domingo, 26 de abril de 2020

O Rebanho e o Zoológico


“Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” Jo 10;8

A Bíblia menciona pelo menos dois “Messias” que vieram antes e tiveram alguns seguidores, até; “Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; foi morto e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos, reduzidos a nada. Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento; levou muito povo após si; mas também este pereceu e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.” Atos 5;36 e 37

Nos dias do alistamento foi quando Jesus nasceu; quiçá, informado do incidente dos sábios, algum aventureiro tenha pensado aproveitar-se do clima e se fazer líder de uma revolta; deu em nada.

Se, as ovelhas não seguiram aos ladrões e salteadores pretéritos, quem os seguira?

Pessoas que se identificavam com os tais. Afinal, não era a identificação que ligava “O Bom Pastor” às Suas ovelhas? “Quando tira para fora Suas ovelhas, vai adiante delas; as ovelhas o seguem, porque conhecem Sua voz. Mas, de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;4 e 5

É natural alguém seguir a outrem, com o qual se identifica. Sócrates, o filósofo dizia que, quando aplaudimos alguém o fazemos por identificação, por esse alguém representar nossos anseios de beleza, talento, virtude... no fundo, aplaudimos nós mesmos. Acaso não vaiamos aquilo do qual discordamos?

Pois, mesmos cabritos com presunções ovinas também seguem mercenários com pretensões pastorais; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Como o chamado do Messias começa com o “negue a si mesmo”, nosso “aplauso” necessariamente será Dele, se, de fato somos ovelhas Suas. Nossa forma de pensar, sentir, desejar a vida, já não conta; antes, Sua mente deve ser a nossa; segui-lo não é caminhar estritamente, mas agir conforme Ele agiria estando em nosso lugar.

Não que alguém já fosse ovelha, e finalmente achasse um pastor pra seguir; antes, um predador foi deixado na cruz, convencido pela Palavra da Vida; uma ovelha gestada mediante novo nascimento, a qual, pelo Espírito consegue identificar-se com a Voz do Pastor.

O desafio do convertido que conserva a antiga natureza rapace é crucificá-la a cada a dia, mediante renúncia, não agindo conforme seus reclames, mas conforme a Voz do Pastor. Assim, se o predador deseja carne, a ovelha renascida é gerada do Espírito; seguir segundo Ele é sua dieta normal; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a Lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Duas leis; uma para julgar o mundo, outra para justificar os salvos. Aquela com dez mandamentos escritos; essa com uma síntese de dois, amar a Deus e ao próximo, coisas possíveis ouvindo a Voz do Pastor.

Por isso a transformação deve ser radical; novidade de valores, atitudes, de vida. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17
Se, somente andando em espírito não haverá condenação, como seríamos salvos seguindo a outrem que não fosse O Bom Pastor? Como disse Pedro: “Para quem iremos nós se só Tu Tens as Palavras de Vida Eterna”, ou, Ele: “Eu Sou O Caminho, A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim”.

Portanto, mensagens de “tolerância e inclusão” tão em voga, o dito ecumenismo que considera válidas todas as crenças, a despeito dos ensinos, invés de “Um rebanho e Um Pastor” como tenciona O Eterno, se faz uma arca de Noé, um amontoado de todos os bichos, onde deveria existir ovelhas apenas.

Ainda que o Amor Divino seja universal, não morreu para salvar sistemas políticos, nem a sociedade; mesmo que Sua eficácia e propósito atinjam o mundo todo, morreu para salvar pecadores arrependidos, coisa que se verifica caso a caso, segundo a resposta de cada um. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16

A Voz do Pastor é única; nos separa das demais; “... não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem seu prazer na Lei do Senhor...” Sal 1;1 e 2

domingo, 19 de abril de 2020

O Alvo Errado


“Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais, nem nós pudemos suportar?” Atos 15;10

Os que isso faziam eram obreiros espontâneos, sem chamada; “... alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras; transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” v 24

Iam após o trabalho de Paulo e Barnabé, cujos frutos eram conversões e regozijo no Espírito, e perturbavam requerendo coisas da Lei de Moisés. Isso ensejou o concílio apostólico de Atos 15, dentro do qual, Pedro considerou que seria tentar a Deus, requerer dos gentios práticas peculiares ao judaísmo, uma vez que O Salvador não ensinou-as, nem as requereu.

Segundo Paulo, o zelo judaísta de alguns, nem era zelo estritamente, mas conveniência; certa vergonha pelo que fizeram com Cristo. “Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a Lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne.” Gál 6;12 e 13

Não significa que a Lei deixou de existir. Mas, que o servos de Cristo foram por Ele libertos dela e lhe pertencem. “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7;4

Os legalistas modernos que ainda não entenderam o Ministério do Espírito, o que Ele opera em cada um que habita tencionam tomar Seu lugar. Se nos fazem juízes de usos e costumes dizendo de fora para dentro o que é santo.

No entanto, a vinda e habitação do Bendito Espírito Santo em nós faria desnecessária a atuação desses árbitros exteriores, imperfeitos, dada a perfeição do que nos ensinaria de dentro. “... Porei Minhas leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo; não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.” Heb 8;10 e 11

Claro que isso refere-se aos cristãos maduros, que trocaram seus pensamentos naturais pelos Divinos e, “... em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

Portanto, não elimina o Ministério do ensino, antes, O Espírito capacita ensinadores segundo Ele, para edificação do Corpo de Cristo; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos...” Ef 4;11 e 12 Os que Ele deu para ensinadores são Seus; logo, diferentes dos espontâneos aqueles, que perturbavam o trabalho alheio.

Notemos que agora não é A Lei de Moisés; “porei Minhas leis em seu entendimento...” não se trata meramente de decorar um texto, antes de entender seu sentido espiritual. Óbvio que comportamentos são passíveis de juízo, sobretudo, segundo a Palavra, que é o Juízo de Deus. Mas, imputar pecados a alguém por coisas relativas a usos e costumes, fatores culturais tão diversos na terra é o desaconselhado juízo temerário, ao qual, não me atrevo.

