domingo, 26 de setembro de 2021

A contenda e seus porquês



“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;2

O Eterno não toma em conta os tempos da ignorância, logo, não condenaria ninguém que pretensamente O servisse, sem dar ciência das causas. “Acaso não faria justiça O Juiz de toda a Terra?”

Quando, enfim, falou com Jó, não explicou cabalmente os motivos da “contenda”; apenas situou-o, sobre a devida distância entre criatura e Criador; por fim, justificou ao arrependido Jó, e o abençoou.

Resta aberta essa questão: Por quê Deus contende com o homem?

Não se trata de uma percepção particular de Jó; O Eterno mesmo dissera, antes do Dilúvio: “... Não contenderá Meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne...” Gn 6;3

O óbice é que o homem “também é carne”; Deus É Espírito; então, a carne atrapalharia que o homem tomasse o rumo desejado; será? O Novo Testamento traz: “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências.” Gál 5;24

O “Negue-se” equivaleria a: Contenda consigo mesmo, mortifique-se em sua natureza má, para não contender mais com Deus. Cristo vos dá poder para tal; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Assim fazendo “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo O Espírito.” Rom 8;1

Daí, a cabal necessidade de regeneração, para andar com Ele; “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

Se, ao frear a contenda, como consequência veio o juízo do Dilúvio, uma conclusão se faz necessária: Ele contende com o homem no intento de salvar, para não precisar julgar. Se, desistisse dessa liça teria desistido de salvar. Bendita contenda!

Diferente das disputas humanas, onde concorrem coisas rasas, emulações, invejas, vaidades, orgulho, etc. A peleja de Deus conosco é para que andemos por caminho reto, vivamos de um modo que Lhe seja aceitável.

Intentar pelejar alguém, contra O Todo Poderoso seria ridículo; “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da Minha Força, e faça paz Comigo; sim, que faça paz Comigo.” Is 27;4 e 5

Notemos que a “Vitória” intentada pelo Santo é nossa reconciliação; “Se apodere da Minha força, (Cristo, O Braço do Senhor) e faça paz Comigo.” Arrependa-se. “Gloria a Deus nas altura, paz na Terra; boa vontade para com os homens.” Luc 2;14 Cantaram os anjos na Sua Vinda.

A luta é, antes de tudo, uma persuasão espiritual; peleja pela nossa obediência mediante Seu Espírito; “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

No Antigo Pacto as diretrizes do Espírito eram dadas através de um líder; eles não seguiram e recrudesceu a luta; “Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

No novo, cada um em particular é chamado à reconciliação através de Cristo, Único Mediador. Claro que, para triunfar com Ele, no âmbito do Espírito, o homem caído e morto careceria de renovo espiritual; então, “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

A peleja nunca foi Vontade Divina; o homem foi criado à Sua Imagem para a comunhão; mas, surgiu um perverso que semeou mentiras e rompeu a amizade que deveria ser eterna. “O ... perverso instiga a contenda, o intrigante separa os maiores amigos.” Pro 16;28

Diz um provérbio que tempos fáceis fazem homens fracos; um Paraíso ao dispor, estava fácil demais. Adão resolveu “apimentar” a relação aceitando a sugestão de desobedecer. Confiou na balela do orgulhoso que queria ser como Deus, invés de confiar Naquele que É; “O orgulhoso de coração levanta contendas, mas o que confia no Senhor prosperará.” Prov 28;25

O complemento do provérbio é que, tempos difíceis fazem homens fortes; esse é o problema; nossa “força” atua contra; temos que negar-nos; quanto mais fracos de presunções e justiça própria estivermos, melhor.

“Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5 Paulo ampliou: “... me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” II Cor 12;9

O pecado do orgulho nos maldiz; vencido esse teremos paz; “Lança fora o escarnecedor, e se irá a contenda...” Prov 22;10

sábado, 25 de setembro de 2021

Rasgando o véu


“Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos; o véu com que todas as nações se cobrem.” Is 25;7

A vinda do Salvador; o contexto imediato aponta para algo que somente Ele poderia fazer, e fez: “Aniquilará a morte para sempre...” v 8

Venceu-a permitindo que ela o “vencesse”; dando-lhe o salário que Ele não merecia, a morte “morreu”; “Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela;” Atos 2;24
Ela só tinha permissão para reter pecadores; “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23 Ao “assalariar” Um Inocente, perdeu seu poder. “Onde está, ó morte, teu aguilhão?” I Cor 15;55

Além de salvar, Veio desnudar, expor a maldade humana, coisa que, os que preferem a cobertura do “véu” não desejam; deixaram claro isso matando Ele. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Mesmo detestando à Luz, o “homo insanus” deseja receber aprovação.

Desde a nefasta “migração” de Adão, da comunhão bendita com O Criador às paragens do medo, refém da culpa, que o ser humano passou a ser um fugitivo.

Não que isso seja possível; “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não Encho os Céus e a Terra? diz o Senhor.” Jr 23;24

Logo, “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao Céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, Tu ali estás também.” Sal 139;7 e 8
Sendo patente o motivo, culpa, está meio confuso o método da “fuga”, dado que a missão é impossível.

O Eterno É Onisciente, “Todas as coisas estão nuas e patentes perante Ele;” Heb 4;13 Todavia, os fugitivos, mesmo sabendo-se alienados Dele, contentam-se com suicida encenação.

Essa doença auto inoculada dos que silenciam às próprias consciências, e parasitam pretensa virtude no cinismo comum dos que se abrigam sob o mesmo véu.

Entre as formas mais requintadas de “fugir” há os que se escondem dentro das igrejas. Invés de, arrependimento e confissão, para o novo nascimento, e aprendizado da sã doutrina, para edificação e santificação, esses orbitam ao “Sol da Justiça” a uma “distância segura”; até ouvem à Santa Palavra, mas, não com a índole submissa dos que se deixam conduzir pelo Bom Pastor.

Alguns pregam, profetizam, cantam; mas, fora do ajuntamento agem como os ímpios; mentem, enganam, maldizem, compactuam com o mal; não passam de sal degenerado, gente que escandaliza; mesmo perto da Rocha Eterna, edificam suas malocas sobre a areia da encenação.

Não são incomodados por um chamamento à conversão, uma vez que já “são convertidos”; tampouco, a lâmpada da consciência consegue lhes aclarar; acostumaram com a auto indulgência, invés de buscarem o Perdão de Cristo. Fiz isso; mas, quem não faz?

A separação desejável perde-se nessa amálgama de cinismo e hipocrisia. O preceito é claro: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;1 e 2

Está sendo forjado um mega esconderijo; um “véu” do tamanho da Terra, chamado, ecumenismo.

Visto de baixo para cima soa democrático, tolerante, inclusivo; da perspectiva celeste não passa de motim; “Por quê se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor, contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.” Sal 2;1 a 3

A pergunta poderia ser reformulada: Sendo impossível se esconder do Eterno, eles tentam por quê?

Porque fazem isso de todo o coração, e “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

Tais pessoas negam a si mesmas de um modo suicida; fingem ser o que não são, e acreditam herdar o que jamais terão. 

As que ousarem se negar por Cristo, já não precisam de véu. “Todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” II Cor 3;18

Deus não massifica; tampouco, Lhe interessam ajuntamentos rasos de humana feitura. Para Ele estamos divididos, não, agregados; em dois grupos bem distintos, aos quais, acoroçoa que deixem patentes suas posições, escolhas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda e quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Árvores retas


“... Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.” Ecl 7;29 (algumas traduções trazem: Invenções)

O fato é que, a retidão criada se perdeu; a pretensa autonomia apregoada pelo “profeta” da queda tem levado o homem a buscar muitas coisas vãs, sem saber o que precisa.

Segundo Salomão, “O fim das coisas é melhor que o começo; o dia da morte melhor que o do nascimento.” Cap 7;1 e 8 Nós, autônomos “conhecedores do bem e do mal”, comemoramos o nascimento, e choramos a morte. Temos mais sangue que luz.

