quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Academia do Espírito


“Não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste meus pés num lugar espaçoso.” Sal 31;8

A Bíblia não fala de porta estreita, caminho apertado? Sim. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Ora, lugar espaçoso, outra, estreitamento; por quê? Porque cada verso, atenta a um contexto específico; embora certa semelhança geral, não falam das mesmas coisas, nem, às mesmas pessoas.

“O entrai pela porta estreita” é um desafio à salvação; portanto, para quem está do lado de fora; uma decisão que o homem é convidado a tomar, caso almeje determinado fim.

“Pusestes meus pés num lugar espaçoso” não é um desafio, nem convite, antes, uma narrativa do que Deus fez com o narrador. A implicação óbvia era de que ele já andava com O Senhor, suportou adversidades, agruras do caminho, mas vendo o resultado, valeu a pena.

Para quem está do lado de fora o desafio é: Arrependei-vos! Para os que passaram pela Porta (Cristo) é: Santificai-vos. Para os que ainda estão na carne a renúncia às inclinações dessa são o estreitamento necessário para o ingresso na vereda da vida; para os que já se livraram de maus hábitos há algum tempo, as coisas que seriam estreitamento aos iniciantes para eles já são normais; pelejam noutras esferas, com tentações de outra ordem também.

O exercício nas virtudes espirituais se encarrega de fazer amplo, o que, inicialmente fora estreito. Pedro alistou algumas qualidades a serem cultivadas; “... acrescentai à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal, caridade.” II Ped 1;5 a 7

Segundo ele, o exercício nessas coisas traria como efeito colateral, uma ampliação do caminho. “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino Eterno...” V 11

Paulo apresentou o conflito entre as duas naturezas dos convertidos, a espiritual, (o homem interior) e a carne, refém do pecado. “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus; mas, vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” Rom 7;22 e 23

O estreitamento proposto requer deixar a carne “falando sozinha” enquanto seguimos ao Espírito. “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom 8;13 e 14

O exercício espiritual, semelhante ao físico, pouco a pouco vai “sarando” os exercitados; por isso Paulo aconselhou a darmos prioridade às coisas eternas, invés das efêmeras: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Invés de um ganho de músculos, o crescimento é em iluminação, entendimento. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

A negligência nos prende na infância, mas, o exercício nos conduz à maturidade. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;12 a 14

A provocação inicial, onde, por um lado a coisa parece espaçosa, por outro, estreita, bastaria para um menino preguiçoso descartar a “contradição” e sair resmungando. O disposto ao exercício espiritual, oraria confessando sua confusão e buscaria por luz. Certamente seria atendido.

“Lendo a Bíblia encontrei muitos erros, todos em mim.” Agostinho

Não existe uma estatura, à qual, alcançando deixaremos de ser tentados; mas, é possível crescer, de modo a termos prazer nas coisas em que o vulgo considera sacrifício. “Oh! quão doces são Tuas Palavras ao meu paladar, mais doces que o mel à minha boca. Pelos teus mandamentos alcancei entendimento...” Sal 119;103 e 104

Sabedoria é solícita, encontrável; mas, muitos usam olhos como ferramentas, onde é trabalho para ouvidos. “Atentai para minha repreensão; eis que vos derramarei abundantemente do Meu Espírito e vos farei saber Minhas Palavras.” Prov 1;23

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