sábado, 31 de julho de 2021

Sonidos dúbios


“... tu serás uma bênção.” Gn 12;2

“Tu”; essa abordagem mediante um pronome pessoal deveria ser o normal; principalmente, em se tratando do Senhor Onisciente chamando, como fez com Abrão. Entretanto, atualmente, até o que seria óbvio requer alguma relevância.

Em Sua Majestosa presciência, O Eterno chamou Josias e Ciro pelos nomes, antes dos seus nascimentos; bem como, comissionou a Jeremias para profeta. Possível, sendo O Santo Quem É.

O Eterno não sofre a ação do tempo; entretanto, muitos “profetas” da praça fazem parecer que aquele que sonda os corações e conhece nossos pensamentos, de repente, está com lapsos cognitivos; invés de falar específico com quem deseja, passou a “rifar” mensagens sobre “alguéns”.

Cheia está a “nuvem” de “profecias” em “Nome do Senhor” onde Ele “está curando alguém”; “alguém está tendo suas perdas restituídas em dobro”, outrem, “recebe um livramento de morte”, “você não entrou nessa live por acaso” etc. Cambada de salafrários!! Lançando platitudes sobre muitos, natural que acertem algumas; os incautos, certamente testemunharão da “idoneidade” do “profeta”; patifes!

Tu que ages assim, não és profeta; antes, um semeador do joio dos enganos do teu próprio coração egoísta; tens em mais alta estima teu status de plástico, que o bem das almas que O Senhor Ama e deseja salvar.

Por quê não, interpretar honestamente porções da Santa Palavra, sendo assim, um profeta ministerial verdadeiro, invés de uma fraude?

Profecias genéricas existem; são promessas que alcançam a todos que cumprirem suas condições; estão expressas na Palavra; todavia, algumas têm alvos específicos, fluem do Espírito Santo mediante vasos que escolhe; O Senhor não tateia para encontrá-los, nem ao profeta nem ao alvo da profecia.

Esses arremessos de buquês, para quem pegar primeiro não procedem do Todo Poderoso. O Criador não disse a Abrão, alguém da tua família, antes, tu serás uma bênção. Sabemos que o Descendente de Abraão, no qual serão abençoadas todas as famílias da terra é Jesus Cristo. Isso não muda que Abraão foi uma bênção; antes, corrobora.

“Serás”; a mesma ciência que O permite antever o quê vai acontecer, é a que faculta ao Todo Poderoso “Chamar as coisas que não são, como se já fossem.”

Enquanto um empregador humano analisa currículos, para escolher o melhor que é, para a função tencionada, O Eterno fiado em Seu Poder Transformador, e Sua Ciência infalível escolhe currículos bem ruins; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

O homem natural tende a uma caminhada progressiva melhorando seu “status quo”; subir é sua rota. O chamado por Deus carece regeneração espiritual; para isso a demanda é por uma descida tão intensa que pode causar vertigens até. “Negue a si mesmo”.

José foi um bom exemplo de escolhido; invejado e vendido pelos irmãos; traído na casa de Potifar; vítima de ingratidão na prisão; até o tempo que O Eterno preparou para assumir um lugar de honra. Seu currículo tinha “apenas” um item em realce; “Disse Faraó aos seus servos: Acharíamos um homem como este em quem haja o Espírito de Deus?” Gen 41;38

O vir a ser, de Deus em nós, leva-nos por caminhos dolorosos, deferentes dos que tanto gostam de “prever” os “profetas” atuais. Demanda a crucificação dos hábitos doentios do velho homem, para que O Espírito Santo faça Seu Templo em nós.

“Uma bênção”. Perguntemos a qualquer homem natural, o que “quer ser quando crescer”; veremos invariavelmente respostas ancoradas em fama, riqueza, sucesso, comodidades... tudo coisas rasas de cunho egoísta.

Ser uma bênção me faz servir, invés de servir-me. Não sei se tinha escopo espiritual quando Einstein falou, mas, vale para a vida integral: “Tente ser uma pessoa de valor, não de sucesso.”

Invés de receber dádivas, dos Seus Escolhidos Deus faz dádivas, como Jeremias; “... às nações te dei por profeta.” Jr 1;4

Não que seja pecado usufruir das coisas supracitadas, se for em comunhão com O Senhor. Apenas, não devem ser o alvo prioritário de quem teme a Deus.

Alguém advertiu com muita propriedade: “Não é porque as redes sociais deram voz aos imbecis que precisamos dar ouvidos.”

Para ser a bênção que O Eterno planejou, Abrão teve que deixar muitas coisas; peregrinar fiado “apenas” na Voz do Senhor.

O mundo tem vozes demais. Nossa batalha deveria ser contra o engano, mas, estamos sendo chamados às honras terrenas... “Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?” I Cor 14;8
“Acautelai-vos que ninguém vos engane ...” Mat 24;4

terça-feira, 27 de julho de 2021

Condenados a escolher


“Por mim se decreta que no meu reino todo aquele do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir contigo a Jerusalém, vá.” Ed 7;13

O rei persa decretava liberdade de escolha aos filhos de Israel; “... todo aquele... que quiser ir contigo ... vá.” Maravilhosa providência Divina!

