domingo, 30 de janeiro de 2022

Egoísmo "Gospel"


“Porventura é para vós tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica deserta?” Ag 1;4

Cada um se ocupava das coisas particulares, deixando em desprezo as de Deus. A construção do templo fora abandonada, cada qual se esmerava por sua casa, enquanto a casa coletiva, congregacional, estava esquecida.

Depois de “falar” várias vezes usando a natureza, O Eterno resolveu partir para uma fala mais direta; o profeta.

“Semeais muito e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, porém ninguém se aquece; o que recebe salário, recebe-o num saco furado.” v 6 Os céus retiveram suas bênçãos e eles não tentaram entender o motivo.

Então, Ageu foi escolhido para “desenhar”; “Subi ao monte, trazei madeira, edificai a casa; dela Me agradarei, Serei glorificado, diz O Senhor.” v 8

Partindo do princípio que, falando expressamente o que queria, O Senhor seria obedecido, prometeu mudar a “mensagem” da natureza também; “Porventura há ainda semente no celeiro? Além disso a videira, figueira, romeira, oliveira, não têm dado seus frutos; mas desde este dia vos Abençoarei.” Cap 2;19

Se, é doentia a tal “teologia da prosperidade”, onde se negocia com Deus por interesses rasos, mesquinhos, também é certo que O Eterno premia a obediência, a fidelidade. “Meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

O caminhar reto busca a Deus, nãos coisas. Não significa que um servo Dele em dificuldade, seja infiel; pode estar em pleno teste, como estiveram tantos. Mas, via de regra, O Senhor estabelece aos que, se submetem a Ele, abençoando-os no Seu tempo.

Por outro lado, também não implica que um “cristão” de vida torta, testemunho indigno, que pareça estar abençoado, goze da Divina aprovação. Aí, a longanimidade do Eterno ainda espera por arrependimento; mas, um dia chamará o tal, a prestar contas. A um “próspero” assim, certa vez disse: “Estas coisas tens feito, e Me Calei; pensavas que era como tu, mas Eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

Uma das coisas pouco entendidas da doutrina de Cristo é o “Negue a si mesmo.” Tendemos a restringir a incidência disso, sobre os desejos pecaminosos que devemos “crucificar”. Isso é parte do pacote. Nosso “si”, infelizmente é maior que isso.

O individualismo doentio que grassa no mundo invade a vida espiritual também, como vimos nos dias de Ageu, o particular era alvo de cuidados, enquanto, o coletivo estava relegado ao esquecimento.

Há muito “egoísmo gospel” atrapalhando à Bendita Obra de Deus. Meu dom de louvor, instrumentista, meu ministério de pregador, minhas predileções por cultos assim, ou assado, meu pregador favorito, usos e costumes com quais me identifico... onde já vi algo assim? Ah, “Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?” I Cor 3;4 

Paulo não disse que eles não eram salvos, mas, que eram carnais. Militavam ainda na carne, não obstante, O Espírito Santo estar disponível.

Se, a diversidade de ministérios, dons, características, personalidades, é necessária, saudável, a unidade espiritual do Corpo de Cristo é o objetivo celeste. “... Pai Santo, guarda em Teu Nome aqueles que me deste, ‘para que sejam um’, assim como Nós.” Jo 17;11

Paulo esmiuçou um pouco, os traços dessa unidade; “Há um só corpo, um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus, Pai de todos, o Qual é sobre todos, por todos e em todos vós. Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4;4 a 7

Diante disso o incauto perguntaria: Por quê existem tantas religiões então? Deus não é Criador de religiões.

O número de salvos é pífio, infelizmente, embora vastos os religiosos. Os que seguem à Palavra sem distorções, são de Cristo, não importam denominações, rituais, costumes... os demais, que expliquem se quiserem, suas criações alternativas. Cristo segue categórico: “... Ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

Então, suponhamos que novo “Ageu” fale pelo Eterno: “Para vocês é tempo de escolher ministros, ministérios, cantores, pregadores... mas, vossas vidas seguem sem sinais de progresso espiritual nem material. As coisas atinentes à Minha Vontade tendes desprezado, diz O Senhor. Descei do monte da presunção carnal, submetei-vos ao Espírito Santo: Ele trará A Palavra para a Edificação que conta, (Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam... Sal 127;1) para verdes a transformação que vou operar em vossas vidas; porque, assim fazendo, desse dia em diante vos abençoarei.”

sábado, 29 de janeiro de 2022

Perdoar ou engolir sapo?


“... Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?” Mat 18;32 e 33

A isonomia do perdão. “Perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores...” fragmento da oração ensinada por Jesus.

Se, não prestarmos atenção, orando assim podemos pedir para O Eterno não nos perdoar, uma vez que, o perdão Dele, será igual ao que oferecemos; caso não tenhamos perdoado ao semelhante estaremos pedindo o mesmo tratamento para nós, em prejuízo das nossas almas.

Já vivi e vivenciei nas igrejas, muitos, equacionando erradamente, perdão, que é um mandamento, com o “engolir sapos” que é uma burrice para prejuízo da própria saúde psicológica.

Qual a diferença? No perdão, a parte que errou reconhece que falhou; humildemente pede ao ofendido que perdoe. Em casos assim, como não perdoar? Todavia, muitos passam sobre nossas almas como tratores, desfilando ofensas gratuitas fruto de suas invejas doentias, ou sei lá; sequer se dão conta que nos magoaram. Suas vidas seguem como se nada tivessem feito.

Olhando de fora as consequências de atos assim, alguns, invés de exortarem quem ofendeu para que se arrependa, mude de atitudes, pois, em Cristo devemos nos edificar mutuamente, não agredir, invés disso fazem vistas grossas às ofensas do troglodita “gospel” e buscam ao ofendido, sugerindo que “ponha uma pedra em cima, perdoe”, quando, da outra parte não existe o menor indício de arrependimento.

Seria dar ao ofensor o que ele não quer; nem sabe que precisa. “Perdoar” assim não é perdoar; é engolir sapo.

Nunca recusei perdão a quem me pediu; muitas vezes tive que pedir também; porém, engolir sapos só maltrata nossas almas, numa espécie de “eu te amo por nós dois”, que não dá certo no amor eros, nem no ágape; o amor “folga com a verdade, não com a injustiça...” se, na verdade estou magoado por uma ofensa, mas finjo que está tudo bem, traio a mim mesmo para “proteger” meu ofensor.

O mandamento é: “Ame ao teu próximo como a ti mesmo.” Não ame-o de modo a trair a ti mesmo.

Portanto, esses bravos pregadores que gritam a plenos pulmões que o cristianismo é religião do perdão, deveriam também lembrar que é uma doutrina que demanda arrependimento de quem falha, antes de ser perdoado.

Cabe a quem apascenta exortar ao errado que se arrependa, e peça perdão, antes de requerer do ofendido que perdoe.

O não perdoado do nosso exemplo inicial era um que rogava por misericórdia; “Então seu companheiro, prostrando-se aos seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.” v 29

Nem pedia perdão estritamente, mas um prazo maior para saldar a dívida. Endurecer o coração num caso assim, e esperar o perdão Divino seria plantar espinhos desejando colher uvas.

Sem a bendita persuasão do Espírito Santo, as pessoas más se sentem boas. Por isso, o trabalho Dele começa aí: “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16;8

Privadas dessa ditosa Luz que convence, as pessoas seguem pecando e se sentindo as tais, a doentia falta de noção espiritual denunciada nos Provérbios. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Ora, essas já nos ofenderam por que viram determinada situação segundo seus próprios olhos, não segundo O Espírito Santo. Ninguém mais apto a ver “pelo em ovo” que o ímpio; esse atribui ao semelhante os vícios que habitam em si.

Por isso a exortação para que nossos olhos rasteiros não usurpem o Lugar do Senhor; “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Pois, se ao ímpio a “purificação” se dá segundo suas predileções, para o que teme a Deus, essa deriva da Palavra; “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra. Com todo o meu coração Te busquei; não me deixes desviar dos Teus Mandamentos. Escondi Tua Palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” Sal 119;9 a 11

Para muitos sem noção, falta ouvidos ante O Espírito Santo, leitura, meditação na Palavra, para encontrarem o antídoto às suas malcriações.

No prisma estrito da justiça, o homem colhe tudo que planta; perdão é como um “secante” que mata as ervas daninhas do pecado, antes que frutifiquem.

