domingo, 31 de janeiro de 2021

Semelhante Mente


“Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor; Tu És Grande; Grande O Teu Nome em poder.” Jr 10;6

Outrora era tão óbvia a existência do Criador, que não se cogitava negá-la; o mais longe que a loucura chegava era, uma criatura pretender, de alguma forma, assemelhar-se ao Eterno. Certo anjo tentou isso; “Subirei sobre as alturas das nuvens, serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;14

Como num resumo das inglórias tentativas Jeremias sentenciou: “Ninguém há semelhante a Ti...”

Ateísmo é uma proeza mais moderna, uma “resposta civilizada” à “Idade das Trevas”, do fanatismo onde a violência política usou vestes religiosas; o “iluminismo” que afundou o navio para apagar o incêndio; combateu o fanatismo cego, com uma cegueira envernizada.

O homem, por ter subido dois degraus na ciência achou que chegara ao topo da escada.

“Uma falsa ciência gera ateus, mas a verdadeira ciência leva os homens a se curvar diante da Divindade.” Voltaire

O apreço da negação do óbvio, invés de ser tido como ignorância, desinteligência, foi posto por Paulo como loucura. Não sendo falta de luz, mas de sensatez. Recusar-se a ver, não incapacidade para isso.

Tendo visto os frutos (de Deus) o esperável era que soubessem avaliar à Árvore; mas, não foi assim. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, aves, quadrúpedes e répteis.” Rom 1;19 a 23

O contexto inicial desse texto era também da confecção de imagens, ídolos para adoração, como se esses produtos da mão humana fossem, de alguma forma, semelhantes ao Altíssimo.

O Eterno desafia tais deuses para que “mostrem serviço” a fim de que, sua adoração faça sentido; ou, que demonstrem ser mesmo, deuses; “Anunciai-nos coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem, ou mal, para que nos assombremos, e juntamente vejamos. Eis que sois menos do que nada! vossa obra é menos que nada; abominação é quem vos escolhe.” Is 41;23 e 24

Entretanto, o famigerado ecumenismo que grassa sob a batuta de Francisco labora para tornar qualquer espantalho, bibelô ridículo, ou vento de doutrina, como se iguais ao Altíssimo, Seu Excelso Ser, e Sua Santíssima Palavra.

Quando alguém diz: “Deus como você o concebe”, embora pareça estar falando algo espiritualmente profundo, ou filosoficamente altruísta, apenas empresta sua voz a Satanás para reafirmar seu crime: “Vós sereis como Deus; vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Alguém, com algum resquício de valores, sentimentos, escrúpulos, quando falha compunge-se, entristece-se invés de reiterar sua falha; no entanto, aquele é “como cão que volta ao próprio vômito, ou porca lavada retornando à lama.”

Sendo o homem criado à Imagem e Semelhança de Deus, Ele É Espírito, como Sua Palavra ensina; natural a conclusão que a semelhança possível se verifica nesse prisma; dos valores espirituais, morais, intelectivos, estéticos; causas que não podem ser vistas em si; senão, nos resultados que produzem. Outra vez é oportuna a figura: “Pelos frutos a Árvore”.

O problema é que o discurso da oposição conseguiu fazer parecer que a Árvore da Vida não bastava; que tocando em outra os jardineiros seriam “mais semelhantes” a Deus do que já eram.

A “semelhança” obtida foi aquela que Paulo mencionou de migrar da sabedoria à loucura; reduzir O Todo Poderoso às vis imagens de criaturas.

A coisa não está apenas por manutenção como fazem parecer os ecumenistas; para eles o alvo é coexistência; carecemos salvação, regeneração.

Por isso a necessidade insubstituível de Cristo e Sua Doutrina; “Ninguém vem ao Pai senão por mim.” disse.

“Ir ao Pai” é um movimento espiritual dos que, cansados de ser imagem do engano plasmado pela mentira, olham outra vez para a Imagem de Deus. Afinal, O Salvador veio “... sendo o resplendor da Sua Glória, A Expressa Imagem da Sua Pessoa ...” Heb 1;3

A “viagem” nem requer que nos desloquemos fisicamente; só que mudemos de Senhor. Deixando o autônomo sequaz do capeta, pelo Servo de Cristo e Sua Mente; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

sábado, 30 de janeiro de 2021

O Profeta e a Estrela


“Temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a Estrela da Alva apareça em vossos corações.” II Ped 1;19

Quando se pensa, grosso modo, na Palavra dos profetas o que salta às nossas lupas curiosas é entender o porvir; o que se deve esperar segundo A Palavra de Deus; como serão, enfim, os últimos dias.

Não estamos errados; essa nuance consta nas Escrituras; no entanto, no enfoque de Pedro, estar atentos à Palavra dos profetas ensejaria uma luz interior; a “Estrela da Alva” (Cristo) apareceria em nossos corações.

Paralelo com uma sentença dos provérbios; “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Assim, justificados Nele, somos pouco a pouco ensinados para que nossa visão se amplie no que deveras conta; o conhecimento de Deus na Face de Jesus Cristo.

Paulo disse: “Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos;” Ef 1;16 a 18

Aqui também, sabedoria e revelação não atinam a eventos, mas à pessoa de Cristo; pois, adiante anexa que devemos “conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” Cap 3;19 Assim, a revelação em pauta é de Uma Pessoa, não de alguns eventos.

Portanto, a Palavra profética não visa apenas acontecimentos, tempos, datas, ainda que o faça também; atua para apontar à bendita Luz de Cristo, Seu Ser em nós, aperfeiçoado mediante edificação pela ensino.

Pois, o ministério de ensinar atina precisamente a esse alvo; “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes...” Ef 4;12 a 14

Vemos que a devida edificação traz constância, firmeza, não satisfação de curiosidades.

O conhecimento de Cristo enseja como efeito colateral uma melhor visão de nós mesmos; nossas misérias e más inclinações. 

A luz espiritual não vem para satisfação do intelecto como se fosse mera elucubração filosófica; é antes, um desafio a andar conforme; “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7 Notemos que a eficácia de Cristo só nos atinge se andarmos conforme.

Nossa inclinação natural tende para outro lado, “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.” Rom 8;6 quanto melhor nos vermos na dimensão espiritual, mais trabalho terá a cruz; de outro modo: Quanto mais conhecermos a nós mesmos mais dependentes de Cristo nos veremos.

Se, nossos descaminhos revelados cotejando nosso ser com o Senhor, invés de afastamento gerarem mudança, arrependimento, conversão, então nossa luz será ampliada; O Amor de Deus fará de nossa submissão ao Salvador um “Círculo Virtuoso”, cujo girar nos aproximará paulatinamente dos predicados da Estrela da Alva; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;7 e 8

“Não havendo profecia, o povo se corrompe; porém, o que guarda a lei é bem-aventurado.” Prov 29;18
Esse preceito também evidencia que a função primeira da palavra profética não é prever eventos mas, preservar a integridade.

Esses textos, muitos mais poderiam ser acrescidos, mostram quão errados estão os que acercam-se de adivinhadores do futuro, auto apelidados de profetas, em detrimento dos mestres da Palavra. Deixam a fonte da Água da Vida, que Cristo Faz nos Seus e peregrinam nos desertos do engano, confiados em nuvens que não trazem chuva.

Não que O Eterno não possa usar a quem Lhe aprouver para revelar algo; apenas, Seu alvo principal é regeneração, não informação.

Pois, mais que algo novo a revelar, há muito de revelado carecendo ser entendido; sobretudo, obedecido.

Se, nas veredas naturais da vida carecemos de utopias para caminhar com disse Eduardo Galeano, na senda espiritual a demanda mais cara é por luz. “Lâmpada para os meus pés é Tua Palavra, e luz para meu caminho.” Sal 119;105

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Senhores das Moscas

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! que dizimais hortelã, endro e cominho, e desprezais o mais importante da lei; juízo, misericórdia e fé; deveis porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo.” Mat 23; 23 e 24

No afã de desautorizar os mercenários da praça que usam Obra de Deus como pretexto para suas cobiças, muitos paladinos dos desigrejados defendem que o dízimo era coisa do Antigo Pacto, desnecessário agora, dado que os templos somos nós, nem congregações carecemos.

Que cada salvo em particular é “templo do Espírito” ou edificado para “Morada de Deus no Espírito” isso é cristalino na Palavra.

Entretanto, a igreja é figurada como um corpo interativo, coeso, onde, membros mais nobres devem honrar aos mais frágeis; ambos têm necessidades uns dos outros.

