quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

As narrativas


“... Que é a verdade...” 18:38

Pilatos não fez uma pergunta; do contrário, teria esperado a resposta. Após dizer isso, “... tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho Nele crime algum.” A inocência sob ódio, derivado da inveja, era um aspecto da verdade que podia ver. Seu dito era mais um motejo, uma afirmação nas entrelinhas que a verdade é algo que nos escapa; será?

Verdade tem consórcio com a justiça, costumam andar juntas; tanto que, um tribunal, antes de sentenciar alguém, ouve exaustivamente ambas as partes; a que acusa e a que defende, para que o juízo resultante seja verdadeiro.

Estou falando de um Tribunal, não de puxadinhos políticos contaminados por estrabismos ideológicos, fisiologicamente endividados por favores recebidos, atuando servis, a espera da cobrança, por parte daqueles que carecem vestir seus interesses mesquinhos, com a fantasia da justiça.

Que verdade e justiça andam de mãos dada a Palavra de Deus mostra reiteradamente: “Abri as portas, para que entre nelas a nação justa, que observa a verdade.” Is 26:2 “O que diz a verdade manifesta a justiça, mas a falsa testemunha...” Prov 12:17 “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.” Rom 1:18 etc.

Atualmente vemos formação de quadrilha para esposar a defesa de uma mentira. Chamam de “construir uma narrativa.”

É preciso que dezenas de patifes esposem em uníssono a patifaria que pretendem plasmar, por longo tempo. Ainda assim, quando “O Sol da Justiça” resolver brilhar, as “peneiras” fajutas serão envergonhadas.

Longe vai o tempo em que, o jornalismo narrava fatos, ouvia as partes envolvidas e apresentava suas versões. Sem escolher um ponto em prejuízo de outro, tendo como norte apenas a difusão da verdade.

Dos jornais atuais, podemos defender seguros que as datas costumam ser verdadeiras. O que difundem, salvas raras exceções, é o “produto” que devem entregar, segundo as coordenadas dos seus patrões.

A obscenidade moral não acha termo, nas publicações venais da finada imprensa. Por ocasião das manifestações do último domingo, 25/02/2024 no mesmo espaço que a parada gay colocou “quatro milhões de pessoas”, meio esparsas, com uma contingência bem mais densa, tivemos 185 mil pessoas, segundo “especialistas” da USP.

Se eliminarmos o fermento numa e a cegueira voluntária n’outra manifestação, provavelmente ambas tivessem perto de dois milhões de pessoas. Mas como ficariam os “narradores” em sua “narrativa” da insignificância dos que se lhes opõem, tendo que lidar com a verdade? Como, “la prensa” está em sua folha de pagamento, que mostre serviço, pois.

Então, grassa “... o prevaricar, mentir contra o Senhor, desviarmo-nos do nosso Deus, falar de opressão e rebelião, conceber e proferir do coração palavras de falsidade. Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; O Senhor viu e pareceu mal aos Seus Olhos que não houvesse justiça.” Is 59:13 a 15

Quando algo parece mal aos Olhos do Senhor, eventualmente Ele intervém; recoloca os pingos nos is. O castelo de cartas das narrativas fajutas, ruirá à mera remoção de uma, estrategicamente situada.

Quem acredita que governos e religião são coisas distintas, tão separadas que sequer podem se aproximar, não sabe nada. A fé nos persuade a abraçarmos certos valores segundo Deus; o Estado democrático foi dado para que, os valores que são caros à maioria sejam estabelecidos como parâmetros sociais.

Em última análise, o governo é de Deus; “Ele muda os tempos e as estações; remove os reis e estabelece os reis; Ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, com Ele mora a luz.” Dn 2:21 e 22

Se, por um pouco permite o império da injustiça, não o faz indefinidamente, para que, os que têm a justiça como norte não olhem para o “sul”. “Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125:3

No nosso contexto pois, a verdade mostra que foi imposta vergonhosa fraude eleitoral; tudo o que o dinheiro pode comprar tem sido comprado com dinheiro alheio, furtado, para preservação do poder dos ladrões. Uma ditadura judicial grassa, perseguindo os conservadores e protegendo ladroístas; estamos na iminência de uma guerra civil, se esse estado de coisas permanecer.

Que a misericórdia Divina se volte para nossa nação, e o “direito” que cada um confere aos seus adversários seja sua própria colheita. Assim, por meios oblíquos, serão conduzidos à verdade.