Só que, a aplicação desse produto não está em poder de quem plantou; deve rogar humildemente ao ofendido, que refreie esse mal, para evitar a nefasta sega.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

A morte de Olavo e os rojões


“Morreu o pai do bolsonarismo; falta o filho.”
José de Abreu, sobre a morte de Olavo de Carvalho.

Além de comemorar a morte do professor, o ilustre representante do “ódio do bem” também desejou a do Presidente Bolsonaro.

Alguns são tão subterrâneos, que os adjetivos fraquejam na inglória tentativa de mensurá-los numa sentença minimamente verossímil.

Desse calibre o autoproclamado “Presidente do Brasil”. A gente cogita uma série de impropérios, mas, o risco de ofender os canalhas, temeridade de melindrar os patifes, pejo de ofender aos cafajestes, ou, a deselegância de magoar aos facínoras se impõem e quedamos inertes, privados do socorro das palavras.

Nem mesmo a vergonha alheia nos visita; pois, nos dá vergonha de sentir vergonha por seres abjetos assim.

A absoluta impossibilidade de se bater ao saudoso professor da arena dos argumentos, por dois motivos concomitantes: a genialidade dele e a boçalidade dos esquerdóides, enseja que esses sempre partam para ataques pessoais, não o contraponto das ideias.

Na sua visão, eles não têm oposição, antes, inimigos; quem não comunga de sua doentia e totalitária ideologia precisa ser combatido com todas as forças. A morte se faz “virtuosa” se for de um desafeto da causa; eis uma nuance de “la revolución” que pretende tornar a vida (???) no planeta, melhor! Vida de quem?

Com a mesma veemência que atacam presumidos pontos fracos dos que se lhes opõem, fazem vistas grossas aos crimes de corrupção e atentado aos direitos humanos dos “companheiros”. Mesmo assim, nós, conservadores, não desejamos a morte deles; antes, que aprendam um mínimo contato com a realidade; uma leitura em Braille, que seja, dos fatos; mas, admito, sonhamos alto demais.

Para os tais, Lula (defensor da ditadura chinesa, Maduro e dos Castro) é um democrata; malgrado condenado em três instâncias, é legítimo postulante ao poder; o preço da gasolina e derivados é por culpa do atual governo, não da sistêmica corrupção na Petrobrás havida em mandatos esquerdos; as “pesquisas” do IBOPE e Data Folha retratam os fatos...

A Força Tarefa da Lava Jato foi uma formação de quadrilha, não instrumento de combate à corrupção; direitos humanos existem para bandidos no exercício da “profissão”, policiais e cidadãos que se danem; militares no poder são uma ameaça, corruptos, meros defensores da democracia; aborto é um direito, ideologia de gênero, educação; Bolsonaro que defendeu o eficaz tratamento precoce para o Covid, e distribuiu milhões a prefeitos e governadores que agiram desonestamente é “genocida”; aqueles, são inocentes...

Enfim, com uma ficha corrida assim, numa sociedade minimamente sadia a maioria deles pleitearia por banho de sol no pátio, não por assentos em Brasília.

Todavia, tenho uma má notícia para eles: Como só sabem combater pessoas, não conseguem argumentar, Tendo O Saudoso Professor ingressado na eternidade, do lado de cá restaram “apenas” as coisas contra as quais os vermelhos não sabem como lidar; as ideias dele.

“Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus ideais.” Charles Chaplin

É parte da doutrina comunista raiz, que seus praticantes falem dos oponentes, como se estivessem diante do espelho; “Xingue-os do que você é”, ensinam seus mentores.

Daí, seu inegável talento para o baixo nível, a defesa do indefensável, a falta de conexão com a realidade, e impossibilidade de raciocinar.

Se tivessem alguma conexão com a realidade saberiam que mais de uma dezena de homens importantes, empresários, jornalistas, etc. Que falaram ou escreveram desejando a morte de Bolsonaro, foram medidos com suas próprias réguas... já não estão mais entre nós.

Sabedores disso, não por decência, que desconhecem, mas por prudência maquiavélica, seriam menos velozes com suas salivas adoecidas.

Estou certo que as lúcidas ideias do professor Olavo serão esquadrinhadas agora, com o eloquente convite de sua partida, e mesmo não estando entre nós, estará mais influente do que antes.

Não existe um “bolsonarismo” fanático; tipo lulismo dos que acampam ao redor da cadeia, mijam e cagam outdoor, para poder dizer “Bom dia presidente”.

O que existe são valores, como patriotismo, Deus, Família, proteção às crianças, probidade... que O presidente representa; muitos, mesmo não gostando da pessoa, votam nele por identificação. Se deixasse de ser honesto e acabasse na cadeia, não iríamos ignorar envergonhados os fatos, nem gritar “Jair Livre!”

Sinceras condolências aos familiares do Professor Olavo, e a certeza de que eles perceberão, que o foguetório dos que comemoram a morte dele, não deriva de demérito nenhum do professor; antes, da ilusão dos que pensam que a luz apagou e poderão se esbaldar no escuro.

As férteis ideias do Professor gerarão muitos filhos. Pena que o cruzamento dos muares, também.

Andar sobre as águas


“O enchi do Espírito de Deus, sabedoria, entendimento e ciência em todo lavor.” Ex 31; 3 “Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito a palavra da ciência;” I Cor 12;8

Se a Bíblia nos apresenta ciência e sabedoria como coisas diversas, forçoso é admitirmos que seja assim. No entanto, são como gêmeos que nascem unidos e é preciso uma delicada cirurgia para separar.

Mesmo o mais hábil “cirurgião” não ousaria algo tão nobre sem “tirar as sandálias” como Moisés. Embora sem jeito com o bisturi, ficar descalço eu posso, antes de me atrever.

A ciência está ao alcance de qualquer ser humano e pode ser galgada mediante estudo, pesquisa, experiências. É um contingente; como tal, pode ser aumentado a cada passo na busca da sua aquisição. Seu produto é amoral; tanto que pode servir para a medicina hightec quanto, para armas de destruição em massa, por exemplo. Assim, a Árvore da Ciência faz conhecer o bem e o mal.

A sabedoria, mesmo parecendo gêmea da ciência, é um peixe de águas bem mais profundas.

Essa é absoluta, não pode ser ampliada; o fato novo não a enriquece, antes, manifesta. Claro que o Sujeito de tal predicado só pode ser Deus. Assim, tem conteúdo moral, excelso, santo. “… a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia, bons frutos, sem parcialidade, nem hipocrisia.” Tg 3; 17

Tiago opõe a Sabedoria do Alto, a outra que chamou de “terrena, animal e diabólica”. Sua abrangência: Terrena, não toca as coisas do céu; seu espectro, animal; atua na alma, não no espírito humano; seu inspirador, quem propôs desobedecer a Deus e comer da árvore da ciência, o diabo.

A sabedoria do alto atina a outra árvore que ficou meio esquecida no Jardim. A Árvore da Vida que mantém próximo ao Criador. Infelizmente mui poucos são “negacionistas” o bastante para isso.

Não pode ser buscada noutra fonte, senão, Nele. Como fez o mais sábio dos homens, Salomão. “Eis que fiz segundo as tuas palavras; te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti igual não houve, e depois de ti igual não se levantará.” I Rs 3; 12

João ilustrou as multidões como águas. De carona nisso podemos dizer que, a sabedoria Divina personificada, Jesus Cristo, anda sobre as águas. “Dizia-lhes: Vós sois de baixo, Eu Sou de cima; vós sois deste mundo, Eu não Sou deste mundo. Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que Eu Sou, morrereis em vossos pecados.” Jo 8; 23 e 24

Notemos que o meio de preservação da vida proposto não é mediante a ciência, mas, a fé. “Se não crerdes…morrereis…”

A sabedoria não é posta como enriquecedora do portador, (ainda que seja uma vera riqueza) antes, como fonte de vida. “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas, a excelência da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12 

E dessa “vacina” a maioria tem medo, pois ela ameaça com efeitos colaterais da cruz, aos pecadores que pecam “vendendo saúde.”

O existenciário onde estamos inseridos demanda respostas que fogem em muito aos domínios da ciência; então, os que refratários à fé em Deus criam fés alternativas e nomeiam de teorias. Quanto à fé proposta no Senhor chamam-na de cega, pois, lhes soa melhor isso que admitir que a sua ciência é limitada.

Não se entenda com isso uma eventual aversão à ciência, como se tal fosse o intento desse tratado. O progresso da ciência também pode ser tributário a certos dons de Deus como versam os textos introdutórios.