Daí a exortação para que se mantenha assim segundo o projeto do Cabeça desse corpo, Cristo: “Não deixando nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Heb 10;25

A simples existência de congregações bem como obreiros de tempo integral traz devidos custos que demandam contrapartida dos membros. O Salvador não vetou o dízimo apenas desfez a inversão de valores. 

Achavam que fazendo aquilo bastava, ou que era o mais importante. Recolocando cada coisa no seu lugar, dos dízimos disse: “Deveis fazer essas coisas...”

Segundo a metáfora do Senhor, as obrigações materiais com a obra seriam o “mosquito”, o menos valioso, enquanto, o “camelo”, seria negligenciar as coisas mais importantes da Lei, “juízo, misericórdia e fé.”

Logo entendemos que dízimos e ofertas, embora necessários, são coisas de menor monta, sendo o juízo, pela aversão do Santo ao pecado, a misericórdia, nosso engajamento amoroso com as carências do semelhante, e a fé, nossa confiança irrestrita em Deus e Sua Palavra, valores que devem ocupar espaço principal em nosso serviço.

O problema dos mercadores da Palavra é maior que um mosquito. Se, anunciassem segundo o juízo, condenariam a simonia mediante fetichismo, invés de estimulá-la; Segundo à misericórdia atentariam às necessidades das pessoas, não da igreja; segundo a fé descansariam na suficiência de Deus.

Se as nossas prioridades forem o que o Senhor avalia prioritário, Ele suprirá as coisas menores também. “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Umas somos exortados a buscar, outras, nos são prometidas livremente. É perigoso como já vimos, espiritualizar a interpretação dizendo que nós somos os templos do Espírito Santo, não carecemos edificar igrejas, e sim edificar pessoas, mediante ensino.

Em parte isso é verdade mas, não totalmente honesto. Há necessidades reais, com devidos custos de provisão e manutenção.

O que tem ocorrido com frequência, é que o mosquito tem virado camelo; o material tem preponderado. Num caso, quando amamos o dinheiro; sofremos ao fazermos nossa parte, nos vemos a discutir e forçar textos bíblicos, para “provar” que não carecemos mais dizimar;
noutro, quando a igreja faz do dinheiro o tema de suas mensagens constrangendo pessoas, seja vendendo bênçãos, seja ameaçando com maldições. Esse segundo caso, tem dado vida ao primeiro. "O amor ao dinheiro é a raiz de espécie de males."

Então ao permitir a “Marca da Besta” que será o dinheiro do porvir, de certa forma O Eterno estará separando bodes de ovelhas ainda na terra.

Essa turba mercenária preocupada com ostentação, os “templos de Salomão” e assemelhados, como escolherá O Senhor quando for “só Ele” sem honra nem conforto acessórios?

Como cada comichão tem defensores, materialistas associam-se aos semelhantes e passam a caçar insetos com rifles.

Verdade seja dita, a maioria dos que são roubados pelos mercenários, merecem sê-lo. Sabem o que todo mundo sabe mas, preferem a mensagem fácil do “pare de sofrer” que o evangelho de Cristo.

Traídos pela própria cobiça e ilusão, acreditam que esses “ungidos” tem mesmo acesso a Deus, e podem manipulá-lo a seu bel-prazer.

Não dói nada ser fiel nos bens do Senhor.
Se as árvores se conhecem pelos frutos, esses que perturbam trabalhos sérios estabelecidos com seus ensinos parciais que tipos de frutos dão?

Aos mercenários da praça Deus julgará. A tentação mais perigosa nesse contexto é “justificar” nossa avareza, omissão, ou amor ao dinheiro, em nome duma “doutrina” de fundo de quintal. Cuidado!

Na verdade, é mais fácil honrar a Deus com “as primícias de nossa renda”, que com nosso modo de viver. Bebamos, pois, a pura Água da Vida, sem o mosquito e sem o camelo.

"A avareza é um tirano bem cruel; manda ajuntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo". (Plutarco)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Os dois testemunhos


“Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Toma estas escrituras, estes autos de compra, tanto a selada quanto a aberta e coloca-as num vaso de barro, para que se conserve muitos dias.” Jer 32;14

Deus ordenou que Jeremias fizesse um mau negócio, uma vez que deveria comprar as terras de seu primo, na iminência do cativeiro Babilônico, que se cumpria ante seus olhos.
Ele comprou e registrou perante testemunhas. Devia guardar dois registros; um “aberto”, outro selado num vaso de barro. Feito isso, ele orou tentando entender aquilo.

“Eis aqui os valados; já vieram contra a cidade para tomá-la, ela está entregue na mão dos caldeus que pelejam contra pela espada, fome e pestilência; o que disseste se cumpriu, e estás presenciando. Contudo, disseste, ó Senhor Deus: Compra para ti o campo por dinheiro, faze que o confirmem testemunhas, embora a cidade já esteja entregue aos caldeus.” 24 e 25

Desperdicei dezessete siclos de prata; pois, me fizeste ver que teremos 70 anos de cativeiro; comprei uma terra inutilmente. Eram razoáveis as ponderações dele.

Deus reafirmou a certeza do juízo e suas razões. Depois, iria restaurar seu povo. “Porque assim diz o Senhor: Como Eu trouxe sobre este povo todo este grande mal, também trarei sobre ele todo o bem que lhes tenho declarado.” V 45

O mesmo anunciador da ruína punitiva anunciou a restauração. Deus não tem dois tipos de profetas; otimistas e pessimistas; que anteveem bênção ou maldição; apenas os que falam segundo Sua vontade.

Sempre houve oposição entre verdadeiros e falsos profetas; esses enfrentaram Jeremias, dizendo que o exílio duraria dois anos. Durou setenta.

O Criador, pois, entregou a “escritura” da terra ao primeiro casal, quando ordenou que dominassem-na. Eles fizeram um péssimo negócio. “...Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis.” Rom 6;16

Obedeceram o inimigo, serviram-no. A “escritura” passou a ele. “Dar-te-ei todo este poder e sua glória; porque a mim foi entregue, e dou a quem quero.” Luc 4;6 Disso vangloriou-se ele quando tentou Jesus.

Mas, O Criador desejava resgatar Sua terra. O problema era que, não havia um remidor com bens suficientes para isso. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir ao seu irmão; dar a Deus o resgate dele (Pois a redenção da sua alma é caríssima; cessará para sempre).” Sal 49;6-8

Não havendo um “rico” suficiente, então “O Senhor desnudou Seu Santo Braço perante os olhos de todas as nações; todos os confins da terra verão A Salvação do nosso Deus.” Is 52;10

A derrota de Adão por ter obedecido ao diabo, foi anulada pela perfeita vitória de Cristo contra o maligno. A Vontade de Deus que fora derrotada em Adão, voltou a ser vitoriosa Nele.

O Poder universal, sempre esteve com Deus; mas, sobre a terra, por longo tempo dominou o traidor, até Jesus redimir. “... É-me dado todo poder no céu e na terra.” Mat 28;18

Embora a possessão esteja redimida, ainda não a vemos assim, “em esperança somos salvos”. Mas, já temos uma garantia, o penhor do Espírito Santo. “O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.” Ef 1;14

Somos vasos de barro dentro dos quais deve durar muitos dias o testemunho da graciosa redenção. Uma escritura aberta, outra selada. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

O documento aberto, é nosso testemunho de vida, que todos podem ver; o fechado é aquilo que só é conhecido por Deus. Aqueles que sabem disso, descansam Nele, alheios à aceitação humana. Não carecem do aval dos que sabem “o Nome” nem alertas dos que “sabem” a data da Sua volta.

Paulo nos ensinou: “Todavia o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: Deus conhece os que são seus; (fechado) qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” (aberto) II Tim 2;19

Afinal, só Ele é digno de abrir a “escritura” por ter pago o preço exato que Deus requeria. “Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, de ler, nem de olhar para ele. Disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar seus sete selos.” Apoc 5;4 e 5

O “prejuízo” de ter morrido por ímpios se revelará glorioso. “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, ficará satisfeito; com Seu conhecimento Meu servo, o justo, justificará muitos;” Is 53;11

Poder sem pé nem cabeça


“A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Os mais altos certamente são os governantes. Quase sempre que a alegoria bíblica quer evidenciar um poder, usa como figura um chifre; algo que fica no alto. 

Quando a figura é usada para tipificar o adultério, o princípio é o mesmo; um “poder” paralelo ao que tem o cônjuge exercido de modo indigno.