O Eterno não deseja obediência forçada. Então, inspirou ao rei persa para que fizesse assim.
Só voltaria para casa quem desejasse.

Já ouvi queixas, meio que culpando ao Senhor, por ter posto certa árvore que possibilitava a desobediência no jardim. Se aquela não existisse não haveria queda, concluem. 

Cabe-nos, então, a pergunta que Ele fez: “Porventura tornarás tu vão o Meu Juízo; ou, tu Me condenarás, para te justificares?” Jó 40;8 Muitos parecem fazer exatamente isso.

Nesse raciocínio, bastaria “eliminarmos” Deus e nada seria proibido; nós O Condenaríamos a desaparecer, para que tudo fosse lícito, permitido.

Isso tentaram em impérios comunistas pretéritos, e ainda tentam na China e satélites, pervertendo o teor ou extinguindo a possibilidade de crença.

Como as rédeas soltas culminariam na lei do mais forte, na barbárie, algo precisaria ser colocado como figura de autoridade no lugar “vago” de Deus.

Outro dia o embaixador da China por aqui ridicularizou a fé do nosso presidente dizendo que Deus é o povo. Parece um discurso libertário; mas lá, o Estado pensa ser Deus, o comunismo a única doutrina “certa”; o povo não passa de gado, ao qual, “Deus” diz o que pode ou não, fazer.

Quantos filhos podem ter, se podem estudar, viajar, ou coisas assim; tudo depende da “Vontade de Deus” que monitora o gado mediante meios tecnológicos. Sonho antigo da esquerda é fazer o mesmo aqui.

Acontece que tudo que está criado o foi pelo Todo Poderoso; se, queremos usufruir da vida, nada mais justo que o seja nos termos Dele.

Por não ter criado robôs, antes, amar a liberdade, Ele nos “condenou” a fazermos escolhas e arcarmos com as consequências. “Céus e terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

Mas, diria alguém, não haveria risco de nossas escolhas serem contra Ele? A maioria são; Ele sempre soube. No vaticínio de tomarmos uma decisão no tocante a Cristo avisou que seria rejeitado, vendido; “... ‘Se parece bem aos vossos olhos’, dai-me o meu salário; se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata.” Zac 11;12

O Senhor Onisciente não é surpreendido; pelo prazer que sente na minoria que corresponde ao Seu Amor, suporta longânime às blasfêmias dos “vasos da ira”; Ele escolheu assim.

Alguns traidores de si mesmos agem como se, mantendo “distância segura” de Deus e Sua Palavra, passassem por inocentes, ignorando que isso é já uma escolha, como denunciou O Mestre: “Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Nome do Unigênito Filho de Deus. A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;18 e 19

Não foi porque não viram à salvação que Ele trouxe; antes, porque recusaram pagar o preço de renúncia necessário. “Amaram mais às trevas que a luz...”

Em quantos ambientes “Cristãos” a Palavra Dele incomoda? A “boa” convivência requer doses de hipocrisia?

Alguém já disse como se estivesse nadando em águas profundas que se Cristo vivesse hoje não seria “Cristão”. Ora, isso é lugar comum, a perfeição ser maior que a imperfeição. Além disso, “produtos” com alto índice de aceitação, são mais facilmente falsificados que outros. Ele É A Verdade; não a falsidade.

Ele condicionou a libertação a permanecer em Suas Palavras; os que as rejeitam quando essas são retamente interpretadas fazem uma escolha também; a natural é segundo a carne; a espiritual segundo Cristo; ambas terão consequências eternas quando, já não restarão escolhas; “... tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Pois, O Seu Amor Paterno É grande, mas não interfere no fato de que ama à justiça também; assim, mesmo não desejando, e olhando estupefato, não muda as consequências para os que tomam os caminhos da morte. “Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?” Ez 33;11

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Entre a cruz e a pedrada

“Homens de dura cerviz, incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram eles? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas;” Atos 7; 52 e 53

Em sua ousada diatribe Estevão acusou aos antepassados de sua audiência de assassinos de profetas; aos próprios, de homicidas do Justo, Jesus Cristo. Parece que a morte como método de solucionar diferenças vinha de pai para filho. Tanto que, o mesmo Estevão provou essa dura “solução”; quando sua mensagem se consistiu num problema, recorreram ao método de sempre; apedrejaram-no até à morte.

Certo que fora prescrita essa pena para alguns casos; como, adultério, feitiçaria, blasfêmia; Contudo, nenhum dos exemplos evocados se encaixava então.

Um pouco antes, o “julgamento” de Cristo foi mera encenação, como certa CPI; tanto que, antes de darem direito de defesa, ouvirem testemunhas, etc. Pediram que Pilatos sentenciasse; pois, hipocritamente sustentaram que lhes não era lícito matar; assim, a dosimetria da pena estava dada antes do julgamento. “… Levai-o vós, e julgai-o segundo vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma.” Jo 18;31

O que fizeram com Estevão, uns poucos dias depois, mostra o quão hipócritas eram.