Sempre que estamos diante de uma decisão difícil, os convertidos recebem a luz do Espírito acerca do caminho a seguir. “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Jeremias disse o mesmo de modo diferente: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Vejo com tristeza quando gente que não se esmerou no estudo da Palavra fala da teologia como se fosse algo mau; as implicações são preocupantes, pois, parece se incomodar mais com a luz que com as trevas.

Deus não salva pela sabedoria, nem pela eloquência; salva arrependidos pelo Sangue de Cristo. Mas, capacita iluminando aos que escolhe, para que esses também difundam Sua Luz sobre outros. Foram homens abençoados, de muito estudo que verteram para nosso idioma a Palavra de Deus. Ele os recompensará por isso.

Com tanta gente na escuridão carecendo da Luz da Palavra, voltar artilharia contra irmãos que pensam diferente em coisas periféricas é um grotesco erro de alvo.

Não duvido das boas intenções dos que fazem isso; mas, o fogo deve produzir luz, além de calor. O que apenas acalora no escuro, enseja debates vãos é derivado das humanas paixões, não do Espírito Santo.

sábado, 18 de abril de 2020

Sinfonia Vírus


“... Quem é, pois, este incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?” I Sam 17;26


O épico desafio entre Davi e Golias é de conhecimento até mesmo de quem não se ocupa em ler a Bíblia.

Os filisteus estavam tão confiantes em seu campeão que queriam reduzir a batalha a um simples duelo entre ele e quem viesse do outro lado. Um retrato do eterno comodismo humano que, invés da honra busca facilidade. Se, ele pode vencer sozinho por que pelejar?

No entanto, o oponente que surgiu, embora fisicamente causasse desprezo até, não contava com recursos de sua compleição física; antes, se dizia soldado dos “Exércitos do Deus Vivo”.

Esse “detalhe” fez a diferença e decidiu o combate a favor do jovem contra o brutamontes.

Normalmente as pessoas pensam em Deus como uma possibilidade para depois da morte; uma espécie de abstração distante que não se envolve com as “coisas humanas”.

Daniel pensava diferente: “Ele muda os tempos e as estações; Ele remove os reis e estabelece os reis; Ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.” Dn 2;21

O salmista acrescentou que Ele não permite o domínio para sempre dos ímpios sobre os justos, para que esses não desanimem da virtude e abracem a impiedade também; “Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda as suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

Nossa nação vem sendo governada por corruptos, ladrões, quadrilheiros há décadas; O Eterno que remove e estabelece governos decidiu estabelecer, dessa vez, um “ficha limpa”, um justo que, malgrado quase trinta anos em ambiente de corruptos não sujou suas mãos com dinheiro alheio, nem seus lábios com mentiras. Se é meio tosco ao falar é por que se ocupa mais com a verdade, que com polimento cretino no verniz dos mentirosos.

Primeiro, quando viram que a vitória dele era irreversível pagaram um matador de aluguel para remover a ameaça. O Senhor que o escolhera não o abandonara, de modo que o plano do Mecanismo, do sistema, enfim, de Golias, fracassou.

Imaginem, num país que pelejava pela legalização do aborto, das drogas, ideologia de gênero, casamento gay e porcarias afins, surge um louco falando que conheceríamos a verdade e essa nos libertaria; mais, que também era capitão dos “Exércitos do Deus vivo”, “Deus acima de todos”.

No começo Golias até tentou fazer as pazes com o desafeto emulando-o ao que chamou de articulação, nome comum entre os filisteus para a camuflagem do roubo consentido. Davi, digo, Jair recusou.

Então Golias que domina o STF, O Congresso, a Mídia e tem tentáculos em todos os municípios do País partiu para o “Plano B”. B de boicote. Tudo o que o homem faz é errado, criticado, difamado, atacado.

Desfiguraram ao projeto de Moro que endurecia contra o crime;

aprovaram a “Lei do abuso de autoridade” que favorece a vida dos corruptos;

quase todos os projetos do Executivo foram engavetados pelo Filisteu Rodrigo Maia; mais; se Bolsonaro estabelece a um errou; se demite ao mesmo, errou de novo. Se não faz o que a impren$a an$eia idem.

Se eterno erro é não alimentar ao gigantesco gárgula da corrupção com sua dieta favorita, vil metal.

Agora surgiu o famigerado Corona Vírus, o pretexto que O Mecanismo pediu ao Diabo; em nome da “preservação da saúde pública” toda sorte de mentiras se conta, de aquisições emergenciais superfaturadas se faz; e ainda, medidas totalitárias restritivas dos direitos básicos dos cidadãos são adotadas pelos filisteus que sentem que estão com “Davi” nas mãos.

Com o braço dos cargos políticos seguram o violino; com o da mídia tocam a “sinfonia vírus” e o gado marcado, os idiotas úteis, se apressam a partilhar “suas” preocupações. A manipulação é grotesca, mas, o monstro do medo cega os bichinhos.

Não digo que a coisa não existe e não inspire cuidados, apenas que é hipervalorizada, usada a serviço do sistema, não, combatida. Acaso abriram mão do “Fundão” por preocupados com a saúde pública? Não. Nem o farão, quiçá, apresentem um projeto para aumentar ainda mais o mesmo.

Jair é o que o Lula sonhou ser; uma ideia. Ideia de patriotismo e honestidade, que finalmente ocupou o coração do povo e não pode ser morta, mesmo que o Bolsonaro possa.

A contaminação circunstante é tal que formar uma equipe de Governo com uns trinta e poucos homens sem um traidor infiltrado fica impossível. Sempre tem um Bebbiano, um Mandetta na trincheira.

