domingo, 29 de janeiro de 2023

Medo da luz


“Melhor é a criança pobre e sábia que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar.” Ecl 4;13

Sendo um provérbio antitético, onde duas coisas opostas são comparadas, parece lógico concluir que a qualidade da criança “pobre e sábia”, era de aceitar as admoestações, correções eventuais; coisa que o rei velho e insensato não tolerava.

Mas, um sábio precisa ser corrigido? Um sábio pelo conteúdo, parece que não; mas, assim, só Deus. Nos cabe sermos “sábios” pelo princípio; pela índole dócil ensinável; a disposição para aprender, do Senhor, sobretudo, é nossa “sabedoria”. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7 

Percebamos que, o rei, mesmo sabendo mais que a criança, pelo seu endurecimento, aversão à correção foi tido por insensato.

Aos dispostos a aprender, A Palavra encoraja que se ensine, pois, terão proveito; “Dá instrução ao sábio, ele se fará mais sábio; ensina o justo, ele aumentará em doutrina.” Prov 9;9

À falta de noção, mesmo quando se está errado, A Palavra chama de ser “sábio aos próprios olhos”. Ou seja, as percepções particulares da vida, as ditas idiossincrasias, são as réguas pelas quais, alguns mensuram a suposta luz que possuem; fecham-se contra qualquer coisa que a suplemente, ou corrija.

Por isso o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;5 a 8

É bom parar pra ouvir quem sabe mais do que nós, sobretudo, no tocante às coisas do Senhor. Faço isso todos os dias, assistindo vídeos de ensino de quem ensina coisas que ignoro.

Entretanto, vivemos na geração mais sem noção de todos os tempos. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia. Há uma geração cujos olhos são altivos, as suas pálpebras estão sempre levantadas.” Prov 30;12 e 13

Embora discordando frontalmente da “solução” pensada pelo ditador Alexandre de Moraes, (controle, censura) sou forçado a concordar com uma frase que ele disse: Que a INTERNET deu voz aos imbecis. Aos imbecis, aos falsos juristas, e aos corruptos sem caráter, também.

Porém, a direito à liberdade de expressão deve ser intocável. Imbecil ou não, todos devem gozar plena liberdade de dizer o que pensam. Mesmo em Sua Onisciência, para testemunho dos Seus Juízos O Eterno permite que as coisas mais infames sejam manifestas. Leva a liberdade de expressão às últimas consequências.

Preveniu a Maria de dores que ela sofreria, por essa permissão Divina; “(Uma espada traspassará também tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;35

Essa geração de espinhosos que está “formatada” para a hipocrisia, elogios de plástico, tolhe a si mesma da possibilidade de aprender. A “interação” possível resume-se a lisonjas e coraçõezinhos. Ao menor sinal de discordância, voam pedras virtuais, o rei velho e insensato levanta do seu trono e vocifera seus decretos de extradição.

Sócrates, o filósofo dizia aos seus oponentes: “Liberte-me de minha ignorância e te terei na conta de meu maior benfeitor.”

Essa é a índole de criança que nos convém, como servos de Deus; “Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele.” Mc 10;15

A índole ensinável, essa postura “infantil”, não tolhe o entendimento a que já chegamos. A excelência seria uma compreensão amadurecida, e uma disposição infantil, como disse Paulo: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento.” I Cor 14;20

Nicodemos era um príncipe, mestre do Sinédrio; e falando com Jesus, ao ouvir sobre o Novo Nascimento faz perguntas ridículas, a um olhar adulto; O Salvador, pacientemente o ensinou.

Contudo, nessa geração barulhenta, onde todos têm o “microfone” e ninguém tem ouvidos, o ensino vira um intruso; invés de uma chama a iluminar, não raro é equacionado com “falar da minha vida”; aí, os intocáveis têm suas defesas prontas; “Pague minhas contas, antes de falar da minha vida.”

Como certos felinos em armadilhas, que eventuais socorristas só podem soltá-los imobilizando-os, pois, eles veem na tentativa de ajuda, uma ameaça, assim, os intocáveis desse tempo.

Agora, Sophia fala às paredes; “Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? Vós escarnecedores, desejareis o escárnio? Vós insensatos, odiareis o conhecimento?” Prov 1;22

Infelizmente, para muitos, as consequências dessa aversão serão letais; “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te Rejeitarei...” Os 4;6

sábado, 28 de janeiro de 2023

Preço da apostasia


“Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se a sua Rocha os não vendera, O Senhor os não entregara? Porque a sua rocha não é como a nossa, sendo até nossos inimigos juízes disto.” Deut 32;30 e 31

O desafio a uma compreensão lógica; se a desproporção do exército vencedor para o vencido podia ser figurada como um derrotando a mil, dois, a dez mil, a conclusão óbvia seria que Deus entregara a vitória nas mãos dos adversários.

No entanto, nem sempre o que está patente aos olhos mais argutos, está assim a todos. “Porque são gente falta de conselhos, neles não há entendimento. Quem dera eles fossem sábios! Que isto entendessem e atentassem para seu fim!” vs 28 e 29

Quando O Eterno Decide pelejar por Seu povo, com trezentos homens derrota um exército inumerável, como fez contra os midianitas, nos dias de Gideão. Porém, o contrário também pode acontecer, como vemos nos versos em apreço.

A questão deixa de ser: Qual o exército mais numeroso, com mais armas; o que conta é, de que lado Deus Está, na peleja.

Muitas, vezes, a rebeldia dos que O deviam servir, enseja que Ele se torne adversário, invés de protetor, como disse Isaías: “Em toda angústia deles Ele foi angustiado, O Anjo da Sua Presença os salvou; pelo Seu Amor, e pela sua compaixão os Remiu; os Tomou e Conduziu todos os dias da antiguidade. Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em Inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;9 e 10

Pois, até os servidores de deuses estranhos sabiam a diferença entre aqueles e o Senhor; “Porque a sua rocha não é como a nossa, sendo até nossos inimigos, juízes disto.” Deut 32;30 e 31” “Rocha” aqui é uma metáfora para “Deus”, como o verso anterior deixa ver; conclui que seria impossível a vitória dos menores, “se a sua Rocha os não vendera, O Senhor os não entregara?”

Desse modo, quando o povo de Deus é derrotado, não tem a ver com a força dos adversários, antes, com o peso das suas culpas, de estar atuando de forma a entristecer O Senhor, de tal forma, que Esse não peleja por ele; entrega-o à derrota.

Qualquer semelhança com o que aconteceu em nosso país, é mesmo semelhante, derivada das mesmas causas em apreço. A dita igreja cristã brasileira está doente de todos os lados.

A Católica, via CNBB apoia o esquerdismo, com suas pautas anticristãs, entre elas, o aborto. Há dissidentes que se opõem, é certo.

As Evangélicas, na maioria, se tornaram súcias mercenárias, currais particulares de lideranças egoístas. A verdade tem sido sonegada em prol dos interesses mesquinhos...

Daí, vimos um ajuntamento de satanistas batendo tambores, invocando forças das trevas para que essas amparassem as mãos da mentira e da fraude, para que a “vitória democrática” ficasse nas mãos de uma ridícula minoria. “Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se sua Rocha os não vendera...”

Mesmo o mais pessimista dos prognósticos não seria capaz de antever, tantos retrocessos num pífio tempo, como acontece atualmente no Brasil. Tudo de ruim que se dizia que a esquerda implementaria, estando no poder, volta dos roubos via “Lei Rouanet”, patrocínio de ditaduras vizinhas como nosso dinheiro, aborto, corrupção, gastos desmedidos, abandono de promessas de campanha, etc. está acontecendo veloz.

Sem contar a flagrante infiltração de vândalos alugados, para depredação de patrimônio público, a fim de criminalizar e punir severamente, gente inocente que protestava pedindo transparência no sistema. Mortes acontecerem desses; mais sangue clamando, nas mãos canhotas.

Quando ouço certos irmãos exortando a “orar pelas autoridades” porque está escrito sinto vergonha alheia. Tem mais algumas coisas escritas que eles parecem não saber: “Quando vês o ladrão, consentes com ele, tens a tua parte com adúlteros.” Sal 50;18

Não reconheço ladrões como autoridades, nem os que se opõem a Deus como respeitáveis em nome de suposta Lei que só vale a favor da impiedade; “Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal pretexto de uma lei?” Sal 94;20

Nem todos os cristãos do Brasil são uma fraude; a maioria, infelizmente, é. Nossa “Rocha” permitiu a humilhação que estamos sofrendo, para que repensemos caminhos, ousemos ser idôneos, verazes, altruístas, invés de hipócritas interesseiros, como muitos têm sido.

