domingo, 28 de fevereiro de 2021

A Liberdade Possível


“... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Valores caros; o conhecimento de uma é posto como patrocinador do usufruto da outra. Conhecer à verdade para, por ela, ser livre.

Algumas coisas são necessárias nessa dualidade em que eferve o mundo; luz e trevas, vida e morte, verdade e mentira. Se, prefiro o calor, naturalmente tenho algumas objeções ao frio; tendo afinidade maior com a luz, por certo trago algumas restrições às trevas; se, a verdade liberta, necessária a conclusão que é a mentira que aprisiona.

Embora alguns advoguem que o conhecimento em si nos faz livres, isso é só meia verdade. Liberta da ignorância intelectual; contudo, há outro viés, sabedoria, que demanda o concurso da vontade humana alinhada à Divina; isso só Cristo propicia.

Um gênio da física como Stephen Howkins por exemplo, era ateu; vemos que, mesmo sua mente tendo galgado alturas, sua alma seguia em trevas; Foi ele que disse: “A fé é um brinquedo de crianças com medo do escuro.” Ao que, certo pregador respondeu: “O ateísmo é um brinquedo de adultos com medo da luz.”

Oportuno lembrar Platão: “É natural as crianças terem medo do escuro; trágico é quando os adultos têm medo da luz.”

Paulo fez a necessária distinção entre o conhecimento, a sabedoria do mundo, e a Sabedoria, por excelência: “Mas falamos a Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Se, para conhecermos à verdade devemos permanecer na Palavra de Cristo, Ele desafiou: “Negue a si mesmo”; a primeira nuance da verdade que assoma é que o ego, o si mesmo autônomo é uma fraude, uma mentira; não tem espaço nos domínios da verdade.

Foi a serpente no Éden quem disse que os humanos não precisavam seguir à Vontade Divina; poderiam eleger valores como bem e mal, por si mesmos; seriam como Deus.

Cristo veio desfazer também a essa obra do Diabo; a liberdade que esse conhecimento enseja nos coloca de novo, submissos, “... tome a cada dia sua cruz ...”; então, o vulgo fazer o que quiser, que alguns equacionam com liberdade não é bem assim. 

Parece que a liberdade possível, desejável, é cada ser, funcionar segundo o propósito para o qual foi criado. Não mais.

A liberdade proposta visa nos separar do jeito mundano de pensar e agir, para volvermos, à Boa Vontade Divina; “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;2

Dado que somos arbitrários, todos podemos fazer o que quisermos. “Anda pela vista dos teus olhos...” Por quê os pleitos por liberdade ainda? 

Porque, no fundo, as pessoas não apenas querem fazer o que der na telha, como também, que tais feitos sejam inconsequentes; não é assim. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

O conhecimento pode ensejar ateus letrados; a Sabedoria necessariamente reconduz a Deus como disse Blaise Pascal: “Um pouco de ciência afasta ao homem de Deus; um muito, aproxima.”

Se, Paulo diferira uma sabedoria e outra, como vimos, também o fez em relação à ciência; “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos, oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé...” I Tim 6;20 e 21

Uma “ciência” que desvia da fé, necessariamente se opõe a Deus; “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra O Senhor.” Prov 21;30

Fomos criados para “funcionar” segundo Deus e Sua Vontade; sempre que nosso agir destoa Daquela, nossa consciência acende uma luzinha vermelha denunciando que um naco da liberdade original se perdeu.

Por isso, a Liberdade que Cristo oferece, primeiro purifica, apaga nossa “lousa” cheia de impropérios; depois capacita a uma escrita seletiva, segundo O Criador; “...o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo...”

Então, quando Paulo afirma que os salvos têm a “Mente de Cristo”, supõe que aqueles permanecem na Palavra Dele.

O Pai de mentira esboça “reinicializar o mundo” agora livre de Deus, dos “discursos do ódio”. Sabem os que conhecem a verdade, o que subjaz a essa camuflagem “amorosa”; escravidão sob jugo do erro.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Memórias do Cárcere


“Então falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Das minhas ofensas me lembro hoje” Gn 41;9

Havia uma crise na corte; Faraó sonhara algo que o estava inquietando pela interpretação; “sábio” nenhum conseguia.

Então, o copeiro-mor que estivera preso junto com José, o jovem hebreu que interpretara dois sonhos, dele e do padeiro que, segundo a mesma interpretação acabou enforcado, lembrou-se disso. José pedira a ele que falasse benignamente a seu favor, uma vez livre; pois, estava preso inocente.

Por isso, invés de lembrar de uma solução ao dilema real, estritamente, disse ao lembrar de José que se lembrava das suas ofensas. Bons tempos aqueles onde prometer algo e não cumprir era equacionado como ofensa, à honra, ao caráter, ou mesmo, a uma divindade interessada em idoneidade.

O lado bom das nossas crises, certamente é esse exame de consciência, onde, vidas fúteis de quando vai tudo bem, cogitam nas razões pelas quais as coisas passam a ir mal. Não raro, o sítio arqueológico da memória costuma expor ossos pretéritos que, devidamente ajuntados moldam o arcabouço de pendências espirituais.

Como disse certo poeta: “Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais.”

No salmo 50 O Senhor denunciou um que, precisava duma “crise” uma vez que estava seguro no erro; “Que fazes tu em recitar Meus Estatutos e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças Minhas Palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele, tens a tua parte com adúlteros. Soltas tua boca para o mal; a tua língua compõe engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, e calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;16 a 21

Pedro enfrentou sua crise também; bravateara que iria à morte com Cristo, se necessário; O Senhor asseverou que antes que o galo cantasse ele o negaria três vezes. Então, quando o penoso trinou após a terceira manquitolada dele, presto a memória acordou; e entristecido “chorou amargamente”.

Temos “acessórios” à memória. Por isso O Senhor ordenou a Ceia; “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” I Cor 11;26

Periodicamente sofremos uma “crise” forçada, onde somos instados a discernir o “Corpo do Senhor” numa autoanálise.

Podemos usar máscaras convenientes fingindo sofrer de Alzheimer espiritual; mas, seria uma maneira de trairmos a nós mesmos.

Toda a vez que A Palavra de Deus é pregada retamente, devemos perguntar como Pilatos: “Que farei de Jesus chamado O Cristo?” A mensagem idônea evoca nossos maus passos pretéritos desafiando-nos a lidarmos com isso segundo os termos Divinos.

Se lembrar, no caso do Copeiro ensejava recordar de um preso inocente, no nosso caso, é forçoso que lembremos que Um Inocente morreu por nossas ofensas. Se algo tão grave assim não bastar para nos levar ao arrependimento, nada bastará; somos então, um caso perdido.

José foi guindado do cárcere ao trono; a Inocência de Cristo legada aos que se arrependem também, pega aos que mereciam a morte e exalta-os, com o gracioso dom da vida eterna.

A mensagem evangélica traz crise no império do ego, para que toda a segurança falsa e justiça própria despareçam, ao assomarem as memórias das nossas ofensas.

O sonho do Faraó apontava para dois tempos distintos, sete anos de fartura, outros sete de miséria; na nossa crise vemos a miséria das nossas faltas compensada com a fartura dos celeiros da Graça. “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de Um muitos serão feitos justos. Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;” Rom 5;19 e 20

Soando verídica a interpretação de José aos ouvidos do rei, esse boquiaberto disse: “... Acharíamos um homem como este em quem haja O Espírito de Deus?” Gn 41;38

O copeiro esquecera do pedido de “Habeas Corpus” do jovem hebreu, sua postura de retidão e temor a Deus atraíra ao Espírito Santo para ele. A angústia pontual de Faraó serviu como meio de remover a duradoura, de José.

Na sua exaltação ele teve um filho que chamou Manassés, que significa, “Deus faz esquecer”; todavia nas almas dos seus irmãos que o venderam ainda restava algo que Deus faria lembrar. 

O perdão Divino está acessível a todos, mediante arrependimento, não vistas grossas.

Nossas ofensas são tratadas em misericórdia quanto à sentença, em verdade quanto à justiça; pois, “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Amplitude do Caminho


“Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” II Ped 1;11

Ampla a entrada, isso parece contradizer um ensino do Senhor, de que, estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à vida. São contextos distintos, porém. Nem sempre uma contradição verbal é uma contradição real.