O Eclesiastes é meio filosófico, meio espiritual; considera as agruras que esperam no teatro da vida, e a “missão cumprida” do que, teoricamente viveu bem, segundo Deus; “... Teme a Deus, e guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, até tudo o que está encoberto, seja bom ou mau” Ecl 12;13 e 14

Nesse prisma de ter alcançado reconciliação com Deus, que a morte é melhor que o nascimento; encerra vitoriosamente um vasto período probatório; então, “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos Seus santos.” Sal 116;15

Vulgarmente se barateia a salvação, como se, para tê-la bastasse morrer. O sujeito leva uma vida ímpia, arrogante, promíscua, egoísta, despreza os muitos chamados à salvação; de repente o fio da sua vida se rompe; presto surge um enganar de aluguel: “Está melhor que nós; virou uma estrela; passou a viver com O Senhor;” será?

O Senhor, que admitirá ou não, pessoas no Seu Reino explicou as bases do contrato: “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

Não é uma imposição; antes, escolha arbitrária; “se quiser.” Não é um esvaziamento ascético, oco, como apregoam certas doutrinas; lutar contra pensares “negativos” e encorajar outros, meramente humanos. Ninguém é salvador de si mesmo.

A renúncia requerida é colocar Cristo em meu lugar. Como Ele se pôs em meu lugar, na cruz, É Digno; quem O quer servir, deixe que Ele se coloque em seu lugar nas escolhas. Viva como Ele viveria.

Paulo chamou isso de, ter a “Mente de Cristo.” Isaías vaticinara a necessidade de se cambiar o humanos pensares, pelos Divinos. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso É em perdoar. Porque Meus Pensamentos não são os vossos; nem vossos caminhos Os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Não que sejamos marionetes; reitero, temos arbítrio; mas, esse se resume a duas possibilidades. Escolhermos as coisas segundo Deus, ou segundo nós mesmos, o que equivale a seguir a oposição.

Grosso modo, todos querem a salvação, (exceto os que dizem duvidar da vida após a morte e o juízo, pretendendo salvar-se agora da angústia de pensar nisso) a maioria a quer sem custo, sem cruz.

Se, na criação Deus Fez ao homem reto e ele entortou, em Cristo o regenera, faz nascer de novo; e, pasmem! muitos entortam outra vez.

A Palavra é categórica: “É impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Pedro descreve com pesada figura essa nojeira espiritual; não versa de ignorantes, mas de gente que sabendo o que fazia, fez escolhas rebeldes; “Os quais, deixando o caminho direito, erraram... Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;15, 21, e 22

Os sintomas de “tortura” das árvores se fazem notórios no baixo paladar para com A Palavra da Vida, e a sôfrega busca por aduladores assassinos; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Contudo, as “árvores” obedientes, crescerão como O Senhor deseja: “Porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas. Em lugar do espinheiro crescerá a faia, em lugar da sarça crescerá a murta; o que será para o Senhor por Nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.” Is 55;12 e 13

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Breve mente


“Escrevo-vos uma longa carta porque não tenho tempo de a escrever breve.” Voltaire

Embora a contradição verbal, onde, assoma a ideia, inicialmente avessa, que, algo extenso seria mais breve que outro, conciso, na verdade há sabedoria nessas palavras.

Tanto pode encerrar uma confissão de inépcia, quanto, uma ironia. No primeiro caso, o autor estaria se dizendo incapaz de expressar de modo mais resumido, tudo aquilo que precisaria dizer; então, o “não tenho tempo” equivaleria a, não tenho condição de fazer isso com menos palavras.

No caso da ironia, estaria ele desconfiando da capacidade dos receptores de entender a um texto mais sumário; assim, a expressão, “não tenho tempo” seria literal. Não tenho tempo para explicar o que não entenderíeis, tampouco, para escrever uma nova carta.

O poder de síntese é um dom precioso. Permite que se diga enormidades com breves falas.

Entretanto, nada valerá esse talento, sem a cumplicidade de uma audiência perspicaz.

Infelizmente, recursos retóricos como a ironia, se, usada atualmente, em 80% dos casos, ou mais, será entendida ao pé-da-letra, de modo que, precisaria ser desenhada. E, qual o sentido de usar um meio que abrevia, se, depois careceremos uma explicação que amplia? Melhor uma longa carta que uma curta, em casos assim.

Nesses dias em que a ignorância perdeu a modéstia e as mentes bebem mais de “influencers” (gente vazia com dom de encher o saco) que da filosofia, teologia, ou, psicologia; há muitas bocas e poucos ouvidos.

Toda sorte de agressões, desprezo, presunção etc. desfilam com carros alegóricos muito adornados; e o trabalho dos que se identificam com o lixo é apenas partilhar o mesmo; as desafeições e malcriações vestem bem, com seus trajes de aluguel; jogos de palavras bem cortados, combinando suas cores com o veneno da malícia e acessórios de humor; isso deveria parecer luz; mas, como nos vagalumes esse brilho acentua a parte de trás. Os cérebros inda têm recheios de certos crustáceos.

Se tivéssemos para as coisas meritórias, a perspicácia demonstrada em entender até às entrelinhas da maldade, seríamos uma geração privilegiada. Mas, em se tratando de virtude, nem mesmo uma longa carta adiantaria; depois de duas frases recusariam a ler as pretensões enxeridas, pois ninguém “se mete” em suas vidas. Quase ninguém; exceto os que enfeitam os carros-alegóricos da estupidez.

Plutarco dizia: “A mente não é um vaso para ser cheio; antes, é um fogo a ser aceso.” Eis uma “Pequena carta” que diz muito!

Desafia às cabeças a se fazerem pensantes, não meros receptáculos de pensares alheios. A ideia de convencer a alguém, como a palavra sugere, demanda uma vitória a dois; vencer com. Um propõe uma linha argumentativa qualquer, e outrem, invés de apenas anuir, avalia, pensa por si mesmo, acende seu fogo, e uma vez alcançando à razão, vence à ignorância com, o auxílio de quem o instou para esse fim.

Agora, quem está já seguro da “plenitude do seu saber”, que avalia como enxerido a qualquer que ouse discordar, divergir, como se poderá convencer, pois o tal, descarta a necessidade de lutar contra as dúvidas, uma vez que do alto mirante da sua presunção não as consegue ver?

Alguém disse que só os sábios e os idiotas jamais aprendem; aqueles porque não precisam, esses, porque não sabem que precisam.

A glamourização da idiotice e o fanatismo têm ensejado muito agressão lógica. Um filósofo da antiguidade vivendo hoje ficaria pasmo.

Pouco importa à presente geração que dois mais dois sejam quatro; se, essa soma ferir uma propensão ideológica qualquer, uma comichão de estimação, um vício, sem nenhum pudor com a matemática, os “feridos” defenderão que, doravante são cinco.

Pior, nós os defensores das coisas “antigas” não seremos coerentes e fiéis às ciências exatas, mas, meros “cincofóbicos” que fazem mal à sociedade politicamente correta.

Essa praga que algum “pragamático” criou para triturar os indivíduos e fazer uma massa, com os temperos que o capeta amassou. Da massa versou Berdiaev: “Se nos estados puramente emocionais da massa, o “eu” não sente a solidão, não é porque se comunique com um tu; antes, porque perde-se; sua consciência e individualidade são abolidos.”

Não tenho que falar com, nem como, a massa; preciso ser honesto com a consciência; minha paz de espírito vale mais que aplausos de tolos.

“Ser politicamente correto significa sempre ter que pedir desculpas. Encante-se com palavras que externam sentimentos! O politicamente correto não nos muda. Nos cala. Cuidado com os atalhos, nem sempre o caminho mais curto significa que este é o caminho certo, o que você deve seguir... Esse atalho fará você perder muito tempo se arrependendo.” G. Fiúza

Eis a sina de escrever algo mais extenso, por “falta de tempo” para a abordagem breve.

domingo, 19 de setembro de 2021

Você está louco?


“Todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia sua loucura.” Prov 13;16

Prudente x insensato. O primeiro, comedido, atuando apenas após a experiência, o conhecimento; o segundo, expansivo como uma praia.