Deus Ama à justiça, em tempo, fraude, mentiras, corrupção, violências serão julgadas e punidas. Mas, nesse quesito, do juízo, nós temos prioridade; “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; se começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao Evangelho de Deus?” I Ped 4;17

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Escolha o caminho


“Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Se esse caminho que no final tem uma armadilha, se disfarça sobre a aparência lícita, direita, com evitá-lo? Parece que precisamos, de alguma forma, ir além das aparências.

Pensadores antigos desconfiavam das “informações” sensoriais; “Maus conselheiros, são os olhos e ouvidos, se os homens tiverem almas bárbaras.” Diziam os pré-socráticos. Parece que a educação das almas era seu ponto de partida, não, a precipitada anuência a tudo o que vê, ou ouve.

A Palavra de Deus também não recomenda o conselho de falsas testemunhas. “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7

Reiteradas vezes encontramos o seguinte: “Quem tem ouvidos ouça, o que O Espírito Diz às igrejas.” Óbvio que isso não advoga a aceitação a tudo, simplesmente porque temos ouvidos. Para ouvir ao Espírito, carecemos ouvidos espirituais.

Envolve mais que tímpanos; submissão, obediência, anseio de aprender, arrependimento, fé... O mero escutar, entrar num ouvido e sair no outro, foi denunciado por Isaías, e reiterado pelo Salvador como algo vão. “Porque o coração deste povo está endurecido, ouviram de mau grado, fecharam seus olhos para que não vejam, ouvidos para que não ouçam, e compreendam com o coração, se convertam e Eu os cure.” Mat 13;15

Notemos que a barreira para a cura do Senhor era um coração endurecido; e a solução seria outro compreensivo, dócil, ensinável.

Nada valerá a informação de que determinado rumo é letal, depois de estarmos mortos; o inferno está cheio de “sábios” assim.

Deus tenta evitar que nos percamos, desafiando-nos a lhe darmos ouvidos, em tempo; “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; Eu Sou Deus, não há outro Deus, não há outro semelhante a Mim. Que Anuncio o fim desde o princípio, desde a antiguidade, coisas que ainda não sucederam...” Is 46;9 e 10

Então convida-nos a tomar um rumo que, inicialmente não parece o mais atraente, tendo em vista o fim. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Por que, aos olhos humanos as coisas conseguem parecer o que não são? Porque sua essência escapa à percepção da visão natural; Saint Exupérry dizia que “O essencial é invisível aos olhos; só vê direito quem olha com o coração”.

Pois, como uma nuance do coração regenerado, A Palavra de Deus desafia ao entendimento; “De que serviria o preço na mão do tolo para comprar sabedoria, visto que não tem entendimento?” Prov 17;16 Com dinheiro esse poderia comprar um livro contendo muita sabedoria; mas, sem entendimento, de que serviria?

Além de escrever coisas espirituais em suas epístolas, Paulo rogava pelo entendimento aos seus destinatários; “Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” Ef 1;16 a 18

A visão espiritual evita que capitulemos ao logro das aparências; aquilo que parece lógico, probo, lícito, aos olhos naturais, nem sempre é do mesmo modo, ante o que pode ver na dimensão do espírito. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Notemos que o erro se multiplica; de um caminho, para vários. “Há um caminho que ao homem parece direito; mas, no fim, são os caminhos da morte”. O caminho ímpar é a autonomia; faz o que der na telha; “vós mesmos sabereis o bem e o mal.” Como disse o traíra.

Como a morte não é nada exigente, pode vir por diversos meios; vícios, adultério, violência, mentira, incredulidade, prostituição etc. Seus caminhos são muitos; mas, acabam todos no mesmo lugar; perdição. O caminho largo que O Salvador advertiu. Assim, começa largo e termina estreito como um funil.

A vereda da vida desafia ao estreitamento inicial, seguindo pela vereda da virtude, depois essa se amplia; “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” I Ped 1;11

Nas Bodas do Cordeiro constataremos outra vez, que o Senhor deixou o melhor vinho para o final.

Os caminhos falsos assemelham-se aos produtos piratas; até atraem pela facilidade, antes de decepcionar pela qualidade.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

O tédio


“Minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma.” Jó 10;1

Tédio, enfado produzido por algo lento, prolixo, ou temporalmente prolongado demais, aborrecimento, cansaço, causado por cenário árido, obtuso ou estúpido; certo desgosto, ou, vazio sem causas objetivas claras.

Era como se Jó dissesse: Minha alma está cansada de viver; darei voz à minha queixa, tornarei pública minha amargura.

Palavras como queixa e amargura já delineiam em parte, as razões do tédio. A queixa, geralmente deriva de uma sensação de injustiça; amargura é a consequência do prolongamento dessa sensação. Muitas vezes, é produto de um processo lento, paulatino que se instala sem sequer ser percebido; só é notado quando já se está entediado.

Ao sabor da rotina, expectativas, antes alvissareiras podem acabar em decepção; o que fora deslumbramento se tornar desencanto; no fim do túnel, acabar em desespero. A alegria de viver vai saindo devagar, a arte de sonhar, projetar coisas, aos poucos guarda suas “ferramentas”; o homem, outrora feliz, se torna aborrecido, de mal com a vida. Nisso o budismo acerta; excessivo desejo de ter, acaba sendo um feitor de dores. Os pré-socráticos diziam: “desejar mui violentamente a algo, cega-nos para as demais coisas.”

Cristo Ensinou a não excursionarmos muito aos tempos intangíveis; “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si. Basta a cada dia seu mal.” Mat 6;34

Quantas vezes alguém se acha nostálgico, incapaz de diagnosticar o que o deixa assim; sentindo uma “saudade não sei de quê;” como disse Saint Exupérry.

Contudo, esse não era o caso de Jó. As razões do seu tédio não tinham digitais humanas. Não fora um processo lento, imperceptível que tolhera suas motivações. Antes, uma verdadeira tempestade causada pelo invejoso Satanás, que apostara todas suas fichas que Jó, submetido a isso, blasfemaria do Eterno.

A boa índole tende a buscar causas do infortúnio em si mesma, não apontar para razões externas, como fariam, egoísmo e arrogância. Não encontrando coisas das quais se sentisse culpado, nem por isso culpou ao Criador. Não, ao ponto de blasfemar.

Já que as coisas estão assim, estou entediado, cansado de viver. Cogitou sua morte, porém, não a desejou tanto, ao ponto de tirar a própria vida; “Por que, pois, me tiraste da madre? Ah! se então tivera expirado, e olho nenhum me visse!” v 18 suspirou. Na verdade, considerou que seria melhor nem ter nascido, que sofrer daquele modo.

As razões do seu tédio eram plausíveis, não se tratava de um mimado reclamando a volta dos mimos perdidos.

Os que buscam a morte como solução, fuga de uma vida sem sentido, tardiamente poderão descobrir que morrer assim é que não faz sentido. Napoleão Bonaparte se destacou como guerreio, não como filósofo, mas disse: “Não há nada de grande em acabar com a própria vida como quem perdeu tudo no jogo; resistir a um infortúnio imerecido requer muito mais coragem.”

Vivemos dias que, segundo certo provérbio, “tempos fáceis fazem homens fracos” de comodismo e facilidades tecnológicas, ensejando uma imensa geração de fracos, pusilânimes.

Não é preciso perder todos bens, filhos e saúde de supetão, como foi com Jó, para se cansar da vida; basta a um adolescente ter uma frustração amorosa, não receber a roupa ou o celular que deseja, para o tal esbravejar que sua vida não vale à pena, Deus É Injusto, ou tolices assim.

