sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Escolha o caminho


“Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Se esse caminho que no final tem uma armadilha, se disfarça sobre a aparência lícita, direita, com evitá-lo? Parece que precisamos, de alguma forma, ir além das aparências.

Pensadores antigos desconfiavam das “informações” sensoriais; “Maus conselheiros, são os olhos e ouvidos, se os homens tiverem almas bárbaras.” Diziam os pré-socráticos. Parece que a educação das almas era seu ponto de partida, não, a precipitada anuência a tudo o que vê, ou ouve.

A Palavra de Deus também não recomenda o conselho de falsas testemunhas. “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7

Reiteradas vezes encontramos o seguinte: “Quem tem ouvidos ouça, o que O Espírito Diz às igrejas.” Óbvio que isso não advoga a aceitação a tudo, simplesmente porque temos ouvidos. Para ouvir ao Espírito, carecemos ouvidos espirituais.

Envolve mais que tímpanos; submissão, obediência, anseio de aprender, arrependimento, fé... O mero escutar, entrar num ouvido e sair no outro, foi denunciado por Isaías, e reiterado pelo Salvador como algo vão. “Porque o coração deste povo está endurecido, ouviram de mau grado, fecharam seus olhos para que não vejam, ouvidos para que não ouçam, e compreendam com o coração, se convertam e Eu os cure.” Mat 13;15

Notemos que a barreira para a cura do Senhor era um coração endurecido; e a solução seria outro compreensivo, dócil, ensinável.

Nada valerá a informação de que determinado rumo é letal, depois de estarmos mortos; o inferno está cheio de “sábios” assim.

Deus tenta evitar que nos percamos, desafiando-nos a lhe darmos ouvidos, em tempo; “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; Eu Sou Deus, não há outro Deus, não há outro semelhante a Mim. Que Anuncio o fim desde o princípio, desde a antiguidade, coisas que ainda não sucederam...” Is 46;9 e 10

Então convida-nos a tomar um rumo que, inicialmente não parece o mais atraente, tendo em vista o fim. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Por que, aos olhos humanos as coisas conseguem parecer o que não são? Porque sua essência escapa à percepção da visão natural; Saint Exupérry dizia que “O essencial é invisível aos olhos; só vê direito quem olha com o coração”.

Pois, como uma nuance do coração regenerado, A Palavra de Deus desafia ao entendimento; “De que serviria o preço na mão do tolo para comprar sabedoria, visto que não tem entendimento?” Prov 17;16 Com dinheiro esse poderia comprar um livro contendo muita sabedoria; mas, sem entendimento, de que serviria?

Além de escrever coisas espirituais em suas epístolas, Paulo rogava pelo entendimento aos seus destinatários; “Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” Ef 1;16 a 18

A visão espiritual evita que capitulemos ao logro das aparências; aquilo que parece lógico, probo, lícito, aos olhos naturais, nem sempre é do mesmo modo, ante o que pode ver na dimensão do espírito. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Notemos que o erro se multiplica; de um caminho, para vários. “Há um caminho que ao homem parece direito; mas, no fim, são os caminhos da morte”. O caminho ímpar é a autonomia; faz o que der na telha; “vós mesmos sabereis o bem e o mal.” Como disse o traíra.

Como a morte não é nada exigente, pode vir por diversos meios; vícios, adultério, violência, mentira, incredulidade, prostituição etc. Seus caminhos são muitos; mas, acabam todos no mesmo lugar; perdição. O caminho largo que O Salvador advertiu. Assim, começa largo e termina estreito como um funil.

A vereda da vida desafia ao estreitamento inicial, seguindo pela vereda da virtude, depois essa se amplia; “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” I Ped 1;11

Nas Bodas do Cordeiro constataremos outra vez, que o Senhor deixou o melhor vinho para o final.

Os caminhos falsos assemelham-se aos produtos piratas; até atraem pela facilidade, antes de decepcionar pela qualidade.

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