Igualmente a mão chifrada símbolo tão usado por roqueiros satanistas, que, incautos acreditam e apregoam que significa apenas rock, é uma figuração do antigo anseio de Satanás, ser um “Chifre” de igual envergadura que O Todo Poderoso. “Subirei sobre as alturas das nuvens, serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;14

Muitos dormentes homenageiam Satã achando que defendem um gosto musical; ele não se importa; sendo o engano sua “matéria prima”, qual seria o produto?

Todavia, a força esperada de um governante não é física; antes, moral, ética, espiritual, intelectual; personalidade forte. Então quando o vaticínio bíblico acena que nos tempos finais os mais altos enfraqueceriam, ensina que nos últimos dias o planeta será gerido por gente baixa, nesses quesitos.

Adiante, o mesmo profeta viu esses dias em que a verdade seria crime, “discurso de ódio”; “... porque a verdade anda tropeçando pelas ruas; a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece; quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado ...” Is 59;14 e 15

Nos dias de Daniel, o último império humano/satânico foi figurado de dois modos distintos, antagônicos até; Ora, dez chifres na cabeça de um monstro; outra, dez dedos de ferro e barro misturados, nos pés de uma estátua humana.

Entretanto, essa “contradição” se desfaz ao lermos o verso supra de Isaías. Enfraquecem os mais altos. Assim, quanto à posição, estão na cabeça, são poderes, chifres; quanto ao valor, estão nos pés; são os mais baixos, em misturas ilógicas, incoerentes como seria amalgamar ferro ao barro.

A decadência dos poderosos chega a dar vertigem pelos vales aos quais aponta. O Vaticano, o maior poder religioso da terra, está nas mãos de um desprezível blasfemo, inepto para as coisas Divinas, das quais nem se ocupa; abertamente visa validar todos os credos por espúrios e contraditórios que sejam, barro com ferro, vendo nesse aglomerado a alternativa ao seu dever de ofício; propagar O Reino dos Céus.

Nos Estados Unidos, último bastião global da democracia e liberdade, subiu ao poder mediante vergonhosa fraude com votos de mortos até, uma ameba pior que a Dilma; Joe Biden.

Anta incapaz de concatenar duas ideias; no entanto, em suas mãos está a caneta mais poderosa do planeta; todas as pautas comunistas, ideologia de gênero, aborto, drogas, destruição da família, censura ao conservadorismo, fim do patriotismo em nome de um império global etc. começam a ganhar asas.

Os verdadeiros governantes de lá, o “Deep State” ou o Estado Profundo, que mescla-se inclusive com republicanos os que traíram ao Trump, a isso fazem acontecer. Gente como Bill Gates, George Soros, Barack Obama, os Clintons e muitos “Pastores progressistas” estão na moda por lá.

Aqui, por um desses “acidentes naturais” temos ainda um Presidente Albino. Invés das pautas todas aquelas, tão defendidas pelos satanistas globalistas, Deus pátria e família são os valores. Claro que eles precisam acabar com isso!

Para José Dirceu, derrubar ao Bolsonaro ainda esse ano é uma “questão de honra”. Mesmo lobos parecem ter seu código de honra. Deve significar algo como ser um bom lobo.

Todos os dias se fala em impeachment, sem uma causa um motivo plausível. Óbvio que, aos olhos do “Mecanismo” o impedimento já está decidido falta o pretexto, a manipulação do Congresso.

Ora isso embora constitucional é recurso extremo, diante de evidente crime de responsabilidade, não uma coisa banal como esses aloprados têm feito parecer.

Outro dia acusaram o Presidente de não ter feito em Manaus o que o STF proibiu-o de fazer. 

Agora “La prensa isenta” acusa-o de gastar com provisões para seiscentos mil funcionários da máquina, incluindo exército e ações sociais, um valor normal para tal demanda, como se fosse para uso da Família Bolsonaro.

Que obsceno! Olhos ao rés do chão, ao nível dos pés, não conseguem ver nada. Vergonha alheia. Criminosos já foram mais criativos, estão baixos demais.

Quando Daniel falou do monstro com dez chifres na cabeça não delineou a forma que tinha, apenas disse que era terrível. A julgar pelo que tem produzido, bem poderia ter a forma de camarão.

Urgente a importância dos bons valores; governantes refletem de certo modo à sociedade. Quando a derrocada sistêmica for inevitável, (breve será) teremos que fazer escolhas dramáticas na contramão; Deus nos capacitará a isso, se formos fiéis.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Foco


“Os que edificavam o muro, os que traziam as cargas e os que carregavam, cada um, com uma das mãos fazia a obra e na outra tinha as armas.”

Nos dias de Neemias, quando ele liderava a reedificação dos muros de Jerusalém, não foi pequena a oposição dos inimigos querendo obstruir a obra.

Estrategista que era, colocou guardas nos devidos lugares, fez uma mescla de armas com ferramentas para os operários e não parou a restauração.

Muitas vezes, somos vencidos por coisas pequenas, como ameaças infundadas, blefes, ou mesmo, palavras acusadoras plenas de calúnias. Isso foi feito nos dias de Neemias. Essas “carreatas pró-impeachment” foram tentadas então.

A própria lei dos homens diz que o ônus da prova cabe a quem acusa, não ao que é acusado. Então, demonstrem o que dizem de nós, ou fiquem blefando solos.

Pois, não raro, somos tentados pela acusação dos tais, a nos defendermos de ameaças imaginárias, factóides maliciosos que visam desviar do alvo.

Somos tachados de fanáticos, intolerantes, atrasados, com o fito que tenhamos que provar que não o somos; como “provaríamos” isso? Possivelmente, esperam um “perestroika” gospel; uma maior abertura, invés da “porta estreita” de modo que os pecadores se sintam mais confortáveis.

Em suma, que mudemos pervertendo e profanando A Cristo, pra que eles não careçam mudar.
Ora, a validação do pecado como modo de vida, por meio de quem já conhece ao Salvador, equivale a matá-lo de novo. “...pois, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.” Heb 6;6

Precisamos ser cautelosos para não gastarmos esforços vãos ao nos defendermos de inverdades.

Além de corremos o risco de empreendermos esforços num front inútil, colateralmente deixamos de agir, onde vale à pena, onde a Palavra de Deus ainda é desejada.

Venham a nossos cultos, os que nos acusam e os que os aplaudem e vejam “in loco”, se serão rejeitados ou maltratados; depois veiculem, nossa “intolerância”, enfim, provem o que dizem.

Agora, se por anunciarmos a Palavra de Deus como ela é, aos seus olhos equivale a essas pechas que nos colam, então o somos.
Noutros tempos, viver conforme se ensina era chamado coerência, fidelidade; e o oposto, era falsidade, hipocrisia.

Atrasados? Das coisas modernas válidas, participamos de todas; nesse momento, estou na WEB; mas, não cremos num Deus imperfeito que possa ou precise ser melhorado, uma vez que não é fruto da mão humana; assim, O Todo Poderoso não é moderno, nem antigo; Sua relação com o tempo é outra, Eterno.

Fanatismo? Quem jamais viu os quebra-quebras, por causa das caricaturas do “profeta” Maomé nos países islâmicos? Os gays já tentaram fazer suas passeatas lá?

Em nossa cultura, se serve abertamente a satã, se escreve livremente sobre ateísmo, credos alternativos vários, se ensina evolucionismo como ciência nos colégios; mesmo com a confirmação do determinismo biológico das espécies com a descoberta do DNA; ainda eles não mudam, e nós somos fanáticos?

Intolerantes? Acho que o povo do arco-íris deve cantar outra canção. Na verdade já estão “resolvendo” seu problema com Deus. Surgiram novas “visões” que legitimam qualquer comportamento sexual, a despeito do que diga a Bíblia. Criaram uma “tradução” “inclusiva” aliás;

Se, A Vontade do Eterno não é relevante, e podemos fazer uma reengenharia profética; ou, de outro modo; se a salvação nos termos de Deus é menos válida que uma droga emocional, cantemos cantos de ninar, junto ao berço do pecador para não atrapalhar seu sono; quem precisa ainda de pregadores idôneos?

Agora, se amamos de fato, vivemos e cremos na receita original, não nos incomodemos com a pecha de desmancha-prazeres pois, devemos ser despertadores, e não encantadores de serpentes. “Por isso diz: Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14

Quanto aos factóides, tenhamos cautela; podemos perseguir vespas, sujeitos a picadas sem perspectiva de mel. Às vezes não basta ter razão; é necessário ter propósito.

Neemias que liderava seus edificadores guerreiros, como vimos ao princípio, foi chamado a provar que não era o que eles inventaram que ele era; ele respondeu como se deve: “Enviei-lhes mensageiros a dizer: estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” Ne 6; 3

Não deixemos a obra da salvação que é grande, para perdermos tempo com esses; requererão que provemos que não somos servos de Deus, seria ridículo.