Os que O Senhor Chama, Deseja que se entreguem a Ele em total confiança, mesmo que nos deixe em plena escuridão; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Foi O Criador que colocou em nós a capacidade para os sentimentos; e não deseja que lutemos contra eles; antes, que sejamos empáticos neles; “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram;” Rom 12;15

Todavia, nossas escolhas, decisões não devem ser pautadas por sentires, mas, pela Palavra de Deus; essa promete mudar as coisas e junto a isso, os sentimentos mudarão também; “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados;” Mat 5;4 Afinal, “... O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Sal 30;5

Se as coisas inda não estão como queremos, pode ser fruto dum processo por meio do qual Deus nos molda Ele Quer. “Quando passares pelas águas Estarei contigo...” Is 43;2

Na hora da dor Jó deu vazão às suas queixas; na da retribuição, O Senhor Deus asas à Sua Graça; “... O Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.” Jó 42;10

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Guerra e paz


“Deixo-vos a paz, Minha Paz vos Dou; não vos Dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

O Salvador Fazendo distinção entre Sua Paz, e a mundana. O risco de absolutizarmos à paz, como sendo, necessariamente, uma coisa boa, é abraçarmos à mesma segundo o mundo, não, como Cristo Ensinou.

Não é uma coisa auto impositiva, que se justifica por si mesma, como o são, justiça e verdade. Sendo ela algo que devemos “seguir”, “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14 Nem sempre é possível que a alcancemos; “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Rom 12;18

Por ser uma consequência, e, eventualmente colidir com a santificação que também devemos “seguir” fatalmente nos colocará em caminhos diferentes que a maioria; pois, santificar-se é separar-se do mundo e seus “valores”; consagrar-se a Deus, segundo Sua Palavra.

O respeito as diferenças, de cultura, gostos e credos é acondicionado nos vasilhames do mundo como algo sagrado, intocável. Daí a gestação do ecumenismo, validação de todos as crenças, por antagônicas que sejam, vem sendo acelerada, pois, segundo acreditam, a paz interreligiosa é indispensável para a paz internacional. Agindo assim, forçam a aquiescência, a concordância sob o rótulo do respeito. 

Quem disse que discordar de uma ideia, é desrespeitar? “Não concordo com uma palavra do que dizes; mas, defenderei até à morte teu direito de dizeres o que pensas.” Voltaire.

Após legar Sua Paz, O Salvador encorajou Seus discípulos, “não se turbe vosso coração, nem se atemorize”; porque Sabia que, a paz Consigo e com O Pai, nos indisporia com o mundo. Sua Paz aponta para isso: “Isto é, Deus Estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19 Paz com Deus; independentemente de como isso pareça, aos olhos de mundo.

Aqueles que preferem o conforto de suas trevas, incomodados com a Luz de Cristo, tudo fazem e farão, para calar os difusores de tal Luz. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Os rótulos de intolerância, radicalismo, discurso de ódio, vêm sendo expostos ao gosto popular, para fornecer “argumentos” aos que lutam em “nome do amor”, para que, oportunamente se livrem de nós, calando ou matando, por “inimigos da paz”.

O Eterno não vê o ecumenismo como uma gestação amistosa; antes, um motim global contra Suas Leis; “Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra O Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas Cordas.” Sal 2;1 a 3

Nossa simples fidelidade a Deus, caso a atinjamos, já nos colocará como alvos deles, o que a Bíblia ensina: “Também todos que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Mais: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

A causa dessa perseguição não são eventuais delitos cometidos pelos seguidores de Cristo, antes, “perseguição por causa da justiça...”

Por irônico que pareça, é essa, a justiça, que enseja paz; “o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

Nós, os combatentes das injustiças seremos avaliados como inimigos da paz mundial, pois, a que eles buscam é um arranjo amoral, onde de comum acerto, todos concordarão em não discordar. Todos estarão “certos”.

Não é de estranhar, pois, que no auge da sua “Paz”, cujo implemento terá custado enorme gama de injustiças, O Eterno Resolverá julgá-los; “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, de modo nenhum escaparão.” I Tess 5;3

As alternativas são apenas duas; reconciliar com Deus, mesmo ao preço de ser tido por inimigo do mundo; ou, amoldar-se dócil aos ímpios conchavos globais, e em tempo, sofrer a Justiça Divina.

O Senhor mesmo colocou as alternativas, reconciliar com Ele ou, Lhe fazer guerra; “Não há indignação em Mim. Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria... (então) se apodere da Minha Força, e faça paz Comigo; sim, que faça paz Comigo.” Is 27;4 e 5

Cristianismo de plástico


“Amarás O Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todas tuas forças.” Deut 6;5

Deparei pela enésima vez, com um bilhetinho manuscrito dizendo o seguinte: “Se não estiveres muito ocupado, escreva: Deus, eu preciso de Ti”.

Pode parecer inocente, bem intencionado, motivador; porém, visto com olhos espirituais e devido discernimento, o breve texto traz dois testemunhos eloquentes do descaminho do homem atual; pois, até quando menciona Deus, o faz de modo desrespeitoso, ordinário, sem noção, egoísta.

Quem conhece A Palavra sabe que Ele Requer prioridade; ser amado de toda nossa alma, pensamento, forças... então, essa postura de “lembrar” Dele apenas não estando muito ocupado, coloca O Todo Poderoso ao nível das coisas irrelevantes, nas quais pensamos, apenas quando não temos nada melhor para fazer. Francamente! Nem um humano falho, pecador, aceitaria ser tratado com tanto descaso.

Esse “Cristianismo” lembra certo “culto” do Antigo Testamento, onde os “servos” ofereciam coisas desprezíveis; Ele disse: “... Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele tua pessoa?” Mal 1;8

Mais adiante sentenciou: “... maldito o enganador que, tendo macho no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor o que tem mácula; porque Eu Sou O Grande Rei, diz O Senhor dos Exércitos, Meu Nome é temível entre os gentios.” V 14

Pois essa “lembrança” eventual, quando não tivermos nada melhor a fazer assemelha-se em tudo, aos sacrifícios defeituosos que acabamos de ver.

Se, a premissa básica para salvação é a renúncia do ego, “negue a si mesmo”, esse tipo de postura deixa patente quem está no comando. O velho eu, sem noção, que deveria ter se identificado com a cruz de Cristo.

Isso testificado também, no segundo momento em que os sintomas da doença aparecem; pois, chegada essa migalha de tempo em que o “servo” se voltaria a Deus, qual seria a motivação? “Eu preciso de ti.” Outra vez, a porcaria do, eu, na frente.

Relembremos a oração modelo ensinada pelo Salvador: “Pai nosso, que Estás nos Céus, santificado seja Teu Nome; venha Teu Reino, seja feita Tua Vontade, assim na Terra como no Céu;” Mat 6;9 e 10

A abordagem é de filho, “Pai Nosso;” Ele pontuou, no contexto do culto defeituoso aquele: “O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se Sou Pai, onde está minha honra?” Ml 1;6

Depois, o lugar excelso que Ele ocupa, “Estás nos Céus”; a seguir, três menções às coisas Divinas, antes das minhas; Teu Nome; Teu Reino, Tua Vontade. Só depois dessa justa e necessária prioridade, eu me ocuparei em mencionar minhas carências. Meu pão cotidiano, perdão, o compromisso com a isonomia, pois, peço que Ele Perdoe minhas falhas, do modo como perdoo meus desafetos. É prudente atentarmos a isso.

Após rogar livramento das tentações e do mal, encerro de volta ao entendimento da Majestade Divina; “... porque Teu é o Reino, o Poder e a Glória, para sempre. Amém.” Mat 6;13

Parece que essa amostragem não combina com a “busca” egoísta, quando restar algum tempo.

O abençoado mencionado no Salmo primeiro é um que, além de todo tempo, tem deleite nas coisas Divinas; “tem seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita dia e noite.” v 2

A exceção de alguns trabalhos que demandem a fala, como professores, palestrantes, parlamentares... é possível falarmos com Deus enquanto trabalhamos. Mesmo nas funções aquelas, há espaços onde isso é possível.

Como seria se, O Eterno Resolvesse lembrar de nossas necessidades apenas quando lhe sobrasse algum tempo? Ele tem mais de sete bilhões de pessoas em Seus Domínios; quando Ele Chamaria nossa senha?

Por fim, além da forma insana e alienada sugerida, o local também está errado. Quem “ora” nas redes sociais fala com seus “amigos virtuais”, não com Deus. A oração que se pavoneia em público, nada reserva para o relacionamento privado; “... quando orares, entra no teu aposento e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que Está em secreto; teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mat 6;6

É inevitável que transitemos pelo mundo virtual, dada a abrangência do mesmo; entretanto, nosso relacionamento com O Pai deve ser vivo, submisso, respeitoso, nos termos Dele, não na velocidade sem noção das mini postagens, que somem no nada, como ciscos ao vento.

