terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O Jugo Desigual


“Não trarás o salário da prostituta nem preço de um sodomita à casa do Senhor teu Deus... ambos são igualmente abominação...” Deut 23;18

Dinheiro oriundo se prostituição, fosse de héteros, ou homossexuais, era rejeitado na Casa de Deus; sendo a origem derivada de práticas abomináveis, também o dinheiro era réprobo, inaceitável.

O Eterno preza a integridade; essa, como a palavra sugere refere-se à inteireza moral. Como se dizia no Império Romano sobre a imperatriz: “A mulher de César, não basta ser honesta; precisa também, parecer honesta.”

Paulo chamou de “fugir da aparência do mal”. Assim, embora o ser, valha mais que o parecer, certas coisas a própria aparência já desqualifica.

Não se entenda com isso, uma demanda por perfeição; pois, pecadores que somos, não a atingimos. Contudo, um modo de vida aceitável ante O Senhor é o mínimo que se espera daqueles que lhe pertencem.

Vulgarmente se chama, “lavar dinheiro”, criar mediante artifícios, um lastro verossímil e lícito para “justificar” as posses de origem ilegal, suja.

Perante Deus, a única lavagem aceitável limpa os caracteres, as almas, purificando-as mediante perdão, e santificando-as paulatinamente pelo ensino da Justiça Divina. “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” Tt 3;5

Infelizmente, muitos contentam-se com uma reputação construída com dinheiro sujo para fazer coisas “limpas”, invés de, uma mudança veraz, que demandaria o câmbio do modo de vida; o Jugo de Cristo pra ser aceito diante de Deus, não no teatro das falcatruas parecer “bom” perante os homens.

Quem jamais soube de traficantes, gente com mãos sujas de sangue, tanto dos policiais que assassinam, quanto, dos viciados que seu “trabalho” mata também, que fazem obras de caridade ajudando pobres das favelas?

Ou, a prostituta que deixa esposo e filhos e vai ao “batente” vender-se; depois reúne todas as crianças pobres da rua e faz pomposas festas com brinquedos de aluguel, para posar de dama do bem;

ainda, os marajás da exploração de mão-de-obra, que, em épocas de fim de ano, como agora, entram nos bairros pobres com suas caminhonetes imponentes cheias de pacotes para doar aos pobres...

Esses tentam aquietar consciências com subornos, como se uma coisa limpa pudesse justificar uma dezena de sujeiras ou mais.

Verdade acusa a origem suja de suas posses; invés de uma mudança aí, tentam se lavar com lama; onde são desafiados à justiça tentam compensar com hipocrisia.

Nosso desafio é sermos sal e luz, coisas que não se dividem em fases como a lua; acaso o sal salga, eventualmente, mas em outras ocasiões adoça? Ou a luz, esclarece ambientes, mas de vez em quando os escurece?

Dos Seus Deus demanda integridade, mesmo com eventuais prejuízos materiais; do “cidadão dos Céus" diz que é um que, “... jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;4

Fantasiar-se de fantoche alvirrubro e sair distribuindo migalhas é muito mais fácil que tomar a cruz das renúncias e pautar o viver segundo a “Boa perfeita e agradável Vontade de Deus.”

Quando Deus enviou juízo contra Israel, decorrente de uma grave transgressão de Davi, movido por Sua Misericórdia O Eterno se dispôs a retirar o julgamento mediante arrependimento e certo sacrifício; Araúna o dono do lugar onde se deveria erigir o altar deu tudo ao rei, terreno, bois, tralhas; e ele recusou com estas palavras: “... Não; por preço justo te comprarei, porque não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada...” II Sam 24;24

Desse mesmo calibre são as “boas obras” dos que vivem de maneira injusta, imoral, mas eventualmente decidem usar sua camuflagem de “gente do bem”.

Os servos de Deus são desafiados à justiça sempre; “Em todo tempo sejam alvas tuas roupas, (justas tuas obras) nunca falte o óleo (direção do Espírito Santo) sobre tua cabeça.” Ecl 9;8

Há um texto no Evangelho onde O Salvador parece conceder que se faça o bem com dinheiro sujo; vejamos: “... Granjeai amigos com riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.”

Basta ver o contexto para notar que o único bem em realce é a prudência; no caso, do ímpio mordomo, a corromper-se com outros igualmente injustos.

Temos uma ironia; podemos parafrasear assim: “Façam amigos corruptos, lucrem com isso; quando vocês forem pro inferno, eles estarão esperando-os, lá.”

Nosso desafio é à prática do bem; “Somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Todas as “boas obras” são inúteis, porém, sem a Primeira, que valida-as; “... A obra de Deus é esta: Que creiais Naquele que Ele Enviou.” Jo 6;29

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