Mas, Davi não está só; Deus não estabelece derrotados, nem abandona a quem escolhe. A pedrada certeira virá, e então o poder dos filisteus se verá frente a frente com o Poder de Deus.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

"O Poço" aos meus olhos


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Olhando com atenção o enredo de “O Poço” filme exibido pela Netflix, algumas coisas são, como diria o enfadonho Trimagazi, óbvias; outras, nem tanto.

O cenário é monótono, repetitivo; o enredo sombrio; que tornam o filme desagradável, de certo modo, malgrado o desafio aos nossos neurônios, o tempo todo tentando entender ao quê, se propõe.

Assim como uma poesia pode ser lida por vários ângulos, dada sua linguagem especial, também o filme, graças à abrangência de suas metáforas se presta às mais diversas interpretações.

O óbvio, na minha visão é uma crítica da falência humana em ambos os sistemas políticos; o capitalismo que premia aos de cima a despeito da miséria dos que estão embaixo, e o Socialismo que, depois da “Revolução socialista” de Goreng e seu amigo que decidiram levar a comida aos níveis mais baixos, devaneando com senso de justiça social e solidariedade espontânea, descobriram a duras penas que a revolução mais mata que socorre, como a história testifica, de modo que, a mensagem socialista também encontra um óbice de peso no cerne dos nossos problemas, o egoísmo.

Quem está num nível mais alto normalmente “mija” nos que estão abaixo, independente do sistema em vigência.

O fato de o poço possuir 333 níveis, cada um com dois “hóspedes” o que perfaz 666 o número da Besta do Apocalipse, na minha percepção indica que a “administração” do mesmo pertence ao “deus deste século” ou, o “Príncipe deste mundo” como a Bíblia menciona.

Ironicamente uma personagem que levou um cão consigo, (cada um poderia levar um item) o dito bicho se chamava Ramessés Segundo; nome de um Faraó de décima nona dinastia egípcia. Ora, em tempos de Covid 19, em que a comida escasseia e muitos em seu egoísmo compram e estocam mais do que necessitam prejudicando aos que “estão mais baixos no poço” chega a parecer uma zombaria da “administração”, se é que me entendem.

As cenas de canibalismo onde, eventualmente um come o outro para sobreviver é uma metáfora poderosa, figurando nossa sociedade onde, para obter vantagens, toda sorte de violência psicológica, social, espiritual até, é usada pelos que, possuem uma faca que, quanto mais usada mais afiada fica; a língua a serviço do engano. Com essa arma afiada nossa mídia faz mais dano que o Vírus propriamente.

Por fim os revolucionários que “pisavam na comida” por terem feito da plataforma alimentar sua “nave” de acesso aos níveis inferiores, depararam com um sábio que invés do método violento aconselhou que um símbolo, uma mensagem deveria ser enviada à administração; escolheram para isso uma espécie de pudim requintado que deveria voltar ao topo intacto. Esse ato inusitado deveria fazer as cabeças administrativas pensarem. Quiçá, reverem os métodos deles.

Chegando ao fundo, surpreendentemente acharam uma menina aparentando dez ou onze anos, malgrado a idade limite para estar no dito fosse de dezesseis anos; essa parecia estar com fome, de modo de que lhe deram para comer o bolo que deveria ser enviado ao topo como mensagem.

Não me pareceu fortuita a citação literal de uma passagem “canibalesca” onde Jesus disse que quem não comesse Sua Carne e bebesse Seu sangue não teria vida, tampouco a ironia de um que chamou ao protagonista de Messias.

Embora em minúcias seu personagem ficasse devendo muito como Messias, dada a perfeição Desse; ele entrou de modo espontâneo no poço, pagou o preço por isso em todos os níveis de humilhação possíveis, tendo chegado ao fundo desapareceu em companhia do velho que morrera bem antes; o fantasma que falava com ele; O Velho que o quisera devorar pode simbolizar o Velho Testamento, a Lei de Moisés; Ele ter sido ajudado por uma mulher, a Graça, inverteu as coisas de modo a devorar o velho; o que Jesus fez ao “Pregar as ordenanças na cruz”, como disse Paulo.

Se, no final a mensagem que era o bolo foi comida pela menina e essa, como numa identificação com o que comera tornou-se ela a mensagem a ser enviada a todos os níveis, também isso evoca uma figura teológica.

Jesus, O Messias definiu a si mesmo como “O Pão que desceu do céu para dar vida ao mundo”; a menina que o comeu para saciar sua fome pode tipificar a qualquer um convertido, pois, “comer de Cristo” necessariamente nos identifica com ele e nos torna crianças; essa é a mensagem do filme. “Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de maneira nenhuma entrará nele.” Mc 10;15

Como trata-se de especulações minhas, e mero exercício de opinião, todos podem discordar, óbvio.

domingo, 12 de abril de 2020

Na contramão do Jejum


“Inimigos honestos são mais dignos de confiança do que amigos oportunistas.” Ulisses Formiga.

“Que Deus me livre dos meus amigos, porque dos inimigos eu me cuido.” Voltaire

Há quem diga que quando a terra treme até ateus gritam: “Meu Deus!” Como nunca estive num terremoto, sozinho nem acompanhado de ateus, preciso deixar a afirmação na esteira das especulações.

Todavia, constatar que o ser humano é um oportunista barato, que conforme os ventos posiciona suas velas, não carecemos maiores investigações para isto. A coisa surge diante de nós, obscena e “normal” como as partes íntimas num campo de nudismo.

A maioria vive o tempo todo por conta própria totalmente alheia a Deus e Sua Palavra, em tempos de angústias, como agora, costumam fazer poses de religiosos com mais ênfase do que, os que, deveras, temem a Deus. Eles os crentes, nós os insensíveis.