Suas vidas erradas anulam suas acusações; nossa justificação vem Daquele que abomina o erro. “Bem aventurados quando mentindo disserem todo mal contra vós, por causa do Meu Nome...”

“Os caluniadores são como o fogo que enegrece a madeira verde, não podendo queimá-la”. Voltaire

domingo, 24 de janeiro de 2021

O "Reset Global"


"Vivemos em um pesadelo de falsidades; há poucos que estão suficientemente acordados e conscientes para ver as coisas como elas são. Nosso primeiro dever é limpar ilusões e recuperar o senso de realidade." Nicolai Berdiaev

Produza-se uma geração incapaz de pensar; coloque-se a mesma num circo onde riqueza de diversões faça indesejáveis e “desnecessários” os cérebros; de quebra desfile mediante a mídia uma nuvem de “formadores de opiniões” com palpites sobre tudo; pronto: O “homo sapiens” estará transgênico, convertido em “homo bestiame”.

Nunca a maldade foi tão obscena, mentirosa, ostensiva; a hipocrisia cultuada como atualmente. Sempre com capas de pretextos nobres para fins vis.

Essa histeria insana por lockdowns, máscaras, vacinas de complexidade alta e eficácia dúbia; pior, efeitos colaterais ignotos; feita a toque de caixa, tendo como pano de fundo a defesa da vida. Quem berraria contra?

Mas, se outros males como suicídio, dengue, H1N1, AIDS, Ebola etc. tão ou mais letais que o vírus “made in China” grassam fazendo mais vítimas que ele, por quê só agora, essa urgência sanitária global, onde tudo orbita em torno dessa bosta que, se fosse tida como normal, faria menos danos que faz, sendo cultuada e usada para terrorismo psicológico como é?

Mais; se, a defesa da vida justifica esforços dessa monta aos olhos desse sistema, por quê, o aborto que mata dezenas de vezes mais é tido como um direito; buscado, invés de combatido? O que houve com a defesa da vida?

Na Argentina outro dia foi comemorada sua aprovação com verdadeiro carnaval em Buenos Aires. Dias depois tivemos um chuva de granizo daqueles cujo tamanho mata reses; semana passada um terremoto, fenômeno raro lá; seria a vida reclamando dos maus tratos?

Então, nos atrevendo a pensar fora a indução cretina dos tangedores de rebanhos somos forçados a ver que há outros alvos atrás disso; não tendo nada a ver com a preservação da vida; é um pretexto que serve para cooptar idiotas úteis ao sistema; tais, invés de denunciá-lo depreciam loucos como eu, que se atrevem a desafinar da “visão” comum.

Quando Bolsonaro um assistemático passou a dar sinais de que venceria soou uma gritaria; “Ele não! É nazista, fascista, homofóbico, machista; o diabo a quatro.” Perseguirá negros, gays mulheres; será um ditador.

Agora passados mais de dois anos, não fez nada disso; sofre o boicote do Congresso, a ditadura do STF; continua sendo “Ele não!” de outro modo. “Impeachment”! É inevitável concluir que os motivos aqueles eram pretextos para convencer asnos úteis.

Entretanto, mesmo os fatos tendo deixado nu que aquilo era mera patifaria seguem ruminando o mesmo capim. “Os asnos preferem palha ao ouro.” Estobeu.

Quando o Globalismo na marra era tido como mera teoria conspiratória, natural o ceticismo de alguns “lógicos”.

Agora que tomaram à força O Vaticano e os Estados Unidos, falam abertamente em fechar tudo, reiniciar o mundo; o tal “Reset Global”. Negar-se a ver o óbvio já não é uma questão de lógica, mas de estupidez.

“A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver.” Bertrand Russel

Sendo metas do maravilhoso mundo a ser reiniciado, o fim da propriedade privada, moeda única digital, exército e governo únicos, religião ecumênica, única/diversa, balaio de gatos, também está lá, na famigerada “agenda 2030” a “redução da população”.

Sendo esse o alvo próximo dos “defensores da vida” quem garante que essas vacinas empurradas à força, por gente mais falsa que cédulas de três reais, a curto ou médio prazo não produza essa meta que os senhores globalistas desejam? Invés de defender à vida, definhá-la?

Ora, se esses patifes estão se lixando para a vida, e o vírus é tão ameaçador assim, meu cavalo disse que, no lugar deles ficaria quietinho deixando correr solto; pois, o vento estaria a seu favor. Mas, quem levaria a sério as opiniões de um assim?

Num mundo com tanto gado dando palpites eu até consideraria as ruminâncias do meu pangaré.

Escrevendo coisas assim, me sinto como boxeador treinando sem os sacos de areia; “dando golpes no ar”, como disse o apóstolo Paulo. É uma geração que não lê; se lê não pensa; e se pensar não entenderá. Está treinada para memes, vídeos vários, e doutrinada por formadores de mentecaptos, infelizmente.

A relação das pessoas para com a Fonte da Vida, A Palavra de Deus, vem “progredindo” de ceticismo para rejeição, aversão, em breve, proibição.

Quem não fizer o devido reservatório de “Água” enquanto pode, perecerá no deserto porvir, o mundo anticristão.

A defesa da vida só tem Um herói, Jesus Cristo: “O ladrão não vem senão para roubar matar e destruir; Eu vim para que tenhais vida, e vida com abundância.” Jo 10;10

O Cristão e a Ira


“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;” Mat 5; 5

Frequentemente se equaciona mansidão com fraqueza, como se fossem a mesma coisa mas, não é bem assim. Animais extremamente fortes, como os elefantes podem ser mansos. Mansidão, pois, trata de força sob controle, não a ausência dela.

Ninguém psicologicamente sadio ousaria pretender ser tão ou mais forte que Aquele que venceu o pecado, o mundo, o diabo e a morte. Contudo, Ele disse: “... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração ...” Mat 11; 29

Em algum momento teremos que lidar com a ira. Somos advertidos pela Palavra que “... a ira do homem não opera a justiça de Deus.” Tg 1; 20 Portanto, parece uma postura que convém evitar.

Paulo diz: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.” Ef 4; 26 Na verdade ele estava parafraseando o salmista que dissera: “Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama e calai-vos.” Sal 4; 4

Então, temos nos textos sagrados uma concessão para até, nos irarmos, sem todavia, em cima disso cometermos pecado.

Na verdade, apesar de ser alistada nos “pecados capitais” pelo catolicismo, a ira em si, nem mesmo pecado é. Só um absoluto pusilânime pode contemplar injustiças, covardias, obscenidades, sem um quê de irritação, sem certa dose de ira, mal estar.

Ló em Sodoma provou muito disso; “(Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre as suas obras injustas); II Ped 2; 8

Jesus quando encontrou o comércio usurpando o lugar da adoração ao Senhor, em Seu zelo não conteve a ira; “Tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores e derribou as mesas;” Jo 2; 15
Aliás, se Ele vier passar em revista tudo que se faz em Seu Nome atualmente é considerável o número de “mesas” a virar.

Cheia está a fraseologia dos Evangelhos de expressões que denotam uma saudável ira; expressões como “vá e não peques mais”, “também não te condeno” e afins, podem ser ditas com voz amorosa, suave; contudo, “hipócritas, raça de víboras... sepulcros caiados... cegos condutores de cegos...” e outras tantas trazem necessariamente um componente emocional mais quente que a fala comum.

Alguns advogam uma “mansidão” full time como se todas as situações devessem receber o mesmo tratamento, como se fôssemos robôs programados, não seres humanos suscetíveis de sentimentos.

Paulo pensavam que as respostas deveriam ser específicas a cada situação; “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6

Esse “temperar com sal” faz nossa fala agradável a Deus que ama à verdade; aos humanos nem sempre.

Alguns, mercê de uma má interpretação do ensino que nossa luta não é contra carne e sangue, acham que não devemos polemizar, nem criticar aos “irmãos” que distorcem as Escrituras.

Ora, no mesmo texto que fala isso, manda os servos de Deus cingirem-se com a verdade, que não é outra coisa, senão, além de serem verdadeiros no agir denunciarem a mentira ao ministrar.

A couraça da justiça demanda não cometer injustiça, nem concordar com quem comete; assim as demais “armas”.

