segunda-feira, 31 de outubro de 2022

O Filho Pródigo do Diabo


Certo príncipe tinha muitos filhos, na verdade não eram legítimos, ele os sequestrara, embora gostasse de ser chamado de pai. Era cheio de posses e dava aos seus “filhos” prazeres de todo tipo; vícios, libertinagem, com a única condição que obedecessem e servissem sempre.

Viviam sujos, sem esperança de cambiar de sorte, mas seu “pai” insistia em dizer que eram felizes. Promovia toda sorte de distrações, de modo que, nem tempo para se lavar, tinham.

Certo dia, de ressaca da vida dissoluta, um deles ouviu falar de uma Fonte pura, onde toda sujeira seria limpa e até os prazeres seriam purificados. Isso mexeu com seu pensamento; falou a um ou dois de seus irmãos que zombaram dele; disseram que a fonte era apenas uma prisão, no castelo do Rei, não estava com nada; seu pai lhes ensinara isso desde pequenos.

Ele continuou inquieto. Via pelas ruas alguns que bebiam da dita Fonte e eram limpos, saudáveis e pareciam felizes, nunca de ressaca... Por um instante sentiu desejo de conversar com um daqueles e saber como eram, de fato, as coisas.

O príncipe quando soube ficou furioso, mandou que o servo fosse cercado de conselheiros e guarda-costas, de modo que, se não fosse desencorajado pelos conselhos, deveria ser, por ameaças.

Sempre que podia, ele conversava com os que bebiam da Fonte Eterna; (assim chamavam) quanto mais ouvia sobre a Água Pura, mais sede sentia. Um dia, não resistiu; decidiu enfrentar a tudo e a todos, fugiu dos guarda-costas, desprezou os conselheiros de In mundo e foi conhecer a famosa Fonte.

No começo sentiu-se mal, indigno, sujo. O Rei, dono da Fonte, mandou Seus servos dizerem que não tinha importância, que ele era bem-vindo ali; e que Seu Mordomo-Mor, O Espírito Santo, Estava disposto a ajudar se ele quisesse se lavar. Aquilo mexeu com seus sentimentos; porém, lembrou dos prazeres de in mundo, dos conselhos que desencorajavam e das ameaças dos guardas; foi embora sem aceitar o convite do Rei, que o queria salvar.

Desde então, suas angústias só fizeram crescer; as promessas do Rei soavam verdadeiras; contudo, também eram presentes as ameaças do príncipe de In mundo, que já pensava em matá-lo, para que não fosse embora de novo. 

Vez por outra se pegava ouvindo as palavras dos servos do Rei, que prometiam prazeres verdadeiros e eternos, além de limpá-lo por inteiro. Vencido por inexplicável sede, voltou à Fonte.

Foi recebido com o mesmo amor; as promessas do Rei foram renovadas. O mesmo anseio interior o moveu e como que puxado por uma mão invisível, mergulhou. Suas próprias lágrimas de alegria pareciam lavá-lo; realmente, num momento sentiu-se limpo. Aprendeu que sempre pertencera àquela família, apenas fora sequestrado pelo príncipe de In mundo; agora, estava de volta ao lar. 

O Rei designou um guardião para proteger seu filho contra conselhos e ameaças dos servos do príncipe.

Mas, nem tudo era festa no Reino Eterno. Era preciso estudar suas leis, treinar uma postura excelente para um dia estar apto a viver na corte. 

Sempre que podiam os conselheiros de In mundo acenavam com seus sujos prazeres em contraste com a disciplina do Reino, pra convencerem ao, agora fiel, a voltar à antiga vida. Às vezes ele se esquecia de beber Água da Vida, ou de se lavar para deitar; uma pequena porção de sujeira já trazia saudades de In mundo.

O guardião do Rei o protegia de ataques, mas deixava ir aonde quisesse, fazer suas escolhas; era ordem Dele, que todos Seus filhos fossem plenamente livres. 

Cada vez que esquecia de se lavar, tendia a aproximar-se de antigos amigos, que sempre o convidavam para suas festas impuras, seus prazeres doentios.

Continuava frequentando o castelo do Rei, mas sempre dava uns passeios nos arrabaldes, saudoso da antiga vida. Nessas idas e vindas, um dia esqueceu o cantil e bebeu de novo nas fontes do príncipe.

O guardião disse: Voltemos ao castelo que o Rei te vai perdoar. Mas os conselheiros do príncipe insistiram que ele voltasse a antigas festas, que era muito mais fácil que a disciplina do Reino. Vencido em sua alma, desistiu de retornar ao castelo; voltou aos antigos ambientes; não viu mais seu protetor.

O príncipe quando soube de seu retorno mandou que fosse atribulado, algemado aos vícios na masmorra da depressão. Além desses castigos, os bobos da corte zombam repetindo promessas do Rei dos reis, que ele desprezou...

“Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do Santo Mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

A Noite


“Sua Ira dura só um momento; no Seu Favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Sal 30;5

O salmista atribuiu seu choro à Ira de Deus; não pareceu esposar a ideia de que O Eterno o estaria punindo diretamente; antes, deixando-o à mercê da sorte; “... Tu Encobriste Teu Rosto, e fiquei perturbado.” v 7

Isaías explicou os motivos; “Vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;2

Esse “desprezo” Divino fora lido como manifestação eventual de ira. Todavia, a esperança albergava-se na Divina Misericórdia; “... no Seu Favor está a vida.” Adiante, comemorou: “Tornaste meu pranto em folguedo; desataste meu pano de saco, e me cingiste de alegria.” v 11 A noite tinha acabado.

O silêncio, esperas, nãos, de Deus, têm uma eloquência mui forte para quem sabe ouvir. Por vezes, mesmo que, em Sua Misericórdia perdoe nossos pecados, permite que sorvamos alguma parcela de consequências com função didática. Em Sua Contrariedade, não nos faz comer o fruto dos nossos erros, mas, beber um chá de suas folhas amargas, para que aprendamos quão maus eles são.

Embora nos tenha plantado para darmos bons frutos, não raro, O decepcionamos, como fez a nação de Israel; Ele reclamou frustrado: “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das Suas delícias; Esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, eis aqui clamor!” Is 5;7

Poderíamos parafrasear para nosso tempo, mais ou menos assim: “Porque a Videira Verdadeira É Jesus Cristo; os homens dispostos a segui-lo, a plantação desejada pelo Pai; esperou que vivessem a santificação, eis a profanação! Que ajuntassem tesouros no Céu, e eis seus impérios na Terra!”

O Santo Suporta que nós O deixemos por muito tempo, esperando em Sua Longanimidade, até que, também nos deixa por um pouco, como um convite a pesarmos nas consequências, e alcançarmos arrependimento. “No Seu Favor está a vida.”

A noite do choro, se esse for segundo Deus, acaba sendo nosso “dia” de regeneração; “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7;10

A única desgraça real é aquela com a qual nada aprendemos; e, quando uma frustração, uma decepção nos leva ao arrependimento e à oração, ela nos faz mais bem, do que mal.

A duração de uma “noite” espiritual não se equivale, necessariamente, a uma cósmica. É um período de prova, correção determinada por Deus, que, se devidamente entendido, e absorvido, será a preparação do riso porvir; desafio à retomada do bom caminho, alento disfarçado, assim como uma tempestade preparando um arco íris.

Dado o que aconteceu com nossa “eleição” presidencial, uma dura noite assola aos cristãos do país. Os presídios, o crime organizado em todos os níveis, comemora, enquanto o povo decente lambe feridas.

Os mais indignados manifestam seu luto pela nação; uns lavam as mãos dizendo que fizeram sua parte; outros mais afoitos lançam suas diatribes contra a má “escolha da maioria”.

Não estou de luto; a esperança não morreu; nem culpo à escolha do povo, pois, os que fizeram má escolha são minoria; trata-se de uma grotesca fraude; poucos culpados machucando a muitos.

A sentença final inda não foi dada; pertence ao Senhor dos Exércitos, que Tem Poder para converter pranto em riso. Afastar as brumas da noite e trazer nova manhã.

A Palavra ensina que Deus apanha aos sábios em suas próprias astúcias, e prevê a colheita dos semeadores de enganos: “Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.” II Tim 3;13

Aproveitemos nossa noite, para, como Jonas no ventre do peixe, analisarmos nossas escolhas, repensarmos os motivos. Quem sabe, ao ouvir nossa oração de arrependimento, como a daquele, cause uma indigestão no monstro e nos regurgite na praia de um recomeço, de uma caminhada que agrade ao Eterno.

Sempre tivemos liberdade plena, e muitas vezes não a usamos da melhor maneira; quem sabe, à iminência de a perdermos, aprendamos, enfim, seu inefável valor, e usemos os dias de tempo bom para prevenir goteiras, invés de as querer reparar durante o temporal.

