domingo, 14 de fevereiro de 2021

O Big Father


“Se eu pecar, tu me observas...” Jó 10;14

Há um conto entre os Sufis, nômades do oriente médio sobre um pai que tinha doze filhos; preferia um dos mais novos porque tinha um diferencial espiritual em relação aos demais; era invejado por eles; o próprio pai, às vezes era desprezado por manifestar essa preferência.

Um dia o pai resolveu testá-los. Chamou os doze, deu a cada um uma pequena ave ordenou que saíssem e matassem a mesma onde ninguém pudesse ver, depois voltassem para ter com ele. Saíram cada um para um rumo; em pouco tempo voltaram com a missão cumprida, exceto um; o jovem preferido pelo Pai que voltou com sua ave viva.

Questionado por que não fizera como fora ordenado disse ser impossível. Não encontrei lugar nenhum onde pudesse matá-la sem que os Olhos de Deus vissem. 

Então os outros irmãos entenderam em quê, residia a diferença entre eles. Isso não os fez considerar a Onipresença Divina, nem a sagacidade espiritual do irmão; antes, aumentou-lhes a inveja.

Qualquer semelhança com Jacó e seus filhos, sobretudo, José, possivelmente não seja coincidência; uma vez que sua reverência especial pelo pai derivada do Temor de Deus é fato bíblico; essas coisas transmitidas oralmente entre gerações de nômades acabam sofrendo pequenas viações de narrativa; embora, o fundo moral e espiritual permaneça.

Qualquer um, pois, que tiver essa ciência fatalmente dirá com Jó: “Se eu pecar tu me observas...”

Quando nossas atitudes ainda dependem da aprovação humana, ou de serem ocultas pra não terem reprovação, “amaram mais as trevas que a luz porque suas obras eram más...” ainda estamos longe de ter aprendido a sentença aquela de que importa mais obedecer a Deus que aos homens.

Perante Ele, “todas as coisas estão nuas e patentes...” O pecado, dado o Ser a Quem ofende é algo tão grande que não se pode ocultar; felizmente Ele proveu o “Sabão dos Lavandeiros” em favor dos que se arrependem, O Sangue de Cristo; o perdão.

O ministério planejado pelo Eterno para Seus filhos, uma vez alcançada sua plenitude pretende isso; o conhecimento pessoal de Deus; “Porque esta é a Aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo; não ensinará cada um a seu próximo, ou seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos Me conhecerão, Desde o menor deles até ao maior.” Heb 8;10 e 11

Quem alcançou uma consciência viva no Espírito não carece instruções externas, uma vez que O Mestre reside em si e consigo fala.

Isso, no estágio de perfeição espiritual, coisa para qual, nos falta muito aprendizado ainda. Escolher o que se deseja ouvir; ou, ouvir com preguiça o que Deus, mediante Seus servos nos quer ensinar, são vícios que têm forjado meninos velhos onde deveriam habitar homens perfeitos.

“Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça; é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;12 a 14 A maturidade enseja discernimento.

Portanto, o projeto onde o ensino sobre conhecimento de Deus não será mais necessário está longe de ser concluído; por ora, ensinadores que Ele capacitou e escolheu têm muito trabalho ainda; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

Agora, o realce é sobre discernir heresias mortais, os ventos de doutrinas, que serão impotentes contra os que se revestiram de Cristo e Nele cresceram.

Ao neófito a Onipresença Divina soa como ameaça; o homem maduro folga nela; pois, muitas vezes as aparências podem estar contra nós; a certeza da Divina presença que vê as coisas como são, conhece os motivos, exime-nos de maiores explicações; basta o silêncio da consciência.

Assim, se pecarmos Deus nos observa; se formos inocentes observa também, e absolve com aprovação do Seu Espírito.

As perguntas de Davi: “Pra onde fugirei do Teu Espírito, ou onde me esconderei de Tua Face”, seguem sem respostas. Contudo, não precisamos matar ao ser alado que Deus quer vivo.

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