O Salvador falava em público lançando sementes sobre todos os tipos de solo, acentuando a coisa indispensável para salvação: “Negue a si mesmo...” Um estreitamento difícil demais, ao homem natural. Pedro escrevia aos salvos, “... aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa...” Cap 1;1

Não acenou com uma entrada ampla a quem estivesse na igreja, simplesmente; antes, a quem desenvolvesse as qualidades esperáveis em Cristo; fé, virtude, ciência, temperança, paciência, piedade, amor fraternal, caridade.

“Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.” Vs 8 e 9

A purificação dos pecados visa que, não somente deixemos o modo de viver de antes, mas que desenvolvamos, doravante, outro, segundo O Mestre. Ele “Limpa” as varas da videira, para que frutifiquem.

Assim, se O Salvador pontuou de quê, separar-se para pertencer-lhe, o ego; Pedro enfatizou quais caminhos seguir para imitar a Cristo.

O que “patrocina” a existência de mártires, mesmo em nossos dias, senão, a força de um fé tão robusta que, nem mesmo a ameaça de morte pode tolher?

Os que logram tal proeza já estão, pelo hábito, no caminho amplo; exercitaram-se no carregar a cruz de tal modo, que desenvolveram uma fibra espiritual que transcende às ameaças possíveis “debaixo do sol”, uma vez que têm sua “despensa” acima disso; “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” Col 3;1

A limitação das coisas na esfera dessa vida, como disse Paulo, atesta nossa pobreza; falta dos bens eternos; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

A abordagem inicial aos pecadores é para que “morram”, mortifiquem más inclinações, neguem-se; a exortação aos salvos fala com os que já “voltaram da morte” redivivos em Cristo, com Sua Mente; “... já ressuscitastes com Cristo...” Esses já fazem parte dum Reino que, por agora, não é desse mundo.

Invés de calcularem os riscos de deixar seus prazeres diletos ousando andar no caminho apertado, podem como Paulo falar de modo vitorioso; “Porque para mim viver é Cristo, e morrer é ganho.” Fp 1;21

Esse estágio não é uma conquista imediata! A maturidade espiritual demanda alimentar-se de Deus e Sua Palavra; como o ditoso do Salmo primeiro que, não apenas separa-se das más companhias, conselhos, influências, mas “na Sua Lei medita de dia e de noite...” Muitos ouvem-na com preguiça tolhendo a si mesmos do desejável crescimento; “Devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento.” Heb 5;12

Essa triste conclusão, “vos haveis feito tais...” é uma denúncia de que eles não buscaram as virtudes aquelas, arroladas por Pedro. Se mostraram “ociosos e estéreis”.

De certo modo se fizeram resultado do que não fizeram; como disse alguém: “Primeiro você faz escolhas; depois, as escolhas fazem você.”

Para muitos o Reino dos Céus é mero devaneio terreno, algo pelo qual se atrevem alguns passos enquanto as coisas “derem certo”; ora, se o ingresso é “negue-se”, as aspirações meramente humanas naturais devem dar muito erradas, se queremos Salvação. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Como bem disse Watchmann Nee, “Há muitos ensinando a viver melhor, quando deveriam ensinar a morrer melhor.”

Nossa cruz deve ser tomada todos os dias, pois, nossa morte não é de uma vez por todas como foi a do Senhor; somos desafiados a mortificar as más inclinações. As virtudes aquelas alistadas por Pedro devem permear nossa caminhada, se, de fato ressuscitamos com Cristo.

Assim como as águas paradas que se corrompem, um convertido ocioso, estéril na seara do Senhor. Como beber da Água da Vida fazendo-se fonte corrupta?

A menos que saibamos como esconder uma cidade edificada sobre um monte, Cristo em nós há de fulgir, de modo que todos vejam; “Resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Almas cegas


“Sobrevieram porém, uns judeus...” Atos 14;19

Paulo e Barnabé em Listra, depararam com um homem coxo que, pela intervenção de Paulo foi curado; o supersticioso povo da região, adoradores de deuses pagãos como Mercúrio e Júpiter, queriam oferecer sacrifícios em honra aos apóstolos, pois, segundo pensavam, os deuses de seu credo se tinham feito humanos e passeavam entre eles.

Com muito esforço Paulo conseguiu dissuadi-los, demonstrando que eles também eram meros homens; que o milagre operado se devia ao Senhor Jesus.

Enfim, aos poucos as coisas estavam indo aos seus lugares, até que chegaram os judeus.

Que esses eram invejosos seguindo os passos de Paulo com maus intentos sabemos; mas, o fato novo naquele cenário é a mudança brusca daquele povo.

Se, ante um milagre estrepitoso queriam honrar a Paulo e Barnabé como se, dois deuses, ouvindo meia dúzia de falas dos judeus perseguidores, os mesmos que estavam dispostos a oferecer honrarias e sacrifícios viraram algozes. “Sobrevieram, porém, uns judeus de Antioquia e de Icônio que, tendo convencido a multidão, apedrejaram Paulo e o arrastaram para fora da cidade, pensando que estava morto.”

Triste sina! Entre estranhos, foram bem recebidos, quase honrados, exaltados; não o foram por não permitir, sabendo-se indignos de honrarias que pertencem ao Senhor. Todavia, entre os irmãos de sangue, Paulo encontrara oposição tão violenta que só o deixaram por pensarem que estava morto.

Ecos de sentenças do Senhor, que um profeta não é bem-vindo na sua terra; ou, que os inimigos do homem serão os da sua própria casa.

Normalmente uma mãe aconselha uma série de cuidados quando alguém sai peregrinar entre estranhos; mas não poucas vezes o perigo está dentro de casa, mais que nos desconhecidos.

Foi o irmão de Abel que o matou; os irmãos de José que o venderam; Adonias, irmão de Salomão lhe quis usurpar o reino; os irmãos de Jesus O quiseram prender dizendo que Ele estava fora da casinha; “Quando os seus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si.” Mc 3;21

Vistos esses exemplos e outros tantos que há, talvez se deva aconselhar cuidado quando alguém volta para casa, mais do que, quando sai às ruas. Como disse Voltaire: “Deus me livre dos meus amigos, que dos inimigos eu me cuido.”

A inveja, essa doença da alma costuma pegar em alvos bem de perto, dada sua natureza; sua origem latina invidia, de “invidere” traz a ideia de algo que outrem não quer ver, recusa-se a isso; seja um talento, um bem, uma posição.

Ora, só pode não querer ver algo que possuímos, um que está próximo, em condições de ver; embora até possamos invejar gente distante que ocupa lugares altos, é quando algum de perto é elevado que somos mais fortemente tentados à inveja.

Se voltarmos ao incidente acima veremos que Barnabé nada sofreu; era com Paulo expressamente, a bronca dos invejosos.

O homem que ama à justiça o faz em todo o tempo, mesmo quando, eventualmente essa se volta contra ele; o invejoso acha “injusto” determinados bens não serem dele;
sentencia seu alvo e sai em busca de um “crime”; na verdade um pretexto, para fazer parecer que sua inveja traja roupas limpas; mas, ele sabe que não é assim, como sabiam também os algozes do Senhor e o próprio Pilatos. “Porque ele bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.” Mc 15;10

Quem nasce de novo mediante Cristo é liberto desses males todos, caso viva a Doutrina do Senhor; de um antigo horizonte embaçado, onde sequer conseguia ver o que estava perto, agora é guindado à dimensão da fé, onde consegue “ver” mesmo o que está distante. “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam; a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Aqueles pararam de apedrejar quando pensaram que Paulo morrera; Deus guardou Seu servo ainda vivo, debaixo dos olhos dos que, cegados pela inveja e pelo ódio nem conseguiam ver.

Cegar é o trabalho do pai dos invejosos; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Porém, os feitos do Pai, em sempre são apreciados apenas pelos invejosos; alguns de boa índole vendo-os aprendem temer; descobrem quão confiável Ele É.

Vendo-nos receber o que não merecemos entendem a Graça; por ela são atraídos também; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

"Palmas pra Jesus"


“O caminho para a vida é daquele que guarda a instrução; mas, o que deixa a repreensão comete erro.” Pv 10;17

O paralelismo sinonímico da poesia hebraica aqui coloca instrução e repreensão lado a lado, fundindo conhecimento e educação como duas faces de uma mesma moeda.

