sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Felicidade na escolha que vem


“Felizes os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

Estamos no ano que vem, onde todos se desejaram felicidades; quero pensar um pouco sobre essa dama, a felicidade; onde mora, de quê é feita, quais suas características?

Se, todos desejam que outrem a encontre no devir, supõe-se, naturalmente, que ela reside lá; que esteja nos esperando no futuro.

Entretanto, muito deparei com a frase: “Eu era feliz e não sabia”. Para quem falou assim, ela estava no passado e ele não viu; assim, além de encontrá-la, talvez devêssemos desejar junto a capacidade de ver, quando isso se der.

Além da dificuldade de a situarmos, no tempo, temos algumas variáveis quanto à sua essência também. Grosso modo, será associada ao prazer, bem estar, anseios satisfeitos, fartura, afetos correspondidos, segurança, paz...

Contudo, na receita de Cristo, invés de mencionar circunstâncias prazerosas, Ele elenca algumas que demandam sacrifícios, dores até. “Felizes os pobres de espírito; limpos de coração; pacificadores; perseguidos por amor ao Meu nome, e pasmem! Felizes os que choram...” Será que alguns desejam que eu chore???

Provavelmente Jesus não entendia de felicidade... ou será que somos nós que não entendemos bem o que está em jogo?

Na verdade a palavra, feliz, às vezes é usada apenas como uma figura de linguagem; outras, como uma semente profética.

Quando alguém diz que era feliz e não sabia, não pretende dizer estritamente isso; antes, que uma situação pretérita era melhor que a atual. Nesse sentido, todos nós podemos dizer, eventualmente; pois, à medida que o rio do tempo avança, bons valores apodrecem, o mundo degenera, as pessoas pioram.

Contudo, o “feliz” como semente não se refere ao momento doloroso da semeadura, mas, ao resultado ditoso da ceifa; “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo seus molhos.” Sal 126;5 e 6

Nesse prisma que O Salvador ensinou, tendo em vista uma recompensa porvir; felizes os que agem assim, (malgrado o custo presente, perseguições, aflições) porque “serão consolados, deles é O Reino, serão chamados filhos de Deus, verão a Deus...”

Então, para os que a felicidade está no passado, as coisas estão apenas piorando; para os que a esperam no futuro, há um preço atual, nem sempre circundado de alegrias e facilidades; “No mundo tereis aflições; mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo”, ensinou O Salvador.

Pensando no teor dessas aflições necessárias, na minha insipiência eu achava que fosse porque o mundo massifica, se impõe e discrimina quem não anda segundo seu curso; o que deveria valer para nós cristãos; pois, Ele disse: “Dei-lhes Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como Eu do mundo não sou.” Jo 17;14 a 16

Sermos estrangeiros no mundo, peregrinos, não tem a ver com falarmos outro idioma, mas como adotarmos um modo de vida derivado da Palavra de Deus, que o mundo não consegue nem aprecia; não ser do mundo estando no mundo, não agir como ele, por amor a Deus; em minha ingenuidade eu pensava que era assim;

Mas, ao ver “cristãos” comemorando o Natal, de mesmo jeito que o mundo, com os mesmos elementos do paganismo e nada de Bíblia, e, na virada do ano, usando roupas novas de acordo com seus desejos de conquista, conforme as cores que determinam certos “Orixás” para trazer, amor, riqueza, paz, harmonia etc. me senti estrangeiro ao “cristianismo” não apenas ao mundo... estou mais perdido que pensava, “eu era feliz e não sabia”...

Na cidades-estados gregas havia dois tipos; O politicai, ou cidadão, com plenos direitos nas reuniões da Polis, (cidade) e os metecos; esses eram estrangeiros residentes, com direitos inferiores aos cidadãos. Não votavam nem podiam ser votados, eram aceitos, apenas.

Embora tenhamos cidadania terrena, temos também a celestial; e como todo direito traz anexo certo dever, para esperarmos as benesses futuras prometidas no Reino, certa separação é necessária aqui.

Se Cristo está em nós, devemos, como Ele, denunciar à insensatez do mundo; se formos vencidos a coisa fica vergonhosa. “Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;22

Quanto à felicidade futura O Senhor não esqueceu; conduz-nos pela vereda estreita da Sua Palavra, até nos ver naquele lugar onde, “Deus limpará de seus olhos toda lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;4 Feliz resolução nova!

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