Acontece que ao aceitarmos certas coisas em nossos corações, mais dia menos dia, as teremos vertendo das ações. Para Deus, aliás, a morte no coração é já, um assassinato. “Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.” I Jo 3;15

A alma que originalmente seria mera seguidora do Espírito, após a queda se fez serviçal das comichões do corpo. Então, os reclames pela justiça, “fazer o bem” na linguagem paulina, sucumbem à força da inclinação pelo mal. Invés de ter por parte da vida tal pendor, ( Paulo ) corretamente definiu como veículo da morte. “Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo … Miserável homem que sou! quem me livrará do corpo desta morte?” Rom 7;21 e 24

O “resolver” nossos problemas matando tem vício de origem; o pressuposto de que os males residem fora de nós, no outro. Assim, algo ou alguém nos incomoda, morte. Muitos fundamentalistas estão “resolvendo” assim, o “problema” dos que se recusam aderir ao Islã.

O caso da mulher adúltera de João 8 ilustra bem a doença moral que é a hipocrisia humana. Mesmo a Lei dizendo que ambos os envolvidos em adultério deveriam ser apedrejados, trouxeram apenas a mulher. Se outro pecado não tivessem, teriam este; o de serem parciais em aplicar a Lei, que estava mui patente. Desse modo, o Salvador “autorizou” a execução. “… Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.” Jo 8;7

Uma vez na vida foram desafiados a redirecionar a luneta que vasculha problemas; pisaram no freio dos juízos temerários. “Quando ouviram isto, redarguidos da consciência saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.” V 9

Muitos usam mal essa passagem ao dizer: “atire a primeira pedra quem não tem pecado”; como se isso fosse uma licença para pecar. Não, apenas uma advertência para cuidarmos mais dos nossos erros, que, dos outros.

Alguns blasfemam; fazem uso perverso da expressão: “Nem Eu te condeno” do Mestre como se isso significasse que Ele também tinha pecados. Não. Apenas, (como disse noutra parte) não viera julgar, mas, para salvar.
Virá outra vez pra Julgar, aí então veremos quais Seus “Pecados”. “… oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O esperam para salvação.” Heb 9;28

Sabendo que os nossos problemas são mesmo nossos, desafiou quem O quisesse seguir, a matar o culpado que atrapalha a salvação, o ego. “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

Ninguém psicologicamente sadio cuidará de seu pátio cortando a grama do vizinho; antes, cortará do seu. Mas, as almas mal sãs tendem a isso. Desejar que os outros mudem; porfiar por isso, enquanto recusam a dar um passo sequer em direção ao problema que devem enfrentar. O “si mesmo”.

Indiferença, zombaria, ceticismo, desdém … há vários meios de “apedrejarmos” aos “Estevãos” que nos incomodam.

Alguns acusam outros de pretérito nefasto que se converteram de se esconderem atrás da Bíblia. Mal sabem que se escondem após Cristo; talvez desconfiem que aceitar a cruz não é coisa para covardes. Covardes preferem matar aos outros …

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Escondidos na Igreja


“O escarnecedor busca sabedoria e não acha nenhuma, para o prudente, porém, o conhecimento é fácil.” Prov 14;6

Um se esforça em buscar sabedoria sem sucesso; outro, encontra-a sem muito esforço, por quê? Porque ante à Fonte d’onde ela verte, algumas credenciais são necessárias para que se galardoe à busca. Um é escarnecedor, o outro, prudente.

Sendo, “O temor do Senhor o princípio da sabedoria,” qual se encaixa no perfil necessário? A resposta óbvia é o prudente; os produtos do escarnecedor são escárnios, para quê serviria sabedoria a serviço de um assim? Escarnecer melhor?

Os chamados a “meditar na Lei do Senhor dia e noite;” são desencorajados de certos caminhos e companhias. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Diferem conhecimento e sabedoria; aquele pode ser obtido mediante esforço, estudo, pesquisas; não tem um caráter moral, necessariamente, até ateus o podem ter; porém, a sabedoria é um dom, portanto, não deriva de pesquisas, estudos e similares. O Senhor escolhe a quem dar; e escolheu os de bom caráter, pois sabe que tais farão o melhor uso das dádivas recebidos; “Ele (Deus) reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo ... ” Prov 2;7 e 8

Tiago chamou religiosidade com pretensão de sabedoria por um adjetivo mui duro: “Se tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja, espírito faccioso aí há perturbação e toda obra perversa.” Tg 3;14 a 16

Antes dissera: “Toda boa dádiva e dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em Quem não há mudança nem sombra de variação.” Cap 1;17

Via a falsa sabedoria pelos estados de ânimo que ela patrocinava; Paulo viu-a pelos frutos. “Falamos sabedoria entre os perfeitos; não a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2;6 a 8

Não que a sabedoria escolha aos presumidos “bons”; num sentido pleno, sequer há; “Não há um justo sequer.”

Entretanto, visitados pela Luz, os que temem a Deus fazem a boa escolha, mesmo com risco de serem expostos em suas falhas, e perderem certos “prazeres”.

Se, após a queda, ouvindo Deus, Adão se escondeu por estar com medo, esses que temem ao Senhor, ante o Divino aproximar desejam se limpar por se verem sujos;

os que, iluminados, preferem seguir como estão, traem a si mesmos buscando perdição. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Suspeitamos que, os que em nosso país desejam uma eleição com urnas não auditáveis, sem voto impresso têm algo a esconder; o honesto não teme a nada.