Bons tempos aqueles em que os pedagogos tinham autoridade como de um pai ou mãe, para repreender aprendizes, quando oportuno. Hoje, o que podem é dividir conhecimento em ambientes às vezes hostis, de filhos mal-educados que desafiam seus mestres, pois se sentem seguros, protegidos pela lei. Restos mortais do método Paulo Freire. Não são discípulos, são “oprimidos”. Se soubessem quanto a ignorância é opressora, nesse escopo a coisa faria sentido.

Pois, a brandura “civilizada” dos mestres atingiu também aos mensageiros do Evangelho que, em sua maioria, laboram com fim de trazer satisfação à plateia, para que as pessoas satisfeitas, com as doses usuais de drogas religiosas, aplaudam “a Jesus”.

O hábito de aplaudir remonta ao teatro grego da antiguidade, onde, as pessoas evocavam aos deuses das artes para que esses ajudassem aos atores em seus desempenhos. Hoje, significa aprovação de uma atuação, concordância com um postulado qualquer, identificação; ou ainda, incentivo.

É comum em cultos atuais, o “animador” evocar as “palmas pra Jesus”; ou, durante uma mensagem as pessoas aplaudirem um tirada qualquer do pregador. 

Não estou preocupado com o hábito de aplaudir na igreja, que, de per si, não infrói nem diminói; mas, constatando um viés preocupante no prisma da sã doutrina, subjacente à essa “civilização” dos mensageiros.

Joseph Aleine, é citado no livro os puritanos e a conversão, pois durante um sermão dominical teria dito, à sua plateia londrina: “Não porei em meu anzol a isca da retórica; pois, não estou pescando o vosso aplauso; se fosse isso, eu cantaria outra canção; minha missão é compungi-los para a salvação, não agradá-los; e se eu falhar estareis perdidos; sem conversão não há salvação”.

Que diferença entre uma abordagem sóbria e veraz assim, e os pregadores da mídia atual! A maioria parece fazer seus cursinhos sobre “como fazer amigos e influenciar pessoas” antes de se aprofundar na Fonte da Água da Vida, para, servindo dela, levar os pecadores a Cristo.

Essa mentalidade empresarial que invadiu domínios antes da verdade, agora dita regras mercantis em busca da quantidade, alheias à qualidade. Pouco importa se são bodes ou ovelhas, desde que os templos se encham.

Jesus deve ter “melhorado” muito com a civilização; pois, em Seus dias, o máximo que conseguiu foi aquecer uns corações oportunistas que o receberam em triunfo pensando que viera a Jerusalém para derrotar os romanos, reinar e multiplicar pães e peixes aos Seus súditos. Fora desse frissom de auto engano, jamais foi aplaudido. Entretanto, hoje, “Ele” está arrasando.

Parece que tememos mais a ditadura do politicamente correto, que falsear a interpretação das Escrituras. Honramos mais aos homens pecadores e mortais como nós, que a Deus.

Sempre que levantamos pela manhã, o espelho nos dá más notícias; estamos de cara amassada, despenteados; e ele, fiel, nos lança "em rosto", o rosto como está. Isso possibilita que demos uma ajeitada no visual para sairmos à luta de cada dia.

A Palavra de Deus é o espelho da alma; ela deve ser usada com a mesma fidelidade, mostrando os desarranjos interiores, para que os que se deixarem convencer por ela melhorem suas “aparências”, ante O Espírito Santo de Deus.

Mas não queremos incomodar, seríamos tachados de dinossauros espirituais... Nada mais incômodo que um despertador quando o sono tá gostoso; mas, esse “incômodo” salva empregos, relacionamentos, vidas; figura aliás, que Paulo usa em sua pregação: “...Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14

Nossa tarefa não é produzir satisfação nem gerar aplausos; aliás, quanto mais mal na foto os pecadores ficarem, diante da Palavra, mais chance de ousarem confessar seus erros e abandoná-los.

Deixemos os pecadores sem chão e reduzamos a pó, qualquer pedregulho de segurança carnal e enganosa, mesmo que eles fiquem abalados; porque assim, pode ser que sintam o quanto carecem da graça de Deus, como acontecia no começo da igreja; “Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?” Atos 2;37 Pois, quem fica assim a perguntar por um rumo, nada tem pra aplaudir.

E, devemos dar a Jesus bem mais que alguns tapas, como ensina o Mesmo Paulo; “...apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

“Os aduladores são como as plantas parasitas que abraçam o tronco e os ramos duma árvore para melhor se aproveitar e consumir.” Marquês de Maricá

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Nossa ingratidão diária


“Respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? Onde estão os nove?” Luc 17;17

Jesus curara dez leprosos. Apenas um, samaritano, voltou glorificando a Deus agradecido. Os demais sumiram. Ingratidão é um mal comum no seio da humanidade caída, infelizmente.

Um homem maduro não há de pautar o que é pelo que os outros são. Às vezes deparo com queixas tipo: “Que triste saber que pessoas que ajudamos estão falando mal de nós.”

Não digo que não seja triste; mas, “dos ímpios procede a impiedade”; ao ajudarmos um que é assim, natural que siga sendo o que é; eventualmente seu ferrão se voltará contra nós também, se, lhe parecer oportuno. Quem fala mal de terceiros para nós certamente o fará, de nós para terceiros.

Uma faceta é preciso considerar também; em muitos casos as pessoas agem mal. Daí, os que “falam mal” nada mais dizem que a verdade; embora pudessem ser lenientes e silenciar para com lapsos de que lhes ajudou, quando a agimos mal a culpa é mais nossa do que de quem reporta nosso agir.

Pois, quando decidimos ajudar alguém fazemos apenas isso; não contratamos um marqueteiro para que faça propaganda de nossa “bondade”; tampouco mercadejamos como se, nossa boa ação demandasse recompensas; na verdade, a Palavra preceitua que façamos assim até mesmo para com os inimigos; “Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21

Notemos que o efeito colateral de agir assim para com eventuais desafetos será “amontoar brasas sobre suas cabeças.” Ou seja: Inquietar seus pensamentos na tentativa de entender como, nós sendo seus inimigos agimos assim; quiçá o tal repense os motivos da inimizade, e a relação progrida para uma reconciliação, até.

Quem foi mais vítima de ingratidão que O Salvador? Entre os incendiados pelo Sinédrio para gritar: “Crucifica-o, crucifica-o!” certamente estava gente que Ele curou, tantos que ensinou, que comeram pães e peixes multiplicados por Ele.

Na agonia da cruz, ao manifestar sua sede deram-lhe vinagre. Mesmo assim, no auge da dor orou: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem.” Isso foi mais que amontoar brasas, um incêndio sobre Seus algozes.

Paulo por ter sido partícipe no martírio de Estêvão, vendo ele também orar por seus verdugos, carregou um peso muito grande de humilhação, após convertido. Há quem diga que o “espinho na carne, o mensageiro de Satanás” que o mantinha humilde era a lembrança disso; dizia-se o menor dos santos pelos males feitos a eles; indigno de ser chamado apóstolo.

A prática do bem é o mínimo que se espera de alguém que pretende servir a Deus. Todavia esse deixa de ser, se for maculada sua essência com o concurso de algum interesse mesquinho. De outro modo: Se, faço o bem por interesse, recompensa, ele se torna mal; apenas um elemento comercial, um meio de escambo onde mascaramos nosso egoísmo com vestes de altruísmo.

Pensar que há “Igrejas” ensinando isso, dizimar não como gratidão pelo recebido, amor à Obra de Deus; mas, como “investimento” pra obter lucros; de igual modo, fazer grandes ofertas. Os que ensinam assim amontoam brasas sob seus pés; reservam para si um espaço no inferno.

Sendo a salvação pela graça, não requer o concurso de obra nenhuma; mas, da verdade sim. Essa, sobre nós mostra quem somos; consequentemente, de quê devemos nos arrepender; sobre Cristo, Quem Ele É; digno do senhorio sobre nossas vidas, doravante.

O fato da salvação não ser lincada às boas obras não as elimina; apenas define seu lugar em nossas vidas. É nosso dever. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, que Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Não dependem de eventual gratidão das pessoas por elas beneficiadas, mas de nosso reconhecimento pelo que Cristo fez por nós.

O Salvador ensinou que quem fizesse algo mínimo que fosse, a um dos Seus servos, de certa forma a Ele faria;
Nós, os convertidos, fomos por Ele curados de lepra também, o pecado.