O país ainda não está entregue aos maus; algumas vozes poderosas se farão ouvir. Até crimes “esquecidos” serão devidamente julgados; a justiça dos homens anda raquítica, mas a do Eterno, não.

“Longe de Ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de Ti. Não faria justiça o Juiz de toda terra?” Gn 18;25

domingo, 30 de outubro de 2022

Terra Prometida


“Passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de Moré; estavam então os cananeus na terra. Apareceu O Senhor a Abrão, e disse: À tua descendência Darei esta terra...” Gen 12;6 e 7

Duas coisas “ilógicas” a testar a fé do patriarca. Os cananeus ocupavam então, à terra; não estava baldia; o que, certamente demandaria algum fato novo que removesse aos tais; e ele não tinha filhos, sendo de idade avançada; como a promessa da terra fora à descendência, mais um fato novo se impunha; que ele e Sara tivessem um sucessor.

A fé nos desafia a ousarmos nossas expectativas na Integridade Divina sem a muleta das circunstâncias, como ensinou Isaías: “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Alguns louvores fazem menção, (erroneamente) aos “sonhos de Deus”. Ora, sonho é um, quem sabe, quem dera, quisera, se Deus quiser, irei batalhar por isso, essas aspirações incertas de pessoas de capacidades também incertas; nós.

Deus É O Todo Poderoso; não sonha, planeja. Paulo O descreve assim: “... Deus, o qual Vivifica os mortos, e Chama as coisas que não são como se já fossem.” Rom 4;17 Senhor da vida, ciência, tempo... Ancoramos nossas aspirações num, “se Deus quiser”, Ele Faz o que Quer, segundo Sua Soberana Vontade.

Tanto antevê coisas que Deseja Fazer, quanto, as que Necessitará, mesmo não desejando; como a cruz de Cristo por exemplo. Quando Criou o homem, Sua Presciência Sabia que aconteceria a queda e seria necessário o resgate. Ao ter Se disposto a aceitar a dura missão, O Salvador, dada Sua Integridade, foi imputado como tendo já Feito, o que ainda faria, milênios depois; “... Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apoc 13;8

A idade avançada de Abrão e Sara seria obstáculo ao Doador da vida?? Mas, e os cananeus? Como dar aquela Terra aos descendentes de Abraão com eles habitando-a? “A casa dos ímpios se desfará, mas a tenda dos retos florescerá.” Prov 14;11

O Senhor Conhecia a impiedade dos tais; ainda prorrogaria seu tempo, para que o juízo, quando viesse fosse transbordante de justiça. “Tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado. A quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.” Gn 15;15 e 16 O fato de O Eterno tolerar a iniquidade sem punir de imediato, tem a ver com Sua Longanimidade, não, concordância.

À descendência não significava ao filho, estritamente; antes, a um povo que derivaria dele e só herdaria a promessa quatro séculos adiante. Abraão não veria se cumprir. Morreria antes. Por isso a fé é aquilatada como sendo, “... o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Quando findou o tempo dos amorreus, O Senhor explanou os motivos da destruição deles; depois de vetar incesto, adultério, zoofilia, homossexualismo etc. Denunciou: “Com nenhuma destas coisas vos contamineis; porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que Expulso de diante de vós. Por isso a terra está contaminada; Visito sua iniquidade, e a terra vomita seus moradores.” Lev 18;24 e 25

Não há acepção, parcialidade, no Eterno. As mesmas coisas pelas quais punia aos amorreus, vetava aos seus escolhidos que as fizessem. Os que as não cumpriram também foram punidos. 

Na verdade, os “escolhidos” são os primeiros no juízo, como disse Ezequiel e repetiu Pedro: “... matai velhos e meninos... começai pelo Meu Santuário...” Ez 9;6 “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; se, começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao Evangelho de Deus?” I Ped 4;17

A prosperidade eventual dos ímpios, avessos ao Santo, era engano deles; “... entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente Tu os Puseste em lugares escorregadios; Tu os Lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.” Sal 73;17 a 19

Também a Volta do Senhor “padece” circunstâncias adversas, como se, não fosse acontecer; “Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” II Ped 3;4 dizem os zombadores.

Somos sucessores de Abraão, enxertados no seu mais Nobre Descendente, Cristo. Como ele, devemos descansar na Integridade Divina, mesmo que, o prometido pareça pertencer a outros.

Quem larga na frente, não chega, necessariamente, primeiro. “O que começa um pleito, a princípio parece justo; porém, vem seu próximo e o examina.” Prov 18;17

sábado, 29 de outubro de 2022

Segunda milha


“A manifestação do Espírito (Santo) é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12;7

Manifestação significa tornar público, notório, evidente, manifesto. Fazermos “visível” O Espírito Santo, é um dom que cada salvo recebe. “... O mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” v 11

O critério que Ele usa para a distribuição dos dons é pragmático, objetivo. “Para o que for útil.” Diferente de nós, seres imperfeitos, pacientes da vaidade, que carecemos exibir alguma “perfeição”, física, intelectual, psicológica, material, espiritual, funcional, Ele não sofre nenhum desses complexos. Não precisa tentar “compensar” nada, vai ao que interessa, o útil!

Seu serviço costuma ser mui sóbrio; sem nenhuma placa em neon a exaltar “nossos” produtos; apenas, devemos mirar outros seres que Ele também Ama e precisam ser alcançados através de nossas vidas.

O mundo está fragmentado em bilhões de “deuses”; mal surgido desde o nascimento do ego na queda, pela sugestão da oposição. O filho primogênito dele, o egoísmo, separa pessoas, individualiza motivos, tolhe interação, cooperação; torna a cada um, do jeito que o diabo gosta. Alienado de Deus, senhor de si.

O que é o relativismo, senão, a preservação filosófica do direito pessoal de reinarem as preferências particulares, a despeito do Divino querer?

Não havendo Absoluto, como esposam, não haveria Deus. Cada um seria senhor dos seus motivos e escolhas, não devendo prestar contas a nada, exceto à certa massificação calculada, que, os incapazes de ceder à correção chamam de “politicamente correto”.

Admitindo eles, ou não, há um “Deus” por trás dessa manipulação a formar sorrateiramente um rebanho de degredados, cujo traço comum é a cegueira. “Se ainda nosso Evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é A Imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

O que inimigo tenta manter longe de nós é que, em Cristo, não precisamos mais ser deuses falidos; podemos voltar Ao Eterno e recebermos Seus Cuidados. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós A Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Receber ao Salvador nos “mata”; porém, nos faz renascer Nele; “... a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

Para nascermos de Deus carecemos “morrer de nós”, ou, renunciar o ego.

Não é fácil o homem natural ser convencido a essa ruptura; “negue a si mesmo”; depois, ainda deve romper com os valores dos demais egos disseminados e suas doentias predileções, suicidas escolhas; o mundo.

Deus nos espera mui “além do arco íris”; digo, das nossas inclinações naturais, e das dos semelhantes, que nos rodeiam com suas receitas de seguir mortos, manter “distância segura” dos caminhos da vida. Daí, o conselho: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Como vimos, o “Deus” oculto por detrás dos degredados do Reino dos Céus cega entendimentos; por isso, O Eterno convida-nos mediante Sua Palavra para a renovação dos nossos. “Deixe o ímpio seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Depois de deixarmos de confiar em nossas percepções desorientadas e aprendermos a descansar no Senhor, receberemos Dele dons espirituais, segundo Seu propósito.

O Divino Chamado ao serviço é também ao amor. Esse só se sente útil dando-se, amando; por isso ousa andar a “segunda milha”, fazendo algo mais que o requerido, costuma se expressar. “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Luc 17;10

O proveito dos dons só será visível se, potencializado por esse “aditivo” precioso que lhes emprestará sentido; “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa, como sino que tine.” I Cor 13;1

Em nós mesmos, nos domínios do ego estamos mortos; com dons espirituais, sem amor, como cantou alguém, “a gente somos inútil.”

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Deus e a política


“Porque eis que Teus inimigos fazem tumulto; os que Te odeiam levantaram a cabeça.” Sal 83;2

Nós sempre escutamos que, religião e política, não se discute; tais, não se misturam. É sério isso??

Desde que Escolheu um povo para Si, O Eterno Foi O Governante do mesmo, através de homens que escolheu. Abraão, Moisés, Josué, Samuel... esse, aliás, o último representante do que chamamos teocracia; o Governo Divino através de um juiz escolhido. Então, o fim do período dos juízes e o início da monarquia.

Isso, porque o povo teve desejo de ser como as nações vizinhas e escolher para si um rei; tal desejo foi lido nos Céus como rejeição a Deus. “Disse O Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não têm rejeitado a ti, antes a Mim têm rejeitado, para Eu não Reinar sobre eles.” I Sam 8;7 Se, já tinham um Rei e escolheriam outro, natural a conclusão que rejeitavam ao primeiro.