Assim na igreja, panelinhas, conchavos, os que são vetados de falar livremente, pelo potencial “tóxico” que teriam suas palavras. “Reuniões” sem palavra franca, sem direito a participação são como confissões de gente que tem medo da verdade. Infelizmente, muitos que deveriam ensiná-la temem-na; fogem como a carne, da cruz.

O problema dessa fuga da verdade é que “Adão” acaba reatando com a serpente para perdição sua. “Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;11 e 12

O amor ao dinheiro, e luxos supérfluos é uma forma de escarnecer do Céu, fazendo preferíveis essas benesses aqui, a ter honra eterna lá. Como podem falar tanto sobre Deus, e atuar cínica e mentirosamente na Sua Obra, como se Ele não visse nem ouvisse; sequer, existisse?

Tanto lugar no mundo para se viver impiamente, mas, muitos ímpios se refugiam em igrejas.

Nossa ingenuidade patrocina eventuais buscas insanas. Naturais as rupturas quando se percebe que é impossível a coabitação de jacarés com ovelhas.

Os avarentos de hoje, quando o capeta marcar todos com a moeda digital de que lado ficarão?

domingo, 18 de julho de 2021

Infecção Hospitalar

“Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era necessário circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.” Atos 15;5

Dona legalidade e seus dois maridos. A pretensão de pertencer à Lei e a Cristo. Paulo ensina: “Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre... Assim vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de dardeis fruto para Deus.” Rom 7;2 e 4

Muitos “se convertem” e trazem pra Igreja parte dos hábitos de antes, invés de cambiar os pensamentos como convém.

Aqueles queriam um cristianismo com nuances farisaicas. O Salvador dissera: “Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha; senão, o remendo novo rompe o velho, a rotura fica maior. Nem deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte, o vinho novo rompe os odres e entorna-se o vinho, os odres estragam-se; vinho novo deve ser deitado em odres novos.” Mc 2;21 e 22

Por isso, dos convertidos se espera mudança total; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

As velharias a serem rejeitados em face do novo que O Senhor estava trazendo eram costumes religiosos de então, o que dizer dos hábitos ímpios, de quem nem se preocupava com as coisas celestes?

O salmo primeiro desencoraja o andar segundo o conselho do ímpios; muitos, porém, tratam a Igreja como se fosse uma empresa; onde se distribuem “cargos” invés de se cumprir um chamado; o objetivo dos tais é “subir” nos ditos cargos, e para isso vale tudo; conchavos, panelinhas, maledicência, falsidade, traição, escárnios, etc.

Ora o redil dos salvos deveria ser um hospital espiritual; contudo, há sério risco de uma infecção hospitalar; quem for lá, vindo de fora, invés de curado poderá se contaminar.

Como uma casa muito suja, onde a dona se preocupa com o cardápio a servir para eventuais visitantes, invés da urgente faxina; preocupar-se em anunciar salvação a quem está fora, sem curar os enfermos que erram dentro.

Deus não responde orações por crescimento numérico, antes de se cuidar da qualidade do crescimento buscado.

Uma estranha geração de “obreiros” melindrosos, para os quais, a Palavra de Deus é um “duro discurso” difícil de ouvir. O que fazem na igreja?

Quem sabe, deveras, que a Obra tem Um Senhor, teme; procura observar o que Ele dá mediante Sua Palavra. Não precisa conchavos para “subir”, coisa que nem mesmo deseja; pois, vê os altos postos, como trabalho duro, responsabilidade pesada, não como vitrine para desfilar vaidades.

Cheios estão os púlpitos de gente falando, que deveria estar com a cara no pó para aprender a ouvir primeiro. Muito se dá ênfase na oração, que é uma coisa boa, necessária; quase nada, no caráter. Contudo, se “a oração de um justo pode muito nos seus efeitos”, “O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor...” Prov 15;8

Logo, junto com ensinar a orar carecemos porfiar por sermos transformados pela palavra, para que nossas orações sejam aceitas. 

Pois, os dons de Deus não se destinam aos que gritam mais, antes, aos que obedecem; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;7

Ele responde certas orações pedindo por crescimento, enviando pessoas e conselhos que, se ouvidos trarão ainda mais; porém, a oração dos tais não era tão séria assim. Era mera encenação “gospel”, Deus nem precisaria responder. A admiração dos homens buscada com sofreguidão já tinha sido alcançada.

