quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Os nossos testemunhos


“Contudo, não deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e alegria vossos corações.” Atos 14;17

Interessante a leitura; chuvas e tempos frutíferos, cujo efeito era suprimento da vida com alegria, eram testemunhos de Deus sobre Si mesmo. O Salvador ensinara que essas coisas incidem sobre justos e injustos; apontando a universalidade do Amor Divino.

Noutra parte, se evocou à criação toda, com mesmo fim; fazer conhecido O Criador. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem; claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;19 e 20

Paráfrases do que dissera Davi: “A lei do Senhor é perfeita, refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos, alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, ilumina os olhos.” Sal 19;7 e 8 Refrigério, fidelidade, sabedoria, retidão, alegria, pureza e luz; bens derivando dos Preceitos do Senhor.

Se, para efeito de Seu testemunho O Eterno permite que se evoque Seus feitos, para testificar de nosso novo nascimento e filiação espiritual, não são nossas obras realçadas; se fossem estragariam tudo.

Como, “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele...” (Jesus Cristo) é nossa identificação com o que Ele Fez por nós que evidencia nossa salvação; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Um viver que honre ao Salvador, testifica que fruímos Sua eficácia. “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;14 a 16

A Doutrina de Cristo é a Luz que ilumina à vereda da salvação, para recebê-la não basta que vejamos o caminho simplesmente; antes, que trilhemos; “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

A prática como “acessório” do conhecimento espiritual fora posta pelo Próprio Senhor; dissera: “... Se vós permanecerdes na Minha palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Esse é o grande “problema” do cristianismo; não existem teoricamente salvos. Não é um patrimônio a ser recebido no intelecto como mera reflexão filosófica; é uma dádiva que deve repousar no coração; desse modo, todo nosso ser e agir acusarão a presença de Cristo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

As testemunhas do Salvador, invés de ter algo a contar, simplesmente, são chamadas a ser; “recebereis virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda Judéia, Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Quando Paulo diz que devemos trazer “Calçados os pés na preparação do Evangelho da paz”, o risco aqui é que se faça uma leitura superficial; como se o texto dissesse, pregação. Não! ele diz, preparação.

Nosso novo modo de vida em Cristo, necessariamente despertará curiosidade de quem nos vir assim; agir bem, como testemunha de Cristo é preparar o caminho, como João Batista; após a preparação, eventualmente a porta se abrirá para a pregação; então, “... estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” I Ped 3;15

Nos tribunais humanos, testemunhas são chamadas para estabelecer a ocorrência dos fatos, ou, conforme o interesse das partes, remontar a vida pregressa dos querelantes;

Os renascidos em Cristo vivem fatos novos; a maldade passada da qual testificam é a própria. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40;2

Se, um dos vetos da Lei era não dar falso testemunho, muito menos na era da Graça, onde nossa responsabilidade aumentou, por ter O Todo Poderoso chegado ainda mais perto de nós.

Spurgeon dizia: “Ninguém é obrigado a se declarar cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Aja com tal, interpreto.

Se, o testemunho do Amor Divino é abrangente, sobre justos e injustos, o da Sua Salvação é mais preciso; demanda andar em espírito mortificando a carne na cruz.

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