A rejeição a Deus pode se expressar de mil maneiras; aversão aos valores que Ele Preza; desobediência aos Seus preceitos, aos profetas que Envia; escolhas espúrias de alternativas contrárias, conveniências casuísticas usadas como máscaras, acréscimos ou supressões à Lei, etc.

Embora, os reis, fruto da escolha humana divorciada da Divina ainda recebessem instruções do Alto, mediante profetas, e horizontais, via sacerdotes, (Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos. Ml 2;7) não obstante isso, digo, eram escolhas que não agradavam plenamente à Vontade Divina. A Permissão da monarquia nunca significou aprovação; “Dei-te um rei na Minha Ira, e Tirei-o no Meu Furor.” Os 13;11

Deixar a direção do Alto em troca de frágeis veredas humanas foi denunciado por Jeremias nesses termos: “Porque Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

Quando da vinda do Senhor e Salvador, a abordagem inicial não foi meramente espiritual; apenas atinente à salvação; referia-se a um novo governo também; “Arrependei-vos porque é chegado O Reino dos Céus”.

Não se tratava de uma possibilidade; para quem desejasse ser salvo, era e ainda é, questão prioritária; “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça...” Mat 6;33

Embora as sociedades civis estejam organizadas em bases humanas, com suas leis e métodos de escolha, todos os que optaram por obedecer ao Rei dos Reis, em Seus Valores e Sua Vontade, não sacrificam pelas efêmeras coisas daqui os valores do Reino Eterno, no qual foram inseridos mediante Jesus Cristo.

Quando bens como Deus, pátria, família e liberdade são diretrizes de uma campanha eleitoral como agora, natural entender de qual lado formarão fila os que temem ao Senhor.

Não bastasse isso, do outro lado acenam com aborto, legalização das drogas, sexualização precoce, perversão das crianças, censura, restrição à liberdade religiosa, corrupção, etc. Essas pautas necessariamente nos excluem; somos atraídos pelas “cores” de um lado e repelidos, pelas do outro.

Um sistema apodrecido, parcial e corrupto, que inclui mídia tradicional, judiciário, corporações financeiras, religiões rivais do cristianismo, todos unidos em busca do poder a qualquer custo.

Pipocam fraudes e parcialidades, perseguições descaradas contra os conservadores; e vistas grossas para violações dos canhotos; esses desmandos têm mostrado na prática, o sentido de duas frases soltas por aí: “Vamos tomar o poder; que é diferente de ganhar uma eleição.” José Dirceu. “Eleição não se ganha; se toma”. Ministro Luiz Roberto Barroso.

Como “Deus acima de todos” é nosso lema, fica notório mais uma vez, que a bronca, no fundo, é contra Ele; “Porque eis que Teus inimigos fazem tumulto; os que Te odeiam levantaram a cabeça.” Sal 83;2 “Aquele que habita nos Céus Se Rirá; o Senhor Zombará deles. Então lhes falará na Sua Ira; no Seu Furor os turbará.” Sal 2;4 e 5

O PT quando posava de defensor da ética e da inclusão social, antes de ser visto como a organização criminosa que é, andava de mão dadas com a Igreja Católica; quando eles tiveram o poder por quatro mandatos seguidos, não se mencionava que religião e política não se misturam. Agora, que os conservadores acordaram, tentam nos dopar com esses dardos fajutos? Menosprezam nossa luz.

A vergonhosa roubalheira das inserções radiofônicas que veio à tona é fruto da Mão de Deus; Ele preza verdade e justiça, acima de tudo. Sigo aguardando nova carta dos próceres econômicos, artísticos, jornalísticos, e políticos em “defesa da democracia”.

Esses vermes acreditam mesmo que podem ludibriar ao Eterno?? “Ele apanha os sábios na sua própria astúcia; o conselho dos perversos se precipita.” Jó 5;13

domingo, 23 de outubro de 2022

A dor dos justos


“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;2

Jó interpretara seus infortúnios como sendo uma contenda de Deus consigo. Pois, não identificava iniquidade em seus atos. Ousara dizer, aliás, que nem mesmo Deus o via como iníquo. “Bem sabes Tu que não sou iníquo; todavia, ninguém há que me livre da Tua mão.” v 7

É prudente uma postura humilde; deixarmos a porta aberta à possibilidade de termos feito algo mau que sequer percebemos. Assim, invés de julgamento, que seria algo cabal, desejava esclarecimento; então, poderia se arrepender e mudar. “... Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.”

Tinha razão em supor que Deus não o via iníquo; “... ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro, reto, temente a Deus, que se desvia do mal.” Cap 1;8 fora o veredicto Divino sobre ele.

Como Abraão duvidara que Deus cometesse injustiças, “Longe de Ti que Faças tal coisa, que Mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não Faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gen 18;25 Acertava Jó em pensar o mesmo; Deus abomina injustiças; ele se guardara de agir de modo iníquo, por que tanto sofrimento o assolava? Por que contendes comigo?

Na sua visão, a vida sem justiça perderia o sentido; por um momento desprezou-a: “Minha alma tem tédio da minha vida...” Cap 10;1 depois, desejou nem ter nascido; “Por que me tiraste da madre? Ah! se então tivera expirado, olho nenhum me visse! Então teria sido como se nunca fosse; desde o ventre seria levado à sepultura!” vs 18 e 19

Muito se disse sobre o sofrimento dos justos. O Maior de todos, o Único Justo, vertical e horizontalmente, perante Deus e os homens, Jesus Cristo, Foi O Maior dos sofredores. Também Ele, no auge da dor sofreu perplexidade ante às razões da justiça; “À hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste.” Mc 15;34

A luta de Deus não era contra Jó; antes, Satanás. A fidelidade do servo era o objeto dela. Assim, fora “necessária” a provação a ele permitida.

O fato de alguém estar sofrendo na terra, não significa, necessariamente, que seja por maus passos. Num mundo que “Jaz no maligno”, campeia muito mais a injustiça que outra coisa qualquer. Por ela, são galardoados os maus; não raro, perseguidos os que prezam pela justiça. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é O Reino dos Céus;” Mat 5;10

A Palavra ensina: “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do sol.” Ecl 3;1

Logo, se quisermos a justiça na estação imprópria, poderemos padecer necessidade. Embora, nuances dela possamos fruir aqui na terra, o juízo cabal é que destinará a cada um, o que for justo aos Olhos Divinos, não agora; “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Heb 9;27

O sofrimento de Jó foi um gracioso feixe de luz para que possamos compreender os nossos; o de Cristo, o indispensável resgate que nossos pecados requeriam para que pudéssemos ser reconciliados; “Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” II Cor 5;19

A justiça pertinente aos sofredores Jó e Cristo, recuou por um pouco, porque era tempo de misericórdia. Recebida e apreciada devidamente essa, poderemos ser livres das demandas daquela, como ensina Tiago: “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo.” Tg 2;13

No entanto, O Eterno, após desfeitas a calúnias da oposição abençoou grandemente ao Seu servo, como num juízo temporário, ainda sobre a Terra, como lembrou o mesmo Tiago: “Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em Nome do Senhor. Temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que O Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.” Tg 5;10 e 11

Quando nossos sofrimentos derivarem de imprudências, pecados, bem faremos em nos arrepender e buscarmos em Deus, o perdão dos mesmos; no entanto, se andando bem, formos vitimados pela dor, olhemos mais além; está sendo feito em nossa conta um depósito nos Céus, a ser usufruído no devido tempo.

Na hora da angústia, do tédio, não devemos desistir; antes sermos fortalecidos no Senhor. “Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que tua força é pequena.” Prov 24;10

Não devemos nos restringirmos às nossas forças; “Deus É o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.” Sal 46;1

sábado, 22 de outubro de 2022

O bom depósito


“Ajuntem toda comida destes bons anos e amontoem o trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades, e guardem. Assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito...” Gn 41;35 e 36

Frutos dos bons anos seriam armazenados para recurso, durante o lapso dos maus.

Salomão apresentou o concurso de uns e outros, como necessários. “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus Fez este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

Mesmo sendo os egípcios um povo politeísta alienado do Eterno, Ele, mediante José Revelou o que viria; sete anos de fartura, depois, outros sete de escassez; afinal, invés de Ser um “deus tribal” como acusam alguns, O Eterno É universal; “... em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3 Dissera a Abrão, o bisavô de José. 

As famílias egípcias e adjacentes estavam sendo preservadas com vida através do servo do Senhor.

Em tempos de “desconstrução”, convém observarmos que, Deus prometeu abençoar às famílias, não aos coletivos políticos ou ideológicos, alternativos.