O apocalipse menciona uma imagem bestial que fala e exige adoração. Sejamos cuidadosos com o excesso de vida virtual, se descuidarmos, o canhoto projetará diante de nós as nossas doenças e nos convencerá que é nossa saúde.

“O maior engano do espírito é acreditarmos nas coisas porque queremos que elas aconteçam, e não porque tenhamos visto que elas existem de fato.” Jacques Bossuet

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Daniel Alves na cova dos leões


“Quem busca a verdade, a acha e se completa. Quem busca a satisfação própria, nunca a encontra e continua buscando sempre.” Ivenio Hermes

Essa frase tem paralelos bíblicos; “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5;10 Ainda, a fartura de bens sem devido usufruto; “Um homem a quem Deus deu riquezas, bens e honra, nada lhe falta de tudo quanto sua alma deseja; e Deus não lhe dá poder para daí comer, antes o estranho o come; também isto, é vaidade, má enfermidade.” Ecl 6;2

O clássico choque entre os bens verdadeiros, permanentes, e o engano das sombras; o logro incapaz de satisfazer, das coisas materiais.

Repercute internacionalmente a prisão do jogador brasileiro, Daniel Alves, que teria cometido violência sexual contra uma mulher de 23 anos, numa boate de Barcelona.

Não pretendo entrar no mérito do que pertence à polícia, se houve crime ou não. Mas, fortes indícios levam a crer que sim, além disso, o jogador teria mudado três vezes sua versão, o que complica as coisas.

Meu tema é a busca desesperada por satisfação a qualquer custo, mal que assola nossa geração. No prisma esportivo ele está no teto, sendo o jogador que ganhou mais títulos em todos os tempos; concomitante ao desempenho em alto nível, a fartura material também lhe sorriu; no prisma pessoal ele é casado com uma jovem modelo espanhola, de modo que, teria todas as razões para estar satisfeito com o que a vida lhe facultou.

Entretanto, estava em altas horas, numa boate de luxo, onde teria acontecido o abuso. Das duas uma: ou, a satisfação é uma insaciável, como um viciado que, quanto mais consome, mais depende das drogas, ou, ela não é encontrável no domínio da matéria.

Na verdade, O Salvador não colocou a satisfação apenas, como inalcançável aos braços da fartura, mas, a própria vida; “... Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer um, não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

Não apenas Disse o que não é, como ensinou em que consiste a vida; “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem Enviaste.” Jo 17;3

Claro que o homem natural que a Bíblia chama de “carne” não pode se satisfazer em Deus; antes, sente-se ameaçado, resiste; “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;5 a 7

Por isso, o desafio para que sejamos salvos requer o “despejo” desse intruso, o ego. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me".

A riqueza que permite aquisição de quase tudo, faculta ao “rico” que tenha sua morte folheada a ouro, e se presuma vivo; no entanto, com ou sem posses, a sentença é a mesma: “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

Se alguém presume que a rejeição à fartura como geratriz de satisfação seja uma “esperteza” de pobre para pintar em cores belas uma sina feia, ouçamos um que foi riquíssimo e sapientíssimo, Salomão: “Olhei para todas as obras que fizeram minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e proveito nenhum havia debaixo do sol.” Ecl 2;11

Depois de aquilatar todas as coisas da esfera material e seus prazeres, como “vaidade e aflição de espírito”, Ele apontou noutra direção: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus Mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra; tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;13 e 14

Os bens fartos até facultam o que vulgarmente se chama de qualidade de vida. Cristo nos dá vida de qualidade; espiritual, eterna, mesmo que, com certo custo, aqui.

Daniel levou uma vida construindo um nome, que estragou numa noite. Mas, se arrependido encontrar a Cristo e Seu perdão, ainda não perdeu nada que valha, realmente.

A satisfação verdadeira é “carta de outro baralho”, como disse Davi: “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua Semelhança quando acordar.” Sal 17;15

Coma enquanto podes


“... nomeia magistrados e juízes, que julguem todo o povo que está dalém do rio, a todos que sabem as leis do teu Deus; ao que não sabe, lhe ensinarás.” Ed 7;25

O persa Artaxerxes, enviando Esdras pra restabelecer o culto em Jerusalém e organizar a sociedade; tendo como princípio normativo a Lei de Deus; os juízes seriam, preferencialmente, os que a soubessem; caso contrário, deveriam aprender.

Amarga ironia; foram para o cativeiro, justamente pela desobediência ao Mandado Divino; então, eram libertos sob a condição de terem como norma, a Lei; isso, vindo de um gentio.

Para os que pretendiam ser “povo santo” ficou essa lição; ampliada nos dias de João Batista. “Não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai Abraão; porque vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mat 3;9

A Palavra nunca teve trânsito fácil, por causa da fraude que se tornou o homem, após a queda. Preferiu o novo “profeta” que, descompromissado com justiça e verdade, lastreou seu acesso ao coração humano pelas facilidades, prazeres.

Invés de aquilatar as coisas segundo a justiça, o homem valorou pelo sabor; o agradável sobrepujou ao verdadeiro; o alienado do Criador, morto, começou a atuar como se, o chamado à vida fosse uma ameaça, a morte, refúgio. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Se o critério para a reprovação é a consciência do mal, a história de autonomia, que o homem mesmo decidiria sobre bem e mal se revelou crassa mentira, o próprio íntimo humano testifica.

Paulo mencionou essa dubiedade nociva; onde o homem, escravo do mal, tem ciência do bem, sem força para praticar; “Se faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Rom 7;20 e 21

A primeira providência do Salvador, no tocante aos que O Recebem, é “turbiná-los” para que possam agir conforme a ciência do bem, do justo. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus...” Jo 1;12

Essa insanidade da rejeição ao Santo recrudesce cada vez mais; em determinado tempo o homem se mascarava na hipocrisia, até tomando porções da Santa Palavra sem cumprir; esse “nicho de mercado” deu azo ao labor dos falsos mestres; depois, “progrediu” para um estágio onde não mais queria ouvir; a apostasia potencializou a busca por credos “alternativos”.

A derrocada continuou rumo ao descrédito agressivo contra A Palavra da Vida; nesse viés, ganharam evidência muitos pensadores ateístas; suas falácias foram promovidas nos meios midiáticos, como se, a cegueira fosse sinônimo de filosofia.

Agora, se parte para o enfrentamento da Palavra; é proibida em mais de duas dezenas de países; a China, maior produtor de Bíblias para exportação, veta que se publique por lá, porções das Escrituras nas redes sociais. Altera ao bel prazer do Partido Comunista, partes “incômodas”. Isso figura certas “teologias” que grassam; a Bíblia seria boa para se ganhar dinheiro apenas, não para alimentar espiritualmente.

Em alguns casos o enfretamento à Palavra é disfarçado; pregadores liberais falam em “atualizá-la;” a essência é a mesma, dizem, mas a forma não deve ser “rígida”; pretendem abrir as portas para alterações ao gosto do mundo, “adequando” O Texto Sagrado às perversidades vulgares de ímpios. O líder dessa temeridade suicida atende pela alcunha de Papa Francisco. Contudo, há muitos “pastores evangélicos” na avenida.

Breve teremos a criminalização da fé, porque, a sadia recusará o balaio de gatos em gestação, o ecumenismo. O mundo já treina a narrativa com a qual rotulará a resiliência dos remanescentes fiéis; “discursos de ódio.”

Logo, os “defensores do amor” se ocuparão em calar nossa voz, tolher o Livro Sagrado, considerando todos os credos igualmente válidos, por contraditórios que sejam; nova versão do “vós mesmos sabereis o bem e o mal”. O “bem” será concordar com tudo; o “mal”, seguir fiel ao Deus Vivo.