Vulgarmente, loucos são pessoas que padecem disfunções cerebrais que atingem a capacidade de raciocínio lógico, cognição, expressão, etc. Entretanto, os loucos em apreço não o são por deficiência em dirigir e expressar seus intelectos e vontades; antes, por inclinarem-se contra a sabedoria. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Sabedoria não lhes é uma impossibilidade; mas, uma indesejável, digna de desprezo. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19 Matizes de loucura, nos dias de Cristo.

Como está na moda, apoiadores de ditaduras chamarem aos democratas de fascistas e ditadores; os loucos que desprezam à instrução tendem a chamar de loucos aos que tomam caminho inverso ao deles.

Faz parte da sua loucura, recusar-se a ver as coisas como são. Tais, depois que teimam que areia é água, se, o “lago miragem” visto mais de perto for mesmo areia, e um litigante jogar um punhado neles em desagravo, eles protestarão: “Não me molha!”

Paulo usou certa ironia para ilustrar seu pensamento, não sem antes, fazer a necessária distinção; “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o Poder de Deus.” I Cor 1;18

Tendo precisado, a quais “loucos” se referia, seguiu: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque judeus pedem sinal e gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.” Vs 21 a 23

Para judeus, escândalo: “Imagine se mataríamos Nosso Deus!” Para os gregos, adeptos da filosofia, com o pano de fundo da mitologia, eivada de deuses imortais, a ideia de um Deus que se deixasse matar era louca.

Pois, a “loucura” de amar irrestritamente ao ponto de “enfraquecer”, é um “mal” do qual até Deus padece; “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte que eles.” V 25

Tratando-se de prudência já se fez proverbial a fábula da cigarra e da formiga; enquanto essa armazena via trabalho, bens para o futuro, aqueloutra apenas canta irresponsavelmente.

Sobre o valor do trabalho, os mesmos Provérbios preceituam: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para seus caminhos, e sê sábio.” Prov 6;6 por que, “As formigas não são um povo forte; todavia, no verão preparam sua comida;” Cap 30;25

Como dizia Roosevelt, “Conserta-se o telhado em dias de sol.”

Assim, enquanto ainda é permitido o livre curso da Palavra de Deus, os prudentes buscam mais conhecimento dela; porque, diferente de exercício filosófico humano que serve mais para ginástica mental que outra coisa, o conhecimento de Deus é atinente à preservação da vida.

“Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também Te rejeitarei... (Embora a rejeição aqui fosse de um sacerdócio corrupto, essa se dava pela “loucura” que rejeita à instrução, e atingiria todos.) “... para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da Lei do teu Deus, também Me esquecerei dos teus filhos.” Os 4;6

Malaquias amplia: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Cap 2;7

Porém, antes de alguém concluir que alguns foram injustiçados ao perecerem por falhas do sacerdócio, uma ressalva: Os loucos sabem o que escolhem.

Se, nos dias do Salvador Ele disse: “A seara é grande, e os obreiros são poucos.” Hoje são tantos que tropeçam um no outro; adivinhem aos quais, os loucos preferem. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Rejeitam à sabedoria e instrução em ambientes que essas devem estar. Isaías mencionou tipos assim; “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniquidade; não atenta para a Majestade do Senhor.” Is 26;10

Se até nossas escolhas atinentes à vida terrena têm consequências, que dizer das referentes a Deus e Seu Reino? “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

sábado, 18 de setembro de 2021

A ovelha-espinho


“Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como convém responder cada um.” Col 4;6

“Sempre agradável”;
isso se for visto superficialmente pode parecer que Paulo prescreveu que fôssemos bajuladores, como são os falsos profetas; será?

Aqueles eram tão “agradáveis” que prometiam coisas boas mesmo quando essas não existiam. “Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;14 ou, “Dizem continuamente aos que Me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” Cap 23;17

Agradáveis ou não, esses fragmentos de Jeremias têm em comum que denunciam mentira.

Assim sendo, antes de priorizar o sentimento anexo à mensagem, carecemos atentar à essência; é necessário que derive da verdade.

Pois, os homens costumam se agradar de coisas bem ruins; abomináveis ante O Eterno. “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Havendo conflito de interesses entre Deus e os homens, qual deve ser a prioridade? “... Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós que a Deus;” Atos 4;19 A resposta parece óbvia.

Então, embora, tanto quanto possível devamos ser polidos, educados em nosso trato, isso não deve ter um peso tal, que sacrifique a verdade. Antes de sermos agradáveis aos homens, carecemos ser aceitáveis perante O Santo.

“Temperada com sal...” O sal era elemento de conservação de carnes e outros alimentos; tanto que, não podia faltar nos sacrifícios oferecidos Ao Eterno, “Todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da Aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;13

Semelhantemente, no “Sacrifício Perfeito da Nova Aliança” a “Aspersão do Sangue de Cristo” como figurou Pedro, o elemento conservador da sã doutrina não pode estar ausente. Como sal, em pequena porção pode conservar e temperar outra bem maior que ele, também, um santo que viva em comunhão com Cristo, pode e deve, pelo testemunho, inquietar uma porção de pessoas, as que observam seu modo de vida regenerado, após novo nascimento.

Quando disse dos Seus: “Vós sois o sal da Terra...” O Senhor prescreveu que eles fizessem diferença por onde passassem. Num mundo de tantas mentiras e valores invertidos, a verdade que agrada a Deus, é o sal que tempera os homens.

“Para que saibais como convém responder a cada um.” O Senhor lida com indivíduos, não com massa; “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12 assim, cada situação é única; nem sempre, a resposta devida a um é a mesma para outro. Aos fracos que O buscavam, O Senhor perdoava e recomendava: “Vá e não peques mais.” Aos hipócritas, chamava-os pelo nome.

Alguns, nem devem ser alvo de insistência nossa. “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” Tt 3;10 e 11

Outros, a maioria, é tão carnal, tão refém de meninices, que não suportam nada que não sejam “curtidas” ou coraçõezinhos nas coisas que partilham.

Ontem comentei uma postagem ambígua, que era verdadeira, mas, mal interpretada daria margem ao esconderijo de gente avessa a correção, (o texto era sobre não atirar pedras) Em poucos minutos o sujeito que postou, invés de considerar o teor do comentário, que não tinha nenhuma agressão, apenas uma ressalva, me deu uma pedrada irônica no meio da testa.

Não tentei desenhar, como fiz outras vezes; não sei se é herege, carnal, menino ou o quê; apenas excluí; pois, não tenho coraçõezinhos para colar onde deve estar apenas a verdade.

Triste retrato de uma geração melindrosa, que quer apenas engano; um feixe mínimo de luz já basta para gerarmos um adversário, onde nada de animoso criamos.

Tantas figurinhas para louvar, aplaudir, mostrar espanto, e eu com minha mania de colocar sal, bem feito!

Uma ovelha tem de marcante a maciez da pele; como pode ser assim, intocável, qual porco espinho? Paulo ensina: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

Minha culpa, olhei para seu tempo de vida, e vi uma estatura ainda ausente; “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento.” Heb 5;12

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Armo-me de feijão, de livros


“A liberdade é, antes de tudo, o direito à desigualdade.” Nicolai Berdiaev

Um aspecto que opõe radicalmente “socialistas” e liberais/conservadores é a relação com a liberdade.

Invés de um salvo-conduto para cada um atuar no teatro da vida conforme bem parecer à sua consciência, o jeito liberal, que os faz conservadores nos costumes pelo mesmo viés, porque lhes parece melhor; invés disso, digo, os oponentes trazem em suas lideranças a pretensão de iluminados que sabem o que é melhor para cada um. À classe dominante caberia determinar as coisas; ao povo, meramente obedecer. Mas, o “gado” somos nós, claro!

Onde a pretensão de domínio esquerdista é levada ao extremo, ao sonho de consumo deles, as pessoas perdem o direito de escolha; vide, China, Cuba, Venezuela. Os dois últimos até encenam “eleições” onde ganham sempre os mesmos, embora, desagradando geral.

Onde o comunismo/socialismo consegue plasmar o que quer ser quando crescer, as pessoas têm aliviadas suas cargas, não precisam mais fazer escolhas; uma casta suprema de iluminados faz por eles, tudo o que precisam é obedecer sem questionar. Muuuu!

Sempre atuam dividindo a sociedade em guetos antagônicos, para “defenderem” aos fracos.