Se acreditarmos que O Senhor É Mais Sábio que nós, está na hora de aprendermos a confiar Nele, mesmo recebendo o que nem pedimos, como diz certa mensagem:

“Eu pedi a Deus por força, para que pudesse ser bem sucedido, me foi dada a fraqueza, pra eu aprender humildemente, a obedecer; eu pedi saúde para que eu fizesse maiores coisas, foi me dada a enfermidade, para que eu realizasse melhores coisas; pedi riquezas para que eu fosse feliz, foi me dada a pobreza, para que eu fosse mais sábio; pedi poder para que eu tivesse o aplauso dos homens, foi me dada a fraqueza, para que eu precisasse de Deus; pedi tudo o que existe para que eu pudesse aproveitar a vida, foi me dada a vida, para que eu pudesse aproveitar tudo o que existe; eu não recebi nada do que pedi, mas tudo o que esperei ter; e apesar de mim mesmo, as orações que nunca fiz foram atendidas; eu sou, entre todos os homens, o mais abençoado.”

quinta-feira, 15 de julho de 2021

A Doce Hipocrisia


“Tomei o livrinho da mão do anjo, e comi-o; na minha boca era doce como mel; havendo-o comido meu ventre ficou amargo.” Apoc 10;10

Esse livrinho que foi comido por João tipifica toda a Palavra de Deus. Se, não pelo conteúdo, (aquele era estritamente profético) “Importa que profetizes outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis.” V 11 pelo fato de, A Divina Palavra parecer doce nos lábios e amarga no ventre; fácil de falar, difícil cumprir.

Nos dois fundamentos, um na areia, outro na rocha, ambos ouviam à Palavra; um praticava, outro não. O paladar seletivo para “doçuras”, se revelaria letal na hora das tempestades.

O Salvador advertiu que os que O combatiam e rejeitavam estavam assentados “Na cadeira de Moisés”; era para escutar seus ensinos, mas não imitar aos seus exemplos; “Pois dizem e não praticam”. Como crianças, também aqueles procuravam apenas guloseimas.

Paulo ensinou: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;13

Embora seja normal um menino agir assim, se espera que, com o tempo e ensino devido, o crescimento concorra; “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça; é menino.” Heb 5;12 e 13

Notemos que o que diferencia o homem espiritual do menino é que aquele não é, “experimentado na Palavra da Justiça.” Não praticando o que ouve, não pode ter experiências, ou ser, na Palavra, experimentado.

Todo hipócrita é feito de palavras belas envernizando ao caráter feio. Se eles soubessem o quanto são transparentes ...

Diante de homens espirituais, o discernimento legado pelo Espírito faz com que “ouçam”, como Eliseu, o que é dito em seus quartos de dormir. A mera experiência faz ler a mensagem dos olhos, invés de ouvir o verniz dos lábios.

“Se o sapo soubesse que está nu nem sairia da lagoa;” ou, se o hipócrita soubesse como desfila ante quem o pode ver, talvez fosse mais cauteloso, invés de se pavonear tanto.

Infelizmente, sua ausência de substância tende a “preencher” com fumaça; quem carece urgentemente ouvir e se refazer aos ditames da luz, apressa-se em acender seu “fogo estranho” pra parecer que as trevas não habitam ali. O desgraçado, além danoso À Obra de Deus é traidor de si mesmo.

O Eterno permite a religiosidade oca de quem faz barulho “gospel”, até certo ponto. Uma hora O Santo questiona: “... Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças Minhas Palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele; tens tua parte com adúlteros. Soltas tua boca para o mal, e tua língua compõe o engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas Eu te arguirei; as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;16 a 21

Ezequiel também comera o livrinho aquele, inicialmente com sabor de mel; “... Então o comi; era na minha boca doce como mel.” Cap 3;3

O Eterno não enganou-o acerca do amargo que o esperava; “... a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a Mim ...” v 7

Adiante, depois de muitos vaticínios entregues por ele, e rejeitados pelos ouvintes, O Senhor o advertiu da hipocrisia que o cercava: “Eles vêm a ti, como o povo costumava vir, se assentam diante de ti, como Meu povo, ouvem tuas palavras, mas não as põem por obra; lisonjeiam com a sua boca, mas seu coração segue sua avareza. Eis que tu és para eles como uma canção de amores, de quem tem voz suave, que bem tange; porque ouvem tuas palavras, mas não as põem por obra. Mas, quando vier isto (eis que está para vir), então saberão que houve no meio deles um profeta.” Cap 33;31 a 33

Portanto, caro hipócrita que me lê, não bajule um verdadeiro servo de Deus; ele não aceitará; nem faça teatro “espiritual” diante do mesmo; pode ver tua nudez. O Eterno ainda te ama e quer, mas detesta tua hipocrisia.

A luz espiritual mostra por onde andar, não foi dada para fogos de artifício. Andar na luz forja comunhão, não competição. “... se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros ...” I Jo 1;7

domingo, 11 de julho de 2021

Nuvens de Luz


“Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

O “Eles” aqui é a nação de Israel, no contexto do Antigo Testamento; todavia, nada leva a crer que, se nós, do Novo, agirmos do mesmo modo teremos um final diferente deles.

Disse certo pensador antigo: “Termina com má fama quem ousa duelar contra o mais forte.” Estobeu

Então, pelejar contra Deus não é opção. A menos que sejamos suicidas, como advertiu Ele: “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4

Dada a inexistência de um adversário à Altura do Eterno, restou um conselho no verso seguinte: “Que se apodere da Minha Força e faça paz Comigo; sim, que faça paz Comigo.” V 5

Entretanto, “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

Se para reconciliarmos com Deus, carecemos de justiça, e “não há um justo sequer”, como poderia ser? “... nossas justiças são como trapos de imundícia ...” Is 64;6

A dependência de Um Mediador Santo é gritante; não alguém comum, dotado de boas intenções; “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores Feito mais sublime que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez Ele, (Jesus Cristo) uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Portanto, todos os credos que pretenderem ser alternativas de salvação, que apresentem seus heróis. Para nós, os cristãos, “... há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Já ouvi padres querendo dar à Igreja uma autoridade que não possui; fazendo dela, medianeira, por ser “O Corpo de Cristo”. Daí, sua ousadia: “Fora da igreja Católica não há salvação.”