Os soberbos


“Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação.” I Cor 5:2

A soberba tem muitos efeitos colaterais deletérios. O evidente nesse verso é a alienação da necessidade da justiça, sendo patrocinada por ela.

Havia uma falta grave lá, alguém envolvendo-se sexualmente com a mulher do próprio pai, e ainda assim, misturado. Tal afronta à justiça e santidade deveria ter, no mínimo, causado tristeza; mas, nada.

Os soberbos estavam disputando quem teria o “pai espiritual” mais relevante. “Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?” Cap 3:4

Esse tipo de consequência acaba inevitável. Sempre que empreendemos esforços em coisas desnecessárias ou más, acabamos omissos no tocante às necessárias e boas.

A vaidade desfilando em consórcio com suas presunções tolhia que se inteirassem e zelassem pela santidade que convém onde Jesus Cristo é nomeado como Senhor.

O amante de si mesmo, em geral preocupa-se com seu tamanho, sua influência, seu nome; o servo cioso, na Obra de Deus, com a santidade, a pureza e edificação.

A busca por lugares altos, mais que, pela higiene espiritual dos lugares comuns, é um traço dos que erram o caminho, priorizando o individual, onde deve prevalecer o coletivo. “A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi os servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10:6 e 7

Vemos a estultícia e a servidão exaltando-se; riqueza e nobreza comedidas. Não é onde alguém está, posicional ou geograficamente, que o define; antes, como está espiritualmente. A saúde de nosso relacionamento com Deus é infinitamente superior a qualquer apreço humano, a qualquer “lugar alto”.

A Palavra de Deus vaticina desse tempo, onde, em geral, governariam, pessoas indignas. “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24:4 Há exceções, poucas; mas em geral é assim. Os maus, corruptos, mentirosos, soberbos mandam em pessoas muito melhores que eles. Um retrato bem didático da “justiça dos homens”.

Por essas e outras, os que conhecem à Divina descansam, mesmo que, as digitais da injustiça marquem todas as coisas ao redor. Esses entendem que há um propósito maior na permissão disso, e esperam certos que, no devido tempo, cada coisa ocupará o lugar que merece. “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda terra?” Gn 18:25

A questão do incesto em Corinto, pela qual Paulo enviara tão severa advertência, além da necessária tristeza, causou acalorados debates na comunidade. “Porque, quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros neste negócio.” II Cor 7:11

O conselho do apóstolo fora para que o tal fosse excluído, para, quiçá, se arrepender em tempo para ser salvo, “Seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus.” I Cor 5:5

Após a exposição do pecado e os acalorados debates acerca da situação, houve arrependimento, mudança de atitude. “... pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7:9 e 10

Assim manifesto o arrependimento e a disposição de mudar daquele que estava errado, o mesmo foi perdoado, invés de excluído. “A quem perdoardes alguma coisa, também eu; porque, o que também perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o fiz na presença de Cristo; para que não sejamos vencidos por Satanás;” II Cor 2:10

Bons tempos aqueles onde, os pecados ensejavam debates para arrependimento, e os soberbos eram expostos; desafiados a mudar de atitude.

Atualmente, muitos soberbos sem noção estão no controle de grandes rebanhos; se, confrontados por seus erros, mais facilmente alteram à Palavra de Deus, que aceitam mudar suas doentias posturas. Deveriam saber de algo bem básico: “A soberba precede a ruína, a altivez do espírito precede a queda.” Prov 16:18

Como conheceriam a tristeza segundo Deus, pautando suas vidas pelos próprios desejos desorientados? Mais que tristeza, aquele caso requereu confissão, arrependimento, abandono, para que o perdão encontrasse assento.

“Toda pessoa arrogante, soberba e altiva não aceita ser corrigida, visto que não deseja ser mudada por um comportamento superior, porque já possui um espírito de conduta inferior que a satisfaz.” Helgir Girodo

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

O reino das falácias


“O coração entendido buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Prov 15:14

Entender e conhecer não são sinônimos. Pode alguém entender que não sabe determinada coisa, e buscar mediante o conhecimento suprir a lacuna.

Também a sabedoria é sujeita a variações; nomina um princípio, uma índole, ou, um contingente. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1:7

Nesse princípio, podemos ter nosso contingente aumentado; “Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio, ensina ao justo...” Prov 9:9 Mais uma qualidade: “Justo”. Ao não pretender exercitar-se acima do que conhece, faz uma análise justa da própria situação.