Mas, como o vínculo ao Divino não é necessário em seus domínios, o mau uso do conhecimento dá azo a coisas diversas que, embora ditas científicas não passam de simulacros, que Paulo aconselhou a evitar. “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência,” I Tim 6;20

A tal é classificada como falsa, por não se ater ao seu objeto; mas, ousar além, fazendo oposição à fé. Deixa de ser ciência e se torna uma fé bastarda.

Onde ateus classificam a fé como cega encontram os limites de sua vista. Afinal, caminhar sobre as águas requer certa ousadia incomum, como teve Pedro. Só se atreveu a tanto porque viu o Mestre fazendo e tentou imitar.

Como quem fecha a porta à fé não “vê” ao Senhor, fica sem parâmetro. Náufragos na ilha da incredulidade, ateus fazem suas rústicas jangadas teóricas no mar existencial; mas, os ventos nunca lhes são favoráveis.

Fé; caminho sem volta


“Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.” Heb 10;36

Exortação aos impacientes que começavam voltar atrás; nesse contexto foi dito: “O justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” v 38

O Salvador também usara a figura do que lança a mão no arado e olha para trás, para ilustrar uma “entrega” parcial, dúbia, como sendo coisa indigna Dele.

A paciência demandada era, “... depois de haverdes feito a Vontade de Deus...” Entretanto, muitos sequer chegam a conhecê-la, dado o percurso necessário. Diz A Palavra: “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

“Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;1 e 2

Devemos fazer a Vontade Divina que já sabemos, nos separar de maus conselhos, caminhos, ambientes; feito isso meditarmos intensamente na Lei do Senhor; nela, O Divino querer está expresso. Quando falo em Lei, refiro aos ensinos, doutrina, não aos dez mandamentos estritamente, que foram aperfeiçoados e reduzidos a dois no Novo Testamento.

Óbvio que o risco de retroceder incide apenas sobre quem começou uma caminhada. Quem jamais deu um passo não poderia voltar.

Mas, por quê começamos algo e tendemos a abandonar?

Porque muitas vezes ousamos levianamente, sem a devida seriedade. Experimentamos a fé, tipo, vou ver onde leva; se “der certo” continuo. Jamais dará certo para os tímidos assim.

Um dos dois mandamentos a que A Lei foi reduzida é amar a Deus sobre todas as coisas, o que exclui minhas tendências voláteis, meus sentimentalismos rasos; se minha vontade fraqueja, devo perseverar sabendo que Essa é A Vontade Dele.

“Aquele que perseverar até o fim será salvo”. Perseverar enseja algo mui sério. Segundo o Site “Origem da Palavra” significa: “... manter-se firme, persistir”, formado por PER, “totalmente”, mais SEVERUS, “estrito, sério”.

Totalmente severo, sério, quando minhas frágeis inclinações ousarem se impor. Aliás, quando alguém pareceu duvidar da perseverança de João Batista, O Salvador perguntou: “O que fostes ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento?” Ou seja: Um fracote que se inclina para o lado favorável sempre? Não. “Entre os nascidos de mulher, não há maior profeta que ele.” Acrescentou.

Essas “fés inteligentes” que vão indo enquanto as coisas “dão certo” ou fazem mandingas várias exigindo que passem a dar, assemelham-se à da mulher de Jó. Quando tudo deu errado para o marido exortou-o a negar a fé; “Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus, e morre.” Cap 2;9

Porém, ele que era perseverante retrucou; “Como qualquer doida falas tu...” Sua fé era em Deus, não em circunstâncias favoráveis. “... receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” v 10

A exortação aos que ensinam é que falem “Segundo A Palavra”, não, segundo as volúveis inclinações de “qualquer doida”.

A Palavra versa que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus...” então, quando a Vontade Dele permite o concurso de males, é porque, Ele sabe do bem adjacente e permite a dura experiência visando o glorioso resultado. “... Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que O Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.” Tg 5;11

Para o cumprimento dos sonhos que O Eterno dera a José, era necessário um período probatório, um teste sobre ser fiel no pouco, antes do muito; só então, O Poderoso deu o “sonho insolúvel” ao Faraó, mediante o qual promoveu Seu servo. Ele teve que sofrer mais de uma década de injustiças que pressionavam a voltar atrás, e não voltou.

A fé sadia não muda o que está me desalentado ao redor. Muda meu foco, dessas coisas passageiras, para a Sabedoria e Integridade Daquele, a cuja Vontade estou entregue. Se Ele permite que seja assim, é porque assim é melhor; nisso descanso.

Os que creem na realização dos seus desejos, ainda não passaram pela cruz; digo, passaram ao largo, não tomaram as suas, com as devidas renúncias implícitas.

Ainda que os frutos da terra e o gado pereçam, como disse Habacuque, nossa fé há de sobreviver; O Socorro Divino, em tempo chegará; pois, “... não somos daqueles que se retiram para perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.” Heb 10;39

domingo, 23 de janeiro de 2022

Argumentos da calúnia


“O sábio teme, e desvia-se do mal; mas, o tolo se encoleriza e dá-se por seguro.” Prov 14; 16

Temos duas reações diante do mal; uma do que evita-o, desvia-se; outra, do que se irrita com a correção e se sente seguro. Qualquer pessoa medianamente informada sabe que, o uso da violência, da agressão, onde deveríamos usar argumentos é admissão de culpa; ou, de falta de argumentos.

O senhor sofreu na face um “oponente” assim. “Tendo dito isto, um dos servidores que ali estavam, deu uma bofetada em Jesus, dizendo: Assim respondes ao sumo sacerdote? Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; se bem, por que me feres?” Jo 18; 22 e 23

Vemos que, o uso da violência, da agressão, onde faltam ideias é um mal bem idoso.

“O medíocre discute pessoas. O comum discute fatos. O sábio discute ideias.” Pv chinês. O que Salomão achara tolo, para os chineses é um medíocre, o que não o melhora em nada.

Tais religiosos tentam se lavar com água suja; digo, justificarem eventuais erros ancorados em presumidos erros alheios. Assim, os corruptos dum partido caçam desesperadamente os iguais de outras siglas; como se, achando-os, lhes justificassem.

Não que sejamos perfeitos, mas, nos apedrejam covardes, desqualificando de longe, imputando-nos coisas que desconhecem, frutos de sua maldade, não, de fatos. Sentem aversão a quem ensina; se o tal, em algum aspecto os contrariar.

Paulo, o grande apóstolo passou por algo semelhante. Cara a cara o temiam, mas de longe o acusavam. “Porque, ainda que eu me glorie mais alguma coisa do nosso poder, o qual o Senhor nos deu para edificação, não para vossa destruição, não me envergonharei. Para que não pareça como se eu quisera intimidar-vos por cartas. Porque as suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, a palavra, desprezível. Pense o tal isto, que, quais somos na palavra por cartas, estando ausentes, tais, seremos também por obra, estando presentes. Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com alguns, que louvam a si mesmos; mas estes que medem a si mesmos e se comparam consigo mesmos, estão sem entendimento.” II Cor 10; 8 a 12

Então, quando a santidade é tanta que chega a sentir certa ojeriza dos nossos pecados, talvez seja hora de conhecermos pessoalmente esses poços de virtude; estando eles no púlpito, nos assentarmos para o devido banho de sabedoria e santidade.

Duros tempos vivemos; onde o respeito sumiu; a calúnia parece se equiparar aos fatos. Longe de mim esteja a presunção de não ter erros; mas, igualmente distante fique a ideia de hipocrisia e falta de caráter.

O mesmo Paulo, que era valentão só por cartas vaticinou esses dias: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” II Tim 3; 1 a 5

Sim, embora se diga por aí que somos todos iguais, para Deus existem diferenças, “os bons”, na verdade, são pecadores que se arrependem; os réprobos seguem agarrados aos seus erros; esses merecem desprezo enquanto não se arrependerem. Cidadão dos Céus é aquele, “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra aos que temem O Senhor;...” Sal 15; 4

O mesmo que despreza aos réprobos honra os servos de Deus, não emparelha tudo como se fosse um balaio de gatos. Um servo do Eterno não é dono da Verdade; mas, tem compromisso com ela, não com fingir hipocritamente visando agradar homens, como disse Pedro: “...Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.” Atos 4; 19 e 20

Vivemos a geração sem noção, que foi descrita nos provérbios. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas, que nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

O triste disso tudo é que, quem os ensina visando afastar do erro o faz por amor, mirando edificação e é tratado como arrogante, presunçoso, hipócrita.

