domingo, 2 de janeiro de 2022

A Graça do Eterno


“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente,” Tt 2;11 e 12

Alguns aspectos sobre a Graça de Deus; sua universalidade. Trouxe salvação a “todos os homens”. Não significa que todos a receberam e serão salvos; mas, que a intenção do Eterno foi buscar indistintamente, todos; “pregai o Evangelho a toda criatura.” Ordenou. “O Senhor não retarda Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas É Longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” II Ped 3;9 Eis a graciosa Intenção do Eterno!

A condição de acesso; “renunciando à impiedade e às concupiscências...” Por ser graça, parece soar aos ouvidos desavisados ou, mal intencionados, como se fosse algo pueril, oco, desprovido de conteúdo, compromisso. Assim, muitos, vivendo suas vidas de modo que A Palavra diz ser réprobo, abominável, até, pretendem-se incluídos nela. Ora, a Graça inaudita abriu-nos a Porta Estreita, antes inacessível; adequar nosso viver até a “largura” que possa passar por ela é um desafio ao qual somos expostos, todos os que ansiarem por salvação.

Apesar da maravilhosa Graça, a possibilidade de inserção no Reino Santo, legada a pecadores, ainda requer que empreendamos esforços para o devido ingresso. “... fortalecei-vos no Senhor, na força do Seu Poder. Revesti-vos de toda armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do Diabo.” Ef 6;10 e 11 

É um esforço conjunto, “no Senhor”, o que demanda alinharmos nosso modo de pensar ao Dele, revelado em Sua Palavra; “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;8

Esses esforços implicam num novo modo de vida, ao qual, depois de renunciarmos coisas desprezíveis devemos buscar; “... vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente.”

A falta de sobriedade nos levaria pelos caminhos da apostasia. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio...” II Tim 4;3 a 5 

Assim, para não nos indispormos com O Senhor da Obra, muitas vezes nos indispomos com invasores imiscuídos nela.

A justiça como modo de viver nos protege contra os dardos da calúnia, mas não os evita; os males que a oposição nos vier a imputar, no devido tempo, se revelarão inócuos; “Estai, pois, firmes, tendo cingidos vossos lombos com a verdade, vestida a couraça da justiça;” Ef 6;14 Não que, maledicência não faça danos aos seus alvos, “O que pleiteia por algo, a princípio parece justo, porém vem seu próximo e o examina.” Prov 18;17

Muitas vezes somos levados a nos defender pelo que não fizemos, ou, que fizemos de modo probo e foi distorcido para que parecesse ímpio. Entretanto, se a referida couraça estiver nos protegendo, em tempo, o veneno da calúnia voltará para sua fonte. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará.” Gál 6;7

Por fim, piedade como modo de vida. Devoção, compaixão, afeto, por Deus, Sua Obra, e pelos semelhantes, quer irmãos na fé, quer não, são nuances do que encerra a piedade.

Receitando essa a Timóteo, Paulo figurou-a como um exercício espiritual, com proveito aqui e além; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Noutra parte, onde descreveu o próprio exercitar, acresceu detalhes da “malhação”: “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado.” I Cor 9;25 a 27

Enfim, a Graça Divina é demonstração prática do Seu Amor pelos homens; nosso esforço em renúncia das más inclinações, mortificação das obras da carne, cruz, é a devida correspondência, que a Graça Santa e Amorosa espera.

Passaram-se muitos séculos, desde o “presente século” no qual Paulo escreveu aquilo, a Tito. Entretanto, Deus É Eterno, e Sua Palavra, igualmente; nenhum aspecto da Graça colide com a justiça que Ele também ama.

Esses modernismos profanos derivam da doentia apostasia que grassa, pois, A Graça, malgrado se tenha manifestado no tempo, não é refém dele; “Jesus Cristo É o mesmo, ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8

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