terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Seriedade necessária


“Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar Meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria.” Apoc 2;20

Para quem acredita e apregoa que Jesus É Amor incondicional, do tipo que passa por cima de tudo, no desejo de salvar, convém ler com atenção as cartas às sete Igrejas; nelas encontrará várias vezes O Senhor Falando: “Tenho contra ti...” Seu Amor não é um sentimentalismo barato que concorda com tudo. É um sentimento permeado de justiça, que não considera iguais, coisas que são diferentes.

A resiliência do amor o faz renovar suas oportunidades às mais reiteradas decepções, “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” I Cor 13;7 Porém, não é tão resistente assim, a ponto de negar a própria essência. “Não folga com a injustiça, mas com a verdade.” V 6

Atualmente a intolerância é tida como uma coisa grave, um erro em si, antes de se considerar as razões. Ora, a tolerância para com os lobos resulta em traição contra as ovelhas. Nesse caso, é na tolerância que está a culpa, não do outro lado.

O Senhor prefaciou a Sua Carta à igreja de Tiatira com essa advertência. “Tenho contra ti que toleras...”

Claro que a tolerância pode ser vista em dois aspectos distintos; aceitar o convívio com os que pensam e creem diferente é uma coisa saudável; o lado higiênico da tolerância. Contra o que discordo lutarei com ideias, não com meios violentos e respeitarei ao que pensa diferente, no seu direito de assim pensar.

Agora, em nome da tolerância, permitir a poluição da Sã Doutrina, a infiltração de erros letais, aí é tentar camuflar sob um rótulo bonito, a ação feia e deletéria da irresponsabilidade e omissão.

Ninguém é coagido a crer em nada; entretanto, se decidir andar junto com determinado grupo com suas crenças definidas e estabelecidas, ande como os tais, sem tentar impor suas preferências. Claro que me refiro a doutrina, ensino; as coisas periféricas admitem variações, aperfeiçoamentos.

Alguém cunhou a frase: “A grande tragédia humana é que o homem aprendeu a dominar a tecnologia, antes de dominar a si mesmo.” Pois a tecnologia trabalha diuturnamente, no sentido se trazer conforto, satisfação ao homem. Aparatos tecnológicos cada vez mais velozes e mais capazes para armazenamento pululam todos os dias. O que estava na ponta, passados três meses estará na retaguarda, tal a velocidade empreendida nessa corrida atrás das sombras.

As pessoas estão o tempo todo trocando engenhos “obsoletos” por outros mais hightech. O alvo, comodismo, conforto, rapidez; e não raro, emulação, apenas porque outros já possuem o que elas, ainda não.

Afeito a essas coisas, o homem moderno transfere tais febres para as áreas espirituais. Poucos inda têm tempo para coisas “lentas” como um texto assim. A maioria quer um “cristianismo” Tic tok, doses rápidas que não demandem pensar muito. O que agrada a Deus, no entanto, muitas vezes é bem moroso; “Tem o seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;2

Pregadores se esforçam por produzir uma mensagem que não traga desconforto aos que ouvem; o “Reino dos Céus” dos tais, não mira a Nova Jerusalém, ruas de ouro, a Face do Rei do Reis. Nos cultos, aplausos; nas redes, tendo curtidas, visualizações e partilhas eles já estarão no paraíso.

Para manter “alimentado” o seu público, produzem mensagens insípidas, colocam ênfase exagerada no Amor de Deus, como se Esse bastasse para nossa salvação a despeito de nossa resposta. A chamada hipergraça.

O melhor mensageiro não é o que faz as pessoas sentirem-se bem; antes, deixa-as mal, com certeza que precisam melhorar; quiçá, decididas a isso.

A Palavra de Deus é categórica: “Tu Amas a justiça e Odeias a impiedade...” Sal 45;7 “Tu És tão Puro de Olhos, que não Podes ver o mal, a opressão não Podes contemplar...” Hc 1;13 e em Isaías O Senhor mesmo diz: “... não Posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.” Is 1;13 etc.

O Amor Divino não altera esses aspectos do Seu Ser; se em nome da “tolerância” sonegarmos a devida seriedade, não estaremos mostrando um amor maior que o Dele; antes, patenteando nossa falta de jeito com a Justiça e a santidade.

Santificação não é um plus, algo mais, opcional, que, caso nos pareça caro, possamos ir apenas com o básico; faz parte do básico para quem deseja ver O Senhor. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

Que triste ver alguns que, foram nossos mestres na gramática do Evangelho, agora serem chamados a reaprender o alfabeto. “Entrai pela porta estreita...” Mat 7;13

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