A provisão prescrita era do pão de cada dia, esse discreto e valioso mantenedor da existência. Todavia, em se tratando da vida espiritual, regeneração segundo Deus, o “pão” é outro: “... Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra de Deus.” Luc 4;4 “Porque o Pão de Deus é Aquele que Desce do Céu e dá vida ao mundo.” Jo 6;33

Não carecemos um José apontando caminhos; a Própria Palavra que alimenta e dá vida, adverte da “seca” porvir; “Eis que vêm dias, diz O Senhor Deus, em que Enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as Palavras do Senhor.” Am 8;11

Estamos tendo pequena amostra de como a coisa será na reta final. Bastou surgir um ousado defendendo: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, para o sistema satânico reagir; saiu à caça das “fake news”; censura pesada turva nossos céus. Fatos vastamente comprovados pelos próprios tribunais que, ora sofrem conveniente amnésia, são proibidos de ser lembrados, deixando patente que é à verdade que esses párias temem. Ela libertaria aos que sempre mantiveram presos e desejam que continuem.

O movimento global ecumenista tratará de tachar A Palavra de Deus de patrocinadora dos “discursos de ódio”; assim, será proibida pelos defensores do “amor”.

Nossa liberdade de expressão e culto (já ameaçada) precisa ser aquilatada como o período das vacas gordas, espigas cheias, onde se deve fazer o providencial depósito, para termos recursos disponíveis na fome dos dias maus. “... guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência.” I Tm 6;20 “Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós.” II Tim 1;14 Advertiu Paulo a Timóteo; advertência que, bem faremos, aplicando-a a nós.

O inimigo não tem um mal preferido; qualquer um lhe serve; tanto proibir a pregação da Palavra da Vida, quanto, falsificar à mesma. Enquanto não tem domínio suficiente para vetá-la, contenta-se em estragar.

Desde sempre vem malversando ao que O Santo Falou: Nos dias de Paulo, seus falsários eram atuantes já; “Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.” II Cor 2;17

Aos novos convertidos Pedro aconselhou: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

A edificação é muro protetor contra os falsos ensinos que grassam; aconselhando sua busca, Paulo expôs o motivo: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Nos dias do estio, até famílias distantes, de outras nações migraram ao Egito em busca de pão. Como a própria de José, da qual fora injustamente privado.

Assim, os depositários da Palavra, mesmo em momentos de grandes privações, inda podem abençoar outros em situações piores; “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é O Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;7 e 8

Pode o mundo mau nos tirar tudo, matar até; mas, não de sede. “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede...” Jo 4;14

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

O Santo e o profano


“Havendo sacrificado seus filhos aos seus ídolos, vinham ao Meu Santuário no mesmo dia para o profanarem...” Ez 23;39

Profanar: Tratar com irreverência, desonrar à santidade; desrespeitar; ofender, afrontar, macular, transgredir (regra, princípio); violar, infringir.

Na Bíblia temos: “Para fazer diferença entre santo e profano entre imundo e limpo. Lev 10;10 “Ao Meu povo ensinarão distinguir entre santo e profano; farão discernir entre impuro e puro.” Ez 44;23 Imundo, impuro; sinônimos de profano.

Aqueles não faziam nenhuma diferença entre O Todo Poderoso e os ídolos; até os seus filhos ofereciam em sacrifício. Depois, migravam desses infanticídios para O Templo do Senhor. Como se, tudo fosse válido. Mais ou menos como aquele candidato que toma umas baforadas do Zé Pilintra, depois, gaba-se que fala com Deus, em seu próprio quarto, sem necessidade de padres ou pastores.

Um emissário de Senaqueribe quando esse estava assediando Jerusalém, alistou diversos deuses derrotados; tratou ao Eterno como mais um. Ezequias colocou os pingos nos is: “Verdade é, Senhor, que os reis da Assíria assolaram todas as nações e suas terras. Lançaram no fogo seus deuses; porque deuses não eram, senão obra de mãos de homens... por isso destruíram. Agora, pois, ó Senhor nosso Deus, livra-nos da sua mão; assim saberão todos os reinos da terra, que só Tu És O Senhor.” Is 37;18 a 20

O Eterno patenteou a diferença entre Ele e os bibelôs que o orgulhoso rei assírio derrotara. “Então saiu o Anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles...” V 36

O culto aos ídolos foi adjetivado pelo Senhor, como prostituição espiritual, derivada dos costumes egípcios. “Assim farei cessar em ti tua perversidade e tua prostituição trazida da terra do Egito; não levantarás teus olhos para eles, nem te lembrarás nunca mais do Egito.” V 27

O Eterno não força ninguém; ensina Seu Caminho, e onde levam os caminhos alternativos; deixa a escolha sobre o rumo a seguir, com o homem; “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te Tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência, amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à Sua Voz...” Deut 30;19 e 20

O Criador É Zeloso; não Aceita as misturas profanas nas quais incorrem os que são privados de noção; “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus: Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois que a Mim não quereis ouvir; mas não profaneis mais Meu Santo Nome com vossas dádivas e vossos ídolos.” Ez 20;39

Paulo também cotejou coisas santas com as profanas, desafiando os Coríntios à necessária separação: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles Habitarei, entre eles Andarei; Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo. Por isso saí do meio deles e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos Receberei;” II Cor 6;14 a 17

Mesmo os que se “convertem” em nossos dias, não raro, os tais se recusam a uma mudança cabal, como O Novo Nascimento requer; também trazem seus ídolos do “Egito” que, embora inúteis para fazer algo, são “úteis” para acender os Divinos Zelos, como ensinou Tiago: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que, a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita Tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Portanto, não pensemos como o candidato citado, que o entendimento com Deus se dá em nossos termos, à nossa maneira;

Ao que preserva o modo ímpio de viver, O Santo veta até que mencione Sua Palavra: “Mas ao ímpio Diz Deus: Que fazes tu em recitar os Meus Estatutos e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças as Minhas Palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele; tens tua parte com adúlteros. Soltas tua boca para o mal e tua língua compõe o engano. (?) Sal 50;16 a 19

Não é a minha presunção que me faz pertencer a Ele; é a santificação, obediência; “... O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Iguais; diferentes


“Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;18

As diferenças entre as pessoas sempre foram elementares; “Ninguém é igual a ninguém; todo ser humano é um estranho ímpar.” Carlos Drummond de Andrade.

“O amor é quando as diferenças não são mais capazes de separar.” Luany Moura

“Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” Rom 14;5 etc.

Porém, o sistema globalista com sua onda massificante, como que, criminaliza às diferenças, sonega peculiaridades, tenta descaracterizar indivíduos submergindo-os na massa. Vícios furtaram vestes da virtude; escrúpulos morais foram relidos como radicalismos, exclusões, fobias.

Há uma igualdade inegável entre humanos, no que tange a direitos, dignidade, liberdade de consciência, locomoção, escolhas, valor da vida; isso vai muito além de etnias, cultura, nível intelectual.

Entretanto, como nas possibilidades da caminhada, nem todos optam por veredas virtuosas, (na verdade, muitos tomam rotas viciosas) tendo todos, embarcado na igualdade do arbítrio, no desenrolar de nossas vivências, desembarcamos no porto da diversidade social, moral, econômica, cultural, espiritual, para onde nos levaram os ventos das nossas predileções, e os frutos das nossas ações.

Como disse alguém, “somos todos iguais; mas, uns mais iguais que os outros.”

Só na hora do juízo é que se verá claramente a diferença entre justo e ímpio; subentendemos então, que a sorte pode fazer trapaças; dar ao de mau caráter, haveres que lhe não pertencem; bem como, ao bom, permitir privações não condizentes com seus méritos.

Alguém ficou perplexo um dia, vendo a fartura, a boa vida, em consórcio com os maus; “Eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas firme está sua força. Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como os outros.” Sal 73;3 a 5

Chegou a cogitar que seria inútil a opção pela virtude na caminhada; “Na verdade que em vão tenho purificado meu coração; lavei minhas mãos na inocência.” V 13 Depois, considerou a Justiça Divina e refez: “Se eu dissesse: Falarei assim; eis que ofenderia a geração de Teus filhos. Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso; até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente Tu os puseste em lugares escorregadios; Tu os lanças em destruição.” Vs 15 a 18 Outra vez, a diferença entre o justo e o ímpio perante Deus.

Pois, se a recompensa fosse imediata, bem poderia que, o mero interesse patrocinasse atos dos espertalhões, sem o desejável amor pela justiça.

Platão disse mais ou menos o seguinte: “Quando alguém for considerado justo, lhe caberão elogios, reconhecimento, aplausos por isso; assim ficaríamos impedidos de saber se o tal é justo por amor à justiça, ou, aos louvores recebidos. Convém, pois, privá-lo de todas essas coisas; se ainda assim, persistir na vereda da justiça, certamente o é, porque ama-a.”

Deus não apenas Permite que soframos privações; desafia-nos a sermos coautores delas. “Negue a si mesmo”; “Crucifique à carne e suas paixões”, “Quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á”; etc.