Sabedoria é dom Divino. O Eterno não lega de modo aleatório, para quem, eventualmente, faria mau uso. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo.” Prov 2:7 e 8
Sabedoria para guardarmos a justiça. Eis o Divino propósito!

Pessoas ímpias podem adquirir vasto conhecimento, mesmo alheias a Deus. No entanto, a sabedoria veraz requer um pouco mais que ser versado em muitas coisas. “Ainda que tivesse o dom de profecia, conhecesse todos os mistérios, toda a ciência, tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, se não tivesse amor, nada seria.” I Cor 13:2

Mais que uma exposição para ser vista numa feira, numa competição, a verdadeira sabedoria deve ser encontrada após as pegadas das atitudes; embora sua aquisição tenha seu conteúdo teórico, a posse dela requer a prática; “Falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2:7 e 8

Por isso o apóstolo “subiu na mesa”: “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1:20 e 21

“... a boca dos tolos se apascentará de estultícia.”
Uma das “qualidades” do tolo é apascentar a si mesmo. Descansa nas suas sentenças, mesmo que essas estejam a anos-luz da verdade. 

Invés da honestidade que assume lapsos, esse ancora-se na presunção que suas inclinações são a “verdade”; convicto delas, se coloca refratário a toda sorte ensinos, conselhos. “Ai dos que são sábios aos próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5:21

Se, o que age no princípio correto coloca O Senhor como fonte do saber, o tolo tem em si mesmo os “parâmetros”; como isso derivou de um conselho do canhoto, “vós mesmo sabereis o bem e o mal.” Os que assim fazem, atuam segundo o dito do Capiroto.

Portanto, também nesse quesito, mais que o que falamos, o que fazemos identifica nosso senhorio espiritual; “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Rom 6:16

Quando o falar desafina do ser, mesmo as falas estando, eventualmente, certas, temos uma mentira. “O que és fala tão alto, que não consigo ouvir o que dizes.”

Cheia está nossa nação, infelizmente, de pessoas cujos feitos anulam os discursos. Jornalistas, juristas, políticos, “ministros do Evangelho” até; cujas falas trazem sabor de mentira, antes mesmo da locução dos primeiros fonemas.

Por isso, uma vez mais, as ações são demandadas em coerência com nossas palavras; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere O Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

O verso inicial pontua o que um e outro fazem, o entendido e o tolo, porque, em última análise, o que fazemos demonstra o que somos.
Aquele que ensina é professor; o que constrói, construtor; o que mente é mentiroso; o que se corrompe é corrupto, etc.

Ao entendido, seu coração o inclina; enquanto ao tolo basta o movimento dos lábios; acredita que, suas falas superam, ou criam, fatos.
Seu costumeiro exercício no âmbito das falácias privou seu doentio paladar de apreciar corretamente, o precioso sabor da verdade.

Enquanto o veraz se expõe ao risco de ser “estúpido”, pelo hábito de ser honesto, o falso sempre terá em suas enganosas prateleiras, uma frase pronta ao sabor das conveniências pontuais.

Pequenos desconfortos em nome da verdade, são nada, comparados com a sorte dos que escolhem a facilidade do engano. “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras e qualquer que ama e comete a mentira.22:15

Amargo perigo


“Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e nenhuma raiz de amargura, brotando vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.” Heb 12:15

“... ninguém se prive da graça de Deus...”
Por que alguém se privaria de algo tão valioso? A privação se estabelece passo a passo; quem não for vigilante nos primeiros, sem perceber, acabará rumando para as águas lamacentas da dúvida, cuja corrente deságua no lago da apostasia; em poucos lances estará fazendo as mesmas coisas que um dia deplorou.

Não deriva de uma resolução intempestiva; tipo, basta Deus! Estou fora! Não tenho mais nada, Contigo. Antes, um tênue desvio aqui, sutil leniência acolá, um atalho mais adiante, e sem esse descuidado perceber, acabará totalmente alheio ao socorro do Eterno, fazendo as coisas à sua maneira; aliás, à do inimigo que, patrocinou cada passo levando ao desvio.

Quem jamais viu, pessoas que foram ciosas dos Divinos preceitos se tornando condescendentes, “tolerantes” com erros crassos que O Pai não tolera?

Judas denunciou: “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd v 4

Por que negar a Deus dentro da Igreja? Não bastaria ficar fora? Porque sua crescente apostasia já os tinha colocado a serviço da oposição; ainda acreditavam ter uma obra a fazer, então, alienados da verdade, atuando pra pervertê-la.