A luta por Cristo contra poderes espirituais opostos envolve participação humana, de ambos os lados. “Não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme suas obras.” II Cor 11; 14 e 15

Como assistir ao obsceno desempenho desses ministros sem uma saudável dose de ira? Até Deus a sente. “Deus é juiz justo, um Deus que se ira todos os dias.” Sal 7; 11

Não estou advogando melindrosos, irritadiços por coisas pequenas, egoístas, banais; esses, ante uma correção qualquer, invés de se arrependerem, mudarem de rumo, derrubam o beiço como Caim; se isolam como se, vítimas de injustiças. Nesses, a cruz tem muito trabalho a realizar.

Agora tratando-se de cristãos maduros, a paz necessária é com Deus; a horizontal é desejável mas, mera possibilidade, nem sempre factível. “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Rom 12; 18

De nossa vontade, pois, devemos laborar pela paz; mas, se o preço for condescender com a violência à doutrina, Às Escrituras, lembremos da advertência de Jeremias: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém a sua espada do sangue.” Jr 48; 10

“Dá-me asco essa falsa humildade, que no fundo gera a omissão e acaba nivelando tudo a padrões baixíssimos.” Clécio Almeida

sábado, 23 de janeiro de 2021

O Inchaço "no espírito"


“... Como tendes falado vaidade, visto mentira, portanto eis que Eu sou contra vós, diz O Senhor Deus.” Ez 13;8

Profetas que lograram a proeza de encontrar a adversidade de Deus. Seus produtos eram vaidade e mentira.

Vaidade em certo grau todos temos; quando nos vestimos para sair, nos arrumamos diante do espelho, algumas nuances dela nos tocam.

Como a palavra sugere é aquilo que é vão; em medida normal, não me faz réprobo nem aprovado diante de Deus que, atina a valores mais altos.

Entretanto, quem tem um ministério profético, sacerdotal, em lugar de atuar segundo devidas demandas se, preencher o tempo laboral com vaidades peca; pois, repousa sobre ele o dever, do qual se omite; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

Havendo expectativa sobre essa responsabilidade, quando atua segundo a vaidade não segundo Deus, acaba produzindo mentiras.

Muitas vezes não dimensionamos corretamente o papel da verdade, sobretudo, no que tange à relação com Deus.

Duas nuances nos alienam dela: uma voluntária, consciente; a mentira; outra temerária; o laborar em erro por ousar desconhecendo à verdade.

Outro dia deparei com um vídeo de certo ministério que se denomina “Em Espírito e Verdade”.

Ouvi o que era ensinado. O ministro disse que o Apocalipse foi escrito antes do ano 70; pois, João recebera ordem de “medir o Santuário”; depois de tal ano o mesmo deixou de existir, sendo destruído pelo General Tito.

Disse mais: Que a “Vinda de Jesus” se deu então, não haverá outra; foi juízo para com aquela geração, pois, Ele disse: “Eis que venho sem demora”, como poderia significar dois mil anos? concluiu.

Paulo definiu ministros dessa estirpe como “inchados em suas carnais compreensões”; Embora os pais da igreja tenham estabelecido a cronologia do Apocalipse no ano 96 da presente era, ele contesta, “baseado” em sua compreensão do que significa a ordem: “Mede o santuário.”

Se soubesse ler veria três tempos distintos já na introdução do livro: “Escreve as coisas que tens visto, as que são e as que depois destas hão de acontecer;” cap 1;19

Sendo a Revelação estrita aos judeus, cumprida até ao ano 70, segundo ele, João teria que falar até àquele tempo apenas; contudo, Deus pensava além; “... Importa que profetizes outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis.” Cap 10;11

O “Eis que venho sem demora” deve ser interpretado como ensinou Paulo: “Comparando as coisas espirituais com as espirituais”. Como labora “em espírito e verdade” deve ser fácil.

Aquilo que para Deus acontece em tempo preciso, aos nossos olhos demora muito; mesmo bênçãos de caráter pessoal; o que dizer dos tratos com o planeta inteiro?

Pedro advertiu desses “ministérios” que surgiriam no fim: “Nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo suas próprias concupiscências, dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação... Amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” II Ped 3;3, 4, 8 e 9

Dando o Apocalipse todo como cumprido já, onde se deu a marca universal sem a qual não se compraria nem venderia? Quando o juízo da prostituta espiritual, Babilônia? Quando o ministério das duas testemunhas mortas, vistas em todo o planeta ao mesmo tempo? Onde e quando a imagem que falaria foi adorada??? Etc.

Esses tão atraídos por um “erro” cometem uma centena, desrespeitando gente séria que enxerga melhor que eles.

Toda heresia deva ser combatida, todo erro, mentira; contudo, às vezes está diante do espelho o alvo que deve ser enfrentado.

Quem teme a Deus, mesmo discordando em eventuais polêmicas lícitas, de interpretações pontuais, deve receber meu respeito; pois, o “Cidadão dos Céus” ... honra os que temem ao Senhor;” Sal 15;4

Já vi e ouvi tanto imbecil falando desrespeitosamente de grandes teólogos do passado, ignorando que, só tem uma Bíblia em seu idioma sobre a qual consegue produzir seus inchaços carnais, graças ao labor daqueles bravos que a traduziram, com as dificuldades inerentes às suas épocas.

Lutar contra erros, heresias, pela verdade é lutar com Deus; todavia, ousar na arena das coisas espirituais sem esses predicados é lutar ‘contra’ Deus.

Quem não possui chamada, ou preparo, sempre poderá refugiar-se em algo melhor do que tão inglória luta: “... o tolo, quando se cala, é reputado por sábio ...” Prov 17;28

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Ora vá, sina!!


Se, você visse o capeta, soubesse que era ele, sobre um carro aberto fazendo buzinaço, distribuindo cestas básicas, brinquedos, doces para as crianças, enfim, fazendo o diabo pela sua atenção, você iria atrás e pegaria uma “beira”??? Diria como alguns incautos que o bicho não é tão feio como parece?

Não posso ouvir as respostas, mas presumo que imensa maioria preferiria deixar a “bênção” pra lá, não pelas coisas em si, das quais, poderia necessitar, mas por não confiar em quem a está distribuindo. Vai saber o que o “benfeitor” poderá demandar em troca disso, depois...

Pois, o “establishment” adotou esse vírus como seu malvado favorito, tocou terror desde sempre; quando algumas vozes defenderam que tratamento precoce à base de Cloroquina resolvia a parada, até gente do PSOL que defende uso de drogas pesadas, “temeu pela segurança” da dita medicação. 

Enfim, uma descoberta que deveria ser recebida com espocar de foguetes e replicada pelo mundo todo, numa sociedade minimante sadia, foi abafada como se a mesma fosse uma maldição.

Aí, meu cavalo começou a desconfiar que a saúde púbica era só pretexto nobre para um súcia de filhos da puta manipularem à população global para fins escusos.

Agora que, impera a “Imunidade de rebanho” nome que os médicos dão para uma situação onde o desenvolvimento de anticorpos por si só já “Vacina” grande parte da população, surge uma “vacina” em tempo recorde; é recebida com buzinaço, por gente incauta lobotomizada, incapaz de pensar.

Ora, essa “NASCOXAVAC que querem nos empurrar precisaria ser testada em muitos, sobretudo em grupos de risco; os testes deveriam ter uma carência relativamente ampla de tempo, para se poder afirmar científica e categoricamente que a coisa não produz efeitos colaterais.

Pandemias sempre ocorreram e jamais se fez uma vacina durante, por ser absolutamente impossível algo científico, sério e probo.

Um dos responsáveis pela ANVISA que teve seu voto transmitido como se fosse um julgamento de Impeachment, tal a pressão da mídia e grupos obscuros pela aprovação da bosta, um desses digo, invés de afirmar categoricamente que a coisa foi testada e é garantida, afirmou que aprovava seu uso emergencial, sob pressão de “grupos não ligados à saúde”. Como assim cara pálida?

Então, quando meu cavalo percebe que os grandes entusiastas da dita coisa, são também proponentes do impedimento do Presidente sem motivo algum, a grande mídia prostituta, e gente como Dória, Gilmar Mendes, Luciano Huck, Amoedo, et caterva, ele me proibiu de levá-lo ao veterinário.

Disse que eu o submeter à essa temeridade vergonhosa eu nunca mais o montarei. Então, como desacostumei de andar à pé, acho que não darei as boas-vindas a essa droga.

Pesquisas feitas às pressas têm tanta coerência como apregoar o valor do silêncio aos gritos.

Se o novo filme dos velozes e corruptos tem 50% de eficácia, quem a tomar, pode levar a vida normal, ou 50% fica em casa e o restante sai às ruas? Usa máscaras dia sim dia não; álcool gel em uma das mãos apenas, ou criarão uma máscara que cubra 50% das vias respiratórias? 