Certas coisas, só notamos o real valor quando faltam, como viu a beleza da casa paterna, o pródigo, só depois que estava entre os porcos.

“O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto o outro são abomináveis ao Senhor.” Prov 17; 15 

Quem tem compromisso com a verdade não faz uma coisa, nem outra; antes, realça a diferença entre ambos.

Deus "Básico"


“... Todo aquele que é da verdade ouve Minha Voz.” Jo 18;37

Já ouvimos: “Caso você acredite que Ele Existe e É, Ele é Deus; mas, se não acreditares, continua Sendo.” Assim, minha fé ou incredulidade mostra quem sou, não quem Ele É.

Aquela Fala de Jesus traz a mesma lógica. Ouvir ou não Sua Voz, mostra, simplesmente, quem sou. “Aquele que é da verdade ouve a Minha Voz.” Dos outros, disse: “Vós não credes porque não sois das minhas ovelhas...” Jo 10;26

Assim, para quem crê, não precisa explicações periféricas; para quem duvida, não adianta. O ensino é importante, explicações de entendidos ajudam clarear; mas só busca por essas coisas quem crê. Os demais, desprezam.

Um truque anexo à incredulidade é fazer parecer que estão em Deus as dificuldades, não, nos próprios limites, egoístas e mesquinhos, o problema.

O Eterno jamais se apresenta implorando que creiamos na Sua Existência. Declara-a e Sua Soberania, como auto evidente; até pelas Obras; “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno poder, quanto Sua divindade, se entendem, e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

Quanto ao que duvida, não perde muito tempo com ele, antes, descarta-o como tolo; “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus...” Sal 14;1

Desse modo, eventuais óbices à reconciliação sempre estarão em nós; jamais no Senhor.

Entretanto, muito do que temos visto nas igrejas, deriva da “percepção”; que Deus, Suas Obras e Sua Bendita Palavra são insuficientes, para ensejar fé nas pessoas.

Daí, invés de um chamado para o culto ao Senhor, as “espertezas” humanas trazem um monte de “acessórios”; “Culto da Vitória:” culto de “Milagres e maravilhas”; das “Revelações do Senhor”, da “Quebra de Maldições”, etc. O Todo Poderoso “Básico” não é suficiente.

Chamamos básico, um automóvel, por exemplo, que traga estritamente os itens necessários ao seu funcionamento. Quando, além disso tem airbags, blue tooth, direção regulável, computador de bordo, etc. Esses acessórios visam incrementar, agregar valor e aumentar o apelo do referido bem.

Segundo A Palavra, como seria O Deus, “Básico”? “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não Encho os céus e a terra? diz o Senhor.” Jr 23;24 “A Voz do Senhor é Poderosa; a Voz do Senhor é cheia de majestade. A Voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano.” Sal 29;4 e 5

“Tu Sabes meu assentar e meu levantar; de longe entendes meu pensamento. Cercas meu andar, e meu deitar; conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.” Sal 139, 2 a 4

Mas, Jesus era menor... será? A Palavra ensina que Ele É “... o Resplendor da Sua Glória, (de Deus) Expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1;3 Diz mais: que devemos ser “... enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus Pai, e de Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;2 e 3

Amostras pontuais, gotas de um vasto oceano; mas, diante delas, qual “acessório” podemos anexar, para que O Altíssimo se torne mais “atraente”?

Paulo ensinou que a persuasão humana equivale a fazer vã a Cruz de Cristo. Todos esses penduricalhos desnecessários e fúteis, outra coisa não são, senão, artifícios humanos, uma pretensa esperteza comercial onde, honestidade, santidade e verdade bastariam.

Quem ousa apelar, anexando coisas ausentes na Palavra, também ousa prometer coisas que Deus não prometeu. 

Invés de crendice em falácias vãs, “Os teus estatutos têm sido meus cânticos na casa da minha peregrinação.” Sal 119;54

A perspectiva Divina nos promete aflições, passar dias difíceis; o “Único” alento será Deus conosco. “Quando passares pelas águas Estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

As “igrejas” mercantis de hoje, invés de ensinarem as pessoas a se manterem fiéis, mesmo na luta, ensinam a “usar a fé” para fugir das lutas, coisa que, vergonhosamente, chamam de “vitória.”

A fé não precisa de badulaques de fundo de quintal; a despeito de circunstâncias, conhece O Senhor, e isso basta; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a Voz do Seu Servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

As vitórias bíblicas ensinam vencer a si mesmo crucificando à carne; vencer o mal com o bem emulando desafetos; e vencer o mundo, ignorando seus artifícios multicores, olhando além. “... esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.” I Jo 5;4

sábado, 22 de janeiro de 2022

O Sol e a lama


“Os fariseus e escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.” Luc 15;2

Como seria se, O Salvador não recebesse pecadores? Salvaria a quem? Normalmente faz esse tipo de observação quem não se sente pecador. Os religiosos de então, equacionando religiosidade com santidade, coisas distintas. Como não há homem que não peque, esses, acrescentavam aos seus pecados, a falta de noção.

Embora se diga vulgarmente que, nossas companhias nos identificam, “diga com quem andas e direi quem és;” ou, o verso Bíblico: “Andarão dois juntos se, não estiverem de acordo?” Am 3;3

Existe grande diferença entre identidade e identificação. A primeira tem a ver com meu ser; a essência da minha personalidade, com meus gostos, escolhas, valores... quem sou.

Identificação é mais um estar, que um ser. Digo, tem a ver com minha compaixão, meu modo de agir, mais que, com meu caráter. Nela posso, mesmo discordando diametralmente do modo de ser de alguém, me identificar com sua necessidade e querer ajudar. Me assento com o tal, assisto-o em suas necessidades, sem adotar seus valores, seu modo de vida.

Porém, só me identifico de modo a querer comunhão, com quem me é semelhante. O andar inseparável de Jesus não era com os pecadores; “Aquele que Me enviou Está comigo. O Pai não Me tem deixado só, porque Faço sempre o que Lhe agrada.” Jo 8;29 “Eu e O Pai somo Um”, disse.

Então, se por Sua misericórdia O Salvador se assentava com pecadores, era porque se identificava com eles; com suas necessidades; todavia, em Seu Ser, havia enorme distância, dada Sua Santidade. “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, ‘Separado dos pecadores’, feito mais sublime que os Céus;” Heb 7;26

Quando A Palavra nos prescreve a separação, “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1 veta que tenhamos identidade como a deles, de modo a nos sentirmos confortáveis com seus ambientes e ações; invés de sofrer o contágio dos maus, pois, somos desafiados a contagiá-los irradiando Cristo. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem Ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

A separação que devemos adotar em relação aos ímpios é de valores, não necessariamente geográfica. Paulo disse que tal coisa seria impossível; “Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo.” I Cor 5;9 e 10

Feita essa ressalva aconselhou a se manter distância dos cristãos falsos; “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador; com o tal nem ainda comais.” v 11 Ou, importem-se com as necessidades dos ímpios, mas, não compactuem com a identidade dos falsos.

Nesses casos, os que se dizem irmãos são os que se saparam. Professam algo e fazem o seu oposto. “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes; reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16 Como é a frase aquela? Ah! “O que és, grita tão alto, que não consigo ouvir o que dizes.”

Quando orou pelos Seus, O Salvador fez diferença no ser, do estar; “... eles estão no mundo...” Jo 17;11 Todavia, “Não são do mundo, como Eu do mundo não Sou.” v 16

Onde estou, manifesta uma circunstância, identificação, necessidade; como atuo, deixa patentes os meus valores, sentimentos, identidade. O mundo ímpio tende a inverter valores; “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; fazem do amargo doce, e do doce amargo!” Is 5;20

A necessária limpeza que A Palavra visa operar em nós tem nobre propósito. “... Cristo amou a igreja, e a Si mesmo entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a Si mesmo, igreja gloriosa...” Ef 5;25 a 27

Nossa obediência leva a nos identificarmos com Deus, mediante A Palavra; estabelecida e regenerada a identidade, Ele mesmo faz questão de andar conosco; “... Se alguém me ama, guardará Minha palavra, e Meu Pai o amará; Viremos para ele, e faremos nele morada.” Jo 14;23

Cristo, se assenta com pecadores porque os ama; desafia-os ao arrependimento, porque Ama a justiça; faculta meios para a edificação, porque Ama à Santidade. Ele ensinou: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Negacionista; não nego


“Então Satanás respondeu ao Senhor: Pele por pele, tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.” Jó 2;4

Embora o registro desse verso esteja na Palavra de Deus, trata-se da oposição falando. Nesse caso, a mudança de Sujeito traz também alterações no predicado. O que Deus chama de vida, não é, necessariamente, o mesmo que o inimigo chama.

