sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Presença de Deus


“Minha alma anseia pelo Senhor, mais que os guardas pela manhã...” Sal 130;6

O que significa a chegada da manhã, para guardas que vigiam a noite inteira? Fim da jornada, missão cumprida, descanso. Mais do que isso, segundo Davi, sua alma esperava por Deus; ansiava por Ele.

Há uma diferença muito grande entre esperar pelo Senhor, e esperar do Senhor; digo, desejar Sua Pessoa Bendita, ou, apenas desejar receber coisas Dele. Pois, uns desejam a bênção do Senhor; outros, a Presença.

Muitos pregadores exaltam Jacó, quando, em Peniel, lutou com O Anjo do Senhor; insistiu até o fim, nesses termos: “Não te deixarei ir, se não me abençoares.” Gn 32;26

Óbvio que se trata de figura de linguagem. Jacó não poderia reter o Anjo; “não te deixarei ir” deve ser entendido como expressão da mais íntima vontade do Patriarca; não irás, me deixando contente sem antes fazeres isso. Não significa que Jacó tivesse poder superior, e condicionasse o Anjo a fazer algo para ser livre.

No entanto, permanece o fato que ele lutou pela bênção. Para os que acham esse episódio um modelo, ensinando que devemos “lutar com Deus” até obtermos o que desejamos, a Palavra traz um incidente mais inspirador ainda; Moisés.

“... Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui.” Ex 33;15

Vimos que, Jacó desejou com toda sua alma, as bênçãos de Deus; a Moisés, bastava a Presença. Qual das duas posturas seria mais agradável diante do Eterno? A Palavra ensina: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele Existe, e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Quem O tiver consigo, terá como Ele É; ser galardoador, abençoador, é parte do Divino Ser. Se, buscarmos a coisa certa, até as não buscadas virão. Se tivermos conosco a Santa Presença, certamente teremos também, a bênção.

Salomão teve oportunidade de pedir o que quisesse; pediu sabedoria para fazer justiça, ao julgar o povo. Eis a resposta! “... Porquanto pediste isso, não pediste para ti muitos dias, nem riquezas, nem a vida de teus inimigos; mas pediste para ti entendimento, para discernires o que é justo; eis que Fiz segundo tuas palavras; te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti igual não houve, e depois de ti igual não se levantará. Também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; de modo que não haverá um igual entre os reis, por todos teus dias.” I Rs 3;11 a 13

Salomão pediu algo que agradou ao Eterno, e recebeu mui acima do que rogou.

Devemos ser prudentes quando lemos as Promessas de Cristo, “Tudo quanto pedirdes em Meu Nome Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.” Jo 14;13 Esse “tudo” deve se enquadrar nas Palavras que Ele ensinou: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Tudo o que buscaria alguém espiritual, identificado com Cristo; quanto aos meros mercadores de bênçãos, Tiago adverte: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” Tg 4;3 e 4

Não confundamos, “em Nome de Jesus” como sendo mera fórmula infalível para ter orações atendidas. Primeiro, arrependidos após ouvirmos A Palavra da Vida, devemos nos identificar com O Salvador, ritualmente, pelo batismo; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Então, nos identificar espiritualmente, pela santificação; “o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor Conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Se, Nele nascemos de novo, aprendemos andar em novidade de vida, como pediríamos ainda, coisas do velho homem? “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

A Divina presença em nosso mundo não deve ser desejada como uma epifania, uma visão extraordinária. Quando Seus atributos, comunicáveis, verdade, justiça, integridade, pureza, mansidão, amor, forem motrizes de nossas ações, de certa forma estaremos na Santa Presença. Quem presume amar a Deus, que aprenda a amar Seus atributos.

Davi conseguia ver a Divina Face na justiça, e já queria ser parecido com ela; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

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