Aquela igualdade inicial, do ponto-de-partida, perde-se ao longo da carreira; pois, os direitos iguais para fazer escolhas foram usados de maneiras diferentes, tornando diversos também, os viventes e suas sortes.

Aristóteles disse com muita propriedade: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, aos que são diferentes.”

Deus não age assim: “Longe de Ti que Faças tal coisa, que Mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de Ti. Não Faria justiça O Juiz de toda Terra?” Gn 18;25

No prisma do amor e do propósito, a igualdade permanece; “Pregai o Evangelho a toda criatura” “Vinde a Mim Todos...”

Para comunhão, diferenças separam; “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão tem luz, com trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com ídolos? Porque vós sois templo do Deus Vivente, como Deus disse: Neles Habitarei, entre eles Andarei; Serei seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor, não toqueis nada imundo, e vos receberei.” II Cor 6;14 a 17

Nem tanto ao mar, nem à terra; iguais a ponto de não nos sentirmos superiores; mas, cientes que, não se pode mesclar vício e virtude.

“Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem; lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize.” Boaventura de Souza Santos

domingo, 16 de outubro de 2022

Os "donos" de Deus


“... Não nos faças ouvir tua voz, para que porventura homens de ânimo mau não se lancem sobre vós, e percas a tua vida, e a vida dos da tua casa.” Jz 18;25

Fica pianinho, cala-te para que não sejas morto. Mica sendo furtado de seu deus, um ídolo, e privado do levita que se fizera sacerdote daquilo. A tribo de Dã passara por ali e desejara a coisa; como eram mais numerosos, levaram na marra, e aconselharam ao roubado: Aceita que dói menos.

Uma diferença gritante entre O Deus Vivo, e deuses de humana feitura; esses podem ser disputados à força; quem puder mais, chora menos. Contudo, a “força” que atrairia ao Eterno é outra: “Porque, quanto ao Senhor, Seus Olhos Passam por toda a terra, para Mostrar-se Forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...II Cron 16;9 “Os Meus Olhos Buscarão os fiéis da terra, para que se assentem Comigo...” Sal 101;6

Ele não se torna nossa propriedade; antes, todos nós somos Seus, bem como, as demais coisas criadas; “Porque Meu é todo animal da selva, o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; Minhas são todas as feras do campo. Se Eu Tivesse fome, não te Diria; Meu é o mundo e toda sua plenitude.” Sal 50;10 a 12

Em caso de disputa, não contaria a força do braço; tampouco, o número de litigantes desse lado, ou, daquele; Ele mesmo É O Juiz, e Arbitra, onde está Sua Aprovação.

Quando Datã, Abirão e Coré se levantaram, junto com suas famílias, contra a liderança de Moisés e Aarão, escolhas do Eterno, Moisés, embora fosse muito mais numeroso o povo que permanecera com ele, não pelejou; antes, entregou o pleito ao Senhor, dizendo: “... Amanhã pela manhã O Senhor fará saber quem é Seu; quem é o santo que Ele Fará chegar a Si; aquele a quem Escolher Fará chegar a Si.” Núm 16;5

Os conhecedores das Escrituras sabem que, todos os sediciosos foram engolidos vivos pela Terra; colossal sinal de Ira Divina contra os rebeldes.

Em períodos eleitorais, todos se dizem pertencentes a Deus. Haddad e Manuela Dávila, comunistas ateus, “comungaram” em Aparecida; Lula, devoto de Zé Pilintra, disse que não precisa esses intermediários pobres, tipo padres e pastores; ele mesmo entra em seu quarto e se entende com Deus.

Ardilosamente, pois, todo mundo é devoto; digo, faz qualquer coisa que acredita que dê votos. Se puder arranjar alguns mais, de eventuais incautos favoráveis à ideia, a coisa está valendo, pensam.

Pois, uma vez mais, poderemos dizer como Moisés: “... O Senhor Fará saber quem é Seu; quem é o santo que Ele Fará chegar a Si...”

Bolsonaro, com todas suas imperfeições, não é um falsário que entra em igrejas em períodos eleitorais apenas. Frequentemente está entre o povo cristão, orando e recebendo orações em qualquer tempo. Sua esposa, Michele, prega A Palavra, inclusive. Seu lema que honra a Deus vem desde a eleição passada: “Brasil acima de tudo; Deus acima de todos.” Assim, pode ter suas imperfeições, mas não é um oportunista sem caráter.

Se, no caso dos deuses mortos, o velho Mica teve que calar e deixar prevalecer a maior força humana, em se tratando do Todo Poderoso, O Deus Vivo, toda a força do sistema corrupto inclinada e servil diante do corrupto mor, não basta.

Quando O Eterno Quis, Usou um homem apenas, Moisés, e humilhou o maior império da época; o de Faraó. Com trezentos sob liderança de Gideão venceu inumeráveis midianitas.

Assim, achando um que agrade aos Seus Olhos, faz esse valer por milhares; reclamou certa vez, pelo lapso desse valoroso solitário; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante Mim por esta terra, para que Eu não a Destruísse; porém a ninguém Achei.” Ez 22;30

No caso de nossa política, tão suja e desonesta, no espaço de algumas décadas, Ele Achou um honesto; Jair Bolsonaro. Agora já não está só; O Criador Fez um exército de Cristãos lutarem ao lado dele.

Então, que mostrem sua força os danitas, façam calar as falas que os incomodam, como têm feito tanto. Quando O Eterno Soar Sua Voz, não será algo vil como as canetadas dos tiranos travestidos de juristas; nem como as sujas calúnias dos escribas do monturo disfarçados de jornalistas;

“Por muito tempo Me Calei; Estive em silêncio, Me Contive; mas agora Darei gritos como a que está de parto...” Is 42;21
“A Voz do Senhor separa labaredas do fogo. A Voz do Senhor Faz tremer o deserto...” Sal 29;7 e 8 “Então os olhos dos cegos serão abertos, os ouvidos dos surdos se abrirão.” Is 35;5

sábado, 15 de outubro de 2022

Medo da Água


“Pois Eu vos digo que, a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado.” Luc 19;26

À lupa de uma humana análise soaria injusto; dar ao que já tem algo, e privar ao que não tem, de seu pouquinho. Na contramão do “socialismo”, que prega retirar bens dos empreendedores, dos que trabalham, e ratear com vagabundos avessos ao labor, em nome da “inclusão social”. Ao que trabalhara e multiplicara seus talentos, O Senhor daria também o talento inerte, do preguiçoso que, se recusara trabalhar com ele.

Os que se excluem por índole, do processo de produção, deveriam ser incluídos pela predileção ideológica, no usufruto dos produtos? O Estado patrocinaria a vadiagem e penalizaria o empreendedorismo, o labor? Qual motivo para se trabalhar, num cenário assim? A falência econômica dos “paraísos socialistas” pretéritos testifica das consequências dessa visão, moralmente deformada.

Apontar uma injustiça aqui, outra acolá, do capitalismo é fácil; não é perfeito; apenas, mais próximo da justiça que o oponente. Na verdade, acho que, mais que capitalista, o liberalismo econômico é meritocrata; isto é: Costuma premiar quem merece, pelos esforços, trabalho, iniciativa.

Do seu ponto-de-vista, dos mega capitalistas que fomentam o socialismo, visando chinalizar o globo inteiro, a coisa deve ser feita mesmo; o povo baixaria a cabeça, abdicaria de direitos, liberdades e se submeteria ao Estado/deus e para ele trabalharia.

Então, patrocinam todo tipo de vandalismos, perversões morais, violações de direitos, visando “desconstruir” o mundo atual, para, sob seu tacão e valores implementarem o “Reset Global”, (reinicialização do mundo) submisso a eles; sem os valores do cristianismo que tanto os incomoda.

Para isso, o socialismo tem funcionado muito bem; afinal, não labora para melhorarmos, nem poderia, com suas ferramentas destruidoras; antes, é para falirmos, no prisma econômico, educacional e dos valores.

Esse sistema, enriquece meia dúzia, líderes, (que nem precisam mais dinheiro, mas o amam) e empobrece o gado; destrói as estruturas de toda sociedade, por onde ele passa; exemplos sobejam, para quem, ainda não convertido em idiota útil, consegue somar, dois mais dois.

O colapso econômico da Europa, decadência dos Estados Unidos, certa proeminência incipiente, ainda em “stand by”, da Rússia e da China, eventuais protagonistas do globalismo comunista, mostram quão avançado o plano está.

No aspecto religioso, o fantoche deles, o Papa Chico faz com louvores seu trabalho de destruição. 

Imaginemos que a água tenha sido criada para matar a sede. Tenha sido usada assim, durante toda a história humana.

De repente, sem nenhuma razão plausível, se decreta que whisky, cachaça, cerveja, etanol, arsênico... podem e devem ser misturados à ela; todos devem beber da mistura, sob pena de serem acusados de radicais, fundamentalistas, misturofóbicos, proponentes do discurso do ódio.

