domingo, 21 de fevereiro de 2021

Traidores de si mesmos

 

“O que anda na retidão teme ao Senhor, mas o que se desvia de Seus caminhos O despreza.” Prov 14;2

O que anda... o que se desvia... Notemos que, nosso temor ou desprezo pelo Senhor se demonstram pelo agir, não pelo falar.

As melhores declarações de amor a Deus são feitas sem discursos, basta atuar conforme Sua Palavra. “Se me amais, guardai Meus mandamentos.” Jo 14;15

Ele mesmo denunciou aos solícitos de língua e relapsos no viver; “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a Vontade de Meu Pai, que está nos Céus.” Mat 7;21

Uma questão resulta, então: Se, falarmos a coisa certa, simplesmente, não basta, dado que O Eterno sonda nossos corações, por quê as pessoas falam, se O desprezam no agir?

De outro modo: Se, sei que determinado remédio não curará meu mal, por quê o tomo? Talvez, Adão atrás da moita tenha algo a nos dizer.

A Palavra ensina: “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;13

O temor que Deus aprecia é uma santa reverência baseada na necessária separação entre frágeis criaturas dependentes que somos, e O Todo Poderoso, Senhor do Universo.

O medo que faz buscar esconderijos, como Adão, não deriva da honra ao Ser Excelso do Eterno; antes, da certeza de culpa e eventual juízo, contra nós. Estabelecida a distinção entre o temor do Senhor e o medo humano, podemos também encontrar as raízes da obediência e dos meros discursos hipócritas.

Não sem razão, pois, a sentença de que “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.” Prov 1;7 Faz com que o “sábio” ande na luz, invés de buscar impossível esconderijo.

Como um viciado em drogas que “foge” das angústias que o assolam camuflando-as após uma cortina de fumaça, invés de saná-las, o que, ouvindo as demandas da consciência por ter falhado, faz arder o fumo dos louvores vãos, onde deveria deixar passear a vassoura do arrependimento e da confissão.

Agindo assim se faz traidor de si mesmo, uma vez que, não podendo se ocultar nada do Santo, acaba descansando na “segurança” do auto engano; como se pudesse inocentar-se sendo falso, invés de buscar o perdão do Senhor que “Ama a verdade no íntimo.”

O Salvador ao ser rejeitado em Seus dias denunciou a esses que se abrigavam no “lado bom” das trevas; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Por isso, o inimigo quando cega aos que pode, o faz em relação à Graça Divina, para que, alienados dela que está ao alcance (pois, o Senhor “É Grandioso em perdoar”) o homem se faça fugitivo; um pródigo que sai de casa, quando O Evangelho coloca em realce o arrependido que volta.

“Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Foi por rasgar máscaras dos que agiam assim, (com discursos ortodoxos e vidas ímpias) que O Salvador acabou na cruz.

Chegou a abonar o ensino de alguns, enquanto desprezava o caráter hipócrita; “Todas as coisas que vos disserem que observeis, observai-as, fazei-as; mas não procedais em conformidade com suas obras, porque dizem e não fazem; Pois, atam fardos pesados, difíceis de suportar e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;” Mat 23;3 e 4

Se, na esfera humana o reles compadrio, troca de favores e os discursos do engano elevam alguns a lugares altos na sociedade, mesmo na igreja, perante Deus, o critério é outro; frutos.

“... já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo.” Luc 3;9 Dissera o precursor, João Batista; reiterado pelo Senhor; “Toda a vara em Mim, que não dá fruto tira; e limpa aquela que dá fruto, para que dê ainda mais.” Jo 15;2

Para muitos, infelizmente, a Voz do Pastor soa a ingerência indevida, intromissão; nesses nada a fazer; escolheram o pastor errado; “Mas, vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vos tenho dito.” Jo 10;26

Os que escolheram ao Bom Pastor, não têm problemas com disciplina, correção, ensino; “Minhas ovelhas ouvem Minha Voz, Eu conheço-as, e elas Me seguem;” Jo 10;27

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