Em virtude da pandemia que grassa a superfície terrestre fomos instados a orar e jejuar no domingo passado. Até nosso Presidente foi “convocado a convocar” um jejum, pelas inquietações de alguns pastores que foram até ele.

Umas chamadas foram ecumênicas demais para meu gosto: “Não importa se você é cristão, islâmico, espírita, budista... etc. ore com fé." Ora, se é válido cada um pedir para o quê acredita, a despeito de seu credo ser um erro, resulta que O Deus Vivo, Pessoal, Único, não conta.

As inclinações e os temores de cada um, quaisquer que sejam seriam igualmente válidos. Desculpem, mas me incluam fora desse balaio de gatos! O Deus da Bíblia é Único, zeloso; não reparte Sua Glória com deuses alternativos. “... Porventura há outro Deus fora de mim? Não, não há outra Rocha que Eu conheça.” Is 44;8

Meu não compartilhamento da convocação de domingo passado, não significa que eu seja insensível às dores dos que sofrem, descreia da eficácia da oração, ou, duvide que Deus pode sarar um mal assim, se quiser.

Acontece que, antes de orar sobre algo tão sério meditei um pouco e o que assomou à minha memória foi preocupante.

Me veio à memória o “Jesus” humilhado pelo Capeta no Carnaval de São Paulo pela “Gaviões da Fiel”; depois, o corinho LGBT de Pernambuco: “Ih, ih, ih, Jesus é travesti”; cenas do Especial de Natal do “Porta dos Fundos” trazendo Jesus como maconheiro e gay; e ainda, Maria como mulher de reputação duvidosa...

Então, na reflexão envergonhada sobre essas blasfêmias que têm sido cometidas em meu país, invés de orar, “Deus cura o mundo” como tenho deparado nas redes sociais, as palavras que saíram dos meus lábios foram distintas. “Justo És Senhor; plena de razão, a Tua Ira; mas, como rogou Habacuque, também o faço: ‘Na ira lembra-te da misericórdia’.”

Para a maioria dos oportunistas inconsequentes, nas horas de calmaria tudo “pooode” como dizia a humorista aquela. Nas angústias, lembram de Deus como um motorista recorre a um estepe quando fura um pneu.

Só um absoluto asno pensaria que Deus é tão ingênuo assim, antes, Ele diz: “... porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção... Então clamarão a Mim, mas Eu não responderei; de madrugada Me buscarão, porém não Me acharão.” Prov 1;24 e 28
Não sou oportunista, mas, em tempo oportuno, quando as citadas blasfêmias vieram à luz escrevi as diatribes que me pareceram convenientes; isso me deixa em paz, com a consciência de ter feito a coisa certa na hora certa; não preciso ser excessivamente religioso agora; essa coisa oportunista, mais fruto do medo que, derivado de relacionamento com O Eterno.

Sobre a Oração” “Deus cura o mundo” ontem postei uma frase que O Eterno vem tentando isso há mais de dois milênios mas, o mundo detesta Seu “Remédio”, Jesus Cristo. O resumo da ópera e que queremos a cura sem tomar do remédio amargo que pode sanar.

Desculpem se sempre ando na contramão; mas, o que posso fazer se, invés de um relacionamento em tempo integral, mediante Cristo, as pessoas enganam a si mesmas pensando que sua astúcia barata pode manipular à Sabedoria Eterna? Não atingi ainda a esse nível de insanidade.

Ademais, cotejando com as perseguições e castração da liberdade prestes a vir no reino do Anticristo, o tal de Corona Vírus é nada. Café pequeno como se diz. Pregar a Verdade será tachado de “Discurso de ódio” e causará perseguições.

Se, a inimizade com Deus for desfeita mediante arrependimento e confissão, nada mais amedronta, senão, morrer agora ou mais adiante não fará muita diferença.

Por isso, ainda atual o apelo de Paulo: “... somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

Corona Vírus, a máscara


“Feri-vos com queimadura, ferrugem, saraiva, em toda a obra das vossas mãos e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o Senhor.” Ag 2;17

As pragas eram elementos da disciplina do Senhor tentando despertar e reconduzir a Si, um povo que apostatara, nos dias de Ageu.

Embora o Corona vírus tenha monopolizado as atenções dada a histeria gerada pela mídia, tivemos um safra de grãos pífia em virtude de severo estio que nos atingiu; mesmo a produção de pinhões, fruto que faz girar a economia regional também foi quase nula; ainda temos gafanhotos fazendo estragos em algumas partes. Logo, não é preciso ser profeta para deduzir que escassez e fome virão em breve.

Há dezenas de coisas que causam mais mortes que o vírus sem 1% do barulho que sobre ele se faz, pois, malgrado exista e seja mesmo letal em alguns casos de saúde mais debilitada, a barulheira atuante, e a divisão da população e das autoridades é mil vezes mais nociva que o vírus.

A quarentena, em alguns lugares forçada, trará necessariamente o flagelo econômico; como uma desgraça só é pouca, a inibição da produção gerará escassez de alimentos, essa traz em seu lastro o consequente aumento de preços; assim, quando o povo tiver menos dinheiro, em virtude da inércia produtiva, esse valerá menos ainda, de modo que o advento da fome será inevitável.

Mas o Simplício da quarentena gritaria: “Já morreram mais de mil pessoas no Brasil, o idiota!”. É?

Se esse alienado que de uma hora para outra se travestiu de cidadão consciente por torcer para um lado, como se a vida fosse um Grenal, abrisse seus míopes olhos e desse uma olhadinha no chamado “Chifre da África”, Etiópia, Eritreia, Somália e Somalilândia, onde milhares morrem de fome, e outros para não morrer comem ração animal, sentiria vergonha de gritar tão alto sobre o que ignora; e nem desconfiar do que está em jogo.

