quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

O Inimigo Íntimo


“... Não nos retiraremos a nenhuma cidade estranha, que não seja dos filhos de Israel; mas iremos até Gibeá.” Jz 19;12

Um levita, sua concubina e um servo peregrinando; chegada à noite, carecendo lugar para pousar; o servo sugerira que buscassem pernoite entre os Jebuseus; mas, ele não se sentia seguro entre estrangeiros; daí, segundo as palavras acima, disse que preferia pernoitar entre os filhos de Israel.

Apertaram o passo até Gibeá, da tribo de Benjamim, onde um camponês lhes abrigou.

Entretanto, em determinada hora da noite apareceu uma gangue de “Antifas”, tomaram sua concubina à força e violaram até à morte.

Esse incidente deu azo a uma guerra civil, com milhares de mortes; Pois, o “STF” da época decidiu proteger aos bandidos invés de punir exemplarmente; isso não foi aceito pelos homens de bem. Esse aspecto, porém, não é meu foco.

Antes, o fato do perigo morar onde nem desconfiamos; o levita temia pernoitar entre estranhos e foi entre os seus irmãos que a coisa terrível aconteceu.

Voltaire disse: “Deus me livre dos meus amigos! Dos inimigos eu me cuido.”

Ou, como ensinou O Salvador, “Os inimigos do homem são os da sua própria casa.”

Tendemos a agir como cães; esses festejam felizes, abanam as caudas ante os que conhecem, e latem desconfiados perante estranhos. Muitos, mesmo se dizendo tributários da Luz espiritual ensinada por Cristo, optam pela aceitação rasa dos seus dogmas denominacionais, e certa aversão ao que é diferente. Se, cães podem ser figurados como exemplos de fidelidade, a coisa não vai além; não são exemplos de sabedoria.

Quando trato da necessidade de uma mente laborar pelo sentido das coisas, sempre me ocorre George Bernard Shaw: “Quando penso nas coisas como elas são, pergunto: Por quê? Mas se as considero como não são, questiono: Por quê, não?”

A rejeição “à priori” de algo só porque é diferente do que estamos acostumados não é prudência; é medo infantil de ter que mudar; apego excessivo às nossas visões, mesmo que possa haver nelas nuances questionáveis, fanatismo cego.

Agora Platão pede espaço; “Natural as crianças terem medo do escuro; a tragédia é os adultos com medo da Luz.”

Qual a postura Bíblica, ante coisas desconhecidas? “Examinai tudo. Retende o bem” I Tess 5;21

Mas, não há risco dessa “Liberdade de expressão” excessiva nos induzir ao erro? Ora, a verdade deixaria de ser o que é se capitulasse ante algo; “Porque nada podemos contra a verdade...” II Cor 13;8 Salomão dissera mais: “Não há sabedoria, inteligência, nem conselho contra o Senhor.” Prov 21;30

Eu li o Alcorão, Livro de Mórmon, Livro dos Espíritos e daí? Nada disso abalou minha fé, apenas facultou que entendesse melhor no quê, eles acreditam.

Então, censura desesperada de todo e qualquer pensamento conservador, nos Estados Unidos e aqui, é uma autocrítica dos comunistas; sabem que creem, apregoam e vivem uma mentira; que, ruiria se fosse permitido o devido cotejo com a verdade.

A ameaça para suas vidas não vem dos estranhos que somos nós, como pensam; mas, dos próprios instintos malignos e visões distorcidas que os habitam.

Nunca vemos algum deles propondo construir algo para o bem comum; querem destruir o direito à vida mediante aborto; destruir famílias pelas perversões; destruir liberdades individuais fomentando o totalitarismo opressor; destruir a lucidez liberando drogas; até o belo hino Rio-grandense que estava quieto no seu canto se tornou alvo de ataques. Como essa gente luta contra o “mal”!

Esse erro de ver o mal no outro e ignorar em si, Cristo vetou aos Seus. Primeiro devemos tirar as traves de nossos olhos antes de ajudar melhorar as vistas de outrem.

Mas, como disse alguém, “Reconhecemos um louco sempre que vemos; nunca, quando somos”. Parece que somos sempre do bem; o mal habita nos outros.

Não raro cometemos o mesmo erro do levita aquele, que desconfiou de quem, talvez nem precisasse, e descansou seguro onde morava o perigo.

Então, o “primeiro ataque” de quem deseja pelejar com Cristo se dirige ao “inimigo” mais perigoso; “Negue a si mesmo”. 

Se, familiares se fazem opositores de quem se converte, não tendo eles crido também, a própria natureza carnal de cada um faz mais de perto; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

“O melhores homens que conheci estavam insatisfeitos consigo mesmos; empreendiam todos os esforços no sentido de melhorarem.”
Disse Spurgeon.

Gente que desconfiava de si mesma; O Ego é um “conhecido” que nos habita com instintos assassinos; acertamos ao desconfiar dos elogios desse fariseu; único lugar para “pernoitar” seguro é em Cristo.

Portanto, “... despojai-vos do velho homem que se corrompe...” Ef 4;22

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