Privados da graça, a dissolviam, tentando privar também aos que lhes ouviam; não lhes bastava estarem perdidos; queriam lançar outros a perder. Quando a verdade se torna “solúvel” pode ser suprimida aqui, aclimatada acolá, há muito se foi. Um simulacro pobre tenta encenar sua presença onde não mais está.

“... nenhuma raiz de amargura...” feridas não tratadas pelo perdão, podem ser, ainda, o sustento de mágoas; base de futuras divisões no seio dos salvos.

É impossível exagerar a importância das raízes para a vida das plantas. Ilustrando a adesão superficial, dos que “creem” sem perseverar nas provas, O Salvador, comparando-os com plantas, disse: “Mas, vindo o sol, queimou-se, secou-se, porque não tinha raiz.” Mat 13:6 Profundidade, convicção é indispensável para quem crê; pois, certamente sua fé será submetida a duros testes.

A raiz é o imprescindível, sustentáculo de uma planta. Porém, se essa for de uma planta estranha, precisa ser removida antes que faça danos. Assim, se aprofundar no erro, fanatizar-se por alguém ou por algo, ao ponto de se fazer refratário a tudo que destoe desse fanatismo, é também um derivado de quem se privou da graça, que nos ensina por muitos meios.

Lidamos bem com o perdão, quando necessitamos; se, o devemos, nem sempre. Todavia, a isonomia Divina ensina: “Se, porém, não perdoardes aos homens suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas.” Mat 6:15

“... brotando, vos perturbe...”
A primeira vítima da amargura é seu hospedeiro. Sua paz deixa de ser patrimônio íntimo, inalienável, e passa a depender também, de fatores externos, como, eventual desventura daquele contra o qual estamos amargos.

O mundo entende a paz como ausência de guerras; a espiritual, tem a ver com a ausência de pecados não tratados pela medicina do perdão. Sejam entre nós e Deus apenas, ou envolvendo também algum semelhante.

Se a impiedade tiver assento em nós, o Príncipe da Paz não terá. Não significa que não pequemos. Mas que, quando o fizermos, não devemos cobrir a coisa com areia, como fazem os gatos, antes, apresentarmos a Ele. “... se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, O Justo.” I Jo 2:1

Contra os que escolhem o modo ímpio de viver A Palavra é categórica: “Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57:20 e 21

“... por ela muitos se contaminem.”
Uma raiz viva brotar é a ordem natural das coisas. “Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, não cessarão os seus renovos... ao cheiro das águas brotará, dará ramos...” Jó 14: 7 e 9

A contaminação do semelhante com a difusão das nossas amarguras não tratadas, são ramos indevidos, que brotarão sempre que formos omissos em remover as raízes que devemos.

A paz com o próximo não é uma coisa unilateral. Dependerá da anuência dele. Mas, amargura, cada pode e deve evitar trazer em sua alma. 

Contra os que, invés de guardarem coisas boas guardam às más, A Palavra sentencia: “... entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2:5

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Vencer o mal


“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12:21

O mal, desde que sua definição desceu do apreço de quem de Direito, Deus, para as trêmulas mãos do homem caído, teve furtada sua identidade.

As pessoas usam chamar de “boas”, outras, com as quais se identificam. Um matador de policiais, adjetivará de “sangue bom”, ao seu igual; um corrupto a outro; um estelionatário admirará à “malandragem” de alguém do “clube”, etc.

Essas coisas precisariam passar por um crivo espiritual; mas, não raro, sofrem mero apreço sensorial, forjando a chamada “sabedoria aos próprios olhos”; falta de noção. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30:12

Aquilo que tem um aferidor absoluto, descendo para o inconstante apreço relativo, quase sempre tem seu nome trocado, porque, as conveniências maculam a essência.

Foi com essa proposta, de autonomia e valoração independente das coisas, que o traíra seduziu à mulher, para que ela desobedecesse ao Criador. “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes (do fruto proibido) se abrirão vossos olhos; sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3:5

A existência daquela árvore era já uma condicionante para que, eventual obediência vertesse de um bem, da vontade livre; Deus não criou robôs programados pra dizer sim.

Assim, a serpente precisou ressignificar esse bem, de modo que parecesse mal, uma mesquinharia Divina. Aceita a blasfêmia, a incauta mulher foi ao encontro da morte acreditando que estaria subindo ao nível do Criador; convidado, seu marido também foi.

Antes de apreciarmos algo como bem, ou mal, convém atentarmos se, nosso apreço tem alguma conveniência rasa anexa, ou, se logramos conhecer a essência das coisas, segundo quem as criou.

