quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Desculpem o Incômodo


“Havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. Clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó Verdadeiro e Santo Dominador, não julgas e vingas nosso sangue, dos que habitam sobre a Terra?” Apoc 6;9 e 10

Dois equívocos teológicos são expostos nesses versos; um Adventista, outro, Católico. Os primeiros ensinam o “sono da alma” após a morte; os segundos a “canonização” dos mártires transformando-os em intercessores.

A história do rico e Lázaro que mostra almas conscientes após a morte os Adventistas descartam como sendo parábola; lição de moral extraída duma hipótese.

Contudo, me atrevo a discordar. O Eclesiastes, embora tenha valor sapiencial, não é fonte de doutrinas, uma vez que ele mesmo não atribui sua origem a Deus.

Não está prefaciado, como os profetas, de “Assim diz O Senhor!”, “Veio a mim A Palavra do Senhor”, etc. Antes, o próprio Salomão diz: “Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. Apliquei meu coração a esquadrinhar, a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu...” Cap 1;12 e 13

No fim ele, pessimista, achou tudo “vaidade e correr atrás do vento”, e aconselhou: “Teme ao Senhor e guarda Seus mandamentos”.

Então, quando diz que os mortos não sabem coisa nenhuma, ou não têm parte alguma, refere-se às coisas “debaixo do sol”; ou seja, da humana perspectiva. Isso refutaria também ao espiritismo com seus ensinos de mortos que “voltam aconselhar vivos”; mas, essa doutrina é vetada por Deus desde a Torah, sem necessidade das reflexões de Salomão.

Uma doutrina bíblica nunca se firma sobre um verso apenas. Se ela realmente é verdadeira terá outros textos de apoio. Quando fala de “sono da morte” ou “dormir no Senhor” isso é uma forma poética de evitar o termo morte; soa mais ameno. Antes se dizia, “deficiente”; hoje: “Portador de necessidades especiais”, pelo mesmo motivo.

Dormir é também uma figura usada para gente acordada, mas desatenta aos perigos; “Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14

Textos como: “Deus não é Deus de mortos, mas de vivos!” ou, “Hoje estarás comigo no Paraíso!” “É melhor partir e estar com O Senhor”, além do citado do rico e Lázaro e o que encabeça esse escrito combinam com a existência consciente após a morte, não o oposto.

O fato de que os ressuscitados, como Lázaro e a filha de Jairo não relataram fatos do além não prova nada. Quem garante que a alma ao voltar ao corpo não “apaga” lembranças como quem sonha algo e acordando, esquece?

Na passagem do rico e Lázaro o rico atormentado queria voltar e avisar aos seus; a resposta do Senhor foi: “Têm Moisés e os profetas...” Ou seja as informações que terão serão do seu mundo, não do mundo dos mortos. Creiam.

O catolicismo esposa uma ideia espúria do que seja um santo. Para eles seria alguém que viveu vida exemplar, quiçá outro que foi martirizado por causa nobre; precisam como “testemunho” a comprovação de dois milagres, em vida, ou após a morte.

Ora, todos os salvos são santos; isto é; separados do mundo e dedicados a Deus. “Segui a paz com todos e a santificação sem a qual ninguém verá O Senhor.” Heb 12;14 “Sede santos porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16 etc.

Não depende de homens; santos oram por nós quando ainda vivos. Pedir a eles depois de mortos é incorrer num erro grave. “Porventura não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-ão aos mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles...” Is 8;19 e 20

A Palavra de Deus não reflexões humanas veta também o espiritismo com suas supostas práticas mediúnicas.

Mas, voltando às almas “debaixo do altar” (sob a cruz, ‘altar’ do sacrifício eterno) essa rogavam por vingança, justiça contra quem os matara, invés de interceder por nós.

Portanto, a transformação dos mártires em mediadores é falsa; “Há um só Deus; um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Isso exclui Maria como medianeira. Eventualmente deparo com vídeos de padres dizendo que os “protestantes falam mal de Maria”; Nunca ouvi nenhum fazendo isso. Ela deve ser respeitada, honrada pelo que é. Mas, é Maria, Serva do Senhor, não Nossa Senhora.

Se, para estabelecer uma doutrina veraz, ou combater uma falsa é necessário amplo apoio bíblico, como firmar doutrinas, ensinos baseados em tradições humanas e dogmas?

Isso incomoda adventistas, espíritas e católicos? Aproveitem para pensar. Breve “todas as religiões estarão certas”; será proibido “incomodar”.

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