sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

As coroas dos coroas


“Coroa de honra são as cãs, quando elas estão no caminho da justiça.” Prov 16;31

Interessante a prudência aqui; o texto não atribui honra aos cabelos brancos em si; mas, o faz a esses, quando estão no caminho da justiça. 

Inevitável lembrar certo dito de Ruy Barbosa: “Não te impressiones com os cabelos brancos; pois, os canalhas também envelhecem.”

Há tantos patifes envelhecidos por aí, que, jamais conheceram vergonha, tampouco têm pálida ideia do que seja honra; quando falam e atuam deixam patente, quão nada valem.

Se, “O ouvido prova palavras como o paladar prova o alimento”, esses já serviram tantas porcarias insossas, que quando determinada chamada traz o nome ou a foto do “mestre cuca” da vez, nosso paladar recusa-se a provar; vamos em frente como se, não tendo visto nada. Foi o que vimos, aliás; não valem nada.

Contudo a figura excede à ideia de honra, uma vez que se faz coroa; como se, quem a usasse fosse rei, em determinado sentido.

Alguém que vive num mundo tão mau, pleno de tentações, incentivos e apelos à injustiça, se, contra isso tudo seguir amando e praticando o justo, de certa forma reina com Cristo, no império do domínio próprio.

A figura evoca ainda o acabamento de algo; por exemplo: Quando dizemos que determinada empresa foi coroada de êxito. Isso não pretende figurar um reino; mas, o ter sido acabado algo com sucesso, conforme o intento.

Embora a salvação facultada por Jesus Cristo seja pura e plena graça, aos que a receberem e nela perseverarem está proposta a coroa da justiça. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas a todos que amarem Sua vinda.” II Tim 4;8

Pois, a Bondade Soberana do Eterno considera justos, aos injustos que reconhecem isso, arrependem-se e se deixam guiar segundo a Justiça de Cristo.

Assim como o vencedor de determinado pleito só se verifica no fim, na “maratona” da salvação somos exortados à perseverança até a linha de chegada. “... aquele que perseverar até o fim será salvo.” Mat 10;22

Assim, a coroa da justiça de Deus é nossa salvação; coroa de honra, “nossa justiça” em Cristo.

Quanto mais o rio do tempo flui, mais se aprofunda nos imensos cânions da impiedade; o império da injustiça e da mentira que nos cerca e assedia, tudo faz para remover dádivas que nos foram entregues. Todavia, nos cabe a mesma exortação dada a certa igreja: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome tua coroa.” Apoc 3;11

São maciços os ataques à família, Deus, moral, bons costumes, e pasmem! até patriotismo, esse óbice ao anseio satânico de um império global, também está na sua alça de mira.

Todavia, ainda que, majoritariamente o poder esteja nas mãos dos maus, nossa Suprema Corte atue como embaixada do crime, a imensa maioria dos parlamentares seja de carreiristas que atinam aos interesses rasos, pessoais, invés de públicos, malgrado isso tudo, digo, os que aprenderam amar a justiça não se dobrarão; serão ousados até à morte, se necessário, no Senhor. “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60;12

Então, que a geada do tempo cubra nossas cabeças; homens ímpios sigam fazendo propaganda das “vantagens” das suas impiedades; os caminhos da vida não são fins em si; mas o objetivo ao qual conduzem é que os qualificará no final, se foram bons ou maus; “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas no fim são caminhos da morte.” Prov 14;12

Pois, se para as coisas atinentes aos feitos dessa vida, a maioria demanda o gozo de certo vigor físico, para as da vida eterna pesa mais a resiliência espiritual dos exercitados pelo Senhor. “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Enfim, que esse mundo veloz e perseguidor das sombras desfaça das coisas antigas; para quem milita pelos bens eternos não é a mão do tempo que fará mudar a sua atuação.

Enquanto a velocidade do mundo tecnológico fabrica robôs de carne e osso, os jurássicos do Senhor ainda se ocupam de frutificar andando pelas veredas antigas. Quando, enfim, pesar a fome de justiça, frutos valerão mais que máquinas.

“O justo florescerá como a palmeira; crescerá como cedro no Líbano. Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos, vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é minha rocha; Nele não há injustiça.” Sal 92;12 a 15

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