Fazermos o que prescreveu é o mínimo, para demonstrar nossa gratidão pela cura, que tão alto preço lhe custou.

Vencer o mal com o bem é fazer esse, sem preço, apenas por amor; “... Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos Céus; porque faz que Seu sol se levante sobre maus e bons; a chuva desça sobre justos e injustos.” Mat 5;44 e 45

O tribunal fora-da-lei

“O sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o azeite da unção, consagrado para vestir as vestes, não descobrirá sua cabeça nem rasgará suas vestes;” lev 21;10

“Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Ouvistes agora sua blasfêmia.” Mat 26;65

Toda a autoridade delegada deve atinar aos princípios e propósitos de quem a delegou. No caso de um sumo sacerdote, Deus.

Deveria ser como uma “embaixada” do Reino, onde, quem não soubesse poderia aprender sobre o Eterno. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

Natural esperar-se dele, luz referente às coisas Divinas, não uma postura obtusa, passional, quiçá, ilícita.

Foi a outro que cometeu erro semelhante que Paulo denunciou, aliás; “... Deus te ferirá, parede branqueada; tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a lei me mandas ferir?” Atos 23;3

Quando o sumo sacerdote que “julgava” ao Senhor rasgou suas vestes, deixou patente certo desequilíbrio emocional, como se sua “justiça” tivesse um quê de pessoal, não derivasse das Leis Divinas.

Quando inclinações particulares entram em cena, normalmente a justiça sai cedendo assento à vingança, perseguição.

Sabedor desse desiquilíbrio humano O Eterno reservou a si essa prerrogativa; pois, dada Sua Ciência e Poder, não sofreria abalos que prejudicassem à justiça; “... conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, Eu darei a recompensa, diz o Senhor. Outra vez: O Senhor julgará Seu povo.” Heb 10;30

A própria existência de leis escritas atina a isso; evitar que calores momentâneos de humanas propensões patrocinem casuísmos ou, injustiças; a frieza da Lei limita e prescreve a postura desejável, bem como, eventual punição por transgressão.

Tratando-se de leis meramente humanas, Montesquieu desenvolveu a ideia da tripartição do poder; um para gerir, o Executivo; outro fazer leis, o Legislativo; e outro intermediário, arbitral pra fiscalizar o devido cumprimento das leis, o judiciário. Isso permeado pela harmonia e independência entre os poderes; vetada a ingerência de um, onde a competência é do outro. Em sistemas democráticos, óbvio.

No absolutismo e ditaduras uma cabeça decide e as demais obedecem.

No Brasil a instância maior do judiciário é o STF; cuja função prioritária é ser guardião da Constituição Federal. Se, alguém tomar uma atitude qualquer que fira nossa Carta Magna, cabe àquela Corte, interferir para coibir a violação da ordem estabelecida.

Entretanto, nossos bravos juízes entenderam errado o sentido de “Corte”; pensam ser onze reis. São os primeiros a cometerem violações; usurpam funções do Congresso legislando sobre o aborto, casamento gay; forjam processos ilícitos, prisões ilegais; buscas e apreensões indevidas. E agora a cereja na torta; mandaram prender certo deputado Federal, que gravou um vídeo com críticas acres aos membros daquele Tribunal.

Isso, apesar do artigo 53 da Constituição rezar que os parlamentares são invioláveis por suas opiniões palavras e votos.

Embora o conteúdo da fala possa ser alvo de juízo interno na comissão de ética, seu direito de falar o que pensa é inviolável. Digo; seria se nosso país funcionasse democraticamente.

Os papa-lagostas de capas pretas se portam como se estivessem acima do bem e do mal; e defendem-se como se divindades incriticáveis.

Uma vez que são delegados para serviço público e por nós são pagos, deveriam saber que suas autoridades são derivadas e perdem sentido, quando atuam contrariamente a quem as delegou.
Já passou da hora deles saberem quem manda.

Vergonhosamente, o Congresso Nacional invés de uma veemente diatribe contra essa intervenção indevida em seus atributos, corroborou a prisão ilícita, por 364 votos à favor, e apenas 130 contra.

Inútil uma lei escrita, por justa que seja, quando, o que faz a roda girar são câmbios fisiológicos, compadrio e cumplicidade de gente com rabo preso, ou interesses escusos em voga.

Não caio nessa tolice de que não sabemos votar. A ideia inerente é que outros tantos que não foram eleitos seriam os bons; não são! São farinha do mesmo saco. Não temos escolha. É ínfima minoria que presta. O resto, malgrado pompa e circunstância, ternos importados e discursos pomposos, não passam de lixo envernizado.

Não são sistemas, governos, partidos, ideologias que estão falidos; é o ser humano.

Salvas raras exceções, somos um amontoado de gente rasa, camuflado atrás de pretensões profundas. Aquilo flutuando sobre águas sem pesos de valor para atingir o fundo.

Deus chama todos à graça de Cristo; mas, os termos do seu Amor inefável já são aquilatados por muitos como “discurso de ódio”.

Não sendo possível tratar mediante a Graça, restará a Ele a frieza da Lei. E lá, o que está escrito vale.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Embalagens feias

“Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, os seus moradores como Gomorra.” Jr 23; 14

Interessante essa “qualidade” dos falsos profetas denunciada por Jeremias; “... fortalecem as mãos dos malfeitores...” Vemos aqui uma faceta do poder das palavras a serviço do mal. 

Pois, profetas usam palavras. O “fortalecem as mãos dos malfeitores” é uma metáfora que significa: Corroboram as más escolhas, confirmam; fazem-nas parecer boas.

A Palavra não diz que criam a maldade; antes, fortalecem. Ela está já no coração humano; o mesmo Jeremias denunciara: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas e perverso; quem o conhecerá?” cap 17; 9

Alguns detalhes mais, do seu modo de agir: “Dizem continuamente aos que Me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” V 17 Faziam parecer que os desprezadores do Eterno, de corações duros, estavam em paz com Ele.

A questão sempre foi um conflito entre verdade e mentira; não, entre, algo ser bom ou mau. Paz é uma coisa boa, claro! Mas, quando existe apenas o rótulo sem o produto, esse bem é pervertido, torna-se mal; mentira.

Jeremias, ainda: “Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade. Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Cap 6; 13 e 14

Assim, embora os profetas possam ver algumas nuances do futuro, quando Deus quer, seu ofício mas importante é conhecer o Caráter Divino denunciando os desvios dos que pretendem pertencer a Ele.

“Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, porém, profetizaram. Mas, se tivessem estado no Meu Conselho, então, teriam feito o Meu povo ouvir as minhas palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.” Vs 21 e 22

Vemos aqui que seu labor era, antes de aferidores morais, que, prognosticadores do futuro. Falar a Palavra e instar as pessoas a reverem seus caminhos segundo Deus; eis, o labor sadio de um profeta!

Embora, após o advento de Cristo e Sua majestosa Vitória, seja possível a comunhão de cada um com Deus, sem carecer intermediários, a imensa maioria depende do que ouve, não, do que está escrito. Não investigam.

O missionário fulano, o bispo sicrano, o apóstolo beltrano disse, tomam como verdade. Dada essa dependência preguiçosa, quase suicida, a idoneidade do profeta torna-se mais que necessária, vital.

A “ungidolatria” que grassa deriva da ignorância de uma geração a imaginar que, abençoar seja prerrogativa humana. Não é.

No sentido de orar, desejar o bem até aos inimigos, sim; mas, estritamente falando, apenas Deus pode abençoar, coisa que, até o mercenário do Balaão sabia; disse: “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? Como denunciarei, quando o Senhor não denuncia? Eis que recebi mandado de abençoar; pois, Ele tem abençoado, não posso revogar.” Num 23, 8 e 20

Então, essa doença de pensar que o “ungido” é um Midas da mitologia grega, o qual, tudo o que tocava se transformava em ouro, tem feito a fortuna de salafrários e perdição de muitos incautos. Quando o ministro não tem caráter, não honra a Deus em seu ministério, o que toca vira bosta; maldição.