O ecumenismo forjado pelo comunista argentino apelidado de Papa Francisco; todos os credos, por discrepantes que sejam, devem ser considerados igualmente válidos; no fundo, o objetivo do líder obscuro dessa porcaria toda, é estragar a pureza da água. É essa que o devora. Assim todos dessa “arca de Noé” rebanho de desiguais, devem concordar em não discordar.

O Salvador ensinou: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a Água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14 Qual dos demais credos “válidos” traz uma promessa semelhante? Falicismo? Islamismo? Pajelança? Hinduísmo? Espiritismo? Budismo...?

Todos buscam a Deus, cada um à sua maneira, defende o Papa; a única maneira possível, segue solene, sóbria, imutável: “... Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

Jesus Cristo não Deu Sua Vida Preciosa para validar predileções humanas; antes, deixou claro que Falava com mortos espirituais, e condicionou a migração do cemitério para a luz, a darmos ouvidos À Palavra Dele; “Na verdade, na verdade vos Digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me Enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos Digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

Socorrer aos mais pobres é mandamento; mas, deve ser iniciativa de cada um, usando suas posses, não dividindo às alheias. Direito à propriedade é sagrado; “Não furtarás.”

Invés de ficar devaneando e julgando a Justiça Divina com a lupa de Marx, que tal aprender na escola de Abraão? “Longe de Ti que Faças tal coisa; Mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de Ti. Não Faria justiça o Juiz de toda Terra?” Gn 18;25

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Judas em nós


“Começaram a perguntar entre si qual deles seria o que havia de fazer isto.” Luc 22;23

Cristo revelara que um dentre os discípulos, O trairia. Sabendo que O Senhor sempre tinha total segurança do que Dizia, não ousaram duvidar. Antes, duvidaram de si próprios.

Até quem não tinha nenhuma intenção de trair O Mestre, no tremor das suas inseguranças questionava? “Por acaso serei eu?” O que sabia que era consigo, para efeito de manter as aparências, dar uma de desentendido, também fez a mesma pergunta: “Respondendo Judas, o que O traía, disse: Porventura sou eu, Rabi? Ele disse: Tu o disseste.” Mat 26;25

Embora tendo ouvido, eles não entenderam a denúncia clara do Salvador. Como se algo deixasse seus raciocínios lentos.

Como seria se, O Senhor apontasse abertamente o traidor? Teriam os demais discípulos, mantido a calma? Continuariam comendo a Páscoa? O precipitado Pedro seria o primeiro a “malhar Judas”.

Ao Senhor bastava falar com o próprio traidor; de modo que ele entendesse. Enquanto cada um revisava seus motivos, receoso, ao peso do, “Acaso serei eu?” O que era fora revelado e convidado a se retirar; pois, havia instruções preciosas que O Senhor reservara aos Seus chegados.

Se alguém pensa que O Santo tem coisas íntimas para revelar aos traidores se engana; “Certamente o Senhor Deus não Fará coisa alguma, sem ter revelado Seu Segredo aos Seus servos, os profetas.” Amós 3;7 “O Segredo do Senhor é com aqueles que o temem; Ele lhes Mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14 Aos pérfidos, basta ter reveladas suas perfídias.

Então, a Judas ordenou que fizesse de uma vez, a nojeira que pretendia; não por pressa de ser traído; mas, para ter o ambiente sadio, e revelar Seu Segredo aos íntimos. “... O que fazes, faze-o depressa. Nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que propósito lhe dissera isto. Porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa; ou que desse alguma coisa aos pobres. Tendo Judas tomado o bocado, saiu logo. E era já noite.” Jo 13;27 a 30

Oxigenado o lugar, o foco mudou; invés de temer à morte que se aproximava, O Salvador Falou como Quem Via as consequências dela; “Tendo ele, pois, saído, disse Jesus: Agora é glorificado o Filho do homem e Deus É Glorificado Nele.” v 31

Enquanto o traidor errava por vielas escuras sob o conveniente manto da noite, em busca dos compradores de sua alma barata, O Mestre ensinava preciosas lições aos demais. O novo mandamento; v 34

A certeza de ir preparar lugar para os salvos; Cap 14;2 A promessa de enviar O Consolador; v 26 o ensino sobre A Videira Verdadeira; cap 15;1 ss Advertiu sobre perseguições que os discípulos sofreriam; o ódio do mundo; vs 18, 19 ss etc.

Traidores se dão melhor no escuro, como foi o caso de Judas; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Paulo também usou essa figura: “A noite é passada, o dia é chegado. Rejeitemos as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz.” Rom 13;12

Tomemos as coisas espirituais por espirituais, como disse o mesmo apóstolo. A noite que ele aborda é da alma; de quem age precisando da cumplicidade do escuro; ocultar feitos.

Os salvos são desafiados a andar de “dia”, mesmo à noite: “Esta é a mensagem que Dele ouvimos e vos anunciamos: que Deus É Luz; não há nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos; não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;5 a 7

Quem reconciliou com Deus, faz bem em suspeitar de si mesmo; de que em algum momento esteja traindo ao Senhor. Embora tenhamos nascido de novo, da Água (Palavra) e do Espírito (Santo), ainda somos carne, e “a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois, não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Então, uma série de revelações só foram entregues após o afastamento do traidor, nós depois que reconhecemos e abandonamos nossas falhas, teremos restaurada a comunhão, e poderemos conhecer O Segredo do Senhor.

Facilmente identificamos nossas traições; basta lembrar atos do escuro. “Quer saber se os conselhos da noite são bons? Pratique-os durante o dia.” Zeferino Rossa

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

O pastor de si


“O coração entendido buscará conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Prov 15;14

A sabedoria pode ser dividida em dois compartimentos; princípio e contingente. Por exemplo: “O temor do Senhor é o princípio da Sabedoria”; Prov 1;6 Quem teme ao Senhor é “sábio”, no princípio; O Senhor É A Sabedoria. Fonte d’onde mana todo saber.

“Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio...” Prov 9;9 Trata-se outra vez, do sábio pelo princípio, não pela sabedoria; senão, não precisaria instrução.

Nosso “entendido” do início, entende, sobretudo, suas necessidades de saber. Por isso, invés de outra empresa qualquer, investe na busca de conhecimento. Paulo orou pelos efésios, “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da glória, vos Dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” Ef 1;17 e 18 A fé não é cega; A Palavra de Deus sempre desafia quem crê a buscar entender o teor daquilo em que acredita.

E, ser relapso nisso pode custar as vidas dos descuidados; “O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento...” Os 4;6 “Porque Eu Quero a misericórdia, não, sacrifício; conhecimento de Deus, mais que holocaustos.” Os 6;6

O Salvador desafiou: “Ide e aprendei o que significa: Misericórdia Quero, não sacrifício. Porque não Vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.” Mat 9;13

“Todos os homens bons que conheci,
- disse Spurgeon - estavam descontentes consigo mesmos; inquietos em busca de algo que lhes fizesse melhores.”

Os maus tendem a estar satisfeitos por serem como são; “obras acabadas” tanto que, se sentem aptos a cuidarem de si mesmos desde as fontes das suas tolices; “a boca dos tolos se pascentará de estultícia.”

“... se apascentará”;
o corpo, exposto a determinado período privado de alimentos entrará num processo deletério chamado autofagia, onde se consumirá para “se alimentar”. As almas dos que acham que bastam a si mesmos, de certa forma também vivem sua “autofagia”, onde suas tolices viram alimento, com o qual, “apascentam a si mesmas.”

Tentemos anunciar Jesus Cristo a um desses; presto reduzirá O Príncipe da Vida, a mera religião; postulará seu direito de ter também a dele; por fim, concluirá que todas são iguais. Ele “não precisa” ouvir nada do que temos a dizer.

“Tens visto o homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.” Prov 26;12 No tolo pode surgir uma faísca que acenda o desejo de aprender; investindo alguém nisso, poderá vir a ser iluminado; enquanto o presunçoso que acredita saber o necessário, baterá a porta na cara de qualquer tentativa de abrir seus olhos.

Mesmo o domínio de alguns aspectos da ciência pode ser um fogo fátuo a arder no sepulcro da vaidade humana, ao ponto de descartar as coisas que ainda desconhece; quase todos os ateus que conheci eram pessoas cultas. Como advertiu Blaise Pascal: "Um pouco de ciência afasta ao homem de Deus; um muito de ciência, o aproxima.”

O “entendido” tem seus lapsos no profundo; no coração. “O coração entendido buscará conhecimento...” Quanto mais sabemos, mais cientes ficamos de nossa ignorância. Quem adotou a sabedoria como princípio, sofrerá a falta dela; sempre sentirá sede de mais. Embora o aumento nisso traga efeitos colaterais pesados, (Porque na muita sabedoria há muito enfado; o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor. Ecl 1;18) pelo prazer dos ganhos, sofrerá de bom grado as perdas necessárias.