Tendo Bolsonaro sido eleito, e com votação expressiva um grande amigo dele, negro; sendo respeitado e defendido por muitos gays, as pechas de racista e homofóbico, que tanto foram usadas, por exaustas e inócuas perderam o apelo inicial.

Então, descobriram outro gueto, de onde podem atacar ao presidente fazendo ver quão mau ele é. Agora não é ateu ou crente, branco ou negro, pobre ou rico, héteros ou homossexuais; o lance agora é feijão ou fuzil.

O gesto bem humorado do Presidente de simular armas com os dedos, para o mono-neurônio canhoto o fez um ditador que dá fuzis à população, invés de alimento, basicamente, feijão.

Primeiro: O “ganha-pão” é uma figura de linguagem para referir-se ao trabalho. É através desse que “ganhamos” o pão; na verdade, conquistamos. Não é papel de um presidente matar a fome; ainda que, muito tenha feito nesse lastro, com o bem vindo, auxílio emergencial, devido à pandemia.

Igualmente não é, distribuir armas à população. Tampouco, ele o fez. O que defende, ao meu ver, corretamente, é a liberdade de escolha, o direito de defesa à vida e propriedade para quem o quiser. Se os eleitores do outro lado não fossem em sua maioria bandidos, não se incomodariam tanto com armas. O homem decente não as teme.

Muitos patifes esclarecidos jogam fumaça na discussão criando outros joguinhos de palavras imbecis, tipo: “Livro-me de armas, armo-me de livros.” Notemos que agora é ódio a três; o feijão virou livro.

O fato de dois analfabetos funcionais, Lula e Dilma terem sido eleitos e reeleitos; mais, terem posto Paulo Freire como “Patrono da Educação” mostra o trato que os bons livros têm recebido ultimamente.

Uma geração que engole sem molho, que a vontade majoritária é manifestação “antidemocrática”, se um dia pegou livros, o fez para matar alguma barata.

Quem disse que conhecimento e liberdade são coisas excludentes? Que o sujeito que desejar se defender não desejará cultura, conhecimento?

Acontece que os canhotos têm os profissionais que se fazem de tontos tocam o berrante da insatisfação criando essas “maravilhas”; e um rebanho de “idiotas úteis” que acha bonito ser feio, sai partilhando essas bostas sem o doloroso trabalho de pensar. Se, gostam tanto assim de livros, não deveriam ter aprendido isso?

Ademais, quem disse que os livros são inofensivos? “O Capital” e derivados, Gramsci, os da “Escola de Frankfurt” que propõem o comunismo, possuíram mentes de gerações “libertárias”; os milhões de mortes violentas na China, Rússia, leste da Europa, e parte significativa da América Latina, são frutos de livros, que mudaram ideias e patrocinaram a matança. Nesse caso, armas são mais preservadoras da paz, que eles.

Mas, tente mostrar isso para seu “Esquerdino Fanáticus” e presto ele mudará o foco para o feijão.

Todo o conhecimento é libertador. Se não mais, da ignorância. 

Todavia, apenas A Palavra de Deus, tem poder para livrar ao homem mau, do seu pior adversário; ele mesmo. No entanto, é justo por mencionar fragmentos desse Livro, como, “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” e frequentar igrejas, onde o mesmo é ensinado, que maior parte da raiva contra o presidente assoma.

Não pegam em fuzis, mas calúnias, difamação, agressões contra honra da Primeira-Dama, vale tudo nos corações cegos dos “inimigos das armas.”

Hipocrisia é uma doença moral, cujo diagnóstico se dá à partir de contradições.

Para esses vige a “moral” da metamorfose ambulante, cantada por Raul Seixas. A parte em realce da letra, no que tange ao PT é: “Se hoje sou estrela, amanhã já se apagou...” Até que enfim!

Distância Segura



“Para fazer diferença entre imundo e limpo...” Lev 11;47

Após uma série de orientações sobre alimentação e higiene, veio o motivo; diferir o imundo do limpo.

As restrições dadas aos Levitas tinham um aspecto espiritual anexo; “... havia um muro em redor, de quinhentas canas de comprimento, e quinhentas de largura, para fazer separação entre santo e profano.” Ez 42;20 Com responsabilidades sacerdotais deveriam manter certo isolamento geográfico. A visão de Ezequiel deixou patente a distinção.

Separação; palavra quase maldita na “sociedade inclusiva” atual; mas, sempre foi demanda para muitas coisas atinentes à Santidade Divina. Quando Chamou Abrão, a primeira ordem foi uma “ruptura social”; “... Sai-te da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que Te mostrarei.” Gn 12;1

Foi por fazer algo profano, que Belsazar, no auge da soberba, quando tratou de modo vulgar, vasos de Deus, sofreu trágicas consequências. “Tu, Belsazar... Te levantaste contra o Senhor do céu; pois, foram trazidos à tua presença os vasos da casa Dele; tu, teus senhores, tuas mulheres e concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;22 e 23

Mesmo o ensino requer dos mestres uma separação das coisas ímpias, senão, o mero vociferar textos santos sem compromisso com eles aumenta nossa culpa; “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1

O Eterno questiona: “... Que fazes tu em recitar Meus estatutos, tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças Minhas Palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele; tens tua parte com adúlteros. Soltas tua boca para o mal; a tua língua compõe engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas Te arguirei e as Porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;16 a 21

A santidade está deteriorada; já há sites especializados em denunciar escândalos nas igrejas; por certo esses são instrumentos de Deus, que julga provisoriamente expondo-os; “... Porei por ordem diante dos teus olhos.” Se algum se arrepender e mudar, ainda pode ter conserto; senão, perecerá mesmo avisado.

Embora o ecumenismo “inclusivo” que aglomera, seja a febre que grassa, a salvação sempre será um convite à separação; O Caminho é Exclusivo; “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

Devo me separar, até mesmo de mim; “Negue a si mesmo...” Como se faz isso? Mudando o modo pensar e consequentemente, de agir; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor...” Is 55;7 Doravante, os pensamentos do Alto devem sobrepor-se aos meus.

A negação da vontade natural é a “cruz” que nos cabe. É insano pensar que podemos fazer as coisas à nossa maneira e Deus será conosco. Cristo ensina: “... O Pai não me tem deixado só, porque Faço sempre o que Lhe agrada.” Jo 8;29

Quem se pretende de Cristo, pois, deve se dar ao mesmo esvaziamento. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

A dificuldade em se separar dos “chegados” que não se achegavam a Deus, limitava os coríntios; “... estais estreitados nos vossos próprios afetos.” II Cor 6;12

Muita “gente boa” deveria ser evitada, para sermos recebidos por Deus. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão tem luz com trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois templo do Deus vivente, como Ele disse: Neles Habitarei, entre eles Andarei; Serei seu Deus, eles serão Meu povo. Então saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e vos receberei; Serei para vós Pai, e sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” Vs 14 a 18

A existência de Céu e Inferno deveria bastar como argumento que, não é tudo igual.

E como disse Aristóteles: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, aos que são diferentes.”

terça-feira, 14 de setembro de 2021

A Falta, da Omissão


“... que te falta comigo, que procuras partir para tua terra? Disse ele: Nada, todavia, despede-me.” I Rs 11;22

Davi destruíra Edom, mas, alguns fugiram pro Egito; entre eles, Hadade, que fora bem recebido na casa de Faraó, se tornara cunhado do soberano e vivia no palácio. Sabedor da morte de Davi e Joabe, decidiu voltar à sua terra.

Então a pergunta de Faraó; “O que te falta comigo que procuras ir para tua terra?” Mesmo admitindo que não faltava nada desejou voltar.

Faraó tinha lá sua lógica; normalmente uma empresa migratória surge patrocinada por alguma falta; como Elimeleque e Noemi migraram para Moabe, quando faltou o pão em Belém; ou, mesmo Jacó e sua descendência foi de Canaã para o Egito nos dias de José, por motivo semelhante.

Contudo, estando Hadade em meio à fartura, nada faltando, seu desejo de ir carecia uma explicação; o quê te falta? Os “bens” anelados pela alma humana nem sempre se resumem às coisas materiais. Desejos derivados de sentimentos, como amor e até ódio podem patrocinar grandes mudanças, de modo a deixarmos uma situação confortável em troca de outra menos vantajosa, se, o coração quiser.