Será juízo vindo Dele. “... não receberam o amor da verdade para se salvar. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro...” II Tess 2;10 e 11 “Irão errantes de um mar até outro, do norte até ao oriente; correrão por toda parte, buscando A Palavra do Senhor, mas não acharão.” Am 8;12

Quem não tiver dentro de si, “O Livro de Eli”, não achará mais. Então, “... não sejas rebelde como a casa rebelde; abre tua boca e come o que Te dou.” Ez 2;8

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

A dor necessária


“... fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma.” II Cor 7;9

Paulo enviara uma dura carta aos coríntios, determinando a exclusão de um que cometia pecado grave; “... há entre vós fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais ensoberbecidos, nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem fez isso. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em Nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus." I Cor 5;1 a 5

“Entregue a Satanás” significava excluir ao tal da Igreja; melhor seria estar morto fora, que dentro. Talvez, sofrendo as consequências das suas ações impuras, antes de morrer ainda encontrasse lugar de arrependimento.

A exposição do pecado, da forma veemente como foi, estremeceu à igreja; muitos discursos eclodiram; “Porque, quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros neste negócio.” II Cor 7;11

Quando fizeram vistas grossas ao pecado, Paulo os chamou de ensoberbecidos; depois, tendo tratado à afronta com devido zelo, disse que eles estavam puros.

Aquela onda de zelo no tocante à santidade fez “estragos” no que andava errado e nos que compactuavam, de modo a gerar arrependimento, e consequente perdão. Sabedor disso, o apóstolo reconsiderou. “A quem perdoardes alguma coisa, também eu; porque, o que eu também perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o fiz na presença de Cristo; para que não sejamos vencidos por Satanás; porque não ignoramos seus ardis.” II Cor 2;10 e 11

Tanto é grave a tolerância com o pecado, quanto, a ausência de perdão, quando o culpado exibe sinais de sincero arrependimento e disposição para mudar seu proceder.

Depois daquilo, Paulo discorreu filosoficamente sobre a necessidade de pregações que gerem tristeza, por causa do fruto que produzem; “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7;10

Atualmente grassa uma súcia de “obreiros”, cujo labor visa, produzir bem estar, auto aceitação, motivar ímpios, para que, mesmo seguindo na impiedade sejam levados a crer que está tudo bem; que o Amor Divino supre à falta de caráter. A tal “teologia do coach”, que de teologia não tem nada.

Bastaria lermos o Salmo 50, com alguma honestidade intelectual, para constatarmos duas coisas: Uma: Os que recusam a correção de Deus não têm autorização nem para mencionarem Sua Palavra; “Mas ao ímpio Diz Deus: Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças Minhas Palavras para detrás de ti?” Vs 16 e 17

Duas: O silêncio Divino deriva de Sua Longanimidade, não significa aprovação. “Estas coisas tens feito, e Me Calei; pensavas que era tal como tu, mas eu te Arguirei, as Porei por ordem diante dos teus olhos.” v 21

E quando Deus Fala repetidamente ao errado de espírito, para que esse emende seus caminhos, caso persista no erro, uma hora, a Santa Paciência acabará; “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio.” Prov 29;1

Os consumidores de lisonjas estão haurindo veneno, apenas porque gostam do sabor doce. “O homem que lisonjeia seu próximo arma uma rede aos seus passos.” Prov 29;5 Essa mesma verdade é ampliada noutras palavras: “Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Prov 27;6

Se, essa doença humana já foi cantada em prosa e verso; “mente pra mim, mas diz coisas bonitas...” (Agnaldo Timóteo) Os que pretendem servir a Deus são desafiados a coisas melhores; “Deus É Espírito; importa que os que O adoram, adorem em espírito e verdade.” Jo 4;24

Tem circulado bastante aquele ensino que, homens fracos fazem tempos difíceis; e tempos difíceis fazem homens fortes;

pois, podemos, de certa forma, parafrasear sob o prisma espiritual: Homens espiritualmente fracos, aduladores, fazem uma igreja doente; homens probos, comprometidos com a verdade e seus devidos frutos, são indispensáveis, para que, mediante eles, O Espírito Santo nos traga a cura. 

Urge que entristeçamos os ímpios invés de adulá-los; “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende...”

domingo, 22 de janeiro de 2023

Inabalável


“... Acharíamos um homem como este em quem haja o Espírito de Deus? Depois disse Faraó a José: Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu.” Gn 41;38 e 39

Faraó a José, após esse ter interpretado seus sonhos. O prisioneiro dissera ao soberano, que a capacidade para interpretar não estava nele; não era própria dele, antes, vinha do alto; “Deus dará resposta de paz a Faraó.”

Ainda não tinha ouvido o sonho, o que demonstrava absoluta confiança no Altíssimo, de que Nele, não seria envergonhado.

Fora injustiçado; quando vendido pelos irmãos; caluniado pela esposa infiel de Potifar; finalmente, desprezado pelo copeiro do rei, que, após ser ajudado por José, o esquecera.

Para uma pessoa superficial, imediatista, José teria várias razões para duvidar da Bondade Divina. Afinal, toda aquela sequência de infortúnios.

Entretanto, sua fé seguira inabalável. Sofrer tamanhos revezes e persistir confiante é algo raramente encontrável; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a Voz do Seu Servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Até alguém alienado do Eterno conseguiu “ver” em José o Espírito de Deus; porque ele mantinha estreita intimidade e confiança no Santo, malgrado, o que sofrera.

Muito ouvi, pregadores realçando a saga de José como sendo ele uma espécie de conquistador, como se ele tivesse sonhado grandes coisas, e por elas perseverado até as fruir.

Aquele tipo de sonho, homem nenhum pode produzir; depois, se a perseverança dele fosse mercenária, interesseira, Deus que sonda os corações teria visto; invés de premiar à esperteza, teria denunciado como falsa uma “fé” que até Satanás aprovaria. “Porventura Tu não Cercaste de sebe, ele e sua casa, e tudo quanto tem? A obra de suas mãos Abençoaste, e seu gado se tem aumentado na terra.” Jó 1;10
Uma “fé” que fosse um “bom negócio” como insinuou o acusador sobre a de Jó, até ele entenderia.

Todavia, a verdadeira fidelidade não precisa um segundo motivo; o primeiro, agradar Àquele em Quem crê, já basta. “Sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

A índole do fiel eleva seus motivos para além de si; isso honra ao Eterno que Se agrada em “pagar na mesma moeda”; “... porque aos que Me honram Honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

José, mesmo padecendo diversas adversidades, em momento nenhum duvidou da Bondade Divina, tampouco, deixou de crer. As coisas me estão dando erradas? Tudo bem; Deus sempre Está certo; Deve Ter Seus Motivos.

Muitos equacionam a fé com uma força, poder que faria as coisas acontecerem aos nossos anseios; não. É uma confiança inabalável, que permanece assim, mesmo que tudo nos aconteça ao reverso do que desejamos.

Quando Paulo disse que podia todas as coisas em Cristo, referia-se a isso: Invés do vulgar, posso fazer acontecer as coisas que desejo estando em Cristo, o que ele tencionou dizer, foi: Posso permanecer fiel a Ele, mesmo que todas as coisas ruins me aconteçam. Vejamos: “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e também ter abundância; em toda maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Pois José viveu “antes de Cristo”, da manifestação Dele em carne; no entanto, não consigo imaginar melhor exemplo de fé, de confiança inabalável, que o vivido por ele.

Não importa qual lugar O Senhor nos tem reservado; estar em Cristo já é uma honraria bastante, como disse Spurgeon: “Não trocamos de lugar com reis em seus tronos, a menos que esses também conheçam a Jesus Cristo.”

Paulo, homem extremamente culto jogou tudo no lixo, pela “Pérola de Grande Valor”; “Na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas; as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo.” Fp 3;8

Depois que conhecemos a Ele mais de perto, as demais coisas empalidecem, perdem seu apelo, seu brilho. “Para que os seus corações sejam consolados, estejam unidos em amor e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus Pai e de Cristo, em Quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Com 2;2 e 3

O que aconteceu a José, depois, foi um trabalho honroso; mas sua glória foi mostrar a Luz de Deus em meio às trevas.

sábado, 21 de janeiro de 2023

Os escolhidos


“... O Senhor seja contigo; prospera, edifica a casa do Senhor teu Deus, como Ele disse de ti. O Senhor te Dê tão-somente prudência e entendimento, te instrua... isso para guardar a Lei do Senhor teu Deus.” I Cron 22;11 e 12

Davi comissionando Salomão, para a edificação do Templo. Houve um tempo em que O Senhor Escolhia os servos específicos para Sua Obra. “... como Ele disse de ti.” Hoje, infelizmente, muitos, mal aprendem alguns cacoetes, já se arvoram pastores, bispos; fundam seus “ministérios”, cujos frutos, nem sempre são de alguma utilidade. A maioria escandaliza, mais do que estimula à conversão.