Há um projeto globalista em curso, liderado por China, Rússia, e União Europeia, ao qual, nacionalismo, patriotismo e democracia, nos moldes Brasileiro e Americano atrapalham. Então todo esse barulho desproporcional e o confinamento da força produtiva visa a falência econômica e o caos global; só num cenário assim a coisa será implantada como eles desejam. A gritaria por uma brasa na Amazônia e o silêncio ensurdecedor sobre a imenso braseiro na Austrália não nos ensinou nada.

Alguns protestam: “Por que o Papa não vende o ouro do Vaticano e compra respiradores para os velhinhos que morrem na Itália?”

Simples; Francisco é um deles. Comunista que já entregou a gestão da Igreja Católica chinesa ao partido comunista local e trabalha pelo ecumenismo, que, para efeito de sedução parece aceitar e incluir todas as crenças; sabemos que o “Deus” do comunismo é o Estado Totalitário, e quando esse for implementado, Babilônia, a prostituta espiritual não será mais necessária e será destruída por ordem deles. “Os dez chifres que viste na besta são os que odiarão a prostituta, e a colocarão desolada e nua; comerão sua carne e a queimarão no fogo.” Apoc 17;16

Então não é tempo para melindres rasos, como os que se ofendem quando escrevo que a “Páscoa” não é bíblica e o que vemos aí é só febre comercial e paganismo. Quando a vida está em jogo, a salvação, frescuras como essa podem ficar de lado. Comprem os ovos que quiserem e desejem “feliz páscoa”, se lhes apraz, segue sendo uma fraude.

Planos de melhoria econômica, upgrades em carreiras, talvez tenham que ser adiados em virtude da urgência de, apenas sobreviver.

Quem no meio disso tudo despertar e se voltar para Deus de modo a que seja salvo, terá feito um “negócio da China”, se me permitem a figura.

Alguém ainda se ocupa da eterna briga para saber qual o maior, Grêmio ou Inter? Nem se fala nisso.
Quando as coisas ficam sérias, as fúteis voltam ao devido lugar.

Quisera, entendessem o que está em jogo; invés de um engajamento rasteiro estilo “idiota útil” como os comunas chamam, se voltassem e cuidassem da vida espiritual, com o mesmo zelo que se ocupam da efêmera existência.

O império global do Capeta será feito; A Bíblia o prevê. Então, invés de lutar contra o inevitável, que tal buscar ao Senhor enquanto ainda é possível? “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos; se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Is 55;6 e 7

A segurança não está vinculada a máscaras nem quarentena mas, a nos despirmos de nós mesmos e tomarmos a cruz.

sábado, 11 de abril de 2020

As doces "ervas amargas"


“Acabando tudo isto, todos os israelitas que ali se achavam saíram às cidades de Judá, quebraram as estátuas, cortaram os bosques, derrubaram os altos e altares por toda Judá e Benjamim, como também em Efraim e Manassés, até que tudo destruíram; então tornaram todos os filhos de Israel, cada um para sua possessão, para as cidades deles.” II Cr 31;1

Tinham acabado de celebrar a Páscoa quando tomaram essas atitudes depurativas, separando o culto ao Senhor da idolatria.

Ezequias ascendera ao trono com 25 anos; a primeira providência como rei foi mandar restaurar o Templo do Senhor que estava em ruínas, depois o culto; fez da Páscoa assunto para uma convocação nacional; ordenou que todos viessem a ela.

Embora, o reino estando contaminado pela profanação dos ídolos, e consequente desobediência, a coisa certa foi feita a despeito da dureza de alguns. “Os correios foram passando de cidade em cidade, pela terra de Efraim, Manassés até Zebulom; porém riram-se e zombaram deles. Todavia alguns de Aser, e Manassés, e Zebulom, se humilharam e vieram a Jerusalém.” Cap 30;10 e 11

Ante a mesma convocação uns riram, outros se humilharam. A coisa certa deve ser feita não importa se as pessoas concordam conosco ou não. A má vontade alheia não precisa contaminar a nossa.

Não há registro que a atitude de quebrar os ídolos e derrubar seus altares tenho sido ordem do rei. Ao que parece foi reação espontânea do povo que, de volta à comunhão com O Altíssimo resolveu zelar o Seu Zelo, separando-se daquilo que, sabiam desagradar ao Eterno.

Totalmente na contramão das palavras de ordem do mundo, tolerância, inclusão, diversidade, Deus não tolera cultos alternativos em Seu espaço, exclui a todos que O desobedecem e não se arrependem e deixa claro, quão ímpar é a Vereda da vida. “Ouve Ó Israel, O Teu Deus É Único!” “Olhai para mim e sereis salvos”; “Ninguém vem ao Pai senão, por mim.” Etc.

Sabedores disso, os anciãos que estavam reatando o relacionamento baniram as coisas profanas da sua terra.

No Novo Testamento não há mais Páscoa. O que temos hoje é apenas uma febre comercial a anos-luz dos ensinamentos bíblicos. A Páscoa era uma festa estritamente judaica; celebrava a libertação do povo eleito da escravidão egípcia. Feita com um cordeiro assado e ervas amargas.

Era também um tipo profético apontando para “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Cristo. Por isso Paulo ensina: “Cristo a nossa páscoa foi sacrificado por nós”. I Cor 5;7

Ou seja: O que a Páscoa significava para os Judeus, (libertação) Ele significa para nós. Além do Cordeiro, as ervas amargas necessárias são nosso arrependimento e confissão. O ritual que rememora Seu Feito em nosso favor é a Ceia do Senhor como Ele mesmo ordenou: “Fazei isso em memória de mim”.

Essa baboseira de ovos de chocolate e coelhinho é filha do paganismo; febre comercial apenas, nada a ver com Deus, Sua Palavra ou, Vontade.

Se, os que reconciliaram com Deus nos dias de Ezequias sentiram-se compungidos a separar-se de tudo o que desagrada a Ele, nós que participamos da ordenança Santa da Ceia do Senhor em memória do Seu Feito faríamos também essas coisas que o mundo faz?