Somos desafiados em Cristo a darmos tudo em submissão, pela vida eterna, “Negue a si mesmo”; infelizmente o número de salvos é pífio, em proporção aos que se perdem. Logo, a “lógica” acima não se verifica.

No entanto, o conceito de “vida” da oposição não vai além da esfera física; nesse escopo, as pessoas são capazes de grandes renúncias, para preservação da existência. Chegam a filosofar: “Vão-se os anéis (bens) ficam os dedos (vida).”

Suponhamos que o inimigo anele um reino global para chamar de seu; mas, dada a diversidade cultural, étnica, geográfica, sociológica, religiosa, etc. Qual apelo ele poderia usar de modo a unificar esse mosaico enorme? (Ah a diversidade religiosa está sendo arranjada, em parte, pelo Papa, com a construção do famigerado ecumenismo.) Mas, quanto ao demais?

Ah, lembrei: “Pele por pele, tudo que o homem tem dará pela sua vida.”

Sim, um pretexto que acene com a preservação da vida de todos, malgrado padeça falta de comprovação, se for cantado em prosa e verso pela mídia prostituta, até se tornar “verdade”, transformaria aos que resistem em “inimigos da vida”, insanos expostos ao descrédito pelos demais. Os “negacionistas”.

Embora esteja patente que se trata de controle, dominação, não de saúde, os vacinófilos não se dão ao trabalho de pensar; se, a coisa imuniza mesmo, não têm nada a temer; se, evitar a agulha nos expõe a riscos, é um direito nosso, como é o deles de pensar diferente. Liberdade a todos.

Todavia, liberdade não é um valor caro ao império global em gestação; cogitam proibir ambientes, eventos, circulação, votar, aos que não venderem a eles suas liberdades.

A cabeça do “Polvo” inda está camuflada mas, seus tentáculos são bem visíveis. Imprensa, políticos venais, apostasia religiosa, ONU via OMS, UNICEF, Net e derivados, fundações ecologistas... e o pior: Uma multidão global de anencéfalos que, no ápice da incapacidade de pensar logicamente, persegue seus iguais que pensam diferente, sem discernir quem toca o berrante que os atrai.

Não negamos o valor da vida, nem a importância dos cuidados com ela; apenas, nos negamos a condescender com imposições totalitárias e fraudulentas; ainda, submeter nossas saúdes a experimentos de alto risco, cujo benefício, se é que houve algum até agora, é duvidoso. Pele por pele, tudo o que temos damos pelo nosso direito à liberdade de escolha, e consciência. Nesse caso sim: Nossos corpos, (e vidas) nossas regras.

Deus, O Eterno e Todo Poderoso faculta escolhas; “... te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe pois, a vida...” Deut 30;19

Quem a oposição pensa ser, para nos tirar isto? Sei que sou responsável pelas consequências das minhas escolhas. Quem se responsabiliza pelas consequências do experimento que está sendo imposto, caso se revele danoso, como indícios já apontam?

Estão cavando sepulcros com agulhas e elas cavam bastante. Aumentam a coisa exponencialmente e as mortes não diminuem. Serve para quê?

Ora a vida humana, na esfera dos cuidados que derivam de ações políticas, sempre foi refém do descaso, nos acostumamos com reportagens mostrando corredores de hospitais abarrotados de leitos; pois, os governos, invés de investir em saúde tinham outras “prioridades.” Mas agora, finalmente querem nos “cuidar”.

Basta comparar os salários dos médicos, pesquisadores, cientistas, com os de jogadores de futebol, funkeiros, MCs, etc. Para constatar o que vale ouro, e o que é secundário na sociedade atual.

Contudo, assim, num passe de mágica uma onda global de consciência coletiva nos tomou; de repente, a saúde saiu da empoeirada gaveta do descaso, e foi guindada ao pódio das prioridades humanas. Ou, um portal sublime se abriu e nos fez dar imenso upgrade como seres conscientes e engajados no bem comum, ou trata-se de colossal engano.

Nascemos inclinados a toda sorte de pecados; mentira, roubo, adultério, promiscuidade, engano... e ajudados pelo Espírito Santo, negamos essas inclinações por Amor de Cristo, O Senhor.

Ele, amorosamente nos fez nascer de novo, revitalizando nossa consciência, antes mortificada pelo pecado; irmos contra sua luz seria como contrariarmos a Deus.

Se o aplauso mundano tivesse peso, não estaríamos em Cristo. Quando nos acusam de não alinhados, testificam que somos peregrinos; essa é a ideia.

A diferença é, “O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” Jo 14;17

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

A água que inda resta


“Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao Senhor.” Sal 68;32

Já li espíritas dizendo que Jeová era apenas um Deus tribal dos Hebreus; tal qual, tantos povos circunvizinhos tinham. O autor afirmou isso sem nenhum escrutínio das Escrituras, o menor texto que fosse, que embasasse isso. Mesmo que tivesse um, sem o devido contexto, seria mero pretexto, como dizem os mestres de teologia.

Um mensageiro Assírio, exigindo a rendição de Jerusalém disse que o povo não confiasse em Ezequias se ele dissesse que seu Deus os livraria; pois os deuses de muitas nações vizinhas nada puderam; “Não vos engane Ezequias, dizendo: O Senhor nos livrará. Porventura os deuses das nações livraram cada um sua terra, das mãos do rei da Assíria?” Is 36;18

O rei orou: “Verdade é, Senhor, que os reis da Assíria assolaram todas nações e suas terras. Lançaram no fogo seus deuses; porque deuses não eram, senão obras humanas, madeira e pedra; por isso os destruíram. Agora, pois, ó Senhor nosso Deus, livra-nos da sua mão; assim saberão todos os reinos da terra, que só Tu És O Senhor.” Is 37;18 a 20

Um exame profundo das Escrituras não faz parte da doutrina espírita; se assim o fizesse implodiria, chocando-se com muitos escritos.

Embora O Eterno tenha escolhido Israel como povo para representá-lo, nunca teve como alvo o “povo eleito” apenas. Quando da chamada de Abraão, prometeu: “Em ti serão benditas todas as famílias da Terra.” Que estranho Deus particular, cujos alvos se estendiam a todas famílias e povos!!

“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes Minha Voz e guardardes Minha Aliança, então sereis Minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda terra é Minha. Vós Me sereis um reino sacerdotal, povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel.” Ex 19;5 e 6 “Toda Terra é Minha.” Mais um trecho que elimina a doentia e falaciosa ideia de deus tribal.

O povo escolhido seria uma propriedade peculiar para um propósito especifico; “reino sacerdotal.” O que é um sacerdote, senão, um mediador entre Deus e o homem? Um reino sacerdotal visava todo um povo, cujo modo de vida e culto pudesse atrair os demais povos ao Criador.

Israel falhou; muitas vezes perdeu-se na busca de imitar circunstantes, invés de viver de um modo tal, que ensejasse ser imitado por aqueles. O Eterno denunciou: “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das Suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão! justiça, eis aqui clamor!” Is 5;7

Por Israel ter se tornado uma vide degenerada, que O Descendente de Abraão, Jesus Cristo, ao vir, afirmou: “Eu sou a Videira Verdadeira, Meu Pai é O Lavrador.” Jo 15;1

Então, quando Davi compôs um verso tão “mundial” como vimos ao princípio, “Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao Senhor.” Estava, pelo Espírito de Deus, repercutindo um anseio do Eterno; que todas as nações O reconheçam com O Criador, dando-lhe o devido louvor.

Infelizmente, não será em nome do amor a Ele que a terra se unirá breve; antes, se amotinará visando banir o menor traço do Eterno, e Seu Ungido. Davi inspirado previu isso; “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, os governos consultam juntamente contra O Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, e sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;1 a 3

Suas “ataduras e cordas” são metáforas, para se referir aos Seus Ensinos, Sua Doutrina. Por enquanto, Sua Palavra é escarnecida, blasfemada, falsificada, desacreditada; mas, em breve será proibida. Usarão toda sorte de pretextos já “registrados em cartório” “fundamentalismo, radicalismo, preconceito, discurso de ódio.” para calar nossas vozes pelo “bem comum.”