A facilidade, não raro, leva a lugares baixos. Perante O Altíssimo, algumas credenciais e certo preço são inevitáveis. Aqueles que “baixam a régua demais” não se comprometem com O Santo; “... Qualquer que vem consagrar-se com um novilho e sete carneiros logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses.” II Cron 13;9

“Convém que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda modéstia (Porque, se alguém não sabe governar sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora...” I Tim 3;2 a 7

Se fizéssemos um “revalida” com todos que estão ministrando por aí, à luz desse padrão, teríamos uma debandada como a que houve na convocação de Gideão; de trinta e dois mil, restaram trezentos.

Não se conclua dessas palavras, porém, que defendo o clericalismo, onde apenas uma “elite” espiritual teria acesso às coisas santas. Esse sistema, ainda que, de aparente conhecimento e prudência, mantém as escolhas em patamares humanos; por esse prisma, Samuel se equivocou antes os robustos filhos de Jessé. “Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o Tenho rejeitado; porque o Senhor vê não como o homem; o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Inevitável que um coração probo aos Olhos Divinos, enseje a produção de frutos, conforme a fonte; “Sobre tudo que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

Certa vez ouvi de um pregador, que, um pastor não deve separar obreiros para que venham a ser; antes, porque já o são. Pelos frutos que produzem onde congregam, deixam evidente que O Eterno já os fez aptos a determinadas funções. Assim, o homem espiritual, com oração, temor e discernimento, apenas confirma o que O Senhor já fez.

A separação, embora honrosa, não é uma subida no quesito, poder ministerial; antes, uma responsabilidade maior no prisma do dever, da obediência; “O Senhor te Dê tão-somente prudência e entendimento, te Instrua... para guardar a Lei do Senhor teu Deus.”

Se, algumas coisas para essa função, pedimos a Deus, prudência, entendimento, instrução; guardar a Lei do Senhor ainda será uma tarefa humana. Uma escolha arbitrária, que podemos fazer ou não.

Um líder espiritual aprovado não é alguém que ensina como os outros devem agir; antes, outrem que mostra mediante seu exemplo; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” I Ped 5;2 e 3

A edificação do Templo, nos dias de Salomão era literal; para isso Davi provera os meios necessários doando de seus bens e estimulando o povo a fazer o mesmo. O mencionado exemplo.

Para a edificação dos templos espirituais, que somos nós, O Rei dos Reis Proveu tudo que é necessário e nos Deu, em Sua Palavra; “Visto como Seu Divino Poder nos Deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela Sua Glória e Virtude;” II Ped 1;3

Entretanto, de nada valerá todo “material” disponível, se nossos corações seguirem endurecidos, indolentes, alheios. “... edifica a Casa do teu Deus.” “Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra, e Meu Pai o amará; Viremos para ele e Faremos nele morada.” Jo 14;23

Vemos que a “planta do templo” traz duas credenciais iniciais necessárias: Amor e obediência; “Se alguém Me Ama guardará Minha Palavra.”

Em Seu amor Infinito O Eterno chama todos; os que correspondem ao Seu Amor, a esses, escolhe. “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” Mat 22;14

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Presença de Deus


“Minha alma anseia pelo Senhor, mais que os guardas pela manhã...” Sal 130;6

O que significa a chegada da manhã, para guardas que vigiam a noite inteira? Fim da jornada, missão cumprida, descanso. Mais do que isso, segundo Davi, sua alma esperava por Deus; ansiava por Ele.

Há uma diferença muito grande entre esperar pelo Senhor, e esperar do Senhor; digo, desejar Sua Pessoa Bendita, ou, apenas desejar receber coisas Dele. Pois, uns desejam a bênção do Senhor; outros, a Presença.

Muitos pregadores exaltam Jacó, quando, em Peniel, lutou com O Anjo do Senhor; insistiu até o fim, nesses termos: “Não te deixarei ir, se não me abençoares.” Gn 32;26

Óbvio que se trata de figura de linguagem. Jacó não poderia reter o Anjo; “não te deixarei ir” deve ser entendido como expressão da mais íntima vontade do Patriarca; não irás, me deixando contente sem antes fazeres isso. Não significa que Jacó tivesse poder superior, e condicionasse o Anjo a fazer algo para ser livre.

No entanto, permanece o fato que ele lutou pela bênção. Para os que acham esse episódio um modelo, ensinando que devemos “lutar com Deus” até obtermos o que desejamos, a Palavra traz um incidente mais inspirador ainda; Moisés.

“... Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui.” Ex 33;15

Vimos que, Jacó desejou com toda sua alma, as bênçãos de Deus; a Moisés, bastava a Presença. Qual das duas posturas seria mais agradável diante do Eterno? A Palavra ensina: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele Existe, e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Quem O tiver consigo, terá como Ele É; ser galardoador, abençoador, é parte do Divino Ser. Se, buscarmos a coisa certa, até as não buscadas virão. Se tivermos conosco a Santa Presença, certamente teremos também, a bênção.

Salomão teve oportunidade de pedir o que quisesse; pediu sabedoria para fazer justiça, ao julgar o povo. Eis a resposta! “... Porquanto pediste isso, não pediste para ti muitos dias, nem riquezas, nem a vida de teus inimigos; mas pediste para ti entendimento, para discernires o que é justo; eis que Fiz segundo tuas palavras; te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti igual não houve, e depois de ti igual não se levantará. Também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; de modo que não haverá um igual entre os reis, por todos teus dias.” I Rs 3;11 a 13

Salomão pediu algo que agradou ao Eterno, e recebeu mui acima do que rogou.

Devemos ser prudentes quando lemos as Promessas de Cristo, “Tudo quanto pedirdes em Meu Nome Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.” Jo 14;13 Esse “tudo” deve se enquadrar nas Palavras que Ele ensinou: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Tudo o que buscaria alguém espiritual, identificado com Cristo; quanto aos meros mercadores de bênçãos, Tiago adverte: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” Tg 4;3 e 4

Não confundamos, “em Nome de Jesus” como sendo mera fórmula infalível para ter orações atendidas. Primeiro, arrependidos após ouvirmos A Palavra da Vida, devemos nos identificar com O Salvador, ritualmente, pelo batismo; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Então, nos identificar espiritualmente, pela santificação; “o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor Conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Se, Nele nascemos de novo, aprendemos andar em novidade de vida, como pediríamos ainda, coisas do velho homem? “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

A Divina presença em nosso mundo não deve ser desejada como uma epifania, uma visão extraordinária. Quando Seus atributos, comunicáveis, verdade, justiça, integridade, pureza, mansidão, amor, forem motrizes de nossas ações, de certa forma estaremos na Santa Presença. Quem presume amar a Deus, que aprenda a amar Seus atributos.

Davi conseguia ver a Divina Face na justiça, e já queria ser parecido com ela; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Tesouro de tolos


“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos... Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” II Tim 3;1, 2 e 5

Não é erro o amor próprio; na devida medida é tido como referencial do amor devido ao semelhante; “Ama ao teu próximo como (amas) a ti mesmo”.

Quando Paulo denunciou os tempos difíceis, no qual, os homens seriam “amantes de si mesmos” aludiu ao egoísmo doentio de nossos dias; onde, o amor devido ao próximo é sonegado, e doentiamente carreado para si mesmo. Quando alguém faz algo na área da caridade, tira fotos, filma e coloca nas redes sociais; exibe-se, para que todos vejam. Amou a admiração humana e já teve sua recompensa; nada depositou para o “Tesouro nos Céus.”

Se, o próximo é alvo do meu amor, as necessidades dele, em certo grau, são minhas também. “As necessidades materiais do teu próximo, são as tuas necessidades espirituais.” Como disse Israel de Salant.

Sendo ele mero expectador de meu amor próprio desmedido, vira observador de minha “bondade”, alguém que deve me admirar, invés de outrem que, eu devo amar. Para conseguir isso, preciso parecer “bem na foto” aos olhos dele, por isso capricho na “aparência de piedade”. Notemos que, as raízes da hipocrisia são alimentadas pelos “sais minerais” do orgulho e do egoísmo.

