sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Problemas de coração


“Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Os caminhos do coração são por onde passam nossas decisões mais caras. “Sobre tudo que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

Foi dobrando o homem aí, no centro de sua personalidade, que o inimigo o convenceu que autonomia seria melhor; desobedecendo, o homem teria um upgrade; “Sereis como Deus; vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Isso degenerou de maneira tal, que, esse fundo de vale se tornou o ponto mais “alto” que o homem natural pode galgar. Digo, quando pretende afirmar a certeza de algo, validar o testemunho de um desejo, afeto, assegura que o faz, de todo coração. Essa “inteireza” aos Divinos Olhos é nada. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso...” Jr 17;9

A abordagem do Salvador é radical e igualitária; não se perde discutindo a qualidade de nossos corações; quanto de “bondade” permeia cada um; se existe neles algo aproveitável, ou não. “Negue a si mesmo”! Que desperdício! Tantas boas intenções, autoestima desconsideradas...

O Criador Sabe no que se tornaram nossos corações. “Do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat 15;19

Quem se recusa a admitir isso, acrescenta à lista a arrogância, essa derivada do orgulho, que ainda deseja a autonomia; porém, vestida de humildade. Enverga airosa o modelito da hipocrisia, sobrepondo, num toque clássico, a capa da religiosidade, com vistosos acessórios de justiça própria.

Não importa quão altos degraus galguem às vistas humanas, tais, não passam de cadáveres ornamentados inutilmente, para serem sepultados entre vermes. “Ainda que na sua vida bendisse sua alma; homens te louvarão, quando fizeres bem a ti mesmo, irá para a geração de teus pais; eles nunca verão a luz. O homem que está em honra, e não tem entendimento é semelhante aos animais, que perecem.” Sal 49;18 a 20

A honestidade intelectual e moral não permite que sejamos enredados por essas astúcias de Satã, ainda fingindo não ver o que Deus fez com a indevida relação: “Porei inimizade entre ti e a serpente...”

A mentira não é amiga do homem, assassina-o. “... todos os mentirosos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.” Apoc 21;8 Pois, “Aquele que odeia dissimula com seus lábios, mas no seu íntimo encobre o engano; quando te suplicar com voz suave não te fies nele, porque abriga sete abominações no seu coração.” Prov 26;24 e 25

Por palatáveis que soem as defesas de meus vícios, que eu seja radical contra toda sorte de presunção que me assedie: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Paulo pintou em cores bem vivas, as forças das boas intenções habitando num escravo do pecado: “Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Rom 7;20 e 21

Quer dizer que um cristão não deve agir de coração? Não exatamente; apenas, não será útil, sem antes esse passar pela “formatação” de Cristo, que implantará nele um “antivírus” celeste, Sua Palavra. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque os Meus Pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Essa mudança de descartar nossa vã maneira de pensar em favor da Dele será tão radical, que equivalerá a um transplante de órgãos; “Dar-vos-ei um coração novo, Porei dentro de vós um espírito novo; e Tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos Darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito, Farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os observeis.” Ez 36;26 e 27

Assim, nossa regeneração ao projeto original, nos tolhe toda “originalidade”; digo, não seremos mais fontes, antes, imitadores; “segundo o coração de Deus.” Não é precisamente isso que significa, ser à Sua Imagem e Semelhança?

O pecado, com promessa de autonomia, libertação, trouxe queda e anátema. Quando A Palavra amaldiçoa a confiança no homem, alude exatamente a isso; a presumir de si mesmo, nas coisas que deveria depender de Deus. “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

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