Quando a água secar, muitos que agora a desprezam aprenderão tardiamente, o seu valor. “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as Palavras do Senhor. Irão errantes de um mar até outro mar, do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a Palavra do Senhor, mas não acharão.” Amós 8;11 e 12

Para os prudentes que, em tempo, fazem o bom depósito, não haverá como extirpar o que trazem dentro de si; “aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Resta um tiquinho de tempo ainda; que tal aproveitar? “... quem tem sede, venha; quem quiser, tome de graça da água da vida.” Apoc 22;17

domingo, 16 de janeiro de 2022

Rumo ao norte


"Aguardo ao Senhor; minha alma o aguarda; espero na Sua Palavra.” Sal 130;5

A prioridade; “Aguardo ao Senhor.” O primeiro dos mandamentos é amar a Deus sobre todas as coisas. Quem Dele se aproxima por coisas, não por Ele, ainda traz o si mesmo, latente, não mortificado, como deveria. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.”

Como num casamento com comunhão de bens, ambos os consortes acabam donos de tudo o que possuem. Assim, aquele que se faz um com O Pai, em tempo, também herdará Dele. Todavia, até no raso nível humano se despreza um casamento por interesse material, não por amor.

O que dizer de pretenso relacionamento com O Eterno, onde o egoísmo insano também seja patrocinador? A Palavra ensina: “Buscai ao Senhor, enquanto se pode achar...” Is 55;6 Diz mais: “... é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6 Mais que “aguardar” passivamente, pois, somos instados a Buscar por Ele.

Não que as coisas necessárias ao conforto da vida sejam más; porém, quando se fazem prioritárias, são indícios de que o sentimento ainda é egoísta, doentio. “... buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua justiça, e todas estas coisas (necessárias) vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Na oração do “Pai Nosso” como chamamos, essa prioridade ficou patente também; “Santificado seja Teu Nome, venha Teu Reino, seja feita Tua Vontade...” antes de pensar nas minhas coisas; meu pão, meu perdão, livramento.

Davi (não obstantes seus pecados) foi chamado de homem segundo o coração de Deus, isso porque, desejava a Ele, mais do que, coisas. “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” Sal 42;2

Se, como disse alguém, todo homem traz dentro de si um vazio com o Formato de Deus, os que forem sábios hão de querer essa Plenitude, antes de coisas periféricas, que até ímpios possuem.

“A minha alma O aguarda”. Interessante construção. Fala de si mesmo como se houvesse em si duas pessoas; ele e sua alma. Bem, se não são duas pessoas, são dois aspectos distintos de uma. Na verdade, somos três em um; corpo, alma e espírito. Isaías disse: “Com minha alma te desejei de noite, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te...” Is 26;9

Sabem os que conhecem As Escrituras que a morte espiritual não equivale à inexistência; antes, à separação de Deus. Toda criatura, salva ou não, possui uma alma, e um espírito. A diferença é que, os salvos, “Nasceram de novo, da água (palavra) e do Espírito (Santo).”

Nos perdidos, o espírito existe, mas “não apita nada”; sua faculdade que filtra valores segundo O Criador, a consciência, está cauterizada. Como se, falhasse no painel do carro, uma luzinha que deveria alertar quando certo componente oscilasse; o motorista seguira dirigindo avariado, alheio ao problema. Assim os mortos espirituais, rumam à perdição pecando “sem culpa” pelo silêncio da consciência, sepultada nos hábitos pecaminosos da alma.

Negar a si mesmo implica nisso; tirar o comando dos atos que sempre esteve com a alma, ouvir e obedecer ao Espírito regenerado, pelo Feito de Cristo. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo O Espírito.” Rom 8;1

A Alma foi criada para ser serviçal do Espírito; quando da queda o espírito morreu, ela assumiu o comando, e se esbaldou na carne; passou a levar cargas que não eram suas. Por isso, a sensação de um novo convertido é de leveza, alívio gostoso, que chamamos “primeiro amor.” “Tomai sobre vós o Meu jugo, aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;29

“Espero na Sua Palavra.”
Todos os dias pipocam nas redes sociais os feitos dos caçadores de “sinais” que veem a ação do inimigo aqui, ali; potencializam o sensacionalismo calculado onde “descobrem” que “O mundo jaz no maligno.” Cáspita!! O Salvador disse: “Passarão os Céus e a Terra, mas Minhas Palavras não hão de passar.”

Que importa se, muitos escandalizam, os zombadores parecem ter razão, os centros acadêmicos escarnecem, ateus provocam? 

Não precisamos de uma tsunami por dia, um vulcão aqui, um desmoronamento acolá. A Palavra diz como as coisas serão, e isso basta. “Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas coisas faltará...” Is 34;16

Não significa que devamos ignorar sinais. Mas, para a fé verdadeira A Palavra é fiadora; o que mais vier será gorjeta.

Se O Senhor for nossa prioridade, nossa alma será submissa ao Espírito, A Palavra será a bússola; o norte, a salvação.

sábado, 15 de janeiro de 2022

Sede de justiça


“Viste, Senhor, a injustiça que me fizeram; julga minha causa.” Lam 3;59

Rejeitado como porta-voz do Senhor, Jeremias fora agredido, preso, humilhado; agora, ante uma cidade arrasada, irmãos cativos na Babilônia, coisas que profetizara em tempo de se evitar e não fora ouvido, compunha seus tristes cânticos, as Lamentações de Jeremias.

“Viste, Senhor, a injustiça que me fizeram...” Ele não estava perguntando se O Eterno vira; antes, afirmando. Sabedor da Onisciência Divina, segundo ela se portava. “Julga minha causa.”

Quando O Salvador declarou: “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça...” referiu-se aos que, mesmo sofrendo injustiças várias, não partem para um revide, antes, entregam o juízo a Quem de direito: O Senhor. “Julga minha causa.”

O “juízo” alienado do Eterno traz em seu bojo uma maldição. Ao desconsiderar o Veredicto do Juiz dos Vivos e dos Mortos, quem assim faz acaba age no conselho da oposição; “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Poderia parecer bem aos dirigentes da Igreja primitiva a morte de Saulo de Tarso; quando esse os perseguia feroz. Aos Olhos Divinos coisas maiores deveriam ser feitas e foram, como sabemos.

Aos que servem ao Senhor, pois, se ordena que renunciem ao “modus operandi” do mundo, de onde presumivelmente saíram, para, só depois serem partícipes do “Segredo do Senhor.” “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Afinal, “O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

Portanto, além de ensejar uma inversão blasfema, a presunção de sermos agentes da justiça, muitas vezes a coisa se revela contraproducente também. Se, a opção pelo pecado que rompia com O Criador trouxe maldição, perseverar na causa, necessariamente fará perseverante, também, a consequência. De outro modo; seguirmos colocando nossos anseios em lugar da Vontade Divina, isso fará seguirmos sob maldição.

O mesmo Jeremias dissera: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia No Senhor, cuja confiança é O Senhor.” Cap 17;5 a 7

Se, a maldição da autonomia profana, de certa forma cega seus pacientes, “... não verá quando vem o bem;” por certo a bênção nas vidas que se submetem ao Salvador permite ver além do que está latente, seja o bem, seja o mal.

Como o prisioneiro José, no Egito que, farto de injustiças manteve sua confiança obediente. Chegado o tempo aprazado pelo Eterno, a ele foi facultado ver catorze anos de história, ainda porvir, na célebre interpretação do sonho de Faraó, que nenhum outro “sábio” conseguiu.

Dada a atuação do servo do Eterno, o soberano, invés de ver um homem acima da média viu Deus nele; “Disse Faraó aos seus servos: Acharíamos um homem como este em quem haja O Espírito de Deus?” Gn 41;38

Uma pergunta retórica que trazia embutida a resposta: Não há outro igual.

Quando O Salvador ordenou aos Seus que oferecessem a outra face a quem lhes ferisse, não tinha em mente um masoquismo doentio, tipo gostar de apanhar; antes, ensinar que deixemos o juízo com Deus; demos outras oportunidades aos que agiram impiamente para conosco. O ímpio mesmo. O falso cristão a Palavra ensina nem comer junto.