Ora, Corpo de Cristo é uma figura de linguagem que alude a todos os salvos da Terra; é algo místico, espiritual; consequência da salvação, não a causa. A Causa Bendita é “Jesus Cristo homem ...” Seu Sangue derramado por nós, não mera figura de linguagem malandramente torcida para que pareça dizer o que não diz. O Céu é para salvos, não para espertos.

Portanto, erram aqueles; não menos, tantos “Evangélicos” que pregam a Palavra de Deus como sendo um “Manual Divino de prosperidade”. Muito longe disso; é uma declaração de amor, um chamado ao arrependimento, condição inegociável para que haja reconciliação; só é possível segundo a Doutrina do Mediador. Ele disse: “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

Os que aqui O representam de forma idônea não acenam com facilidades, o Céu na Terra, como se diz; antes, advertem das rejeições inerentes à salvação e aflições resultantes; ousam sofrer a “Vergonha alheia” como O Salvador Fez por nós. “Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13;13

Nossa função não é maquiar defuntos; antes, em Cristo, chamar da morte para a vida; apelar aos que ainda estão em adversidade para com O Eterno, que se arrependam e reconciliem. “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. Então, somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

Quando diz que Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não significa que todos estão, ou serão salvos; mas, que a possibilidade através do Mediador é para todos; daí, o “Pregai o Evangelho a toda criatura.”

Ele não quer meras criaturas; regenera mediante novo nascimento e faz filhos por adoção. “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que a criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rom 8;20 e 21

Notemos que a situação da criatura é de servidão à corrupção, enquanto filhos são chamados à liberdade, à glória.

Alguns lutam contra Deus por ignorância, como Saulo; o “zelo sem entendimento”, que ele mesmo mencionou, depois de salvo. Têm mais apreço pela religião que pela verdade.

Porém, aos sinceros, O Eterno enviará um facho de luz, como fez com Cornélio.

Em tempos de estio são bem vindas as nuvens; poderá chover. Assim são as dúvidas acossando corações honestos. É a Luz pedindo uma fresta para entrar.

sábado, 10 de julho de 2021

A Cura do Câncer


“Viste, Senhor, a injustiça que me fizeram; julga minha causa... Tu lhes darás recompensa conforme a obra das suas mãos.” Lam 3;59 e 64

Jeremias rejeitado, ignorado e perseguido, ante as ruínas de uma cidade rebelde.

Pedia que sua causa fosse julgada. Isso é confiar no Senhor; não fazer da carne mortal o seu braço, como aconselhara. “... Maldito o homem que confia no homem; faz da carne seu braço e aparta seu coração do Senhor!” Cap 17;5

Devemos orar pelos que nos perseguem, vencer ao mal com o bem; isso tem a ver, sobretudo, com a saúde da nossa alma; a mágoa alimentada pode crescer sobre raízes de amargura, colocar a perder nossa salvação, ou, fazer danos à Obra, permitindo o nocivo “sentimento faccioso”, a popular “panelinha” que grassa como tumor no “Corpo de Cristo”, a Igreja.

Se, O Médico dos Médicos pode curar todas enfermidades, esse “câncer” às vezes carece de cirurgia, por ser impossível a cura. Quando uma “bênção” dessas é removida, os mais ingênuos lamentam sem perceber que O Médico operou; pois, “... os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.” Sal 1;5

Desejar que os rebeldes se emendem, melhorem suas posturas à luz da Palavra é alimentar um anseio bom para ambas as partes e a Obra, como um todo; porém, quando a resiliência na maldade afronta O Espírito Santo, por amor aos que obedecem, alguns acabam sobrando.

Nosso mandamento de abençoar, orar, perdoar, não significa que aqueles que nos fazem mal, perseguem sem motivo, senão, suas próprias crises de inveja, sejam inocentes; ou, dadas nossas orações ao seu favor sejam livres do Divino juízo, a “recompensa segundo suas obras.”

Salvação é pela Graça, sem o concurso das obras; porém a recompensa deriva delas, sim. Seja em galardão, seja em punição; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Mesmo que, não paguemos na mesma moeda, a maldade feita ou intentada contra nós não passa em branco; A Palavra ensina: “Porque bem conhecemos Aquele que disse: Minha é a vingança, Eu darei a recompensa, diz o Senhor ...” Heb 10;30

Uma coisa é sermos puros de intenções, desejando que os errados de espírito se arrependam; outra seria sermos ingênuos, fingindo não ver o que está patente, ou não entender o que O Espírito nos faz discernir.