Deixemos O Santo falar: “Se não ouvirdes, e não propuserdes no vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz O Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o vosso coração.” Mal 2;2

Ninguém pode honrar ao Nome de Deus, senão, nos Seus termos segundo Sua Palavra. Assim, além de viver os preceitos, deve, o profeta, ensinar retamente, por antipático desmancha prazeres, que pareça. Não é para dar prazer, antes, ser medicinal. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

Então, embora não seja pecado aplaudir, desconfio de profetas cujas mensagens colhem aplausos. Um pecador ante um profeta veraz deve sentir ameaça de morte, não identificação aprazível. Tal ameaça é a bênção de Deus, mediante seu servo, visando a preservação do bem maior, a vida.

Assim sendo, os que fortalecem às mãos dos maus ouvem aplausos mais fortes, óbvio; os que falam segundo Deus têm mais chance de ser vaiados. Mas, suas soturnas mensagens são embalagens feias contendo a valiosa pérola da Vida Eterna.

Traidores de si mesmos

 

“O que anda na retidão teme ao Senhor, mas o que se desvia de Seus caminhos O despreza.” Prov 14;2

O que anda... o que se desvia... Notemos que, nosso temor ou desprezo pelo Senhor se demonstram pelo agir, não pelo falar.

As melhores declarações de amor a Deus são feitas sem discursos, basta atuar conforme Sua Palavra. “Se me amais, guardai Meus mandamentos.” Jo 14;15

Ele mesmo denunciou aos solícitos de língua e relapsos no viver; “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a Vontade de Meu Pai, que está nos Céus.” Mat 7;21

Uma questão resulta, então: Se, falarmos a coisa certa, simplesmente, não basta, dado que O Eterno sonda nossos corações, por quê as pessoas falam, se O desprezam no agir?

De outro modo: Se, sei que determinado remédio não curará meu mal, por quê o tomo? Talvez, Adão atrás da moita tenha algo a nos dizer.

A Palavra ensina: “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;13

O temor que Deus aprecia é uma santa reverência baseada na necessária separação entre frágeis criaturas dependentes que somos, e O Todo Poderoso, Senhor do Universo.

O medo que faz buscar esconderijos, como Adão, não deriva da honra ao Ser Excelso do Eterno; antes, da certeza de culpa e eventual juízo, contra nós. Estabelecida a distinção entre o temor do Senhor e o medo humano, podemos também encontrar as raízes da obediência e dos meros discursos hipócritas.

Não sem razão, pois, a sentença de que “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.” Prov 1;7 Faz com que o “sábio” ande na luz, invés de buscar impossível esconderijo.

Como um viciado em drogas que “foge” das angústias que o assolam camuflando-as após uma cortina de fumaça, invés de saná-las, o que, ouvindo as demandas da consciência por ter falhado, faz arder o fumo dos louvores vãos, onde deveria deixar passear a vassoura do arrependimento e da confissão.

Agindo assim se faz traidor de si mesmo, uma vez que, não podendo se ocultar nada do Santo, acaba descansando na “segurança” do auto engano; como se pudesse inocentar-se sendo falso, invés de buscar o perdão do Senhor que “Ama a verdade no íntimo.”

O Salvador ao ser rejeitado em Seus dias denunciou a esses que se abrigavam no “lado bom” das trevas; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Por isso, o inimigo quando cega aos que pode, o faz em relação à Graça Divina, para que, alienados dela que está ao alcance (pois, o Senhor “É Grandioso em perdoar”) o homem se faça fugitivo; um pródigo que sai de casa, quando O Evangelho coloca em realce o arrependido que volta.

“Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Foi por rasgar máscaras dos que agiam assim, (com discursos ortodoxos e vidas ímpias) que O Salvador acabou na cruz.

Chegou a abonar o ensino de alguns, enquanto desprezava o caráter hipócrita; “Todas as coisas que vos disserem que observeis, observai-as, fazei-as; mas não procedais em conformidade com suas obras, porque dizem e não fazem; Pois, atam fardos pesados, difíceis de suportar e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;” Mat 23;3 e 4

Se, na esfera humana o reles compadrio, troca de favores e os discursos do engano elevam alguns a lugares altos na sociedade, mesmo na igreja, perante Deus, o critério é outro; frutos.

“... já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo.” Luc 3;9 Dissera o precursor, João Batista; reiterado pelo Senhor; “Toda a vara em Mim, que não dá fruto tira; e limpa aquela que dá fruto, para que dê ainda mais.” Jo 15;2

Para muitos, infelizmente, a Voz do Pastor soa a ingerência indevida, intromissão; nesses nada a fazer; escolheram o pastor errado; “Mas, vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vos tenho dito.” Jo 10;26

Os que escolheram ao Bom Pastor, não têm problemas com disciplina, correção, ensino; “Minhas ovelhas ouvem Minha Voz, Eu conheço-as, e elas Me seguem;” Jo 10;27

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Santos; o que são?


“Ser-me-eis santos, porque Eu, O Senhor, Sou Santo; vos separei dos povos, para serdes Meus.” Lev 20;26

Normalmente a ideia de santidade deriva por caminhos espúrios, diversos dos prescritos na Palavra. Essa condição é demandada para ser servo, simplesmente, não um intercessor ou milagreiro como vulgarmente se crê.

A condição expressa evoca “separação” de outros povos não num sentido étnico, geográfico, mas, espiritual. Mesmo estrangeiros deveriam ser recebidos entre o povo santo, caso decidissem adotar seu Deus e modo de vida, como fizeram Raabe, Rute e outros.

Não é uma condição que nasceu sob os “rudimentos do mundo” cujo aperfeiçoamento civilizatório a faria prescrever, como escravatura e poligamia, por exemplo; antes, é tão imprescindível, que a prescrição foi reiterada no Novo Testamento, para todos os que, mediante Cristo, desejarem se fazer povo de Deus; “Porquanto está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16

Se, os “limpos de coração verão a Deus.” Noutra parte essa “limpeza” que Jesus Cristo faz, mediante ação do Espírito Santo foi chamada santificação; “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual, ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

A separação entre os salvos e o mundo permeia todo ensino cristão; “Dei-lhes Tua Palavra, o mundo os odiou; porque não são do mundo, assim como Eu não sou.” Jo 17;14

Paulo ampliou: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;2

Essa distinção se verifica até na escolha da “matéria prima” para edificação do Reino; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;” I Cor 1;27

Como a edificação é feita Pelo Senhor, não depende de qualidades humanas, mas, de submissão; parece que “as coisas loucas” se amoldam melhor.

Assim como o sal, sendo porção ínfima numa refeição é significativo, indispensável, são os santos na terra. Minoria, para aspergir o “sabor de Cristo”, nos valores que adotam, pelo modo que vivem.

Quando O Salvador orou pela unidade, “para que todos sejam um”, esse “todos” restringe-se aos que se separaram do mundo por amor Dele; o apelo à salvação deveria ser universal; “Pregai O Evangelho a toda criatura”; Todavia, regeneração seria pontual, dada a minoritária resposta positiva que receberia; “Muitos são convidados; poucos escolhidos.”

Portanto, são balelas satânicas com capas religiosas essas coisas de ecumenismo, “Fratelli Tutti”, Deus como você O concebe, Campanha da Fraternidade LGBTQI+ etc.

Embora, o convite à salvação busca todos, só uma minoria atreve-se a “perder a vida”; o desafio para ser santos está no pacote da escolha; os demais são apenas o mundo, que não está nem aí par a santidade nos moldes Divinos.

A salmo segundo vaticina a união dos reis da terra, não pelo bem comum como apregoam os globalistas; mas, contra Deus; “Os reis da terra se levantam governos consultam juntamente contra o Senhor; contra O Seu Ungido...” Sal 2;2

As pessoas até cristãs vem sendo manipuladas pelo mundo e têm se tornado ressonância de narrativas malignas, invés de o serem da Palavra de Deus.

Se denunciamos a manipulação de dados que coloca todas as mortes na conta de certo vírus da moda, ou recusamos a crer na eficácia de uma “vacina” feita às pressas, nos acusam de alienados, negacionistas, etc. Que triste ver pessoas com caixas cranianas sem nada dentro...

Os de Deus, além de santos foram chamados a ser sábios na observância dos Seus Ensinos; “Guardai-os pois, cumpri-os, porque isso será vossa sabedoria e entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida.” Deut 4;6

A Palavra de Deus, que não volta a Ele vazia, foi dada para gerar santos, regenerando pecadores caídos, não para modismos pretensiosos, onde, qualquer falcatrua moral cita porções bíblicas profanando a Deus; “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças Minhas Palavras para detrás de ti.” Sal 50;16 e 17

Enfim, santo não é alguém que, depois de morto se nos faz intercessor, tampouco opera milagres. Antes, é um que, quando vivo é uma denúncia contra a insensatez do mundo ímpio, que traz em si uma centelha viva do Espírito do Deus que faz milagres.