Se, não oferece segurança, garantia nenhuma, nem permite que nossas vidas voltem ao normal, serve para quê, essa bosta?

Desde o início fui contra o “fique em casa”, trabalhei o ano todo; quando quiseram obrigar uso de máscaras até dentro do carro, ameaçando multar eu dei soco na mesa e mandei que multassem.

Sei que morreram pessoas infelizmente, mas repito, não é nem dez por cento dos números oficiais. 

Todas as mortes, quaisquer que sejam as causas acabam no vala comum da COVID. Mais uma razão para meu cavalo desconfiar que há interesses escusos por trás.

Muitos desses que desenvolvem sua “consciência crítica” pela Globo, acusavam aos “negacionistas”, rótulo que colam nos que recusam ser manipulados por cretinos como eles, acusavam-nos, digo, de indiferença criminosa; “agem assim enquanto não é com eles;” pois, foi comigo.

Tive todos os sintomas, consultei, tomei medicamentos, fique treze dias em isolamento; faz dois dias que voltei ao trabalho. Não mudei nada meu modo de pensar.

Dissera que essa, era mais uma enfermidade com a qual “convivemos e conmorremos” criei uma palavra, para definir meu pensamento e segue o mesmo.

Não quero ser “protegido” por bandidos! Detesto uma “Democracia” cheia de palavras proibidas onde quem as usar pode ser penalizado; sofrer prejuízos, ou exclusão de conteúdos até; que porra de liberdade de expressão é essa??

Nos Estados Unidos fizeram valer a vergonhosa vitória do Joe Frauden. 

Aqui breve o poder voltará para as mãos de sempre, infelizmente.

Mas, enquanto tiver voz eu denunciarei isso; não serei gado marcado dessa canalhocracia global!! Enfiem suas vacinas naquele lugar! Em mim, nem amarrado. Cambada de vampiros assassinos!!

Coautoria do Pecado


“Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo; por causa dele não sofrerás pecado”. Lev 19; 17

Acostumamos com a ideia que a condenação da omissão seja originada em Tiago; mas, na verdade, vem desde Moisés.

Os judeus de então foram orientados a exortarem seus irmãos em caso de pecado, sob pena de sofrerem punição. A profecia sem a qual o povo se corrompe, é um agente inibidor do mal que deve residir, em parte, em todo o servo de Deus. Esse é o sentido do “sal da terra”, enquanto a luz tem mais a ver com o testemunho de vida. Com “pregar” pelo exemplo.

Se tivermos a concepção que devemos fugir das polêmicas, e sermos “bonzinhos’ como o Soares que não critica ninguém e “cura” a todos, acabaremos sendo inúteis ao propósito do Senhor. 

O ministro idôneo é verdadeiro, não bajulador; pesca almas, não aplausos.

Quando Jeremias compôs suas Lamentações sobre as ruínas de Jerusalém, atribuiu aos profetas “bons” a causa do desastre. “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura, e não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão.” Lam 2; 14 O que esses profetas receitaram se tornou motivo de rejeição por parte de Deus, estranha receita!

Paulo aconselhou ao jovem Timóteo a não participar de pecados alheios, não se tornar, por assim dizer, coautor dos mesmos. “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5; 22

O assunto em pauta era a consagração de obreiros, que se fazia, como foi com o mesmo Timóteo, mediante imposição de mãos.

Não que se não possa orar com imposição de mãos pelos pecadores, sobretudo arrependidos; nesse caso, o ministro se identifica com a necessidade do pecador e por ele intercede; porém, na apresentação para o ministério, significa identidade de valores, de caráter, recomendação; então, se a imposição for sobre um sujeito dúbio, de vida errada, o que o recomenda se faz partícipe dos seus pecados.

Claro que a omissão não se restringe ao ministério profético; antes, em Tiago, tem mais a ver com o socorro dos necessitados que outra coisa qualquer.

Mas, contemplar o erro e silenciar, na melhor das hipóteses, é falta de zelo para com Deus, sinal claro de falta de amor. O salmista foi incisivo quanto a isso: “Pois falam malvadamente contra ti; Teus inimigos tomam o Teu Nome em vão. Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.” Sal 139; 20 – 22 Para os superficiais que acham que tudo se resume ao “amor” eis um assunto para refletir!

Fácil é, pois, entender às limitações de um errado de espírito, as precipitações de um neófito qualquer, e até suportar incompreensões, ou, indelicadezas de um assim; agora, suportar o teatro nauseabundo de um herege contumaz sem se irritar, sem reagir de modo enfático é muito difícil. Nem se trata do medo de ser punido por omissão; antes, da ira que dá ao ver o povo ludibriado, e O Santo Nome de Deus profanado.

Adotamos em parte, no meio cristão, a faceta mundana e amoral, que amar é ser sempre agradável, simpático, cordato. Aquele de quem a Bíblia fala que ninguém tem maior amor que Ele, Jesus, não foi assim.

Na verdade, o profeta está para a batalha espiritual como um atalaia era posto sobre os muros, para avisar ao povo, de que o exército inimigo aproximava; um cochilo, uma falta de aviso era derrota certa, mas o sangue derramado era culpa do atalaia, figura que Deus usou para com Ezequiel. “Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, não for avisado o povo, a espada vier e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniquidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia.” Ez 33;6

Em nossos dias, as heresias vêm como um exército armado em busca dos servos do Senhor; aqueles que foram postos “em cima do muro” para ver mais longe, devem bradar a plenos pulmões, para que não sejam apanhados desprevenidos, os que dependem de seu aviso.

Não sejamos omissos para que não prospere a iniquidade, e nem sejam ceifados por faltar aviso, eventuais simples, de coração sincero.

Possuir uma arma como a que temos, uma espada de Um Rei e não usá-la oportunamente, além de um desperdício, encerra uma maldição.

“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém a sua espada do sangue.” Jr 48;10

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Tristezas sem sal


“Melhor é a mágoa que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

A superioridade da mágoa não tem a ver com sentimentos; antes, com o produto gerado; “Faz melhor o coração.”

O contexto dessa reflexão é genérico; tristeza pela perda de um ente querido, mera dor emocional sem nenhum outro componente; “Melhor é ir à casa onde há luto, que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos o aplicam ao seu coração.” V 2

Aplicar ao próprio coração as lições de quão fugaz é a vida; haurir lições, era o que o sábio tencionava dizer com, “faz melhor o coração.”

Se nesse cotejo a tristeza leva vantagem, Paulo fez questão de partir a mesma em duas fatias; dois motivos distintos, um com resultado proveitoso, outro não. “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do (ou, segundo o) mundo opera a morte.” II Cor 7;10

Como diferir a tristeza segundo o mundo, de outra, segundo Deus?

Numa análise simples, uma nuance me ocorre; a tristeza segundo o mundo é quando somos atacados, atingidos por nossos defeitos; segundo Deus, quando somos afligidos pelas nossas qualidades.

Natural ocorrer a figura de dois governantes de nosso país; um ex, desprezado por ser ladrão, corrupto, mentiroso; outro perseguido, caluniado por ser cristão e honesto. 

O Senhor ensinou: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo disserem todo mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão...” Mat ;10 a 12

Padecer coisas por ser desonesto, safado, é apenas tristeza segundo o mundo; por outro lado, padecer por ser decente, honesto, a tristeza daí derivada é a dita tristeza segundo Deus.

A coisa não se esgota aí; no contexto Paulo disse que a dura carta que escrevera contristou aos coríntios para arrependimento; nesse caso uma tristeza por saber que ficou abaixo da linha de pobreza espiritual, moral; agiu de modo indigno, ímpio. 

Logo, se a tristeza pode ser partida em duas, quanto à relação espiritual, segundo o mundo ou segundo Deus, essa última pode ser partida outra vez; em motivos externos, inveja, perseguição, e íntimos; vergonha, arrependimento.

Diferente dos pregadores “positivos” atuais, Pedro colocou o sofrimento como uma necessidade para os fiéis; “Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados; pois, também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais suas pisadas.” I Ped 2;19 a 21

Os gregos também viam a tristeza como medicinal; uma grande comoção que levassem o povo às lágrimas era desejada, buscada; a “Catarse”; tal “tratamento” segundo criam, limpava às pessoas de superficialidades, futilidades várias, egoísmos, mesquinharias; levava-as a meditar no sentido mais profundo das coisas.

Invés dessas novelinhas açucaradas sempre com o “final feliz” onde, até o cachorro e o macaco encontram a metade da banana, esse; do osso, aquele; os dramaturgos escreviam e encenavam tragédias; o epílogo era de grande tristeza, morticínios revelações inesperadas, dor.