A consequência mais danosa da pluralidade de “deuses” após a queda foi a inversão de valores. “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce, do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5:20 e 21

Para evitar a esse “ai”, Salomão aconselha: “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3:5 a 7 Se, confiando no Senhor nos apartaremos do mal, necessária a conclusão que, teremos por mal às coisas que Ele tem.

Embora, no contexto, vencer o mal com o bem atine às relações interpessoais, não pagarmos na mesma moeda, antes, fazermos bem mesmo aos que nos prejudicam, a abrangência desse preceito é maior.

Há em todo o pecador, vasto “paladar adquirido” que o faz sorver prazerosamente o egoísmo, inveja, maledicência, malícia e outras “guloseimas” afins; todo esse “manancial” de maldades que se esconde em nossos corações deve ser vencido também; “Porque do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat 5:19

Mais que a bondade na relação com o semelhante, devemos, prioritariamente, anelar a regeneração e restabelecimento da comunhão com Deus.

Primeiro passo: Abrirmos mão dos nossos “bens”; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55:7

Adiante, a razão pela qual, O Eterno, demanda essa mudança: “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são os Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Vs 8 e 9

Todavia, vivemos tempos tão tenebrosos, que as pessoas confrontadas pela verdade preferem alterar essa, ao gosto dos ímpios paladares, a se deixarem moldar pra ser regeneradas aos parâmetros celestes.

Enojados, todos os dias ouvimos ditadores falando em democracia; déspotas em liberdade; vendedores de mentiras se dizendo jornalistas; mercenários se dizendo apóstolos, profetas... A verdade erra; uma estranha no ninho, como Ló em Sodoma.

Isaías anteviu; “Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, equidade não pode entrar. A verdade desfalece, quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado.” Is 59:14 e 15

Não podemos forçar lobos a deixarem de ser o que são; porém, podemos evitar que seu “triunfo”, eventual, lance dúvidas sobre os valores que escolhemos. A “vergonha de ser honesto” dita por Rui Barbosa, era refinada ironia.

Quem abraça valores eternos não os desfigura trocando-os por engodos biodegradáveis.

Identidade


“Tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e aqui pereço de fome!” Luc 15:17

O filho pródigo, após desperdiçar seus bens, penando nas malcheirosas consequências, entre porcos alheios, tornou a si e olhou para a casa paterna.

O fato do homem ser constituído de corpo, alma e espírito, tendo cada aspecto, seus apelos próprios, enseja que ele “divida-se”, enfrente conflitos íntimos.

“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; o que quero não faço, mas o que aborreço faço. Se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7:14 a 17

O “eu”, como refém de um inquilino opressor que o leva a fazer o que não deseja.

O mero “discordar” do que faz, mostra um tênue feixe de luz inda com “saudade de Deus”; desejo de justiça impotente, ante as pressões por prazeres, militando no ser, refém do pecado. Uma centelha de consciência com a valoração correta, sob um monturo de anseios malsãos que “pisam no jardim” no afã de saciarem-se.

Embora os afeitos a isso nominem à prática como “curtir a vida”, são as digitais do medo da morte; a certeza que suas “vidas” são curtas, e precisam “aproveitá-las”.

Os que são de Cristo não estão mais sob os ditames desse feitor; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1:12 tampouco, têm uma perspectiva rasa quando à amplitude da vida, como se, essa se restringisse aos dias possíveis nessa terra. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15:19

Por quê? Porque essa vida, no tocante aos salvos, é dedicada às renúncias, para termos nosso ingresso na vida futura. Aqui nos esperam perseguições, aflições; se essas coisas não tivessem uma vindoura recompensa, seríamos piores que os que vivem alheios ao Salvador, fazendo o que lhes dá na telha.

Sendo indispensável passo para seguirmos a Cristo, o “negue a si mesmo”, não significa que isso nos deixará num vácuo; o “si” antigo é condenado junto com seu feitor, o pecado; um novo, segundo Cristo, é gerado em nós quando da conversão. “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3:5

Pra que possa alguém “nascer de novo” de certa forma, carece morrer; eis o sentido da cruz! “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6:3

Para Ele a morte foi literal; de nós requer apenas a mortificação, do antigo “eu” com suas doentias inclinações, na vigência do novo homem, espiritual; segundo Cristo, não, conforme anseios do pecado. “Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4:22 a 24

O novo “si” não é mais autônomo e senhor das suas vontades, feitoras da perdição, como era o finado; antes, está submisso a Cristo, O Salvador, que depois de regenerar legou O Bendito Espírito Santo, como Guia para nos conduzir por uma vereda santa. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8:1 e 2

O pródigo fora de si, deu-se aos prazeres ilícitos, desprezando consequências. Quando essas vieram, foram sisudas conselheiras para que ele tornasse a si, olhando de novo, para a casa paterna.