O tolo trata as coisas na superfície, não, no coração; “... a boca dos tolos se apascentará...” ao tal, basta ter suas “defesas” na ponta da língua; sairá vendendo seu peixe, orgulhoso de sua mente cauterizada.

Cristo debateu com alguns assim: “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Infelizmente, há muitos com coroas de latão posando de reis no império das palavras, que erram como mendigos na sarjeta, nas avenidas das virtudes. Tolos apascentando a si mesmos com enganos.

A sabedoria os busca, clamando: “Entendei, ó simples, a prudência; vós, insensatos, entendei de coração. Ouvi, porque falarei coisas excelentes; meus lábios se abrirão para a equidade. Porque a minha boca proferirá a verdade; meus lábios abominam a impiedade.” Prov 8;5 a 8

Ela tem dois “problemas;” ilumina e desafia a andar na luz. Contudo, “todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

O tolo não anseia cura, (está vendendo saúde) só deseja aprovação. Apascenta a si mesmo, porque recusa ser apascentado pelo Bom Pastor.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

O Rosto de Deus


“... porque escondes de nós o Teu Tosto, nos fazes derreter, por causa das nossas iniquidades.” Is 64;7

Deus esconder Seu Rosto é figura de linguagem; Ele É Espírito. A forma do Sumo Sacerdote abençoar o povo também mencionava Seu Rosto: “... Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes: O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor Faça Resplandecer Seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti Levante Seu rosto e te dê a paz.” Nm 6;23 a 26

Rosto voltado significava bênção, proteção, no caso Divino; e obediência, submissão, no nosso caso; estando nossos rostos voltados a Ele.
Ele mesmo Reclamou certa vez: “Viraram-me as costas, não o rosto; ainda que Eu os ensinava, madrugando e ensinando-os; contudo, não deram ouvidos, para receberem o ensino.” Jr 32;33

Intentando julgar aos rebeldes O Eterno usou a mesma figura; “Com vento oriental os espalharei diante do inimigo; mostrar-lhes-ei as costas, não o rosto, no dia da sua perdição.” Jr 18;17

Quando nossos pecados pesaram sobre Cristo, O Eterno Teve que virar as costas por um momento, algo que O Próprio Salvador Sentiu: “Perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é: Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Mat 27;46 Porque nossos pecados O Faziam virar o Rosto.

“... porque escondes de nós o teu rosto, nos fazes derreter, por causa das nossas iniquidades.” Um juízo. Deus esconde Seu Rosto por causa das nossas faltas; mais ou menos o que Isaías disse noutra parte: “A Mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado Seu Ouvido, para não poder ouvir. Mas vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;1 e 2

Habacuque observou: “Tu És tão Puro de Olhos, que não Podes ver o mal; a opressão não Podes contemplar...” Hc 1;13

O Eterno Quer Ser Conhecido pelo que É, não por alguma forma que apelaria aos olhos, mais que ao coração. Filipe pediu para ver O Pai; Jesus o desafiou a olhar para Ele; “Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem vê a Mim vê O Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Jo 14;9

Na Epístola aos Hebreus, temos mais detalhes; “... Falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a Quem Constituiu herdeiro de tudo, por Quem Fez também o mundo. O Qual, sendo o resplendor da Sua Glória, Expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1;1 a 3

A Palavra é totalmente omissa sobre os traços físicos de Jesus; razoável supormos que se parecia com os judeus, pois, veio com um deles. Isso eliminaria ao “Jesus” de Hollywood de olhos claros e traços europeus.

Quando A Palavra O descreve como “feio” (não tinha beleza nem formosura; olhando nós para Ele, não havia boa aparência Nele, para que O desejássemos.” Is 53;2) não se refere necessariamente aos aspectos físicos do Senhor;

antes, à reversão de expectativa que Sua Vinda causaria; invés de um Rei Poderoso, num garboso corcel branco, liderando um exército pra expulsar os intrusos romanos, um simples carpinteiro, perdoador de romanos, prostitutas e publicanos, que, invés de vingança por meios belicosos, ensinava orar pelos inimigos; um “peão” andarilho, que, no apogeu de Sua popularidade entrou na Capital num jerico emprestado; para as expectativas dos judeus, soava “feio” demais.

Entretanto, fora exatamente assim que as Escrituras O anunciaram; “Dizei à filha de Sião: Eis que teu Rei aí vem! Manso, assentado sobre uma jumenta, sobre um jumentinho, filho de animal de carga.” Mat 21;5

A beleza nos domínios do Espírito não tem, necessariamente, ligação com os conceitos físicos; “Dai ao Senhor a glória devida ao Seu Nome, adorai O Senhor na beleza da santidade.” Sal 29;2

“Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.” Sal 19;8 e 9

Essas nuances do “Rosto de Deus” têm belezas que apenas homens espirituais conseguem ver.

Nenhum do nós poderia, num corpo carnal encarar A Face do Eterno; nossos pleitos junto a Ele, devem ser mediados pelo Filho do Homem; “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo Céu, para agora comparecer por nós perante a Face de Deus;” Heb 9;24

As retinas que terão privilégio de ver O Eterno treinam agora separando-se tudo que Ele abomina; “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual, ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

deuses mortos


“Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão...” Jr 10;11

Qual seria a culpa deles, para serem banidos? Embora seja vasta a diversidade desses, todos são meros desdobramentos da sugestão maligna, que o ser humano autônomo seria “como Deus”, apto a decidir o bem e o mal.

Daí, pareceu bem “suprir” a lacuna de relacionamento com O Eterno, criando uns simulacros, derivados da humana imaginação, atribuindo aos mesmos, qualidades Divinas; malgrado, não passassem de fantoches inertes. “Têm boca, mas não falam; olhos, mas não veem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.” Sal 115;5 a 7

Sempre que a imaginação perversa tenta substituir ou suplementar À Palavra de Deus, surge um ídolo usurpando o lugar do Senhor; deuses falsos não precisam ser, necessariamente, esculpidos; invés de dar forma à matéria morta, a imaginação doentia e pervertida devaneia grandezas desde a alma morta.

“As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre...” Deut 29;29

Não há um vácuo onde a desobediência humana consiga exercitar-se sem acrescentar à temeridade, profanação. A Divina revelação veio plena, completa; “Visto como Seu Divino Poder nos deu tudo que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento Daquele que nos chamou pela Sua Glória e Virtude;” II Ped 1;3

Qualquer proposição válida, no prisma espiritual, derivará necessariamente, da Palavra de Deus; as inválidas e profanas colidirão com os Ensinos Sagrados.

Quando ouço alguém, mesmo munido das melhores intenções, esposando conselhos tipo: “Confie em você mesmo; seja você mesmo!” Imediatamente, fervilham porções da Palavra contrariando. “Negue a si mesmo” ensinou O Mestre; “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos teus caminhos; Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6 Disse Salomão; “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5 “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta Ao Senhor...” Is 55;7 etc.

Como vimos, o “seja você mesmo”, “Permita-se” arrosta À Santa Palavra inúmeras vezes. Embora esses ídolos tenham consigo o fôlego de vida herdado do Eterno, a rigor são como os esculpidos; 

seus ouvidos ouvem, mas não escutam o que deveriam; seus pés andam, mas recusam a trilhar pelo caminho estreito; mãos apalpam mas, não tocam nas Vestes de Cristo; os olhos veem, mas reféns das vontades enfermas, fingem não ver o que está patente; as narinas cheiram, todavia, evitam o “Bom Cheiro de Cristo”; as bocas falam, porém, não comunicam vida; acrescentam pecado a pecado; neles cumpre-se a maldição: “A eles (aos ídolos) se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos que neles confiam.” Sal 115;8

Sobre os que veem e fingem não ver, umas considerações mais; mesmo as Obras criadas evidenciando claramente os Atributos Divinos, bancam os desentendidos; agradecem as dádivas recebidas, ao “Universo”, não ao Senhor; “... do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; pois, tendo conhecido Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças...” Rom 1;18 a 21

Pode ser mais fácil, menos responsabilizador, “cultuar” ao Universo. Mas, também esse foi criado. “... honraram e serviram mais a criatura do que O Criador...” Rom 1;25

Quem tem olhos e ouvidos espirituais, ouve “gritos” exaltando O Eterno; “Os céus declaram a Glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro, e uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala; mas, onde não se ouve sua voz? A sua linha se estende por toda terra, suas palavras até ao fim do mundo...” Sal 19;1 a 4

Spurgeon comentando isso disse mais ou menos o seguinte: “Aquele que, após contemplar a magia intangível das constelações, o sol e a lua com suas rotas propositais e majestosas, os planetas com suas órbitas bem ordenadas, enfim, toda ordem esplêndida dos céus, ainda se diz ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso.”