Se não o fizermos nos acharão fanáticos, talvez riam de nós. E daí? Nos dias de Ezequias alguns também riram dos enviados do rei que convocavam à Páscoa. No entanto, e estupidez desses não tolheu a sabedoria dos que escolheram se aproximar do Senhor.

Gosto de chocolate; seguidamente como, mas não em forma de “ovos de coelho(?)” nem com fins espirituais; é apenas apetite mesmo.

Todos os dias carecemos os favores do Cordeiro, pois nossos pecados se renovam; e das “ervas amargas” do arrependimento. Eu olharia para Cristo na Cruz saboreando chocolates?? Se o fizesse estaria zombando do Seu Sacrifício, invés de honrando como convém.

Quando medito no que Ele Fez sou solenemente desafiado a olhar para dentro de mim para depuração dos dissabores que Lhe causo. “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine, pois, o homem a si mesmo e assim coma deste pão e beba deste cálice.” I Cor 11;26 a 28

É mais fácil comprar ovinhos para as crianças que ensinar-lhes a verdade. Pela escolha do fácil em lugar do valioso que temos uma geração tão despida de valores como a atual.

Todavia, o preceito permanece; “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Águas


O rio da vida deveria ser margeado por campinas e flores apenas; rumar sem pressa ao mar do tempo, num remanso contínuo sem o concurso de correntes furiosas, nem das cascatas entre rochedos tão agudos.

Deveria ser proibido tocar o despertador de Peter Pan, de modo que jamais carecêssemos dar passos de gente grande. Como disse uma criança citada por Mário Quintana, “Os elefantes deveriam ser assinzinhos” talvez, para a gente contê-los, dentro das mãos. Mas não são. Digo, a vida tem suas proporções a despeito dos nossos desejos.

Quiçá ansiássemos com uma estonteante magia como a da “Fabulosa Fábrica de Chocolate”, onde navegássemos no dito cujo ainda em estado líquido. Mas, sem mais nem menos vem a queda das decepções, a correnteza das frustrações, e a água, antes potável, fica salgada muito antes de chegarmos ao mar.

De repente, sem termos buscado por isso nos vemos donos das moedas das escolhas, onde a cara de um sim, traz a coroa de muitos nãos. Digo, ao escolhermos ter algo precisamos perder outras coisas; ou, no anelo de preservar essas, o algo primeiro se vai. Na dieta das escolhas não se pode alimentar a onça mantendo o cabrito vivo.

Diria que, num contexto como o atual, não se pode fazer quarentena e buscar o pão, ao mesmo tempo.

Uma vez feita a escolha e o rio tendo desenvolvido um tanto mais, seu curso, não raro nos deparamos pensando em como teria sido se, determinados nãos, tivessem sido sins, ou vice-versa... nunca saberemos. Ou, saudosos de coisas passadas dizemos que éramos felizes e não sabíamos. Será que o curso ao tempo ajuda-nos a ver melhor? Ou, as frustrações pertinentes ao caminho escolhido desejam sua fuga por um desconhecido e presumido melhor?

Segundo Salomão, piorarem as coisas à medida que o tempo avança é a ordem natural; “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

Deus nos condenou à liberdade, e presos nela agonizamos na sina de que ninguém faz as escolhas certas por nós. Eis a alta cascata das decisões consequentes com seu salto assustador no vácuo das incertezas!

Ninguém opta pelo pior para si sabendo ser esse o pior; se o faz são os logros da vista e o patrocínio das esperanças infundadas que o motivaram de modo a pensar que era o melhor.

Nossos sonhos sempre nos inflam trazendo desproporções, uma espécie de Céu na Terra; grandezas que a vida real, sisuda costuma negar categoricamente. Nem por isso deixamos de sonhar.

Afinal a fórmula da água é H2O, e sempre que nossa fórmula estiver no H1, estaremos a fruir anseios pela “molécula complementar” que daria o equilíbrio ao nosso mineral.

Alguém definiu poeticamente que somos como anjos de só uma asa que apenas abraçados conseguem voar, para ilustrar a necessidade do “meio cheio, ao meio vazio”, ou, da “metade da laranja” num dito mais antigo.

Na verdade são dois rios que se encontram para daí em diante formar um. E nas escolhas do coração nem sempre as águas coincidem; às vezes são mui distintas como a do Rio Negro com o Solimões.

No entanto tendemos a esperar do “afluente” de nossa escolha que veja as coisas como nós. Cada ser humano é um mini-universo, com percepções, gostos e experiências muito suas o que para o relacionamento interpessoal acontecer de modo sadio demanda concessões, renúncias, empatia, nem sempre encontráveis.

Assim como atrito forte das correntezas gasta as pedras aparando-lhes as arestas e deixando-as bonitas arredondadas e úteis para decorar ambientes, são as águas turbulentas das decepções, incompreensões, calúnias, zombarias e males afins que nos moldam pouco a pouco, quebrando pontas de egoísmo, indiferença, teimosias e nos fazem mais moldáveis à sina de viver.

O barro do qual somos feitos pode até ostentar coisas preciosas pelo toque da “alquimia” Daquele que o molda, desde que consiga, como intenta, tocar em nossos ouvidos...

