assim, em lugar do juízo, impiedade; em lugar da justiça iniquidade.

Se, alguns versos atrás ensinara que tudo tem seu tempo propício, agora defende que há um lugar também, para as coisas; no caso, para a justiça. Mas, onde seria seu lugar?

Óbvio que nas relações! Sejam institucionais, internacionais, comerciais, afetivas, políticas, do escopo que for; todas são, de certa forma, interpessoais; ainda que representem nações, instituições, corporações, sempre haverá pessoas envolvidas; essas deveriam ter a equidade como baliza de seus atos. “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Fácil o lugar da justiça! Aquilo que considero correto, justo quando, a meu favor, é igualmente correto e justo, mesmo que seja contra mim. 

Não carecemos dos “excelentes” togados de “notável saber jurídico” para fazer justiça. Basta uma consciência viva no Espírito, o temor do Senhor, para ensejo da honestidade intelectual, que a Bíblia chama de “andar na luz”.

Grande indignação gerou uma sentença de determinado juiz catarinense que corroborou um promotor e um advogado sem escrúpulos; criaram um mostrengo jurídico para inocentar um estuprador endinheirado em Florianópolis.

O bicho se chama “Estupro Culposo”. Para quem não é afeito a termos jurídicos, os delitos são classificados em culposos ou dolosos.

No primeiro caso, quando não há intenção, como quem mata alguém num acidente de trânsito, por exemplo; foi culposo apenas, não doloso, pois, não queria fazê-lo. E delitos dolosos são aqueles cuja intenção está presente. Pode alguém, estuprar outrem “sem querer querendo”? Óbvio que não.

É da natureza desse crime, o uso de violência para sujeitar a outrem aos caprichos do criminoso. No caso, teria drogado à vítima o que é ainda mais covarde que violência física, pois, tolhe toda e qualquer tentativa de resistência.

Todavia, onde deveria ser o lugar da justiça, o tribunal, a coisa tornou-se um meretrício; dinheiro vale mais que honra, e a vítima foi violentada novamente.

Se acontecer com uma familiar de algum dos envolvidos, por sua noção de “justiça” seria necessário que se desse a mesma sentença.

A quem recorrer? Aqui na Terra a coisa degringolou mesmo e mais alta Corte do País, além de não condenar ninguém, ainda solta bandidos a torto e a direito como se, fosse para isso que a nação lhes paga vultosos salários e luxuosas mordomias.

Isso vem de larga data; a “justiça dos homens” sempre foi deplorável. “Seus chefes dão as sentenças por suborno, seus sacerdotes ensinam por interesse, seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.” Miq 3;11 “Por esta causa a lei se afrouxa, a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida.” Hc 1;4 etc.

Olhando para as coisas do prisma estritamente horizontal, parece que a impiedade triunfa, que a injustiça está ganhando de goleada.

Asafe, o cantor, analisou isso no Salmo 73; “Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, firme está sua força. Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como os demais. Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.” Vs 3 a 6

Tivesse limitado a justiça aos humanos domínios, teria se desviado dela, coisa que confessou; “... meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem meus passos.” Vs 2

Evocando feitos de antepassados que agiram justamente transformou aquelas “palavras ímpias” em tese retórica apenas. “Se eu dissesse: Falarei assim, ofenderia a geração de Teus filhos.” V 15

Por fim, olhou para onde a Justiça Reside, Deus; e viu o Juízo: “Até que entrei no Santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.” 17 e 18

Por isso, O Eterno limita a ação da impiedade, para preservação dos que são justos; “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para iniquidade.” Sal 125;3

Enfim, nossa chamada, dos cristãos é pra sermos “perdedores”; agir de modo justo e sofrer “fome e sede de justiça”.

Assim, chegaremos ao descanso prometido, que agora, não é daqui. “Levantai-vos e andai, porque não será aqui vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente.” Miq 2;10

domingo, 1 de novembro de 2020

Segunda Chance


“No mês segundo, dia catorze à tarde, celebrarão; com pães ázimos e ervas amargas a comerão.” Nm 9;11

Alguns não participaram da Páscoa; uns por ausentes, viajando; outros, “impuros”; esses manifestaram a Moisés seu desejo de participarem também.

Moisés orou ao Senhor; a instrução do Eterno foi que se fizesse outra celebração no segundo mês, para que todos fossem incluídos.

Uma conclusão necessária é que, ninguém fica de fora da comunhão com O Santo, por falta de oportunidade; Aquele que nos instruiu a perdoar “setenta vezes sete”, acaso se negaria a dar uma segunda chance aos sinceros? Ou, como dissera Abraão, “Acaso não faria justiça O Juiz de toda a Terra?”

Embora, muitos, por desconhecimento pintem ao Todo Poderoso como pronto a castigar os errados, a Bíblia O apresenta de modo diferente; “... torne para nosso Deus, porque grandioso É em perdoar.” Is 55;7

O que nos ensina a Parábola do Filho Pródigo, senão, a saga de um perdulário inconsequente, remida por um pai amoroso, perdoador?

Há um texto polêmico, que, parece sugerir a inexistência de segunda chance a eventuais apóstatas; diz: “Porque é impossível que os que, já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Notemos que o texto não diz que é impossível que sejam perdoados, uma vez arrependidos; antes, que é impossível que sejam “renovados para arrependimento”; aquele trabalho Bendito do Espírito Santo, de convencer do pecado, da justiça e do juízo.

Se, o sujeito já foi feito participante do Espírito Santo, só o foi, porque convencido dos seus erros, persuadido ao arrependimento; caso recaia, terá que se arrepender com as informações que possui; não esperar que O Espírito refaça o caminho por ele.

Como isso é pouco provável, uma vez que, enriquecido pelo Espírito, invés de produzir os devidos frutos, produziu “espinhos”, o tal credencia-se mais à perdição que ao arrependimento para salvação; “Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; Mas, a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada; perto está da maldição; seu fim é ser queimada.” Heb 6;7 e 8

Chega um momento em que, O Senhor, malgrado Sua Longanimidade, parece desacreditar duma mudança; de modo que nem a prescreve mais; antes desafia cada um para que se firme em suas escolhas, sejam virtuosas, sejam viciosas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

O Eterno não dá aos pecadores uma segunda chance, apenas; antes uma oportunidade nova, cada dia; “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é tua fidelidade.” Lam 3;22 e 23

Entretanto, uma coisa é O Altíssimo estar disposto a dar nova oportunidade; outra, é a dependência do pecado, pela escolha contínua deste, endurecer o coração, cauterizar a consciência; de modo a não mais haver lugar para arrependimento.

Por isso, aliás, a exortação do sábio para reconciliarmos com Deus enquanto podemos; “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ecl 12;1

Se, a recusa em produzir o “Fruto do Espírito” equivale a produzir espinhos, na Parábola do Semeador O Mestre ensinou que esses são cobiças por riquezas, cuidados deste mundo; quem foi “crucificado com Cristo” há de buscar as coisas de cima, não as terrenas, como Jeremias advertia já; “... Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

Não esqueçamos, para finalizar, que a segunda chance de participar da páscoa se deu aos impossibilitados na primeira, não aos relapsos que, podendo, não quiseram.

Fé tem um componente de honra, que tanto pode agradar a Deus, ao se confiar Nele, quanto, ofender ao duvidar; “... Eu tinha falado que tua casa e a casa de teu pai andariam diante de Mim perpetuamente; porém agora diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Embora sempre haja oportunidade aos verdadeiramente arrependidos, dada nossa brevidade, a mensagem é apresentada como uma coisa urgente; “... Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.” II Cor 6;2