Ao servo fiel O Senhor permite que veja tramas obscuras, bem como, ouça o que é dito na sua ausência, por aqueles que, na presença dissimulam, com “lábios ardentes e coração maligno”. A Prudência adverte: “Quando te suplicar com voz suave não te fies nele, porque abriga sete abominações no coração” Prov 26;25

Oportuno o dito de Voltaire: “Que Deus me livre dos meus amigos; dos inimigos eu me cuido.” Significando que é preferível a oposição honesta, a inimizade declarada, à falsidade que convive para armar laços, não pelo prazer de conviver.

Para O Senhor ser entregue sem alvoroço, em Seu lugar de retiro, foi necessária a informação de um dos Seus íntimos, Judas. Demonstração prática que o “amigo” foi mais perigoso que os inimigos que dependeram dele para seu intento homicida.

Tanto espaço para ímpios viverem impiamente como gostam; mas, cegados pelo Pai da mentira decidem envernizar suas impiedades e se misturar aos fiéis.

Ocorre-me uma frase de Spurgeon: “Ninguém é obrigado a se declarar cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Ou seja: Dê testemunho de vida coerente; viva como um.

Aos rebeldes dos dias de Jeremias coube em juízo um cativeiro de “apenas” 70 anos; sim, dá para dizer, apenas. Pois, aos rebeldes atuais, que em plena Era da Graça resistem ao Espírito Santo, se não se arrependerem em tempo rumam ao cativeiro eterno, à perdição.

Outrora o “Escapa por tua vida” foi deixar Sodoma e Gomorra e fugir; hoje, é deixar a falsidade, a duplicidade de coração, como advertiu Tiago: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, Ele vos exaltará.” Tg 4;8 a 10

Todos dizem que não lutamos contra carne e sangue; mas, quem tem predicados malignos como inquilinos, acha que o canhoto está nos outros. “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; fazem do amargo doce e do doce amargo!” Is 5;20

domingo, 4 de julho de 2021

Profanos Conselhos

“... há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? Respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu escave e esterque; se der fruto, ficará; se não, depois mandarás cortar.” Luc 13;7 a 9

Uma praga que tem feito muito estrago é a mescla das coisas santas com o “conselho dos ímpios”, o jeito mundano, amoral de se fazer as coisas sendo usado “Para a Glória do Senhor”.

Ontem deparei com um vídeo cujo teor prometia uma “revelação” se nosso Presidente concluiria seu mandato. Dada a importância, parei pra ver; a coisa se arrastou numa miscelânea de falas relativas à igreja local; terminou sem mencionar, sequer, o assunto do título.

O mundo costuma envernizar assim suas mentiras chamando-as de “estratégia de marketing”. Se, lograr o objetivo de ter audiência, pouco importa se ancorada na mentira. “Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão?” Is 41;8 Digo; tu que se diz cristão, usar conselhos ímpios para “Fazer a Obra de Deus?” Deixa de ser patife! Se diga cristão e viva como um, ou tenha decência de calar a boca!

Outro dia vi um “Bispo” desses metidos a pitonisa que “revelam” coisas às incautas vidas que os buscam; o preço para receber “revelação” era compartilhar sua Live. Duplamente canalha! Mentia e cobrava por isso. Mas, cheia de coraçõezinhos estava a coisa. Reflexo de uma geração adoecida, que foge a Palavra da Vida e busca enganos inconsequentes.

Outro “pregador” repetia à exaustão que em Cristo as pessoas têm “direito de ser felizes”; sempre subindo a tom até levar o hospício todo à histeria. Cáspita! Felicidade é prometida para o além, onde “Não haverá mais pranto nem dor...” aqui temos o concurso das aflições, em meios às quais pesa a responsabilidade de sermos santos. “Porquanto está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16

Muitos desses “Obreiros” são como a figueira aquela, na qual, não encontrando frutos, o fruticultor pensava em cortar, para sua inútil presença não atrapalhar mais.

Talvez, por alguma intercessão, à Misericórdia Excelsa do Senhor, receba nova chance ainda; “Senhor, deixa-a este ano, até que eu escave e esterque; se der fruto, ficará; se não, depois mandarás cortar.”

Urge que entendamos o óbvio; nosso chamado em Cristo não é para que “nos demos bem”; é para que passemos da morte para a vida; feito isso “andemos em novidade de vida”, agora de um modo que agrade ao Senhor da Vinha.

Ele mesmo pontuou o objetivo do nosso chamado para junto de Si; “... Eu vos escolhi e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça ...” Jo 15;16

Quando O Senhor se disse “A Videira Verdadeira” indiretamente fez alusão a outra que se tornou falsa pelos frutos que produziu; “A vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel; os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão; justiça, eis aqui clamor.” Is 5;7

Se, mesmo sendo misericordioso, O Senhor julgou com rigor ao povo eleito, por quê, conosco, meros enxertados na “Videira” seria leniente e faria vistas grossas para com nossa impiedade?

A Palavra ensina: “Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas, a que produz espinhos e abrolhos é reprovada; perto está da maldição; seu fim é ser queimada.” Heb 6;7 e 8

Pois, no mesmo texto que encoraja a meditarmos dia e noite na Lei do Senhor, em desabono ao “conselho dos ímpios”, o Salmo primeiro, no encerramento evidencia o final daqueles; “... os ímpios são como a moinha que o vento espalha. Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.” V 4 e 5

Nada contra os que usam tecnologia e fazem suas “Lives”, desde que as transmissões “ao vivo” sejam oriundas de coisas vivas; gente que nasceu de novo, e busca almas, não aplausos.