Jeremias viveu no contexto do Antigo Testamento; todavia, no Novo, as coisas tendem a um crescimento. Jesus agonizando na cruz orou: “Pai, perdoa-lhes; eles não sabem o que fazem.” Estêvão morrendo apedrejado seguiu caminho semelhante: “... Senhor, não lhes imputes este pecado.” Atos 7;60

Não significa isso, que o Senhor não julgará pecadores não arrependidos com devida justiça; tais atos apenas patenteiam a grandeza espiritual de quem, habitado pelo Espírito Santo, consegue perdoar coisas desse calibre.

Se, a atuação de José deixou “visível” O Espírito Santo pela Luz irradiada, esses casos O deixam também, pelo amor.

Se, parece que nossas causas passam alheias Ao Eterno, lembremos: Sendo Eterno, não sofre limitações temporais. Quando julgar será notório; “... um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor e lembraram Seu Nome. Eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e quem não serve.” Ml 3;16 a 18

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

As leis dos homens


“Tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis, nomeia magistrados e juízes, que julguem todo o povo que está dalém do rio; a todos os que sabem as Leis do teu Deus; ao que não as sabe, lhe ensinarás.” Ed 7;25

Esdras enviado por Artaxerxes para restaurar o culto e observância da Lei de Deus; “Porquanto és enviado da parte do rei e dos seus sete conselheiros para fazeres inquirição a respeito de Judá e de Jerusalém, conforme à Lei do teu Deus, que está na tua mão;” v 14

Foram restituídos os vasos do templo, muitas ofertas e doações concorreram; ainda, ordenou o rei, que se desse ao sacerdote Esdras, tudo que ele pedisse, conforme as necessidades.

Malgrado, a ordem tenha partido do rei da pérsia, os parâmetros para juízo “dalém do rio”, eram os preceitos da Lei de Deus. “Nomeia ... todos os que sabem as Leis do teu Deus, ao que não as sabe, lhe ensinarás.”

Que diferença entre aquele padrão e os juristas do mundo! Esses fazem bacharelado, doutorado, mestrado... tudo o que é possível haurir nos bancos colegiais; formados, uns prestam concursos para carreiras públicas, outros se estabelecem autônomos, para, segundo as leis dos homens, defender o direito de quem os procura.

As leis humanas muitas vezes são casuísticas, parciais, preconceituosas até, como as cotas raciais. 

Isaías apresenta a maldição consumindo à Terra por terem os homens mudado o que não deveriam. “A terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra; os que habitam nela são desolados;” Is 24;5 e 6

Aos magistrados de então, a Lei Divina bastaria. Isaías mencionou um “curso de direito” que faria durante a noite; “Com minha alma te desejei de noite, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os Teus Juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9 Orar de madrugada para aprender justiça.

No contexto imediato vemos que o óbice ao aprendizado não era alguma limitação intelectual, antes, moral; “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça...” v;10 A impiedade como modo de vida tolhe o aprendizado. Ela é uma escolha, não uma necessidade; e não se pode escolher justiça e seu oposto, ao mesmo tempo.

A virtude não é desprezada porque não se apresente devidamente como é; mas, além de ser um tribunal de apelação aos justos, ela acaba sendo um desafio que, os que escolhem o mal se recusam a aceitar. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” I Jo 3;19 e 20

Seguir no “conforto” do mal indispõe muitos, ante o desafio da justiça. Nunca é uma escolha sábia, embora, usual.

Pois, a sabedoria está consorciada com a retidão; a vida segundo o império da justiça. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo...” Prov 2;7 e 8

A menção da “verdadeira Sabedoria” implica a existência da falsa. Paulo fez essa distinção também; “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas, falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;6 e 7

Conhecer à Lei de Deus e segundo ela viver, não é algo de pequena monta; coloca os ditosos que assim fazem, acima dos príncipes do mundo. “Tu, pelos Teus Mandamentos, me fazes mais sábio que os meus inimigos; pois estão sempre comigo. Tenho mais entendimento que todos meus mestres, porque Teus Testemunhos são minha meditação.” Sal 119;98 e 99

Nos dias sombrios atuais, a perversão entrou tão fundo na mata, digo; a inversão de valores grassa de tal forma, que, viver e valorar decisões segundo A Lei do Senhor, coloca-nos em diametral oposição com o sistema; e pasmem! Em muitas “igrejas” o “politicamente correto” parece mais respeitável que A referida Lei.

Segundo a lei dos homens um ladrão está apto a concorrer à presidência; em Cristo, apenas concordar com isso já me faz culpado; “Quando vês o ladrão, consentes com ele...” Sal 50;18 “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto outro são abomináveis ao Senhor.” Prov 17;15

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

A Mentira

“Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa.” Mat 5;11

Mais de uma vez vi “cristãos” pegos em falcatruas, sonegação, evasão e similares evocando esse verso - “O que aconteceu, (missionário, bispo, pastor?) - “É Mateus 5;11 se cumprindo”; respondia.

Certo que os cristãos são perseguidos; tanto mais, quanto mais fiéis forem. Mesmo nas igrejas onde congregam, esses “albinos” sofrem invejas, rejeições, maledicências; “... todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

O Salvador apresenta nossas perseguições sofridas como bênçãos disfarçadas, mas, uma palavrinha chama atenção; “mentindo”.

Além daqueles profissionais da camuflagem, alguns de mentes rasas também equacionam erroneamente o fato de alguém falar contra eles, como sendo uma nuance desse texto; nem sempre. É preciso que a perseguição seja por causa de Cristo, (em nós) e que as ofensas sejam mentirosas. “mentindo disserem todo mal contra vós...”

Só é possível falar mal de uma pessoa digna, justa. Quando se trata de um patife, estelionatário, mentiroso, adúltero, profano, etc. Ao se dizer que o tal faz essas coisas, quando, de fato faz, não se está falando mal; antes, segundo a verdade. 

Não significa que devamos propagar tudo que sabemos apenas por ser verdade; mas, que quando falamos coisas que de fato são, não fazemos um mal, apenas repercutimos o mal que outrem fez.

Quantas vezes, em momentos de ira, chamamos um canalha, patife, ou, biltre qualquer, pelo que ele é; invés de se ofender o tal fica rindo? Quem está acostumado com o lixo não se ressente da falta de limpeza.

Porém, essa geração é tão superficial, que, o mero discordar de uma ideia já soa como ofensa grave. Presto saem da arena das ideias para ataques rasteiros de caráter pessoal.

Diga que você não pretende se vacinar; presto uma chuva de pedras cai sobre você, como se, o mero exercício de um direito fosse um ataque à sociedade, à vida.

Os que se vacinam correriam riscos por minha causa? Como, se eles estão imunes?

Não se trata de saúde, mas de controle social; os já imbecilizados e controlados odeiam os que seguem livres; como um cão preso no pátio emite latidos de protesto, quando outro passa nas ruas; assim esses, ante a menor sinal de liberdade alheia; uma vez que são ineptos, covardes, ou, indolentes demais para lutarem suas.

Dizem que somos contra a ciência, como se essa fosse uma deusa, malgrado seus repetidos erros. A própria ciência adverte que a inoculação de substâncias estranhas ao organismo, pode ensejar, efeitos colaterais.
E admite que os efeitos das famigeradas vacinas são desconhecidos, ainda; sendo que, uma fabricante, a Pfizer, disse não assumir responsabilidades pelos eventuais danos à saúde derivados das vacinas.

Então o que os paladinos da nova sociedade interligada chamam de negacionismo, na real, é apenas prudência de gente que ousa pensar por si mesma, avessa à manipulação da mídia e pressões de grupos multimilionários globalistas, cuja agenda prevê, entre outras coisas, a “redução da população”.

Esses são defensores do aborto que mata inocentes indefesos, e querem que eu acredite que lutam para salvar velhos que não fazem mais parte da força produtiva??

Portanto, as coisas que a mídia prostituta diz, bem como as pressões de grupos obscuros, com interesses escuros também, a nosso respeito, dos cristãos conservadores, que pelejam por valores individuais segundo Cristo, mais que um globalismo amoral e imoral, não passa de crassa mentira.

Outro dia um desses me deu um “científico” conselho dizendo que, na minha idade, se recusar a terceira dose o risco de morrer é muito alto. Ora, eu sei dos riscos de estar vivo num mundo assim.

Mas, não tomei nenhuma dose, tampouco o farei. Os riscos que corro dizem respeito a mim; não faço mal a ninguém. Se, os vacinados estão imunes não precisam temer; se a coisa não imuniza, por quê a tomam, malgrado, possíveis riscos inda desconhecidos?

O sistema faz contorcionismos para abafar toda sorte de dissidências; se fosse mesmo para defender a saúde, faria vistas grossas como sempre fez.