Assim como as águas tendem a ser mais limpas tanto quanto mais correntes, e as paradas mais lamacentas, são as adversidades, as incompreensões, as dores do dia a dia que nos melhoram se, soubermos haurir as lições as nós aplicadas pelo Senhor das Águas. “As águas que viste... são povos, e multidões, e nações, e línguas.” Apoc 17;15

Ilustrando à congregação dos Santos o poeta aludiu também a um rio; não foi de águas paradas; “Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.” Sal 46;4

Enfim, mesmo com todas as agruras, os nãos de nossa caminhada, se, no fim, invés do mar do esquecimento viermos a figurar nesse rio, as dores pretéritas serão apenas águas passadas.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

O reforço necessário


“O teu Deus ordenou tua força; fortalece, ó Deus, o que já fizeste para nós.” Sal 68;28

Se Deus já ordenara a força do seu povo, por que estavam pedindo que Ele os fortalecesse? Embora O Eterno “chame as coisas que ainda não são como se já fossem”, perante o homem, uma vez que esse é refém do tempo, as coisas precisam sair à luz para serem. Natural que ante uma promessa Divina orem, como Davi: “Faze conforme dissestes".

Porém, os nascidos de novo são desafiados ao sobrenatural; nova dimensão e discernimento sob as graças do Espírito Santo.

Então o “justo viverá da fé” porque, depois de justificado em Cristo é desafiado a deixar o âmbito imanente e ascender ao domínio do Espírito, que demanda confiar sem ver, dado que, “A fé é o firme fundamento das coisas que se não veem.”

De outra forma se pode dizer que, o justo confiará mesmo sem nada ver. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

Por isso, quando Paulo diz: “Fortalecei-vos no Senhor, na força do Seu Poder”, entre outras armas apresenta o Escudo da Fé.

A fé sadia não patrocina uma cobrança como se Deus devesse algo, uma vez que prometeu; antes, descansa Nele na certeza que, ao Seu tempo Ele o fará; ela não se apoia nos eventos, antes, descansa no Ser de Deus. Seu Caráter Santo, Sua Bendita Integridade. “Crede em Deus crede também em Mim.”

Salomão também pareceu andar nas mesmas pisadas dos que, tendo algo já, rebuscam-no como se não o tivessem; “O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força.” Prov 24;5

Quando diz que ele é forte parece aludir ao potencial que lhe foi dado; o consolidar a força deriva de agir consoante à força que recebeu. Numa linguagem simples, a coerência de saber a coisa certa e fazer a mesma, como disse Jesus aos discípulos: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

Se, nosso saber deve patrocinar o agir, logo, a fé é muito mais que mera confiança, ou, abstração indolente a espera de promessas; antes, é como aquela coluna de fogo do Êxodo que vai adiante mostrando-nos o caminho; caminhar conforme sua luz é a nossa parte.

O capítulo 8 de Marcos registra a cura de um cego, ao qual Jesus levou pela mão fora da aldeia e o sarou; feito isso ordenou que seguisse, sem entrar de novo na aldeia. Embora ocultas as razões disso, o fato visível é que o sujeito foi levado pela mão enquanto cego; uma vez restaurada sua visão foi desafiado a andar pela Palavra do Senhor.

O mesmo se dá conosco. Enquanto pesa nossa cegueira espiritual somos buscados, Deus perdoa nossa ignorância; nos chama como estivermos. Porém, perdoados, iluminados, salvos, enriquecidos com o Dom do Espírito Santo, somos desafiados a evitar a “aldeia” o mundo, apenas em obediência à Palavra.

Há uma “força” que é dada as salvos; “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Essa carece oração e vigilância para ser preservada, dados os ataques das tentações, do inimigo e os maus hábitos latentes ainda na carne. Cabe pois a oração aquela: “Fortalece ó Deus o que já fizeste por nós”; noutras palavras: Confirma-nos nas veredas da justiça, da salvação.

A certa igreja mencionada no Apocalipse O Salvador disse: “O que tendes, retendes...” A ideia de reter é ter novamente, como se, em determinado momento tivesse perdido. Assim é a fé; um dom sob constantes ataques da dúvida, que costuma, em consórcio com as circunstâncias adversas debilitá-la.

Se, as circunstâncias precisam da visão natural para seu apelo, a fé robustece-se no “escuro” simplesmente bebendo da “Água da Vida”; nossa parte é fazer isso, “tem o seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;2

Claro que além de meditar devemos viver conforme; assim, O Eterno fortalece o que já fez e surpreende quem vê, com os frutos improváveis que produz em nós; “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, que dá o seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1;3

Reconhecer debilidades e rogar a intervenção Divina sobre elas, eis o modo de Deus confirma em nós o que já fez. “Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” II Cor 12;10

domingo, 5 de abril de 2020

Julgar ou não; eis a questão!


“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados; com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir.” Mat 7;1 e 2

Esse texto tem servido de biombo atrás do qual, muito falcatrua tenta se esconder. A ideia vulgar é que se pode agir como quiser; ninguém deve dizer nada pois, estaria “julgando” coisa que pertence a Deus apenas; será?

Parece que Paulo pensava diferente no espectro das ações humanas. Vejamos: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” I Cor 6;1 e 2

Estariam Cristo e Paulo em contradição? Não. Qual a consequência de julgarmos, segundo O Salvador? “Com a medida que medires sereis medidos...” Isonomia; isso é mau? Ora, não julgamos ações segundo nosso valores? Digo, se desprezamos ao ladrão, ao mentiroso, ao hipócrita, poderíamos agir como eles sem ser motivo de desprezo? A mesma medida, ora.

Uma coisa elementar que as pessoas fingem não entender é que, quando determinado comportamento é rejeitado com base na Palavra de Deus, não é quem apresenta A Palavra que está julgando, antes, está apenas sendo um veículo do Juízo de Deus.

Querendo ou não, julgar as ações com essa “medida” no devido tempo todos seremos por ela julgados; “Quem rejeitar a mim, não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

O que O Senhor vetou foi o juízo temerário que não vendo ações de terceiros presume-as patrocinado pela malícia, ou, vendo coisas legítimas atribui razões torpes.

Outro dia em face a algo que escrevi fui chamado de egoísta, vaidoso, e até meu esmero em escrever da melhor forma que posso foi atacado como algo mau.