Assim, enquanto o mundo ímpio trabalha para unir cobras e lagartos, a Santa Palavra de Deus segue deixando patente a separação entre luz e trevas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda e quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Os danos da pressa

 “Aguardo ao Senhor; minha alma o aguarda; espero na Sua Palavra.” Sal 130;5


Aguardar, esperar; qualidade rara na terra dos homens. Mesmo a fé, virtude passiva que deveria descansar sobre a fidelidade e integridade Daquele em quem se crê, em muitos casos é usada, (seu nome pelo menos) não para rogos confiantes de quem crê e submete-se ao tempo e Vontade do Altíssimo; mas, para arrogâncias blasfemas de quem não sabe esperar.

Se, como disse Oswaldo Cruz, “O homem prudente, observando aos erros alheios corrige os seus”, cheias estão as Escrituras de testemunhos dos que erraram precisamente, nisso: Não saber esperar.

Foi por desistir de esperar na Divina Promessa que Sara sugeriu a Abraão que tomasse à escrava gerando um filho dela; não são pequenas nem desprezíveis as consequências dessa precipitação do Patriarca que, por um momento preferiu ouvir sua mulher, invés de seguir confiando no Eterno.

Saul, por sua vez, acossando seus medos mais que a sensatez, profanou sacrifícios, incapaz de esperar por quem de direito, o sacerdote Samuel. Outra precipitação de consequências danosas.

Adonias, na velhice de Davi, invés de esperar o desenrolar dos acontecimentos decidiu que reinaria em lugar de seu pai; sem consultá-lo apressou-se à própria coroação, o que, adiante lhe custou a vida. Pois, o escolhido por Deus e confirmado por Davi, para tal, fora Salomão.

Há muitos exemplos mais; por hora esses bastam para deixar patente que fé não é um poder que faz nossos anseios acontecerem, como apregoam os mercenários; antes, uma confiança que nos mantém inabaláveis, mesmo que eles não aconteçam.

Certas petições, lícitas até, muitas vezes Deus veta-nos, pois, se nos atendesse nisso, antes de outros ajustes disciplinares e corretivos que acha necessário, Sua bênção não seria tão abençoadora como Ele Quer; “Por isso, O Senhor esperará para ter misericórdia de vós; por isso se levantará, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos os que nele esperam.” Is 30;18

Imaginemos um precipitonildo desses atuais no lugar de Davi; fora ungido para ser rei; duas vezes teve chance de matar Saul, então, rival gratuito, que o perseguia e não fez. O Criador prometera-lhe o reino; confiou na promessa, mas não “ajudou” Deus a cumpri-la.

Se atentarmos para o restante do verso em apreço, veremos que o que se dispunha a esperar não o fazia sobre um vácuo; antes, sobre uma Promessa que ele sabia ser fiel; “... Espero na Tua Palavra”.

O Todo Poderoso não se ocupa de suprir nossos anseios, muitas vezes doentios. Ele zela por algo maior; “... Viste bem; porque Eu velo sobre Minha Palavra para cumpri-la.” Jr 1;12

Cada vez que rebaixamos a fé do “atacado”, “Crede em Deus crede também em mim;” e demandamos nela, minúcias do varejo, ainda vige um quê da sugestão maligna, do “Vós sereis como Deus sabendo o bem e o mal” a poluir nossa fé.

Não poucas vezes já ouvi pregadores aconselhando a “colocar a fé em ação.” Se atentarmos ao contexto em que tal coisa é dita, querem que as pessoas façam mandingas, oferendas e escaramuças várias que “apressariam” a Mão Divina.

De minha parte diria que as pessoas colocassem em ação ao que creem; se acreditam mesmo que Deus É Santo, separado do pecado, que tomem semelhante caminho, separem-se também vivendo de modo a agradá-lo; “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei Seu Deus eles serão o Meu povo. Por isso saí do meio deles e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; Serei para vós Pai, vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;14 a 18

Temas da moda são “inclusão, diversidade, ecumenismo”;
Entretanto, A Palavra de Deus não é biodegradável como as coisas humanas. Não temos permissão nem autoridade para incluir aos que O Próprio Rei exclui;

Pois, se há um esperar relativo ao tempo, também há outro conexo com o modo; dos Seus Deus espera que ainda chamem às coisas pelo que são, malgrado, o que pensam no mundo; “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce, e do doce amargo!” Is 5;20

O papel da fé é agradar a Deus; cresçamos nela, deixando enfim, as coisas de meninos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

A metade da verdade


“Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos; o véu com que todas as nações se cobrem. Aniquilará a morte para sempre; assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, tirará o opróbrio do Seu povo de toda a terra; porque O Senhor o disse. Naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, Ele nos salvará; este é O Senhor, a quem esperávamos; na sua salvação gozaremos e nos alegraremos.” Is 25; 7 a 9

Sem dúvidas, Isaías refere-se à obra do Salvador; remoção de uma cobertura da face humana, algo como uma máscara, e aniquilação do poder da morte.

Paulo perguntou isso, aliás; “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” I Cor 15; 55 Males que foram vencidos na cruz de Cristo.

Mais adiante Isaías apresentou Deus como estando encoberto e precisando revelar-se; “O Senhor desnudou o Seu Santo Braço perante os olhos de todas as nações; todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.” Is 52; 10 

Quem estava escondido, afinal? O homem, ou Deus? Do homem fala sobre uma cobertura na face; de Deus, apenas o braço oculto.

A face sugere honra, caráter, aceitação, favor; tanto que, a forma de abençoar era uma invocação da Face Divina sobre o povo. “O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o Seu Rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante Seu rosto e te dê a paz.” Num 6; 24 a 26 

Por outro lado, esconder a face, dar as costas equivalia a desprezo, indiferença, queixa do próprio Senhor contra Seu povo; “…porque me viraram as costas, não o rosto...” Jr 2; 27

Até hoje usamos expressões tipo, mascarado, ou, de duas caras, para denunciar a falsidade.

Conheci alguns drogados que em seu idioma se diziam “de cara” quando sóbrios; e “viajando” se, sob efeito de drogas. De carona nessa figura podemos dizer que a humanidade estava “viajando” na nau suicida do pecado; Cristo deixou-a “de cara.”

Assim chegamos ao “Braço do Senhor”. Ele não estava oculto por usar uma túnica demasiado longa ou algo parecido; antes, porque existia um óbice à Sua bênção sobre os filhos de Adão, (uma herança maldita, como diria o PT) coisa que o mesmo profeta expôs: “Eis que a Mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado Seu ouvido para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59; 1 e 2 Agora a Face oculta como sinal de reprovação.

Mesmo estando tudo bem com a saúde do Senhor, havia algo em nós que nos privava de Sua face; noutras palavras, Sua bênção. Aliás, sempre que houver barreira entre nós e Deus, qualquer “detetive” minimamente sagaz deve procurar pistas no homem. Pois, mesmo tendo obrado Valorosa e amorosamente desnudando Seu Braço, expondo Cristo à violência extrema e infâmia, para muitos, Deus segue encoberto.

Claro que isso se deve às suas máscaras, não às vestes Divinas. “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?” Is 53;1

O avestruz enterra a sua cabeça e imagina-se oculto; de igual modo, muitos alegam mil coisas para disfarçar a incredulidade; tão afeitos às máscaras que, é quase como uma segunda pele. Sim, a dolorosa cruz esfola nossas faces, mas a dor compensa; pois, permite ver a Bendita Face do Senhor.

Muito ouvi que a Bíblia é mero compêndio humano; entretanto, nenhuma explicação coerente; como sendo o ser humano tão atraído ao pecado, surgiria espontaneamente uma “elite espiritual” que produziria demandas tão santas, excelsas, como ela contém. Acho que a afirmação é filha da máscara.