Segundo o cronista que relatou a saga, era Deus levantando adversários a Salomão para puni-lo pela sua idolatria. “Levantou O Senhor contra Salomão um adversário, Hadade, o edomeu; era da descendência do rei em Edom.” V;14 “Foi adversário de Israel, por todos os dias de Salomão, isto além do mal que Hadade fazia; porque detestava Israel, e reinava sobre a Síria.” V 25

Então, além das causas vistas que podem ensejar mudanças, ainda concorre a Vontade Divina que pode “inclinar os ventos” para essa ou aquela direção. “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor, que o inclina a todo Seu Querer.” Prov 21;1

Os escritos sapienciais, não trazem verdades absolutas; derivam das observações de homens sábios, de como, as coisas geralmente acontecem. Deus não manipula fantoches; labora por persuadir à Sua Vontade, o que, com o próprio Salomão não funcionou, senão, não teria ele descambado para idolatria.

Parece que sentenciou a si mesmo: “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio.” Prov 29;1

Se, ante a fidelidade dos servos, O Eterno trabalha para cercá-los de paz, o outro lado da moeda também acontece; deixa que vicem adversários ante à impiedade. “Sendo os caminhos do homem agradáveis ao Senhor, até seus inimigos faz que tenham paz com ele.” Prov 16;7

No caso, os caminhos de Salomão desagradavam ao Eterno, então, até desafeições adormecidas terminaram a hibernação e voltaram ao viço, na estação favorável das emulações políticas. Hadade sendo edomita, Deus preparou caminho de modo que ele acabou no trono da Síria.

Infelizmente, faltas do coração e alma, têm sido desconsideradas nos lugares que deveriam ter primazia; as do ventre, essas coisas menores que podem ser obtidas por justos e injustos, mediante trabalho, ocupam seu lugar.

Paulo chamou aos viciados, proponentes disso, de “adoradores do ventre”; “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e de novo digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição, Deus é o ventre, e a glória é para confusão deles, só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3;18 e 19

Então, invés de promotores de inclusão, feitores de “justiça social” como se pretendem, os que atuam como se fosse possível fundir comunismo e cristianismo, esses são “inimigos da Cruz de Cristo;” invés das renúncias às más inclinações, o negue a si mesmo, e câmbio dos pensamentos humanos rasteiros pelos Divinos, as pessoas são instadas a “cobrar seus direitos” invés de abandonarem seus vícios.

As culpas de Salomão que ensejaram adversidades a ele; nossas omissões no que tange ao conhecimento da Palavra, têm permitido viçar falsas profecias e doutrinas; o mau hábito de preferirmos o agradável ao verdadeiro tem dado asas aos que deveriam receber grilhões; os que produzem enganos. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Se aos fiéis as dores derivam, eventualmente, de longa espera por respostas de Deus, aos ímpios, seus desejos respondidos é que os amaldiçoa; rejeitando Deus e Sua Palavra, receberão “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.” II Tess 2;9 e 10

À alma que “Tem tudo”, se ainda faltar Deus, falta tudo, perde-se.

domingo, 12 de setembro de 2021

A ciência que esconde


“Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;” I Cor 12;8

Circula alhures pretensa relação positiva entre bem e mal; seriam forças opostas amalgamadas e complementares; aquela balela da filosofia oriental do Yin e Yang; o peixinho branco com olho preto, recurvo contra o preto de olho branco num círculo.

Para essas correntes, o homem é “devedor” à serpente que teria aberto os horizontes da ciência, instando o casal edênico a comer do fruto proibido. O bicho não seria tão feio como o pintam. Prometeu trouxe fogo aos homens, diriam os gregos.

Acima vemos como dons do Espírito, (Santo) Palavra da Sabedoria e Palavra da Ciência. Resulta uma questão: Se, a serpente abriu as portas à ciência, por quê partículas da mesma teriam que ser doadas a alguns pela ação benévola do Espírito Santo?

Voltemos ao Éden. “O Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida; a Árvore da Vida no meio do jardim e a Árvore da Ciência, do bem e do mal.” Gn 2;9

A “Ciência” escondida, pois, era o conhecimento do bem e do mal. Antes da queda o homem conhecia o bem, tinha comunhão com Deus e paz.

O fato novo após a queda foi o conhecimento do mal; a invasão desse, na antiga habitação da inocência fez necessária a ajuda de uma pedagoga para entender o que se passava, a consciência.

Na primeira aula advertiu que eles fizeram mal em desobedecer ao Criador e que sobre eles pesava sentença de morte.

Então, Adão que prazeroso recebia ao Sumo Bem na viração do dia, de repente teve medo e se escondeu, pois a perversão na escolha acabara de perverter os valores e agora, O Bem Supremo parecia ter as cores do mal.

Por isso a inversão de valores traz um “ai” ameaçador; “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce e do doce, amargo!” Is 5;20

É dessa ciência atinente aos meandros da alma e espírito, que se tratava. A difusão do conhecimento tecnológico tem a ver com inteligência; Adão tinha de sobra; deu nomes a todos os animais existentes.

Como os dons intelectuais são amorais (podem ser usados tanto para o bem, quanto, para o mal) dessa ambiguidade resultaram duas “Ciências”; uma em consórcio com a sabedoria, segundo Deus; outra terrena, animal e diabólica, divorciada do Santo.

Desta Paulo aconselhou Timóteo a manter distância. “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé.” I Tim 6;20

Vemos que os frutos da ciência falsa se opõem à fé. Blaise Pascal chamou de pouca ciência, disse: “Um pouco de ciência afasta o homem de Deus; um muito, aproxima.”

Então, antes da ciência carecemos sabedoria. Essa é um dom que não deriva de análises experimentais, como costumam madurar os frutos da ciência. É uma certeza íntima da existência e grandeza do Criador, que patrocina uma postura humilde ante Ele; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria...” Prov 1;7

Esse temor nasce de fragmentos de luz que buscam aos pecadores, de modo a verem que o mal, os pecados, estão em si; a “ameaça” de Deus não O Faz um mal; antes, é Sua Justiça Amorosa nos desafiando à reconciliação que Ele Fez possível em Cristo.

A luz nem sempre persuade, por causa da enfermidade da vontade; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas...” Jo 3;19

Ele nos implantou essa faculdade bendita que chamamos consciência; a qual, aglutina duas palavras; com, e ciência; isto é, quando ela nos incomoda, nos dá ciência do motivo, de onde erramos.

Sendo avisados daremos mãos à sabedoria; buscaremos restabelecimento da retidão mediante o perdão. O Eterno não rejeita pleitos assim, antes, “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo...” Prov 2;7 e 8

Essa gritaria que tudo é igual, cada um tem sua verdade, é o suprassumo de Satã; quando quis fazer dos humanos perfeitos, seres caídos como ele, disse: “Sereis como Deus”.

Medram muitas vozes, ensinos que “provam” isso, aquilo. Mas, só o “Novo Nascimento” em Cristo, e obediência a Ele fazem com que nossas consciências provem outra vez, a paz de regenerados.

Fora disso iremos a pique; “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

sábado, 11 de setembro de 2021

Afaste-se do cálice, Maria!


“No caminho de tua irmã andaste; por isso entregarei seu cálice na tua mão.” Ez 23;31

O Senhor compôs uma alegoria, na qual, Judá e Samaria, o reino dividido eram duas mulheres infames, irmãs; Aóla, e Aoliba.

Os crimes de ambas eram basicamente adultério espiritual, e seus desdobramentos; prostituição com os deuses das nações, de maneira tal, que mesmo sacrifícios humanos eram feitos. “Porque adulteraram, sangue se acha nas suas mãos; com seus ídolos adulteraram; até os seus filhos, que de Mim geraram, fizeram passar pelo fogo, para os consumir.” V 37

A resiliência ímpia, que se apega a tradições vãs, refratária a mudança libertadora que Deus propõe; a idolatria fora um vício trazido do Egito. Mesmo no Êxodo, com os milagres das dez pragas inda “quentes” mostrou suas garras plasmando o bezerro de ouro. “As suas prostituições, que trouxe do Egito, não as deixou...” v 8

Vez em quando surge um paladino da moralidade e humanismo, para denunciar a “violência de Deus”, quando O Criador Julga essas coisas com justiça. Felizmente, Ele não precisa aprovação da oposição e sequazes, para fazer o que é justo. “Operando Eu, quem impedirá?” Ah, você não concorda? Também Ele discorda do teu pretenso direito autônomo de relativizar ao Absoluto.