Assim se no conteúdo eles podiam ter problemas em seu modo de pensar, na forma de ver a tristeza como medicinal, estavam certos.

O que deu azo a escrever sobre isso foi ter revisto um breve vídeo sobre a tragédia da Chapecoense; o choro das pessoas as exortações para perdoar picuinhas, preocupar-se com o que deveras interessa. Mesmo tendo passado mais de quatro anos já, a coisa ainda comove.

No entanto, a maioria dos jornalistas que naquele momento de dor pareciam pregadores do Evangelho, passada a “catarse” voltaram às vidinhas ordinárias de sempre, não aprenderam nada.

Essas comoções pontuais não são a tristeza aquela, que faz melhor o coração; são derivadas do medo, pois poderia ter sido com eles; ou, remorso por ter dito ou feito algo contra alguém que morreu tragicamente.

Se as tristezas várias que nos assolam não forem pregoeiras a nos levar para a tristeza segundo Deus, o arrependimento, serão nuvens que não trazem chuva; folhas ao vento; “... vossa benignidade é como a nuvem da manhã, como orvalho da madrugada, que cedo passa.” Os 6;4

O bom da tristeza segundo Deus é que dentro dessa casca está a semente da alegria; “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria.” Sal 126; 5 afinal, “... O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Sal 30;5

domingo, 17 de janeiro de 2021

Seriedade da Graça


“... nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que nela se derramar, senão com o sangue daquele que o derramou.” Nm 35;33 A culpa humana incidia sobre a terra, inclusive.

A Lei da expiação ou, remissão prescrevia que crimes de sangue tivessem pena de morte; ensino desenvolvido depois na Epístola aos Hebreus; “... sem derramamento de sangue não há remissão.” Heb 9;22

Quando Adão transgrediu um limite cuja sentença era a morte, de certo modo, “derramou sangue”; seu próprio e da sua descendência. Tanto que, com a perda da inocência vieram medo, culpa e vergonha; O Criador Baniu-os do Jardim; matou um animal e os vestiu com a pele do mesmo. Sangue inocente já foi derramado, como consequência do culpado.

Todavia, se olharmos de novo à sentença inicial, veremos que o sangue requerido para remissão era o do culpado; “daquele que o derramou.” Um bicho como substituto não servia.

Por isso, o sacerdócio antigo, onde os pecados eram “remidos” com sangue de animais era só um “tipo profético”, um símbolo de uma redenção, ainda a ser feita. A Epístola aos Hebreus chama de “correção”; ensina que as coisas do Antigo Pacto eram “sombras” das futuras, “Consistindo somente em comidas, bebidas, várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção.” Heb 9;10

Embora aquilo tivesse seu valor para o propósito que foi estabelecido, não ia além dele; para a remissão veraz se requeria algo Maior; “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Se, O Eterno quis aqueles sacrifícios como símbolos, não como uma remissão definitiva havia a necessidade do “Segundo Adão” inocente para remir o mal que o primeiro fizera; “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados.” Heb 10;4

“Por isso,
(Cristo) entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste... Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, Tua Vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.” Heb 10;5 e 9

Seu “jugo” foi levar a Vontade de Deus às últimas consequências. Quando nos desafia a tomarmos o mesmo, deseja que andemos em igual exemplo de submissão. Pois, Ele, “Esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma de homem, humilhou-se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;7 e 8

Não que a cruz em si fosse uma necessidade; a necessidade aos Olhos Divinos era outro sangue inocente, do calibre do que Adão derramara, para remissão. 

A Cruz era um “upgrade” um requinte de crueldade; o jeito romano de punir a quem consideravam culpado. Por isso a ênfase que Ele foi obediente até à morte, e “morte de cruz”. Isto é; de modo cruel, espetaculoso.

Como Seu Jugo de submissão culminou nisso, nós que somos chamados a nos identificarmos com Ele, figuradamente somos desafiados a tomarmos nossa “cruz” também.

Conversão é identificação com Sua Entrega; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Os judeus ciosos da Lei de Moisés não entenderam o significado da morte Dele; não obstante, Isaías tenha ensinado que seria assim; “Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele; pelas suas pisaduras fomos sarados.” Cap 53;5

Se, as coisas dadas mediante Moisés eram um esboço segundo os “rudimentos do mundo” até o tempo da “correção”, a era da Graça é muito mais séria que a Lei.

Afinal, “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

Se, transgredir ao “esboço” culminava em pena de morte, devemos, antes de nos escudarmos imprudentemente no “Deus É Amor”, adotar visão mais ampla; “Considera a bondade e a severidade de Deus...” Rom 11;22

Cristo esvaziou-se do Seu Poder; da Santidade, não. Logo, “Segui a paz com todos e a Santificação, sem a qual, ninguém verá O Senhor” Heb 12;14

sábado, 16 de janeiro de 2021

Vidas Secas

“Mandei vir seca sobre a terra, os montes, o trigo, o mosto, o azeite e sobre o que a terra produz; como também sobre os homens, o gado e todo o trabalho das mãos.” Ag 1; 11

Nos dias de Ageu, o povo dedicava-se às suas coisas e negligenciava as do Senhor; naquele contexto significava edificar o templo para a devida adoração. Como punição pela indiferença o Senhor enviara estio sobre a terra; quiçá, o povo reconsideraria seus caminhos, mas nada. Então levantou o profeta para adverti-los.

O mundo tem explicações “racionais” para todos os fenômenos naturais; aquecimento global, “el ninho”, “la ninha” etc. Os filhos de Deus porém, devem considerar a Sua ação e Governo se, de fato, creem Nele. “Sucederá algum mal na cidade, (juízo) sem que O Senhor o tenha feito?” Am 3;6

No Novo Testamento, o Templo do Espírito Santo somos nós, o que não significa que não deva ser edificado; antes, Paulo ensina: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1; 6

Como naqueles dias, temos tempo para “nossas casas” e não para a do Senhor. Isto é, gastamos tempo com toda sorte de entretenimento, jogos, novelas, músicas, etc. E quase nada investimos no crescimento espiritual. Qual a consequência disso? Seca.

Invés de podermos dizer como Davi, “Alegrei-me quando disseram vamos a casa do Senhor.” Sal 122; 1 Nos alegramos com coisa fúteis, superficiais, quando não, profanas. Consequência da seca, falta de pão.

A palavra “Ambulância” na própria, está escrita ao contrário. Posta assim pra ser lida pelo retrovisor, quando estamos adiante dela; assim são as consequências. Escritas para serem lidas “à posteriori” entendendo, então, quem vem atrás, as causas. Invés disso, de rever posturas aprendendo com erros os sedentos cambiam o desnecessário.

Quantos “testemunham” suas “vitórias” depois de terem migrado para as igrejas da fé “inteligente” onde finalmente foram “abençoadas”; pois, tendo vivido uma década em igrejas sérias, isso não lhes trouxe vantagem alguma.

Se tivessem edificado a casa do Senhor, ao invés de um culto indiferente, alheio, não teriam falta de nada; pois, o manancial da Água da Vida não seca; “Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte, que salta para a vida eterna.” Jo 4; 14

Essa sedução da “prosperidade” parece atraente onde existe cegueira espiritual; porém, para quem tem olhos, soa obscena.

Quem congrega em igrejas sérias, e não edifica-se por negligência, acabará seduzido por alguma fraude como consequência; não obstante todo o esforço do Espírito Santo para edificar sua casa, segue sem teto, retirante de onde deveria estar estabelecido.

Não faria dano um “vento de doutrina” contra uma casa edificada na Rocha; contra malocas de palha faz. Se, o diligente espiritual tem sentidos exercitados para discernir, esses são presas fáceis de enganadores.

Diz uma fábula árabe que o machado queria se misturar às árvores; algumas estavam desconfiadas. Mas, vendo o cabo de madeira uma incauta disse; esse é dos nossos.
Assim esses sem tetos; basta parecer com um pregador, escamotear um ou dois textos bíblicos de já dão boas-vindas à morte como as árvores da fábula.

Nesses casos, a peregrinação se dá não por falta de alimento, mas de apetite espiritual, coisa que deveria ser normal nos renascidos. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;
2

Deus afirmou ser o dono da prata e do ouro necessários à edificação. “As palavras do Senhor são palavras puras como prata refinada em forno de barro, purificada sete vezes.” Sal 12; 6

Acontece que, o “ouro” nesse caso é produzido à partir de nossa relação com a palavra; pois, “a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus.” Esse ouvir, claro! implica obedecer mesmo em meio a provações, a fornalha que purifica o ouro da fé. “Te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição.” Is 48;10

“Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, honra e glória, na revelação de Jesus Cristo;” I Ped 1;7

Não existem atalhos nas coisas espirituais, ou edificamos segundo Deus, ou podemos construir templos majestosos aos olhos humanos, os quais, aos de Deus serão ídolos detestáveis apenas.