Invés de julgarem ao que escrevi, que pode e deve ser julgado, (Examinai tudo e retende o bem) julgaram-me e atribuíram-me motivos que desconhecem; esse foi o juízo que O Senhor desaconselhou.

Como eu, observando alguém que canta bonito, por exemplo, diria que ele(a) faz aquilo por egoísmo, vaidade invés de ser para a Glória de Deus que lhe deu tal talento? Tal juízo é indevido, temerário e traria uma sentença contra mim.

A Epístola aos Romanos denuncia a alguns que eram ciosos ao julgar erros alheios e omissos em vigiar os próprios; o saldo, invés do encorajado “Tesouro nos Céus” foi um “tesouro” de juízo. “Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

O que falamos aqui é registrado nos Céus, será usado no devido tempo; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; O Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor; para os que se lembraram do Seu Nome.” Mal 3;16

Ora, se A Palavra não é tão inclusiva, tão ecumênica assim, antes, demanda que, para nosso bom relacionamento com Deus ser preservado nos separemos dos que tomam atitudes réprobas, como faremos isso sem certo julgamento? Como identificaremos de quem nos separar? “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas?” II Cor 6;14

Aliás, além dos infiéis há uma prescrição contra os falsos cristãos ainda mais severa; “Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com avarentos, ou os roubadores, ou os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” II Cor 5;9 a 11

Dizemos com frequência que aparências enganam; baseados nesse lapso, sejamos prudentes com o que não vemos claramente. Mas, certas atitudes são de calibre tal, que nem precisamos conhecer à Palavra de Deus para rejeitar. Isso não é julgamento, é decência, coerência, compromisso com valores. E reitero, segundo À Palavra, o juízo vem de Deus.

Somos desafiados a ser sal e luz. Um cristianismo que não influencia pelo exemplo seria luz que não ilumina, ou sal que não tempera.

Cristo em nós deve ser visível como uma cidade sobre um monte; porém, ausência Dele também é visível, para quem tem discernimento. Nesses o logro da aparência é dissipado pela Luz do Espírito Santo.

sábado, 4 de abril de 2020

A falência dos deuses


“Eis que reinará um rei com justiça e dominarão os príncipes segundo o juízo. Será aquele homem como um esconderijo contra o vento, um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de águas em lugares secos; como a sombra duma grande rocha em terra sedenta.” Is 32;1 e 2

“Um rei... aquele homem...” no meu tempo de aluno essas expressões eram singulares. Perdoem a ironia mas, quanto mais avançamos no tempo mais me parece que desaprendemos o sentido das coisas, o significado das palavras.

Se, o inimigo sugeriu a pluralidade de deuses, “vós sereis como Deus” o primeiro mandamento legado ao povo eleito muito tempo após o degredo foi: “Ouve ó Israel: O Teu Deus É Único”.
Então, quando se ouve convocações para jejuns politeístas dizendo, não importa se você crê nisso ou naquilo, ore, jejue; eu me pergunto: Qual parte do texto supra eles não entenderam?

Se, a desobediência original que deu azo à queda “criou vários deuses”, a regeneração mediante Cristo demanda a morte desses: “Negue a si mesmo tome sua cruz e siga-me”. Isso põe por terra o relativismo onde cada um vê como quer; recoloca O Absoluto, O Rei dos Reis, “Aquele homem”, Jesus Cristo como senhor das nossas vidas. O que passar disso, ou ficar aquém é fraude.

Por estarmos “todos no mesmo barco” como dizem, isso não nos faz iguais, tampouco valida a fé errônea de cada um, nesse Titanic em vias de afundar. Jonas estava no mesmo barco que dezenas de marinheiros e cada um tinha “seu deus”. Mas, foi O Todo Poderoso que mostrou controle sobre as vidas, a tempestade, o mar.

O fato de aparentemente termos o mesmo problema não é suficiente para nivelar opiniões, escolhas, credos. Eu digo aparentemente, porque não tomo como verdade absoluta o que sai na mídia prostituta e mentirosa, tampouco concordo com as “soluções” suspeitas dos que querem afundar o navio para apagar o incêndio.

Quem disse que todo clamor é válido, que a fé pode ser em qualquer coisa, que estará valendo? Vejamos um exemplo de religiosidade vã: “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20

A idolatria, o culto de imagens; se, tal culto fosse válido e obtivesse respostas, não seria de imagens mortas, pois essas nada podem; se Deus desconsiderasse isso em face à ignorância, e abençoasse, invés de receber a devida Glória essa iria para fontes indignas; “Eu sou o Senhor; este é o Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Já manifestei minha decepção com o raquitismo espiritual de uma igreja que, mostra mais medo de boatos do que temor de Deus. Mesmo existindo e sendo, eventualmente letal, o coisa vírus não é mais que tantas outras moléstias existentes; qual a razão dessa histeria toda? Desliguemos as TVs que o vírus sai.

Mas, diria alguém: “Quem garante que tua (minha) visão não é apenas mais uma, ao nível dessas que criticas”?

Derivar reflexões da Palavra de Deus já me coloca, ao menos na área do conhecimento, em submissão a Ele. Sendo Senhor Absoluto, só Ele sabe deveras como as coisas são; não reconhece sabedoria dos rejeitam Sua Palavra; quando muito, astúcia. “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, a Lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram a Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9


A Palavra não reconhece como válidos todos os credos como o Papa Francisco, antes ensina a perdição que se alienam de Deus, e salvação dos que ouvem; “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, quem me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

Ironicamente, o mesmo que espalhou à humanidade afastando-a de Deus, agora trabalha para mostrar a falência dos deuses autônomos; o fará de tal modo que, os trará a si; muitos já clamam por um líder mundial; sabemos quem virá.

A verdade tem demandas muito sérias, mas salva; mentira é só mais do mesmo, quando muito juízo aos adeptos. Eis às portas, “Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos que não creram na verdade...” II Tess 2;9 a 12