Uma coisa que chamamos “Isonomia” aglutinação de duas palavras gregas que significam igualdade perante a lei, ocorre Nele; não existem esses vícios tão comuns entre nós, de “todos iguais, mas, uns mais iguais que os outros.” O juízo de Judá seria exatamente o mesmo que o de Samaria; “No caminho de tua irmã andaste; por isso entregarei o seu cálice na tua mão.”

Quando a apostasia se generaliza, só o surgimento de um “não alinhado”, como foram Josias no trono, e Elias no deserto, afrontando ao ímpio Acabe, por exemplo, O Eterno pode falar exortando ao arrependimento, e suster temporariamente Seu Juízo; Não era o caso, então; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante Mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, ninguém achei.” Cap 22;30

Tendemos ao efeito manada, o vulgar “Maria vai com as outras;” se um só, não for, ficando, antes, na Divina dependência, esse “albino”, mesmo não falando já se tornará um profeta; se Deus falar mediante ele, um oásis.

O centro confortável tende a nos atrair, mesmo que o faça rumo à perdição. Normalmente não se rejeita alguém por que está errado, necessariamente; antes, porque, pelo que o tal é e traz, as pessoas são desafiadas a mudanças que não querem. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Assim, o desejo de aprovação prevalece ao de salvação.

Sabendo que o Divino Juízo será sem parcialidades, acepções, com isonomia, O Salvador nos desafiou a irmos praticando essas coisas já; os que pretendem trilhar a vereda da salvação. “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Muitos de nós, infelizmente, mesmo convivendo no arraial dos santos, ainda cultiva hábitos trazidos do “Egito”; mentiras, parcialidades, hipocrisias várias para se manter no nicho do centro confortável.

Como naqueles dias, O Eterno procura homens na brecha, gente que não se incomode com a humana rejeição, desde que, concorra a aprovação Divina. Pois, o mesmo cálice amargo de juízo que bebem com nossa aprovação, aqueles dos quais não gostamos, nos caberá se incorrermos em erros semelhantes; o juízo será com isonomia. “Tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?” Rom 3;2

A Palavra não visa mera mudança de hábitos; deixarmos de ir a certos ambientes para irmos à igreja e estará tudo bem; não.
Foi dada para mudança de caráter; deixarmos de depender de nossas inclinações rasas, para sermos dirigidos pelos pensamentos dos Céus; “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;8 e 9

Maria deverá não temer certo isolamento, quando as outras andam mal. Pois, “... Não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem seu prazer na lei do Senhor; na sua lei medita dia e noite.” Sal 1;1 e 2

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

O Advogado do Diabo


“O Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;10

Deparei com um vídeo chamado “Teologia Reversa” onde muitas blasfêmias provocam.

Lá, Deus é o “Vilão” não Satanás; O Eterno seria Autor de todos os males; Satanás teria morto “apenas os filhos de Jó” isso, com permissão Divina. Citou textos como o de Isaías: “Eu Formo a luz, Crio as trevas; Faço a paz, crio o mal; Eu, o Senhor, faço todas estas coisas.” Is 45;7

Mencionou ainda Ananias Safira mentindo a Pedro sobre a venda de certa herdade; disse que “Basta alguém mentir sobre grana para Deus e zás!” (fez o gesto aquele de cortar a cabeça). O Vídeo seguia, não vi tudo.

Segundo seu dito, já foi católico e evangélico e parece ter se tornado ateu.

Sabemos que, morar numa garagem não nos transforma em carro; nem, frequentar uma igreja faz alguém cristão; tampouco ritos religiosos repetidos são equivalentes a conhecer Deus. Pode ter orbitado perto, mas jamais viu Ao Santo; se Visse amaria, invés de blasfemar.

Ora, do ponto-de-vista espiritual todos estavam mortos, Deus não precisaria matar nenhum; contra Sua Amorosa Vontade eram apenas “Walking Dads” mortos-vivos. O Salvador Veio para buscar o que se havia perdido, como vimos.

Jó, por ser fiel e reto, óbvio que O Eterno o protegia! Assim, só com permissão Dele poderia ser tocado; mas, transformar isso em regra para todos os homens, mesmo os ímpios, é patentear crassa ignorância acerca das coisas espirituais.

O juízo referente a Ananias e Safira nada tem a ver com dinheiro; mas com mentira solene, num momento de criação da Igreja, onde os atos seriam registrados como ensinos sendo precedentes abertos aos demais. 

Do dinheiro Pedro disse: “Guardando não ficava para ti? Vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”
Ninguém pediu que vendesse nada, ou, tendo vendido, que doasse; mas doar parte dizendo ser tudo e, diante de Deus? Maldade punida com morte.

Um precedente assim, se permitido poderia causar milhares de mortes mais.

Como vimos, Deus não carecia matar mortos; mas entregou Seu Único Filho, para que os mortos-vivos tivessem, enfim, chance de viver; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus, os que ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

O Sentimento do Altíssimo em relação à morte dos ímpios Ele mesmo Expressa; “Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva...” Ez 33;11

Quando Ele Diz: “Eu Faço a paz, Crio o mal, formo a luz as trevas...” O “mal” em questão é uma linguagem antropocêntrica, a forma como o home vê o Juízo; como o Dilúvio, por exemplo, citado pelo nosso ateu em apreço. 

Deveria ter lido com mais atenção; “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; encheu-se a terra de violência.” Gn 6;11 Violência e corrupção são culpa de quem?

Esses muitos males que ocasionaram o juízo foram feitos por homens que escutaram ao Pai da Mentira invés de Deus.

A Bíblia é categórica: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam3;39 “Porque o salário do pecado é a morte ...” Rom 6;23

Então, embora O Senhor permita o mal, pontual, não o criou, em absoluto. Ao dar livre arbítrio às criaturas, criou a possibilidade do mal; possibilitou ser desobedecido. A primeira incidência foi muito antes da queda humana; do anjo de luz, diz: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti.” Ez 28;15

Foi esse iníquo que, expulso do Céu levou a terça parte dos anjos após e, derrubou ao casal Edênico, espalhando o mal por toda a Terra.

Deixar a casa do Pai para ser advogado do Diabo, é mostrar-se indigno do Inefável Favor oferecido. “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende justiça; até na terra da retidão ele pratica iniquidade, não atenta para a majestade do Senhor.” Is 26;10

Coerente com o espírito do mundo onde a vontade majoritária é “antidemocrática”, assim todos os “reversos” de Satã. “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; que fazem do amargo doce e do doce amargo!” Is 5;20

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

A fé e suas certezas


“A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Um fundamento é base para que se edifique sobre ele; não é um fim em si mesmo, antes, o assento a algo maior, para o qual foi posto. Sendo a fé fundamento de coisas que se esperam, a edificação dessas é o propósito daquela.

Muitos assemelham fé com mera confiança, expectativa, pensamento positivo e coisas assim; mesmo sendo possível que essas inclinações naturais usem o nome de fé, é mui diversa disso, a fé bíblica, na qual somos instados a andar.

Ela não paira sobre o vácuo; tem conteúdo expresso, e não se alinha às inclinações naturais, dada sua Divina origem. Deus é Fiel tanto quando nos disciplina, quanto, quando nos consola; a fé sabe disso. “Porque O Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Heb 12;6 e 7

Então, que coisas devemos esperar, se temos fé em Deus? Nada além do que Ele prometeu. Se, no âmbito natural cada um pode acreditar no que quiser, no espiritual, para os renascidos em Cristo, se veta que migrem para além do que está escrito. “Para que, por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação, nós, que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;” Heb 6;18

Sabendo isso, que pela Sua Integridade Santa, é impossível que Deus minta, resulta que, o que nos prometeu, mesmo habitando ainda no âmbito da esperança, já pode ser tido como certeza, pela fé; “Mas, desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até o fim, para completa certeza da esperança;” Heb 6;11

Agora, se devanearmos com coisas alheias ao prometido e nelas anexarmos nossa fé, estaremos traindo a nós mesmos, dando largas aos enganos do coração, onde deveria habitar tão somente A Palavra de Deus.