O “ateu” é um deus/servo, adorador de si mesmo; coloca suas pretensões esfarrapadas acima do Altíssimo. “Aquietai-vos, e sabei que Eu Sou Deus; Serei Exaltado entre os gentios; Serei Exaltado sobre a terra.” Sal 46;10

domingo, 9 de outubro de 2022

Teatro da morte


“Portanto assim diz o Senhor Deus: Como tendes falado vaidade, e visto a mentira, Eu sou contra vós, diz O Senhor Deus.” Ez 13;8

Um profeta veraz invés de ter O Eterno como adversário, O tem como fonte; “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou O Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 3;8

A rebeldia nos faz adversários, de quem nunca poderemos vencer. “Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

Um profeta idôneo pode atuar contra tudo e contra todos, exceto, O Senhor. Vejamos a comissão de Jeremias: “Porque hoje te ponho por cidade forte, coluna de ferro, muros de bronze, contra toda a terra, contra os reis de Judá, contra seus príncipes, contra seus sacerdotes, e o povo da terra.” Jr 1;18

Em momentos de efervescência social como agora, período eleitoral, pipocam “profetas” de todo tipo prometendo isso ou aquilo em Nome do Senhor; até da oposição. Ora, numa perspectiva dual como a que temos, todos têm 50% de chance de acerto mesmo falando por conta e risco. Com todos os holofotes que a facilidade tecnológica enseja, astrólogos e videntes também buscam seu ouro de tolos, nas fartas minas da credulidade incauta, que costuma incensar charlatães como se fossem iluminados.

A pretensão de poder, por posar de íntimo das divindades sempre grassou no meio do povo. Falsos profetas são uma praga muito antiga. Elias, Servo do Senhor lutou com algumas centenas deles, somando os de Baal e os de Aserá. A queda humana, aliás, derivou de ter a mulher dado crédito ao falso profeta mor, depois, induzido o homem, ao mesmo.

Infelizmente a “tela” do alheio olhar soa como um convite ao teatro, à representação de estilo, caras, bocas e saberes, onde os hipócritas, ops, atores, visam desempenhar o melhor que podem. Mário Quintana dizia que, o único comportamento não afetado num concorrido salão social era o do gato que dormia sobre o tapete. Ou, alguém acredita mesmo, que a realidade se veste como as pessoas a exibem nos “realitys shows” da vida?? Nos de sobrevivência, o sujeito come um gafanhoto, depois de quatro dias sem comer nada, olha para as câmeras e reporta: “Já sinto minhas energias voltando.” Cáspita!!

A realidade costuma trabalhar no íntimo, desafiando-nos mediante a consciência, a não agirmos de modo temerário, nem falso. A Adoração aceitável a Deus, por exemplo, não está associada a uma pompa ritual, um endereço, ou aprovação coletiva; antes, a valores internos que devemos preservar; “Deus é Espírito; importa que os que O adoram, adorem em espírito e verdade.” Jo 4;24

Embora todos saibamos, como disse Pedro, que importa, antes, agradar a Deus que aos homens, mesmo dos púlpitos, muitos conservam o “talento” teatral, coisa que Spurgeon desaconselhou: “Preocupe-se mais com a pessoa para a qual olhas, - disse - que com o seu jeito de olhar.”

Pois, a primeira vítima de um falso profeta é ele mesmo. Precisa ver desfeitas suas barreiras internas, forjar sofismas que “justifiquem” suas defesas do indefensável, caprichar nas alegorias verbais para que possa pintar à morte com as cores da vida.

Minhas aprovações ou reprovações, incidem primeiro sobre minha própria vida, antes de comunicarem com outras. “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14;22

Aliás, estarmos cientes disso, da incidência de nossas aprovações é já um passo importante para não nos atrevermos onde não fomos chamados. Claro que há os “profissionais”, os que exercem o “ofício” há tanto, que as próprias consciências cauterizaram já; a única voz interior que ouvem respeita a como produzir o efeito desejado, sem considerar as causas, nem os porquês.

Via de regra, o efeito anelado por esses é a aprovação humana, a aceitação da maioria; alinham-se a favor dos ventos da vez, a despeito das consequências que isso possa trazer no prisma eterno.

“Porventura Minha Palavra não é como fogo, diz o Senhor, como um martelo que esmiúça a pedra? Portanto, eis que Sou contra os profetas, diz O Senhor, que furtam Minhas Palavras, cada um ao seu próximo.” Jr 23;29 e 30

Outra vez, Deus contra; como vencer? “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4

Quem não ousa renunciar-se acaba negando Deus. Tentar compensar a falta de comunhão, santificação, com exibições de poder, falsa intimidade, é só uma forma espetaculosa de trair a si mesmo. Negar de outra forma, tentando imputar vida, ao morto.

A perplexidade celeste pergunta a esses: “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24;5

sábado, 8 de outubro de 2022

Tempos trabalhosos


“... apedrejaram a Paulo e arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto. Mas, rodeando-o os discípulos, levantou-se e entrou na cidade; no dia seguinte saiu com Barnabé para Derbe. Tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia.” Atos 14;19 a 21

Paulo e Barnabé foram usados por Deus para a curar um coxo; os nativos os quiseram tratar como deuses; eles recusaram veementes, se dizendo homens comuns, e anunciaram ao Deus Vivo.

Contida a turba, chegaram os judeus invejosos, perseguidores, todos atiçando à multidão contra Paulo; então apedrejaram-no até a morte.

Paulo era acompanhado por Barnabé, discípulos, e possivelmente, Lucas. Apenas ele era o alvo do ódio. O fato de ter sido fariseu zeloso, perseguidor dos cristãos, depois, ter se tornado um servo de Cristo, incomodava muito aos que tinham mais zelo que entendimento.

O que chama atenção é que, após ter sido descartado fora da cidade como morto, seus discípulos o buscaram, ele despertou, tratou das feridas e seguiu para cidades vizinhas pregando o Evangelho, como se, ter passado por um apedrejamento fosse o mesmo que sentir uma indisposição.

Até em algo tão grave assim, ele podia dizer com verdade, “... uma coisa faço, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Fp 3;13 e 14

Quantas vezes ficamos reféns das maldades alheias, dando a elas uma prorrogação de vigência que nem os malfeitores pensavam. Nos decepcionamos pontualmente com uma pessoa, situação, atitude, e abandonamos à fé, como se, o fato de crermos devesse nos guindar a um patamar mui acima das lutas. Suicida ingenuidade!

Acabamos potencializando a maldade alheia, muito mais que ela poderia por suas próprias forças. Tal, até forjou um parco motor, nós oferecemos combustível aditivado pelos nossos ressentimentos, e deixamos a coisa andar indefinidamente, quando já deveria ter sido descartada no monturo, como fez Paulo.

Claro que exercitar-se teoricamente é mais fácil que viver. Porém, O Salvador advertiu que seria assim. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Paulo considerou uma concessão, uma honra, sofrer por Cristo; “Porque vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele, tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.” Fp 1;29 e 30

Pedro qualificou o sofrimento aceitável; “Que nenhum de vós padeça como homicida, ladrão, malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte.” I Ped 4;15 e 16

Paulo era odiado de paixão, perseguido, por ter deixado a religiosidade hipócrita, vazia, e entregado sua vida a serviço do Senhor que regenera e transforma o pecador. Quem vive isso sabe como é; quem está fora, não entende.
Como cães que se sentem ameaçados ante o estranho, atacam ao que desconhecem, depreciam o que ignoram.

Somos apedrejados diuturnamente por calúnias de toda espécie; a inversão de valores que grassa, atualmente, propõe uma espécie de conversão ao avesso; invés de ser lógica e trivial a soma de dois mais dois, ou corriqueiro saber qual a estação das flores, agora há uma relativização de tudo. As coisas deixaram de ser o que são, para cada uma se tornar o que quiser. “Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” Sal 11;3

São necessários enfrentamentos titânicos para a afirmação do óbvio.

Quem resiste ao que a agenda mundana propõe acaba acusado pelos “crimes” de fundamentalismo, radicalismo, fobia disso, daquilo.

Assim, os “tempos trabalhosos” demandam de nós uma têmpera e resiliência que não comportam melindres infantis, excesso de amor-próprio, em pleno combate. Vivemos numa sociedade podre, que finge se escandalizar com palavras, conforme seu interesse, enquanto patrocina toda devassidão, quando a vida desfila “normal” sem nenhum desafeto a atingir.

A Palavra de Deus ensina que fomos tirados do lodo e firmados na Rocha. O fabuloso mundo novo em gestação tenta atribuir propriedades medicinais à lama, enquanto rotula à Rocha, como inconveniente pedra no caminho.

A “conversão” que tentam nos impor, demandaria renunciar Essa e nos esbaldarmos na lama.

O que cada um é assoma pelo que escolhe. Somos novas criaturas em Cristo. “A moral da ovelha é comer grama; a do lobo, comer ovelhas.” Anatole France