domingo, 28 de fevereiro de 2021

A Liberdade Possível


“... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Valores caros; o conhecimento de uma é posto como patrocinador do usufruto da outra. Conhecer à verdade para, por ela, ser livre.

Algumas coisas são necessárias nessa dualidade em que eferve o mundo; luz e trevas, vida e morte, verdade e mentira. Se, prefiro o calor, naturalmente tenho algumas objeções ao frio; tendo afinidade maior com a luz, por certo trago algumas restrições às trevas; se, a verdade liberta, necessária a conclusão que é a mentira que aprisiona.

Embora alguns advoguem que o conhecimento em si nos faz livres, isso é só meia verdade. Liberta da ignorância intelectual; contudo, há outro viés, sabedoria, que demanda o concurso da vontade humana alinhada à Divina; isso só Cristo propicia.

Um gênio da física como Stephen Howkins por exemplo, era ateu; vemos que, mesmo sua mente tendo galgado alturas, sua alma seguia em trevas; Foi ele que disse: “A fé é um brinquedo de crianças com medo do escuro.” Ao que, certo pregador respondeu: “O ateísmo é um brinquedo de adultos com medo da luz.”

Oportuno lembrar Platão: “É natural as crianças terem medo do escuro; trágico é quando os adultos têm medo da luz.”

Paulo fez a necessária distinção entre o conhecimento, a sabedoria do mundo, e a Sabedoria, por excelência: “Mas falamos a Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Se, para conhecermos à verdade devemos permanecer na Palavra de Cristo, Ele desafiou: “Negue a si mesmo”; a primeira nuance da verdade que assoma é que o ego, o si mesmo autônomo é uma fraude, uma mentira; não tem espaço nos domínios da verdade.

Foi a serpente no Éden quem disse que os humanos não precisavam seguir à Vontade Divina; poderiam eleger valores como bem e mal, por si mesmos; seriam como Deus.

Cristo veio desfazer também a essa obra do Diabo; a liberdade que esse conhecimento enseja nos coloca de novo, submissos, “... tome a cada dia sua cruz ...”; então, o vulgo fazer o que quiser, que alguns equacionam com liberdade não é bem assim. 

Parece que a liberdade possível, desejável, é cada ser, funcionar segundo o propósito para o qual foi criado. Não mais.

A liberdade proposta visa nos separar do jeito mundano de pensar e agir, para volvermos, à Boa Vontade Divina; “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;2

Dado que somos arbitrários, todos podemos fazer o que quisermos. “Anda pela vista dos teus olhos...” Por quê os pleitos por liberdade ainda? 

Porque, no fundo, as pessoas não apenas querem fazer o que der na telha, como também, que tais feitos sejam inconsequentes; não é assim. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

O conhecimento pode ensejar ateus letrados; a Sabedoria necessariamente reconduz a Deus como disse Blaise Pascal: “Um pouco de ciência afasta ao homem de Deus; um muito, aproxima.”

Se, Paulo diferira uma sabedoria e outra, como vimos, também o fez em relação à ciência; “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos, oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé...” I Tim 6;20 e 21

Uma “ciência” que desvia da fé, necessariamente se opõe a Deus; “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra O Senhor.” Prov 21;30

Fomos criados para “funcionar” segundo Deus e Sua Vontade; sempre que nosso agir destoa Daquela, nossa consciência acende uma luzinha vermelha denunciando que um naco da liberdade original se perdeu.

Por isso, a Liberdade que Cristo oferece, primeiro purifica, apaga nossa “lousa” cheia de impropérios; depois capacita a uma escrita seletiva, segundo O Criador; “...o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo...”

Então, quando Paulo afirma que os salvos têm a “Mente de Cristo”, supõe que aqueles permanecem na Palavra Dele.

O Pai de mentira esboça “reinicializar o mundo” agora livre de Deus, dos “discursos do ódio”. Sabem os que conhecem a verdade, o que subjaz a essa camuflagem “amorosa”; escravidão sob jugo do erro.

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