Os anseios da vista pedem algo palpável, a fé descansa no que só ela divisa; “Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência esperamos.” Rom 8;24 e 25

Vemos então, que mesmo a esperança, consorte da fé também prescinde da vista. Os que para “terem fé” carecem algo palpável, uma imagem, negam à fé, quando pensam exercê-la.

Se, a atuação plena da fé saudável em nós pode ensejar certeza, esse ensejo basta como “Prova das coisas que se não veem.” Pois da sua maneira, com seus olhos privilegiados, a fé já vê.

Quando diz que devemos reter a esperança proposta, não podemos ser seletivos, como se, as partes aprazíveis das promessas estivessem vigentes, as dolorosas pudessem ser olvidadas; não fizessem parte do “pacote” proposto.

Tanto valem as promessas de livramento, ajuda, consolo, salvação, quanto as que se referem às calúnias, perseguições, injúrias, aflições e ataques vários advindos desse mundo maligno e seu príncipe. Não sem motivo, aliás, a fé foi figurada como arma defensiva contra dardos maus. “Tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.” Ef 6;16

Esses dardos normalmente são sutis, atuam com fito de perverter à sã doutrina, fomentar desobediências tênues, até alienar as incautas vítimas, da salutar relação com O Pai.

Qualquer ensino, insinuação, conselho que traga em seu bojo algo que embace o conhecimento de Deus e Sua Palavra é um dardo maligno. “As armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Uma fé que não se coadune com obediência ao Senhor é fraude.

Muitos tendem a alinhar suas predileções naturais com a Vontade Divina; fazem o que querem, habitam em igrejas acostumados aos ritos religiosos, sem nenhuma transformação de caráter e pensam que seus desafetos são os mesmo de Deus. Deseja com toda “fé” a remoção dos óbices externos, alheios aos vícios que os habitam.

“Lendo a Bíblia encontrei muitos erros; todos em mim.” (Agostinho). 

Assim, devemos voltar nossa artilharia contra nossos próprios erros, más inclinações, para nosso aperfeiçoamento, antes de nos incomodarmos com os alheios. Tirar o cisco de nosso olho primeiro, como ensinou O Mestre. Precisamos fé para crer nisso também.

“A fé sobe pelas escadas que o amor construiu, e olha pelas janelas que a esperança abriu.” C. H. Spurgeon

Faz essas coisas sem descuidar dos espinhos que a prudência avisou.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Os filhos da pátria

“Os operários não têm pátria.”
Karl Marx

“Depois da liberdade desaparecer, resta um país, mas já não há pátria.” François Chateaubriand

Para Marx, pai do comunismo, como vemos, operários são coisas, não seres humanos. Pertencem ao Partido comunista. Que o digam os chineses. Sua pretensa universalização os deixaria órfãos de pátria, em prol de algo maior. Por isso, via de regra suas bandeiras são vermelhas, não de países específicos. São feitos gado; seus donos, prósperos fazendeiros, vide Fidel Castro, Hugo Chaves, Nicolás Maduro et caterva.

Em Chateaubriand, a liberdade aparece como valor primeiro, sem a qual, sequer a pátria existe.

A ausência de cérebro dos “idiotas úteis” como seus donos os chamam, os leva a discutir periferias criadas por profissionais do engano; o preço disso, daquilo, em tal e qual tempo, sem investigar as causas, nem o contexto, muito menos, qual seria o papel prioritário de um Governo decente.

O gás custa tanto! Gasolina outro tanto! “Fora Bolsonaro!” Pouco importa que O Presidente tenha eliminado impostos para que os preços baixassem, e os Governadores, tentáculos do “Mecanismo”, os tenham elevado ao cubo.

Os “Operários” idealizados por Marx, além de apátridas devem ser também acéfalos.

Uma dezena de aves de rapina colocadas em ponto estratégico decide ao bel-prazer, o que é “democrático” e o que não; sumariamente, sem processo nem direito a defesa, prendem, tolhem, perseguem indefinidamente.

A revista Oeste contabilizou 123 ações do STF contra O Governo Federal em pouco mais de dois anos, média de uma por semana. Nunca tivemos uma “Oposição” tão ferrenha.

Ora, o Papel daquela Corte seria de, Guardiã da Constituição, não mais. No entanto, a atual composição colocada majoritariamente pela esquerda, se dá ao direito de legislar, tolhendo competências dos outros poderes, Legislativo e Executivo. Uma ditadura judiciária.

Graças a Deus, a “Imprensa” deixou de ser relevante há muito; a Mídia alternativa via Internet tem viçado; as tentativas de desinformação e manipulação recorrentes têm o devido contraponto; quem quer, pode saber fácil de onde sopra o vento.

Nunca achei Bolsonaro um deus; mas, é um político “albino”; desde que me lembro por gente, jamais vi outro como ele, fiel às promessas de campanha, ousado pelos valores que crê, enfrentando incólume a oposição velada de todo o Congresso a engessá-lo, do STF a estreitá-lo e de 90% da mídia a caluniá-lo.

Tendo O Governo Federal distribuído milhões para minimizar danos da guerra biológica chinesa, o “Auxílio Emergencial”, bem como, verbas gigantescas aos Governos Estaduais para mesmo fim, ainda, aprovando em regime emergencial a vacinação dentro dos prazos legalmente possíveis, para efeito de consumo público, em “Mentecaptolândia” o Presidente é um “Genocida”.

Enfim, essas coisas e muitas mais, do mesmo calibre ou piores, como uma CPI instaurada, (pasmem!) pelo STF, para investigar “Crimes durante a pandemia” nega-se a inquirir suspeitos de grandes desvios; mira suas armas contra O Presidente.

Dezenas de manifestações pacíficas foram feitas em todo o país, e nada. A Imprensa escondendo e os alvos dos protestos surdos.

Então, dado o somatório disso tudo, chegamos ao que promete ser um Sete de Setembro histórico; os meios legais estão controlados pelos inimigos da Pátria; mesmo assim, O Presidente afirma que se pode extirpar o “Câncer do Brasil dentro das quatro linhas da Constituição.”

Uns pensam em artigo 142; outros, Intervenção Federal com Bolsonaro no poder; não sei. 

O que sei é que, o jogo democrático não é o forte dos vermelhos. “Vamos tomar o poder; é diferente de ganhar uma eleição” (José Dirceu)

Até usam palavras da moda como artifícios pra enfeitar sua hipócrita árvore. Mas, desde que Bolsonaro foi eleito com suspeitos 57 milhões de votos, (foi muito mais, as urnas roubaram) desde então, digo, invés de a oposição se opor dentre dos limites do melhor para o país, debatendo ideias, se opõe à existência do governo eleito, por extensão, à vontade do povo. Eis a “Democracia” esquerdista!

Com esse estado de espírito, verde-amarelo pulsante, como seria se, os intentos deles, via “magia” das urnas, reconduzissem no ano que vem, o rei dos ladrões ao poder? 

Ele mesmo ameaça censurar à imprensa, (leia-se mídias sociais) “La prensa” ele compra; “redefinir o papel das igrejas” segundo as ordens de seu “Chefe supremo”, parece que, certo “Zé Pilintra”.

Enfim sendo a esquerdalha refratária ao jogo democrático e sua saudável alternância de poder, e contando com apoio de máfias internacionais, igualmente comunistas, dias sombrios podem assomar sobre o País.

Se, a remoção de um câncer precisa cirurgia, e essa requer anestesia, o câncer político demanda uma nação bem acordada.

Outrora se disse em meio a badernas desorientadas que, “O gigante acordou”; perambulou sonâmbulo, foi mijar e voltou a dormir. Mas agora, finamente ouviu ao despertador.