Paulo chegou a cogitar a possibilidade de se chegar a Deus no escuro; “Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17; 27

Vários postulados filosóficos antigos combinam com ensinos bíblicos; Cornélio, sem preciso entendimento buscava Deus; enfim, muitos chegaram perto sem ver. Que dizer dos que “não conseguem ver” em plena luz? O que o “Braço do Senhor” disse: “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3; 19

Aqui chegamos ao cerne da questão; muitos que nunca acharão a “metade da laranja” espiritual; preferem fingir que meio é inteiro amando a cobertura do mal; quem trai escandalosamente a si mesmo, a quem acusará no tribunal?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Queda e elevação


“... Eis que este (Jesus) é posto para queda e elevação de muitos ...” Luc 2;34

Interessante a “radicalidade” inerente ao contato com O Senhor, seja aceitando-o, seja rejeitando-o. Queda e elevação. Assim, necessária a conclusão que O Salvador altera totalmente o “status quo”; a condição de quem Lhe cruza o caminho. Ninguém pode passar indiferente por alguém tão marcante.

João Batista deveria aplainar o caminho; “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda ao nosso Deus. Todo vale será exaltado, todo o monte e outeiro serão abatidos; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;3 e 4

Notemos que, esse aplanar significava precisamente, queda e elevação; “todo o vale será exaltado...” elevação; “todo monte e outeiro serão abatidos...” queda.

Essas mudanças radicais aconteciam não por Vontade estrita do Senhor; antes, pela reação das pessoas à mensagem de salvação, geralmente conexa com a posição social de cada um.

Dizer a um líder religioso que ele precisaria se arrepender, nascer de novo para entrar no Reino, seria propor uma queda brusca no pretendido status daquele; Se ele já era um dos “grandes” como pretender que se fizesse menino de novo? Por isso o príncipe Nicodemos quando desafiado ao novo nascimento cogitou de bizarrices biológicas invés de um recomeço espiritual.

Por outro lado, dizer aos da ralé social que Deus os ama, podem ser salvos crendo, arrependendo-se, soava a uma surpresa ilógica; levava vidas, para as quais a própria sociedade ímpia fechava as portas, de repente a ver as portas do céu abertas; uma elevação impensada, que muitos aproveitaram. “... Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas, publicanos e meretrizes creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crer.” Mat 21;31 e 32

Então para os que trabalham diuturnamente para fazer tíbias as águas que não podem ser assim, O Salvador tem uma mensagem: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.” Apoc 3;15 e 16

Invés da mensagem de Jesus Cristo, que, “... ninguém vem ao Pai Senão por Mim.” Há uma conspiração para fazer uma religião global; não, preto no branco como são as coisas para O Eterno, pretendem criar um “mosaico” com vários tons de cinza, onde o fator que unifica é a cumplicidade; todos concordam em não discordar.

Já não serão mais necessárias nem queda nem elevação; a raça humana caída que sofre de vertigem à obediência, referente a Deus, estará toda ao rés do chão, nos braços da “Mãe Terra,” invés do Pai dos Espíritos.

E nesse caso será muito mais fácil ser filho da mãe, sem aquele lado sombrio do Pai que disciplina. “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não filhos.” Heb 12;6 a 8

Eis a consequência da rejeição ao Salvador; queda. De potenciais filhos de Deus a meros bastardos. É linguagem dura? Não sei; sei que é verdadeira.

Na verdade grassa certa “queda e elevação” do traíra mor, o imitador de virtudes que desconhece. 

Ele demanda que os que se santificam segundo A Palavra, sejam mais maleáveis, inclusivos, como certos “Evangélicos” do CONIC, que participaram da “Campanha da Fraternidade” católica, a qual, está eivada de militância esquerdista. Muitos católicos estão revoltados com aquilo.

Dos fiéis se demanda queda; enquanto os credos alternativos alienados da Palavra de Deus receberão sua “elevação”; pois, será declarado válido cada um crer em “Deus” à sua maneira.

Quem ousar seguir ainda apegado à verdade tal qual foi revelada incorrerá no “crime” de “discurso de ódio” por aqueles que de tanto amor, legalizam até, que inocentes indefesos sejam assassinados.

Não nos enganemos, nada mudou. Só existe um “princípio ativo” que cura pecados; O sangue de Cristo. Esse recebido e vivido eleva qualquer um; da morte à vida, das trevas à luz; o resto, não importam pompa e circunstâncias, é só a queda envernizada; motim contra O Eterno, para triste perda dos cegos amotinados.

A elevação que O Salvador propicia aos Seus não tem a ver com status social, antes, ressurreição e valores celestiais. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” Col 3;1

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Primeiro vida; economia depois


“... Não posso andar com isto, pois nunca experimentei. Davi tirou aquilo de sobre si. Tomou seu cajado na mão, escolheu para si cinco seixos do ribeiro e pôs no alforje de pastor que trazia, a saber, no surrão; lançou mão da sua funda e foi aproximando-se do filisteu.”

Invés de paramentar-se como soldado da época, com espada e armadura, Davi foi ao combate contra o gigante munido apenas daquilo que estava acostumado a usar; sua funda.

Malgrado parecesse prudente aquilo, empunhar alguém, armas que não sabe manejar é insano; embora tenha ido à luta confiado no Senhor, a sua parte deveria fazer com aquilo que dominava.

Sabemos o fim da história; O Eterno deu vitória a Israel mediante o jovem ousado que confiou Nele.

De certa forma, a salvação é um embate onde somos desafiados a enfrentar alguém mais forte que nós, um gigante, confiando no livramento do Senhor.

O grandão, dessa vez, chama-se ego; traz a carne pecaminosa como pajem e Satanás como mentor. Foi ele que o gerou, aliás; quando disse ao homem que poderia romper com Deus decidindo as coisas por si mesmo, segundo suas escolhas.

Se, não temos que lutar contra carne e sangue, o semelhante, temos que crucificar, (mortificar) nossa própria carne; diferente de Davi que escolheu para ir à luta as coisas com as quais estava a costumado, agora, como a demanda inicial é “negue a si mesmo”, os artefatos de nosso costume atrapalham. Urge aprendermos o manejo de armas espirituais.

Precisamos renunciar ao antigo modo de pensar pela Mente de Cristo; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos; nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Esse novo modo de pensar é mais que isso; digo, vai além de mero pensar; reflete-se no agir; tanto que, nos indispõe com o modo mundano de ser, facultando experiências com Deus; “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;2

Muitos perdem a luta por covardia; medo do devido enfrentamento como o trêmulo exército de Saul.

Até começam bem; mas, como a mulher de Jó, na hora da crise fogem; “amaldiçoa a Deus e morre;” dissera aquela.

Comum o erro de perspectiva encorajado por falsos obreiros que acenam a incautos com facilidades ausentes nas promessas Divinas, aos servos de Cristo.

Então, invés de resistir até o sangue contra o pecado, como ensina A Palavra, começam a resistir aos ministros idôneos, embriagados pela cobiças do “finado” ego, que neles continua no comando.

Enquanto a sobriedade espiritual paga o devido preço suportando aflições, os embriagados por cobiças se fazem presas fáceis de obreiros mercenários.

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;3 a 5

Pessoas sóbrias, ouvindo certas blasfêmias ensinadas por pregadores de renome na TV, encorajando a dizer arrogâncias ao Todo Poderoso, chamando de “oração”, sentem ante isso o mesmo desconforto que sentiu Davi quando se lhe puseram a armadura de Saul; “não posso andar com isso”.

Quando o ensino for algo fora da casinha é saudável que não consigamos; pois, a fé é uma dádiva Divina, não para que conquistemos coisas que a carne quer; antes, para que por ela aprendamos viver do modo que Deus quer.

Nesse caso sim, “Primeiro a vida; a economia a gente vê depois.” Ou, “buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça; as demais coisas (necessárias) vos serão acrescentadas.”

Quando tudo ao redor parecer fracassar, se nossa fé se mantiver, será um golpe certeiro na fronte do “Golias”, uma postura de vencedor mesmo com todas as circunstâncias ameaçando derrota. “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Não há nada de errado em buscar cada um, o melhor para si; o normal duma alma psicologicamente sadia; o truque com o qual o inimigo cega incautos é fazer perecer que devemos lidar com manufaturados, quando Deus anseia que cultivemos sementes.