A piedade verdadeira me faria preocupado, solícito; a mera aparência é só o doentio desejo de aplausos. Por honrarias humanas, o homem hipócrita consegue fazer sacrifícios até. Contudo, “Ainda que distribuísse toda minha fortuna para sustento dos pobres, ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13;3

Por que alguém faria tais coisas se não tivesse o amor altruísta como motivo? Pelos motivos vistos acima. Desejo doentio de celebrizar seu nome, invés de, desinteressadamente, partilhar, socorrer.

A prioridade ao semelhante antes de nós, foi defendida por Cristo; “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.” Mat 12;7

A Parábola do Fariseu e do publicano ilustra; nela vemos dois homens, um cheio de sacrifícios, jejuns, religiosidade... enfim, cheio de si. Outro, sem nenhum mérito, apenas, sincero e arrependido. Esse foi justificado, aquele, não.

A misericórdia coloca meus dons, afetivos, espirituais, materiais, a serviço das necessidades alheias; o sacrifício pode ser patrocinado pelo fanatismo, orgulho, egoísmo, buscando coisas exclusivamente para mim.

O Único Sacrifício verdadeiramente altruísta, que se deu inteiramente pelas carências alheias, foi o de Cristo; a maior demonstração possível, de amor; “Ninguém tem maior amor que este, de dar alguém sua vida pelos seus amigos.” Jo 15;13

Então, foi por urgente necessidade nossa. A impostura de Satanás escravizara o homem, apenas um Resgate como O de Jesus Cristo, redimiria; “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, e feito mais Sublime do que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Ele disse que Daria Sua Vida pelos Seus amigos; porém, condicionou essa amizade a certa maneira de ser; “Vós sereis Meus amigos, se fizerdes o que vos Mando... Isto vos Mando: Que ameis uns aos outros.” Jo 15;14 e 17

Mas, voltando ao início, como é possível negar a eficácia da piedade? Antes, devemos ver em quê, ela consiste. “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Nas duas esferas, a presente e a eterna, a piedade traz proveito; o apego excessivo às coisas materiais, busca por honrarias na terra dos homens, mostra alguém que, mesmo aparentando ter, não usufrui a eficácia dessa qualidade.

Há um mineral chamado pirita de ferro, que, pela cor confunde incautos, por se parecer com ouro. Vulgarmente a chamam, por isso, de ouro de tolos. Pois, a vida espiritual também possui sua “pirita”, a hipocrisia; essa faz um estardalhaço áureo/religioso, mas nada valerá diante do Divino Ourives;

“Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu Nome? em Teu Nome não expulsamos demônios? em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas? Então lhes Direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7;22 e 23

“A aparência das virtudes é muito mais sedutora que as próprias virtudes; quem se vangloria de as possuir tem grande vantagem sobre quem realmente possui.” Madame de Ricobboni

Porém, “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” Jo 7;24

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

O bom combate


“Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.” Heb 10;32

Invés da migração de um lugar a outro, iniciação ritual em determinado credo, ou, adesão a um conjunto de regras, normas, a salvação é figurada como sendo o raiar de uma luz. “... depois de serdes iluminados...”

Nossas almas eram ambientes escuros, dentro dos quais, a vinda de Cristo, O Salvador, acendeu uma luz que permitir vermos o que nos estava oculto.

Há uma migração, mas não envolve endereços que identifiquem um percurso; antes, duas condições, uma escura, outra, iluminada. “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é Quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da Glória de Deus, na face de Jesus Cristo.” II Cor 4;6 “... Eu Sou a Luz do mundo; quem Me segue não andará em trevas, mas terá a Luz da Vida.” Jo 8;12 etc.

Iluminação, refere-se a abertura do entendimento; A Palavra de Deus deixa ver isso, quando alude ao trabalho da oposição; “Mas, se ainda nosso Evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

É obra estrita da Graça Divina; “vós sois a geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido, para que anuncieis as virtudes Daquele que vos chamou das trevas para Sua Maravilhosa Luz;” I Ped 2;9

Esse “iluminar” em nossos espíritos mostra-nos as coisas como são e nos desafia a andarmos conforme; “Esta é a mensagem que Dele ouvimos e vos anunciamos: que Deus é luz, não há Nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com Ele e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz Está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;5 a 7

Conversão não é mero desafio a mudar de vida; antes, um chamado para receber vida, àqueles que, em si mesmos estavam mortos; “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que ouvirem viverão.” o 5;24 e 25

Essa luz opera muito mais que o mero possibilitar ver; “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.” Jo 1;4

Enquanto errarmos em trevas, a oposição não se importará muito conosco; entretanto ao ouvirmos o Chamado de Cristo, as trevas passarão a resistir; “... depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.”

O inimigo não gasta seu latim para dissuadir a quem já está morto em delitos e pecados. Ele “deu corda” a toda maldade do mundo e deixa a mesma “no piloto automático”. A própria natureza humana caída trabalha para ele; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Seus esforços visam cegar, barrar o caminho daqueles que aprendem de Cristo.

Muito se fala alhures, em batalha espiritual; poucos, contudo, percebem que a mesma tem como objetivo a conquista das mentes, pois, segundo as diretrizes dessas, as ações humanas são decididas.

Por isso, quando Paulo menciona nuances da batalha, alude a isso; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Desse modo, a derrota do nosso inimigo tem a ver com nossos entendimentos aprimorados em Cristo, não com exorcismo, como parecem crer, alguns. As armaduras figuradas em Efésios capítulo seis, têm a ver com caráter transformado, justiça, verdade, fé, salvação, Evangelho; e a “arma” que faz a operação disso tudo; A Palavra de Deus.

Num mundo que, em nome de evitar polêmicas se “canoniza” tolerância, inclusão e similares, o menor desafio a seguir a Luz de Deus é tachado como “discurso de ódio”, os que desejam manter sua fidelidade a Ele precisam estabelecer prioridades. As coisas periféricas eventuais, combates da oposição, são o preço a pagar.

É compreensível que os “bichos” de hábitos noturnos tenham aversão à luz. Não sejamos dos tais; “Viu Deus que era boa a luz; e Fez separação entre a luz e as trevas.” Gn 1;4

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

A Luz


"Agora Senhor, despedes em paz Teu servo, segundo a Tua palavra; pois, já os meus olhos viram Tua salvação, a qual Tu preparaste perante a face de todos os povos; Luz para iluminar as nações, e para glória de Teu povo Israel.” Luc 2;29 a 32

Simeão, por ocasião da apresentação do Menino Jesus, com oito dias de vida. Deus lhe revelara que ele não morreria antes de ver O Ungido do Senhor, uma vez cumprido, disse essas palavras. Despedes em paz Teu servo.

Além de ser informado sobre quem era O Escolhido, Simeão pareceu ter uma ideia clara sobre a Missão do Salvador. Salvaria das trevas, e teria uma missão universal. “Luz para iluminar as nações...”

Fora vaticinado pelos profetas, que O Senhor viria com fulgor de uma imensa Luz; “O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” Is 9;2 “Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz, a Glória do Senhor vai nascendo sobre ti; porque eis que as trevas cobriram a terra, a escuridão os povos; mas, sobre ti o Senhor Virá surgindo, a Sua Glória se verá sobre ti. Os gentios caminharão à tua luz...” Is 60;1 a 3

Essa compreensão esperável, a partir dos escritos dos profetas, não foi encontrada quando do Ministério do Senhor. Invés de alguém que os iluminasse, os judeus desejavam outrem, que odiasse seus ódios, alimentasse seus preconceitos, e tornasse Israel, outra vez, um império, como nos dias de Salomão.

Invés disso, Jesus se mostrou amigo de publicanos e pecadores, solícito para com samaritanos, e até, pasmem! curava empregados dos romanos.

Grande parte do Ministério libertador do Senhor se perdeu, porque as pessoas não podem ser libertas daquilo que não desejam.

Consideravam mal, coisas que estavam ao redor deles, jamais, as que estavam dentro; ao revelar essas coisas, a rejeição assomou; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

A luz tanto é boa, quando, nos mostra as coisas circunstantes, quanto, quando nos mostra. 