Lavando por dentro


“Os levitas se purificaram, lavaram as suas vestes, Arão os ofereceu por oferta movida perante o Senhor, e fez expiação por eles, para purificá-los.” Nm 8;21

Purificação em dois níveis; o exterior, passível de ser feita pelo próprio servo; “Os levitas se purificaram...” coisas atinentes à higiene; e o interior, que demandava o sacrifício de um animal, e intercessão do Sumo Sacerdote; “... Arão fez expiação por eles para purificá-los."

Nuances do antigo pacto; nele, mesmo as coisas interiores, (reconhecimento de pecados, arrependimento) não eram tão interiores assim. Resolviam pontualmente a situação dos pecadores, sem tocar na origem dos pecados; mudança do coração, da má índole que persistia.

O Eterno prometeu aperfeiçoamento: “Aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados; de todas vossas imundícias e todos vossos ídolos Vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo, Porei dentro de vós um espírito novo; Tirarei da vossa carne o coração de pedra, vos Darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito, Farei que andeis nos Meus Estatutos, guardeis Meus juízos, e os observeis.” Ez 36;25 a 27

Lavagem pela “Água pura” A Palavra da Vida; mudança de coração, (mentalidade) “espírito novo”, o humano regenerado e purificado pelo Espírito Santo. O Eterno prometeu tratar das causas não apenas das consequências.

Mesmo as coisas estabelecidas no Antigo Pacto devendo ser observadas, pois, não eram obreiras da purificação desejada pelos Céus; Tinham viés didático que apontava profeticamente, e teor simbólico, a demandar a pureza do Sumo Sacerdote Eterno, então, por vir.

Aquelas coisas eram “... uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço; consistindo somente em comidas, bebidas, várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção.” Heb 9;9 e 10

A purificação desejável aos Céus olha para a consciência; é mui interior. Requer mais que rituais externos; antes, o silêncio dessa como sinal que o Espírito está no comando.

Como as Escritura foram dirigidas inicialmente aos Israelitas, depois, pelo Amor Universal do Eterno, derivaram ao encontro dos gentios, a linguagem era judaica. Não se referia à Igreja, tampouco, obreiros, como usamos. Antes os alvos da purificação eram os “filhos de Levi (obreiros de então), atuando sobre o povo eleito; Israel e estrangeiros agregados. O “Ide por todo o mundo e pregai O Evangelho à toda a criatura” veio depois.

Vaticinando a vinda do Sumo Sacerdote Santo, Malaquias falou assim: “Mas quem suportará o dia da Sua Vinda? Quem subsistirá, quando Ele aparecer? Porque Será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavandeiros. Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; Purificará os filhos de Levi, os refinará como ouro e prata; então, ao Senhor trarão oferta em justiça.” Ml 3;2 e 3

A fato que Jesus É insuportável ao viciado em pecados é recorrente nas Escrituras. Por Isaías Ele pergunta: “Quem deu crédito à nossa pregação...” Cap 53;1

Ele denunciou Sua Rejeição e consequente condenação dos que rejeitaram: “A condenação é esta: Que a Luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Nos Seus dias havia muitos “puros” exteriormente que chamou de hipócritas, pois, se esmeravam em purificações rituais, sem nenhum trabalho em deixar a maldade dos corações.

Sabedor de quão insuportável era a santidade aos viciados em carnalidades, O Senhor desafiou quem Lhe ouvia a desfazer-se da “má companhia” para andar consigo.” “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

Por isso, diverso do que dizem os opositores da fé, que nós, cristãos, somos covardes escondidos atrás da Bíblia, fomos encorajados e capacitados pelo “Leão da Tribo de Judá” a enfrentarmos o mais duro dos adversários, nós mesmos.

Se, a purificação demandada fosse mero ritual, não teria tanta oposição dos “valentes” como tem.

Entretanto, Os Céus não se contentam com encenações; “Nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, Feito mais sublime que os Céus;” Heb 7;26

Esse, além das ervas daninhas dos nossos pecados, remove as sementes deles, nos que Lhe ouvem. A operação da Sua Purificação é bem interior, como O Santo Deseja; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a Si mesmo Imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;13 e 14

Sua Obra Inefável visa purificar-nos para servir; quem inda pensa em aglomerar por vantagens, mesmo perto, não O Conhece.

domingo, 5 de setembro de 2021

Olhando nos olhos


“Tens Tu porventura olhos de carne? Vês Tu como vê o homem?” Jó 10;4

Pergunta retórica; não deriva de uma dúvida, tampouco, deseja resposta. Apenas pretende realçar algo que parece óbvio, evidente.
Que Deus não vê da mesma forma que o ser humano.

Os olhares diferem no alcance; “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando maus e bons.” Prov 15;3 Chamamos Onipresença.

Na incidência; “... porque o Senhor não vê como vê o homem; o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Na valoração; o que ao homem parece prazeroso, como as tentações maquiadas pelos artifícios do prazer, com alegorias que visam ocultar-nos a maldade, ante Ele, desfilam nuas; muito do que o homem bebe com sofreguidão pelo desejo, Ele sofre pela repulsa. “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, a opressão não podes contemplar...” Hc 1;13

Enfim, esses tópicos não pretendem ser uma abordagem conclusiva sobre as imensuráveis possibilidades dos Olhos do Eterno; mas, suficientes para estabelecer a gritante distinção entre Seus olhos e os nossos, e ter por necessária a conclusão que, “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;13

Grande parte dos combates do Salvador foi contra a hipocrisia. O que é a mesma, senão, aparentar virtude vivendo de braços com o vício? Dos choques reiterados contra os esconderijos deste que se cunhou o provérbio: “As aparências enganam.” Na verdade são nossos olhos destreinados, privados de discernimento, que se enganam.

Alhures de escreve: “Quando Paulo me fala coisas de Pedro, sei mais sobre Paulo, que sobre Pedro.” Deveria ser assim. Discernirmos o fofoqueiro, invés de consumirmos a fofoca.

Mas, os “ouvidos treinados” para maldade assumem um lugar que deveria ser dos olhos, (entendimento) e patrocinam nosso engano em consórcio com a malícia. Não apenas as aparências enganam, pois; Nosso coração estragado pode muito mais; “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

Então, quando ouço certo “Missionário” dizendo: “Só faça se sentires no coração”, me pergunto: De qual Bíblia ele tirou esse ensino?

A visão espiritual nada em águas mais profundas que aparências; tem seu consórcio com o entendimento, para, coabitando com esse, gerar o discernimento, a visão das coisas como realmente são.

Pois, no campo das aparências o canhoto pinta o feio de belo pescando incautos; no do entendimento obra construindo barreiras, para que a luz não nos clareie; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Os opositores dela, da fé, dizem que a mesma é cega; seu modo oblíquo de dizer que seus olhos naturais nada veem, onde ela incursiona segura, como que, vendo. Pois, “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Como numa lousa cheia de textos e rabiscos, seria difícil, quase impossível ler algo que fosse escrito sobre tal mescla de garatujas e letras, assim, o coração humano cheio de preconceitos, malícias, vícios, pecados, veria algo nos domínios espirituais sem ajuda do Alto.

A lousa seria alva, nossos pecados, o carvão que serve de “giz”; sem o bendito “apagador” que purifica, (O Sangue de Jesus) seguirmos cegos, mesmo Deus estando perto.

Paulo ensina que fomos colocados numa “redoma” de tempo e espaço, “Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;27

Por isso, a sentença: “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3 e a promessa: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8 Em tais corações, o que O Santo Escreve, pode ser lido.

Normalmente, o “conhecimento” vulgar, sobre O Eterno, deriva de platitudes, superficialidades genéricas que todos falam; Deus isso, aquilo. Isso não é conhecer, ter intimidade; apenas, tagarelar sobre.

Depois de dura aula numa “sala” muito escura, o mesmo Jó testificou que sua visão, finalmente se ampliara: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem meus olhos. Por isso me abomino e arrependo no pó e na cinza.” Jó 42;5 e 6

Vendo melhor a Deus, ele viu melhor à própria maldade. Quanto mais perto de Deus o homem estiver, mais longe estará do doentio e corrupto, si mesmo. Essa é a ideia da salvação, aliás; “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.”