Chega a ser espantoso como algo com uma lógica assim diáfana, passe despercebido e seja defendido até, por toda uma geração. Quem acredita que se pode encontrar castidade no bordel que o faça; mas, respeite o direito dos que acham que as putas são mesmo putas, e nada do que disserem muda isso, pelo que fazem.

Segundo a Bíblia, acreditar na mentira é juízo para quem desprezou à verdade. “... Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tes 2;11 e 12

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Em Cristo; nova mente

 

“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.” Is 26;3

Sendo a mente abstrata, óbvio que, sua firmeza deve ser entendida nesse contexto. Como a firmeza em se tratando de coisas concretas é uma qualidade de algo que não se deixa mover, abalar facilmente, uma mente perene manterá sua postura, mesmo ante circunstâncias adversas.
O paralelismo da poesia hebraica acrescenta dados sobre a ideia de uma mente firme; “... ele confia em Ti.” (em Deus)

A paz com Deus tem peculiaridades diferentes da do mundo. Por isso, a distinção do Salvador; “Deixo-vos a paz, Minha Paz vos dou; não vos dou como o mundo dá...” Jo 14;27
A paz mundana muitas vezes abafa situações que a fariam morrer, se fossem visíveis; daí o dito que, “o que os olhos não veem, o coração não sente.” Testemunho oblíquo de que, certas nuances da “paz” vivida derivam da cegueira.
A paz com Deus jamais será construída no escuro. Esse é o habitat do mal; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A Paz de Cristo traz consequências com os semelhantes, e purificação, perante O Eterno. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7
Tal bem, como a Palavra apresenta, não é uma causa; antes, uma consequência de termos andado como O Príncipe da Paz, que nos justifica, ensinou; “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Jr 32;17
Justiça segundo O Senhor requer primeiro ouvidos, depois ações coerentes com o que ouvimos, para só então, fruirmos essa bendita consequência. “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus Mandamentos, então seria tua paz como o rio, e tua justiça como as ondas do mar!” s 48;18
A observância das Palavras do Eterno demanda um modo, muitas vezes, passivo, embora possa ser ativo também. Digo; uma espera confiante pode demonstrar uma mente firme, enquanto um ativismo religioso temerário derivará da dúvida, trará à luz incertezas, invés de paz. Há “orações” que nem deveriam ser feitas, por vidas alienadas da justiça; “O que desvia seus ouvidos de ouvir a Lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9
Normalmente a impiedade é a força motora da agitação, quando a espera confiante seria a coisa certa a fazer. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21
Não podemos esquecer que a confiança é testada em cenários cujos contornos ensejariam desconfiança. Não carecemos guarda-chuvas sob o sol radiante, mas quando chove. Camões dizia: “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova.”
Suponhamos que, O Eterno, que anseia ser também Amado pelos que ama, decida por à prova a veracidade da nossa afeição; e, teste à firmeza da nossa mente, em circunstâncias adversas tais, que não reste nenhum testemunho, do Seu cuidado, “apenas” o conhecimento da Integridade que há no Seu Nome. Os probos, de mentes firmes, fés enraizadas haverão de passar incólumes sob provas assim. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu Servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10
Em casos assim, sem luz nenhuma, aquele que entende o significado do Santo Nome, tem luz bastante para confiar. Os demais acendem fogos alternativos, como se algum ritual mágico desfilando no carro do ativismo religioso “obrigasse” Deus a agir só porque eles querem.
Desse calibre são as “orações fortes”, “determinações”, “decretos”, e similares profanações que navegam nas águas do fetichismo. Para Deus, apenas falta de fé, fruto de uma mente volúvel a friccionar o galho da dúvida contra o da presunção, com fito de ver voarem as faíscas do autoengano. “Eis que todos vós, que acendeis fogo, vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão; em tormentos jazereis.” Is 50;11
A postura de uma mente firme, na qual devemos confiar e esperar, contudo, não justifica nem patrocina eventual indolência, quando sabemos que devemos agir. “Tudo tem seu tempo determinado”, ensina a Palavra.
Serão somente os obedientes que terão o discernimento necessário para os passos e as esperas em cada situação. “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

domingo, 9 de janeiro de 2022

O Culto dos Mortos


“Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em Israel; mas ele se fez culpado em Baal, e morreu.” Os 13;1

Cinco palavras: Comunhão; autoridade; exaltação; apostasia e morte.

Quando Efraim falava... pelos predicados inerentes à fala, fica óbvio que falava segundo Deus; em comunhão com Ele.

Uma fala que faz estremecer não é prerrogativa humana; embora se diga vulgarmente que a voz do povo é a Voz de Deus, não é bem assim. “A Voz do Senhor é Poderosa; É cheia de majestade... A Voz do Senhor Separa labaredas do fogo. A voz do Senhor faz tremer o deserto...” Sal 29;4ss

Falar com autoridade tal, que enseje tremor é uma qualidade de quem fala segundo Deus. Jesus, a Voz de Deus encarnada, “... ensinava como tendo autoridade; não como os escribas.” Mat 7;29 Assim, os que O Servem.

Comunhão e autoridade estão amalgamadas, pois; são frutos do mesmo baraço. Cheias estão as redes sociais de anúncios que prometem me fazer um pregador assim, ou assado; com técnicas, esboços, ilustrações criativas...

Ora, colocar artimanhas humanas em lugar do Bendito Espírito Santo é regar flores de plástico. A autoridade não deriva de fontes rotas; “... todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7 Jeremias denunciou: “O Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

Quando deparamos com mensagens “redondinhas” em conteúdo e vazias em autoridade, presto discernimos um papagaio espiritual repetindo coisas que ouviu alhures, por omisso em buscar na Fonte.

Exaltação; essa, provinda de Deus não traz o concurso raso das paixões por fama, renome, posses... antes, O Eterno se agrada de, em tempo, realçar àquele cujo viver, lhe apraz; para tal, o lugar alto se torna uma ameaça a mais, um risco de olvidar de onde veio, contra o qual costuma estar vigilante. Afinal, “diante da honra vai a humildade.”

Um “exaltável” aos Divinos Olhos, pode errar à sombra, até o momento oportuno; como José, na cadeia; ou, o do exemplo de Salomão; “Encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem.” Ecl 9;11

Como diz no Talmude que, “A grandeza foge de quem a persegue, e persegue quem foge dela.” assim, a vera exaltação.

Apostasia; “se fez culpado em Baal...” É uma doença espiritual que, a tentativa de “cura” diagnostica a enfermidade, mais que, outro sintoma qualquer.

Quando precisamos de algo para ocupar o lugar de Deus em nós, é porque esse já está vazio; nos afastamos Dele. Esse é tão especial, que, mais nada pode preencher. Por isso, um “abismo chama outro”, quando, um simulacro revela sua inutilidade e buscamos mais do mesmo em diferentes embalagens. Não bastando Baal, Efraim buscara os bezerros como deuses; “Agora multiplicaram pecados, da sua prata fizeram uma imagem de fundição, ídolos segundo seu entendimento, todos obra de artífices, dos quais dizem: Os homens que sacrificam beijem os bezerros.” Os 13;2

Morreu. A morte espiritual geralmente não é devidamente compreendida. Há quem pense que ativismo religioso equivale à vida. Pois, se haviam imagens de Baal e dos bezerros, havia culto “espiritual”; todavia, os cultuantes estavam mortos.

Há tantos mortos em evidência pelos maus frutos que ostentam... pensam que basta “gospelizar” tudo, digo; rotular doentias paixões e mundanas maneiras para que estejam espiritualmente vivos. Não. A Palavra é categórica: “... O Senhor conhece os que são seus, qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19 Sobre a mistura com valores e credos ímpios diz: “saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e Eu vos receberei;” II Cor 6;17

Pois, os que se preocupam mais com rótulos que com o produto, acabam tendo apenas as reputações religiosas, privados da Vida Em Cristo; “... Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.” Apoc 3;1

Tantos lugares, amplos espaços para se morrer lá fora, mas, os enganadores de si mesmo e de quem lhes escuta preferem morrer dentro das congregações dos salvos.

Andam de um lado para outro maquiando seus diabos de estimação, e esforçando-se em seus artifícios, para que o morto se movimente, como se estivesse vivo.

O “Marketing” de um servo de Deus não o coloca na passarela; antes, no combate contra a própria carne, o mundo e o inimigo; os que estão vivos frutificam até em ambiente árido. “Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;8