O episódio da mulher adúltera, no qual O Salvador Desafiou a lançar a primeira pedra aquele que estivesse sem pecados, ilustra bem a facilidade humana de ver culpas nos outros, e a dificuldade de encontrá-las, em si.
A Luz não tem problemas com isso; mostra as culpas onde estiverem.

O erro que os coevos de Jesus cometeram é o mesmo de muitos atuais. Estão dispostos a ter um relacionamento com Ele, desde que, possam estabelecer em quais termos.

Duas coisas a considerar: Ninguém é forçado a seguir Jesus; mas, se o fizer, que o faça nas condições Dele. “Chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após Mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-Me.” Mc 8;34

“Se alguém quiser...”
Ele jamais coage ao homem. Livremente esse terá que decidir se O segue, ou não. A única forma justa de responsabilizar pelas consequências é advertir das mesmas, e facultar liberdade de escolha; Deus o Faz assim.

Quando A Palavra diz que Ele “nos predestinou em Cristo” isso refere-se aos predicados, não, sujeitos. Digo, preparou d’antemão o destino dos que estarão “em Cristo”, sem predeterminar quem estaria. A escolha continua sendo do homem. “... te tenho proposto a vida e morte, a bênção e maldição; escolhe, pois, a vida...” Deut 30;19

Se alguém supõe tomar para si O Nome do Senhor, para obter vantagens segundo seus desejos desorientados, não entendeu a Missão Dele; “Deus Estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Há uma inimizade eterna a ser desfeita, primeiramente. Cada um de nós, por cioso de suas boas obras que seja, tem sua parcela de culpa, pelo largo consórcio com o pecado.

A Luz Veio, não para realizar nossos desejos, mas, para suprir uma necessidade vital, e desafiar-nos a segui-la. Apenas assim, a eficácia do que Ele Fez por nós se verifica; “Se dissermos que temos comunhão com Ele, e andarmos em trevas não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;6 e 7

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

O homem espiritual


“Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Seu Espírito no homem interior;” Ef 3;16

O Novo Nascimento é que gera em nós o que Paulo chamou de “homem interior”. Corroborar é o mesmo que, dar robustez, enrijecer, fortalecer. Quais exercícios poderiam fazer isso com o homem espiritual? “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Em Provérbios encontramos a migração do potencial para o atual; “O homem sábio é forte, o homem de conhecimento consolida a força.” Prov 24;5

O homem sábio traz em si esse potencial, de agir conforme a sabedoria; ao atuar assim, ele solidifica o que pode.

Atuar fortalecido no homem interior, muitas vezes requer uma aparente fraqueza; pois, precisamos renunciar às armas naturais, em prol das espirituais; quanto mais de Cristo em nós, mais enfraquecemos em nosso afã natural, para que Nele, sejamos fortalecidos.

“Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições e angústias, por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” II Cor 12;10

O mesmo Paulo ensinou que lutava contra sua natureza, para que permanecesse subjugada, de modo a não atrapalhar seu ministério. “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, eu assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado.” I Cor 9;25 a 27

A velocidade da vida moderna faz com que as pessoas anseiem resultados cada vez mais rápidos. O Espírito não embarca para essa insana corrida contra as sombras. Seu processo é lento e demanda espera. “Sede, pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima.” Tg 5;7 e 8

Assim como o natural requer alimento e água para viver, o homem interior precisa da Palavra; “... Nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que sai da Boca de Deus.” Mat 4;4

Infelizmente, a nossa geração sofre anorexia, no que tange ao alimento espiritual; negligência nisso, não apenas nos enfraquece, como tolhe o crescimento. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na Palavra da Justiça, porque é menino.” Heb 5;12 e 13

Como fortaleceríamos nosso homem interior, se todos os nossos cuidados se voltam ao natural?
A prioridade das coisas espirituais é uma teoria bonita que a maioria tem na ponta da língua; porém, poucos se dão a isso. “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

O egoísmo seria a primeira coisa a perder força, cumprido o “negue a si mesmo”. Entretanto, nem sempre é assim. Alguém ironizou: “Quando atravesso uma floresta, a única coisa que vejo é a lenha para minha fogueira.” Tantas vidas, animais e plantas para ver; mas, o egoísta vê apenas o que supre seus interesses. Esse vício é letal na caminhada espiritual.

“Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” Fp 2;4

Num mundo como esse, egoísta, inacessível, onde as pessoas implicitamente dizem: Me ame, aceite como sou, aplauda, não me corrija. A ideia de interdependência, interação, cuidado mútuo, visão de rebanho, soa a agressão, intromissão, invasão.

Quem pertence a Cristo, não faz parte disso; “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso que o mundo vos odeia.” Jo 15;19

Homens espirituais, muitas vezes são rejeitados em seu próprio meio; não poucos preferem o conforto da mediocridade adjacente, a conviver com a luz que desafia.

Há um nível de entendimento excelso ao alcance; mas, só poderemos galgá-lo levando a cruz. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

domingo, 15 de janeiro de 2023

Tesouro a buscar


“Eu te conheci no deserto, na terra muito seca. Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração, por isso esqueceram de Mim.” Os 13;5 e 6

O Eterno e Sua conturbada relação com Israel. Quando eles estavam no deserto, no cativeiro sob Faraó, e mesmo na peregrinação do Êxodo, facilmente foram conhecidos pelo Senhor. No entanto, levados à Terra Prometida, à abundância, a maioria esquecera a graça recebida. “Estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração...”

Daí, a parcimônia Divina com as bênçãos materiais. Quando pedimos algo, Seu Amor certamente O Inclina a nos dar; porém, o mesmo Amor consorciado com Sua Presciência, O Faz cauteloso; fartura recebida fácil, pode afastar aos ingratos de memória ruim.
Seríamos, perante Ele, como o filho insensato que cansa os ouvidos do pai, pedindo dinheiro para comprar drogas. O que o amor paterno faria?

Às vezes O Santo precisa nos curar de anseios malsãos, antes de nos socorrer nos bens. “Por isso, O Senhor Esperará, para ter misericórdia de vós; por isso se levantará, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos que Nele esperam.” Is 30;18

Ao salvo, talvez caiba a fala registrada em Jeremias, quando esse falou a Baruque: “Procuras tu grandezas para ti mesmo? Não as procures; porque eis que trarei mal sobre toda carne, diz O Senhor; porém te Darei a tua alma por despojo, em todos os lugares para onde fores.” Jr 45;5

O homem prudente haverá de rogar, mais ou menos como Agur; “Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar; tome O Nome de Deus em vão.” Prov 30;8 e 9

Se, é vero que O Salvador prometeu abundância, “O ladrão não vem senão a roubar, matar e destruir; Eu Vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Jo 10;10. Convém que observemos o contexto imediato da Sua Fala; está em oposição aos feitos do “ladrão”, Satanás.

Se, ele rouba, mata e destrói, por que seus servidores gozam grandes fortunas na terra, viram presidentes da república até? Porque a vida e a abundância, que O Senhor Trouxe, são de outra estirpe. Assim como, a morte com a qual o ladrão engana aos seus, “folhando carne a ouro”.

Que a vida não tem nexo com a fartura material, Ensinou mais de uma vez; “A vida de cada um não consiste na abundância do que possui.” “Louco! Esta noite pedirão tua alma! O que tens preparado, de quem será?” “Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, e essas coisas vos serão acrescentadas.” etc.

O Salvador pontou, sobre quais riquezas devemos buscar. “Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem tudo consomem; onde ladrões minam e roubam; mas, ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde ladrões não minam nem roubam.” Mat 6;19 e 20

Paulo seguiu as pisadas do Mestre: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo Está assentado à destra de Deus; pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

Parece contraditório estarmos mortos, e nossa vida escondida com Cristo; quer dizer, mortos para as coisas terrenas, mas vivos para Deus. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Quem presume que seja, O Evangelho, um manual de prosperidade, um compêndio de dicas motivacionais, que nos fará sentirmos satisfeitos conosco mesmos, ou, algo assim, devaneia vestir animais com vestes angelicais. Sim, o homem em si, sem a regeneração é só um bicho; “Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como animais.” Ecl 3;18

A filiação celeste depende de nossa relação com Cristo; “a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Aqui somos peregrinos; lá seremos herdeiros do Rei. Esperemos pela herança no tempo certo; “A herança que no princípio é adquirida às pressas, no fim não será abençoada.” Prov 20;21