Deus está pronto a soprar nossas cabanas de palha e edificar com pedras preciosas, se tão somente o convidarmos a ser nosso Mestre-de-obras. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam.” Sal 127; 1

Estabilidade no emprego; da fé


“Com sabedoria se edifica a casa; com o entendimento ela se estabelece;” Prov 24;3

Passos distintos; edificar e estabelecer. Edificar não carece maiores definições. Estabelecer, como a própria palavra sugere é fazer estável, permanente.

Para edificarmos, basta termos “Know how”; ou, saber como; enquanto, o entendimento mira além de mero saber fazer; toca no porquê, para quê, a casa é feita.

Se, ela se erige com propósito de nos abrigar das intempéries ordinárias, sol, chuva, frio ventos; com entendimento se considera também as extraordinárias, que poderão testar nossa casa. Tempestades, inundações, vendavais...

Entendendo isso, haveremos de buscar a solidez necessária, para que a mesma se estabeleça.

É um recurso didático a ideia da casa; pois, a edificação que conta é das nossas vidas; o salmista, pois, preceituou o necessário para se fazer firme a obra; “Se O Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam...” Sal 127;1

Ainda que a casa seja nossa, demande nossa edificação, terá que ser segundo o Projeto do Alto; do Senhor, senão, será inútil.

Pedro usa a mesma figura; “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual ...” I Ped 2;5

Paulo detalhou: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará...” I Cor 3;11 a 13

Sobre Fundamento Único, Jesus Cristo, cada um pode escolher seu “material de construção” segundo seu entendimento ou, falta dele, no caso de se usar material inferior.

O Próprio Senhor ensinara as mesmas coisas; “Todo aquele que escuta estas Minhas Palavras e pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que, edificou sua casa sobre a rocha; desceu a chuva, correram rios, assopraram ventos, combateram aquela casa e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. Aquele que ouve estas Minhas Palavras e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou sua casa sobre a areia;” Mat 7;24 a 26

Dois tipos possíveis de edificadores; ambos sabem; conhecem os ensinos de Cristo; um vai além, entende para quê, esses foram dados, cumprir. Tal, ao virem as intempéries espirituais estará alicerçado de modo a não oscilar na fé; sua casa ancora-se no bom fundamento.

Paulo escrevendo aos efésios ensinou que, carecemos ser edificados, se possível, à Estatura de Cristo, para a solidez na fé; “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano de homens que, com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Se, nesse exemplo a ameaça são ventos de doutrina, ensinos espúrios para desviar de Cristo, muitas “casas” são assoladas com violência física, morte até; nessa reta final em que estamos, o “crime” de insistirmos no “Ninguém vem ao Pai senão, por mim”, a exclusividade de Cristo para salvação, poderá custar nossas vidas, liberdade. Quem não tiver alicerçado na Rocha, sucumbirá.

Então devemos estar “Vacinados” contra enganos superficiais das emoções; essa ideia rasa onde pregadores mercenários chamam ouvintes para “viver melhor”; é exatamente o outro lado da moeda; “Negue-se” precisamos aprender a morrer melhor. Abdicar de nossas vontades rasas pelas do Eterno.

As emoções são pontuais, voláteis; mudam muito rápido não sendo confiáveis; tampouco, aferidoras da fé. Cristãos hebreus no seu auge abriram mão de tudo por Cristo; “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições... vos compadecestes das minhas prisões, com alegria permitistes o roubo dos vossos bens...” Heb 10;32 e 34

Entretanto, mudado o estado emocional, malogradas algumas expectativas de origem humana estavam voltando atrás; por isso a exortação: “Necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a Vontade de Deus, possais alcançar a promessa... o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha alma não tem prazer nele.” Vs 36 e 38

A seguir o autor alistou feitos dos “Heróis da fé” para que, mirando nos exemplos deles, não desfalecessem; lembrou, que a luta que lhes parecia pesada demais era pequena se comparada com a que tiveram aqueles; “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

A velocidade das coisas nesse mundo líquido, tecnológico propicia superficialidade; imediatismo. Entretanto, salvação não é um “link” que se abre automaticamente com um clik. É uma entrega cabal, fiado totalmente na Integridade do Salvador.

Como Ele promete a eternidade salva por prêmio, justo que, demande algum esforço nosso na edificação, para que Nele, a façamos estável.

Se lhe dermos ouvidos trocaremos uma palafita por um palácio; “... se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.” II Cor 5;1

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

"Negritos" de Jesus


Destacamos textos relevantes, seja sublinhando, escrevendo em “caixa alta”, ou, na maioria dos casos usamos o negrito para pontuar o quê, julgamos prioritário. Mesmo falando, pela ênfase se pode notar o que é realçado.

Jesus foi contra a maré, destacando coisas diferentes; Sua escala de valores deve ser outra.

Após uma série de ensinos Dele uma mulher resolveu negritar algo; “Aconteceu que, dizendo Ele estas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste. Mas Ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem A Palavra de Deus guardam.” Luc 11; 27 e 28

Católicos não concordariam com Ele, deixar de exaltar Maria para exaltar à Palavra de Deus feriria seu modo de culto.

Outros realçaram o sucesso dos ministérios, pretensa autoridade sobre o inimigo; Ele realçou a Salvação; “Não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem vossos nomes escritos nos céus.” Luc 10; 20

Quando levaram um paralítico ante Ele, a coisa esperada seria cura; de novo, O Senhor “errou” a ênfase. “Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo, perdoados te são teus pecados.” Mat; 9; 2 Depois o curou, porém colocou a salvação como prioridade.

O jovem rico enfatizou justiça própria; Ele, preceituou amor ao próximo e sugeriu que transferisse suas riquezas para um “paraíso fiscal” onde estaria protegida; nada poderia estar mais na contramão das pretensões dele; abdicar de riquezas por um tesouro no Céu; e seguir a Jesus. “O jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.” Mat 19; 22

O príncipe Nicodemos exaltou os milagres do Senhor; invés de envaidecer-se com elogios tocou no ponto crucial: Nicodemos estava morto; “Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3; 2 e 3

Imaginemos hoje, um Senador indo ter com um “apóstolo” ou “bispo” dos atuais, e elogiando-os; quantos teriam coragem de denunciar a morte espiritual do ilustre? Provavelmente pediriam uma emenda orçamentária para seus “Templos de Salomão”, “Cidades Mundiais” ou assemelhados, e “abençoariam” ao morto sem mencionar a sua morte.

Jesus era mesmo estranho. Uma vez chegou a renegar laços de sangue afirmando ser espiritual o liame que identifica a família de Deus? “Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; estando fora, mandaram-no chamar. A multidão estava assentada ao redor dele; disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos te procuram; estão lá fora. Ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? Olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a Vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã, e mãe.” Mc 3; 31 a 35

Por quê foi tão severo com os seus? O mesmo contexto mostra a intenção com qual O buscavam; “Quando os seus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si.” Mc 3; 21

O fato é que essa “loucura” que leva a Vontade de Deus às últimas consequências, recebendo aversão do mundo, é uma virtude tristemente ausente.

Dia desses deparei com uma Hilux 4x4 na qual estava escrito: “Jesus é a razão do meu sucesso”. Viram como “Ele” evoluiu? Quem perseguiria um líder de autoajuda preocupado com nossa saúde e nossas finanças?

Apesar do texto de Hebreus 13; 8 afirmar que Jesus é o mesmo e sempre será, parece que “Ele” anda com ideias diferentes atualmente.

Em certos ambientes, os peitos em que mamou recebem mais honra que A Palavra de Deus; noutros, as curas são realçadas, antes que a salvação; os ministros que deveriam apontar em Seu Santo Nome, para os tesouros no céu, exploram os pobres e constroem impérios na terra.

O lamentável é que esse “admirável gado novo” marcado com o ferro em brasa dos clichês mercenários é desafeito a pensar; tende a achar loucos os que denunciam seus mestres, os quais escolheram segundo suas comichões.

Passados uns três milênios da mensagem de Oséias, tristemente se repete; “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também Te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também Eu me esquecerei de teus filhos.” Os 4; 6

“Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento, e uma boa dose de mentira.” Soren Kierkergaard