O Senhor da vinha Usa os meios possíveis para “adubar” suas plantas; mas, quando chegar a hora do machado, Sua Misericórdia estará em férias.

As facilidades tecnológicas têm dado asas à falsidade; sobram “Pastores” e faltam ovelhas. De longe, onde não se pode acompanhar o testemunho, qualquer biltre pode posar de santo; mas, tirar vida de coisas mortas como fez com a vara de Aarão, só O Eterno Pode.

Quem não tem compromisso com A Palavra, integralmente, honestamente interpretada, pode ter nome de vivo, mas está morto. “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24;5

sábado, 3 de julho de 2021

Como não interpretar à Bíblia


“São justas todas as palavras da minha boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida. Todas elas são retas para aquele que as entende bem, justas para os que acham o conhecimento.” Prov 8; 8 e 9

Nos irritamos com razão, quando o que falamos é desvirtuado, mal versado, de modo que, o que dissemos, de fato, resulta esquecido e o que não quisemos dizer é posto como sendo nossa opinião. Não ponha palavras em minha boca! Reagimos.

Jesus sempre foi cauteloso, e não raro assentava: “Tu o disseste.”

Como seria colocar palavras na boca de Deus? A maneira mais comum é ignorar o contexto e a intenção, e usar um texto qualquer, para fins pessoais. Por exemplo: Pegar uma promessa específica a Abraão, Gideão, Ciro ou a outro qualquer, fazer parecer que a mesma é pra quem ouve e acrescentar: “... Viste bem; porque Eu velo sobre Minha Palavra para cumpri-la.” Jr 1;12

Claro que Deus cumpre o que promete, Ele É Fiel. Contudo, isso é diferente de ser manipulável. 

O Senhor chamara Jeremias para o ministério de profeta; ele teve medo se dizendo uma criança. Daí o Senhor mostrou-lhe certa visão e perguntou o que ele via; “uma vara de amendoeira” respondeu; então, O Senhor acrescentou o texto supra.

O que significava a referida vara? Houve um tempo nos dias de Moisés em que o sacerdócio de Aarão foi contestado como se fosse uma usurpação daquele, não uma escolha Divina.

O Criador ordenou que se pusessem os cajados de todos os líderes no tabernáculo perante Ele, prometendo que faria florescer a vara do seu escolhido. No dia seguinte a vara de Aarão tinha flores e amêndoas, como o selo da escolha de Deus.

De família sacerdotal, por certo, Jeremias sabia muito bem disso e entendeu o que o Senhor queria dizer. Assim como escolhi Aarão e confirmei ante oponentes, fazendo nascer vida em uma vara morta, do mesmo modo confirmo o ministério daqueles que escolho, e estou escolhendo você. Essa era a intenção do Senhor naquele texto, não mais.

Agora, escolher nossa “promessa” favorita e anexar a ela o texto de Jeremias 1;12, é subestimar a sabedoria de Deus que sonda os corações e conhece em oculto nossos pensamentos.

Contudo, isso e muito mais tem sido feito com muito sucesso em nossos dias. Já ouvi muitas pregações do, “o Senhor é contigo varão valoroso” sendo lançada sobre a igreja como “Palavra de Deus” e promessa para nós, quando o “valoroso” em questão era Gideão.

Não que o Senhor não seja com os Seus, mas segundo algumas condições: “... Porque, quanto ao Senhor, Seus Olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele;” II Cron 16;9

Enfatizar a algo que está escrito até o diabo fez; O Senhor o derrotou com o que “também está escrito”. A Palavra como um todo, não as porções convenientes às nossas inclinações.

O Eterno se queixou dos profetas alternativos, a Jeremias nesses termos: “... fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma e seus moradores como Gomorra.” Jr 23; 14

Se pintamos uma postura doentia como Vontade de Deus, o pecador que assim age se sente fortalecido, amparado e sequer cogita mudar, afinal, pensa que está bem.

Muitos, em nome da boa convivência, da popularidade, aceitação e outras enfermidades mais, sonegam a verdade, fogem às polêmicas e até condescendem com valores mundanos em nome de “evitar polêmicas”.

A missão de um profeta não é colher aplausos; é semear a verdade.

Não defendo o clericalismo onde só “ungidos” têm acesso ao Pai; porém, o oba-oba inconsequente faz muito dano.

A visão espiritual estabelece prioridades e mostra em qual front devemos combater. Há agressões sérias à sã doutrina em fartura; muitos laboram por futilidades e preferências, ao invés de rechaçar ao invasor de nosso meio.

É tempo de edificar sim; mas, estando atentos como os edificadores dos dias de Neemias. “Os que edificavam o muro, os que traziam as cargas, e os que carregavam, cada um com uma das mãos fazia a obra e na outra tinha as armas,” Ne 4;17

Fujamos pois, dos sofismas, quer seja, de cometê-los quer seja de neles crer, uma vez que, “... as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo.” II Cor 10; 4 e 5

"Os homens preferem geralmente o engano, que os tranquiliza, à incerteza, que os incomoda."
Marquês de Maricá