Alegria está reservada aos vencedores com O Senhor; no devido tempo. “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo seus molhos.” Sal 126;5 e 6

domingo, 14 de fevereiro de 2021

O Big Father


“Se eu pecar, tu me observas...” Jó 10;14

Há um conto entre os Sufis, nômades do oriente médio sobre um pai que tinha doze filhos; preferia um dos mais novos porque tinha um diferencial espiritual em relação aos demais; era invejado por eles; o próprio pai, às vezes era desprezado por manifestar essa preferência.

Um dia o pai resolveu testá-los. Chamou os doze, deu a cada um uma pequena ave ordenou que saíssem e matassem a mesma onde ninguém pudesse ver, depois voltassem para ter com ele. Saíram cada um para um rumo; em pouco tempo voltaram com a missão cumprida, exceto um; o jovem preferido pelo Pai que voltou com sua ave viva.

Questionado por que não fizera como fora ordenado disse ser impossível. Não encontrei lugar nenhum onde pudesse matá-la sem que os Olhos de Deus vissem. 

Então os outros irmãos entenderam em quê, residia a diferença entre eles. Isso não os fez considerar a Onipresença Divina, nem a sagacidade espiritual do irmão; antes, aumentou-lhes a inveja.

Qualquer semelhança com Jacó e seus filhos, sobretudo, José, possivelmente não seja coincidência; uma vez que sua reverência especial pelo pai derivada do Temor de Deus é fato bíblico; essas coisas transmitidas oralmente entre gerações de nômades acabam sofrendo pequenas viações de narrativa; embora, o fundo moral e espiritual permaneça.

Qualquer um, pois, que tiver essa ciência fatalmente dirá com Jó: “Se eu pecar tu me observas...”

Quando nossas atitudes ainda dependem da aprovação humana, ou de serem ocultas pra não terem reprovação, “amaram mais as trevas que a luz porque suas obras eram más...” ainda estamos longe de ter aprendido a sentença aquela de que importa mais obedecer a Deus que aos homens.

Perante Ele, “todas as coisas estão nuas e patentes...” O pecado, dado o Ser a Quem ofende é algo tão grande que não se pode ocultar; felizmente Ele proveu o “Sabão dos Lavandeiros” em favor dos que se arrependem, O Sangue de Cristo; o perdão.

O ministério planejado pelo Eterno para Seus filhos, uma vez alcançada sua plenitude pretende isso; o conhecimento pessoal de Deus; “Porque esta é a Aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo; não ensinará cada um a seu próximo, ou seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos Me conhecerão, Desde o menor deles até ao maior.” Heb 8;10 e 11

Quem alcançou uma consciência viva no Espírito não carece instruções externas, uma vez que O Mestre reside em si e consigo fala.

Isso, no estágio de perfeição espiritual, coisa para qual, nos falta muito aprendizado ainda. Escolher o que se deseja ouvir; ou, ouvir com preguiça o que Deus, mediante Seus servos nos quer ensinar, são vícios que têm forjado meninos velhos onde deveriam habitar homens perfeitos.

“Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça; é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;12 a 14 A maturidade enseja discernimento.

Portanto, o projeto onde o ensino sobre conhecimento de Deus não será mais necessário está longe de ser concluído; por ora, ensinadores que Ele capacitou e escolheu têm muito trabalho ainda; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

Agora, o realce é sobre discernir heresias mortais, os ventos de doutrinas, que serão impotentes contra os que se revestiram de Cristo e Nele cresceram.

Ao neófito a Onipresença Divina soa como ameaça; o homem maduro folga nela; pois, muitas vezes as aparências podem estar contra nós; a certeza da Divina presença que vê as coisas como são, conhece os motivos, exime-nos de maiores explicações; basta o silêncio da consciência.

Assim, se pecarmos Deus nos observa; se formos inocentes observa também, e absolve com aprovação do Seu Espírito.

As perguntas de Davi: “Pra onde fugirei do Teu Espírito, ou onde me esconderei de Tua Face”, seguem sem respostas. Contudo, não precisamos matar ao ser alado que Deus quer vivo.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Ainda, fora da caixa


“Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito.” Ex 23;2

O efeito manada, Maria vai com as outras, som do berrante, nunca foi prescrito ao povo de Deus. Invés de ir após a galera, fomos ensinados a seguir o direito, a justiça.

Nos provérbios encontramos instrução semelhante; temor do Senhor e respeito às autoridades é aconselhado, invés das agitações sociais; “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei, não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24;21 e 22

Dada a essência desse mundo legada pelo seu príncipe, as coisas altas nele, via de regra, são rasteiras perante O Eterno; “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

A diferença entre o agitador político, e o indivíduo, o cidadão, é que aquele precisa da força da opinião pública para sua causa, enquanto a este, a luz da própria consciência basta.

Normalmente as pessoas mais vazias são as mais barulhentas, como um tonel vazio na ribanceira; pois a incapacidade pra ouvir a si próprias nos domínios da consciência fomenta suas necessidades de serem ouvidas, mesmo que tenham apenas tolices pra dizer; “O tolo não tem prazer na sabedoria, mas só em que se manifeste aquilo que agrada seu coração.” Prov 18;2 Por isso, “Até quando ele vai pelo caminho, falta-lhe entendimento e diz a todos que é tolo.” Ecl 10;3 Perde cada oportunidade de calar a boca!!

Se, salvos ora são chamados “o remanescente fiel”; outra, “pequeno rebanho”; ainda, “poucos escolhidos”, parece que o concurso das multidões, ou o amparo da opinião pública não serão coisas encontráveis em nossa saga. Quem anseia ser fiel nesses tempos tenebrosos deverá contar “apenas” com O Senhor.

Pois Ele, porque Ama a pureza e demanda santificação dos Seus, trata com o indivíduo, não com a massa. Embora, para efeitos funcionais, todo o individualismo deva ser proscrito prevalecendo a ideia de corpo, comunhão dos salvos, pelo prisma da justiça, cada um se apresentará em particular; “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Essa balela de “visão social da Igreja” onde iniciativas coletivistas preponderam sobre as pessoais é uma coação, uma imposição a tolher o arbítrio, que O Eterno preza.

Pior; a visão política onde bandidos deixam de ser pessoas más que praticam o mal, sendo apenas “vítimas da sociedade” a cantilena insuportável dos comunistas, perante O Todo Poderoso é só uma leniência para com o crime que Ele abomina. “Acaso não fará justiça O Juiz de toda a Terra?” como disse Abraão.

Assim, enquanto o príncipe desse mundo e seus adidos laboram pela massificação tecnológica e cultural, usando, sobretudo, a imprensa corrupta que dominam, O Senhor chama indivíduos a passarem das trevas para a luz; da morte para a vida.

A multidão sempre foi estúpida; os gregos chamavam de besta acéfala; Um monstro sem cabeça.

Mas nunca foi tão parva como atualmente. Há poucos dias começou a campanha de apavoramento mundial, inflacionando muito certo mal, seja pela falência econômica, (mal necessário ao great reset) seja pelo domínio das massas; ou, ambas as coisas.

Feito isso, o próximo passo dos que apregoam a redução populacional da Terra como meta era convencer a humanidade a ser cobaia de uma “vacina” de eficácia dúbia e efeitos colaterais ignotos.

Passados alguns dias, nem se fala mais nisso; agora a luta é para ver quem será “cobaiado” primeiro; pessoas eminentes vacinam-se em público, como se, algo realmente vital e bom carecesse propaganda; fala-se até em criar leis punitivas contra os que estão furando a fila em busca do “imunizante”.

Nenhum sinal que os vacinados estão imunes; senão para esses, mediante comprovação, a vida social voltaria ao normal; entretanto a tara por máscaras e lockdowns não arrefeceu um milímetro. Os mentores disso devem estar rindo atrás das cortinas.

Criou-se uma narrativa besta igual à multidão, que os homens prudentes são loucos, “negacionistas”, por exigirem o mínimo de coerência dos que tocam o berrante. 

O gado que se apressa à castração da liberdade seriam cidadãos conscientes; quem se atrever a pensar fora da Matrix, óbvio, estará por fora.

O excesso de tecnologia em mãos insipientes hipertrofiou a estupidez e forjou uma massa acrítica, incapaz de pensar.

Alguns engraçadinhos no auge do lockdown disseram que deveríamos, invés de irmos trabalhar, ir para a casa das tias; tiaquieta, tiacalma, tiassusega.

Pois, ficaram algumas tias de fora, que seria oportuno visitar agora; tialumia, tiapruma, tiacorda!