O ideal seria que não precisássemos esses “estímulos” para fazermos as melhores escolhas. Todavia, mesmo neles, quem reconsidera e volta ao Pai, ainda encontrará vestes novas e uma festa, como aquele encontrou.

Devemos aprender e manter vivo, que o novo ser não é mais um libertino que rompeu com o Pai, como o antigo. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, que me amou, e Se entregou por mim.” Gál 2:20

Nossa identidade não está no rótulo da nossa preferência; antes, no que direciona nossa obediência. “... a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Rom 6:16

domingo, 25 de fevereiro de 2024

A nova dieta


“Estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração...” Deut 6:6

Como seria possível que, uma ordem recebida fosse albergada no coração? Normalmente, nossos corações acarinham as coisas com as quais se identificam.

Embora tenha grande apelo moral e poético, até; a sentença do salmista: “Escondi Tua Palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” Sal 119;11 No prisma prático, isso não se verifica com frequência.

O “combustível” necessário para que façamos esse providencial esconderijo, está atrelado a duas coisas: Discernimento, e amor-próprio. A primeira vítima quando nosso coração se engana, somos nós.

O discernimento capacita-nos a entender o fim dos Mandamentos Divinos; “Ouve, filho meu, e aceita Minhas Palavras e se multiplicarão os anos da tua vida.” Prov 4:10 Invés de limites a castrarem nossos “direitos”, As Divinas Palavras são cercas a nos guardar das ameaças, dos perigos.

Sabendo que algo foi dado para seu próprio bem, pois, apenas carente de amor-próprio, inconsequente, alguém agiria de modo a semear atitudes, cuja ceifa, redundaria em danos; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará.” Gál 6:7

Muito além de um capricho Divino, um formalismo para fins estéticos, como se a verdade atinasse mais à aparência que a essência, A Palavra de Deus, atina a vida e morte. “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30:19

Assim, a obediência daqueles que a alcançam, mais que um serviço ao Eterno, é uma prova cabal de desejo de vida, sentimento de preservação; embora, O Santo mereça ser amado e honrado, quem O obedece, ama primeiro a si mesmo.

A obediência passa longe das humanas tendências naturais; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8:7

Na queda, invés de um upgrade espiritual, como prometeu o traidor, o homem caído foi lançado na escravidão das paixões carnais.

Sabedor disso, O Criador prometeu trocar a “peça” que não funcionava mais, segundo o projeto original, o coração humano; “Então aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne.” Ez 36:25 e 26

Cristo chamou a esse “transplante de órgãos” de “nascer de novo.” Condição indispensável pra que possamos ver, ou, entrar no Reino dos Céus. Ver Jo 3;3 e 5

Mesmo nos convertidos que ganharam novo coração, espiritual, em princípio, a obediência não é fácil. Até, após edificados, ainda enfrentam grandes pelejas, dado que o antigo coração se bate, a “revirar no túmulo” desejando voltar à vida. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” Jr 17:9 e 10

Notemos que, não são os maus desejos, eventuais, de nossos corações, que sofrerão juízo; antes, aqueles que, tendo palpitado na arena dos desejos ganham depois, o teatro das ações.

Após certa maturidade espiritual, nossos fins deixam de ser infantis, derivados apenas do amor-próprio; então, pelo exercício nas coisas espirituais e as consequências que esse traz, passamos a ter prazer nas coisas que, antes fazíamos apenas pelo temor.

Além do discernimento primário, para entendermos o objetivo das Divinas restrições, o aperfeiçoamento espiritual amplia em nós essa qualidade, pela qual, podemos valorar tudo, segundo o padrão celeste. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5:14

As coisas que, na infância espiritual davam pesado trabalho, na maturidade dão prazer. Esse “paladar adquirido” é prerrogativa de poucos, infelizmente. 

Onde o ímpio busca seus prazeres, o que teme a Deus encontra seus “nãos!” “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1:1

Onde o ímpio nem ousa se aproximar, o homem espiritual vive seu deleite; “... tem seu prazer na Lei do Senhor, na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1:2

Enfim, guardar a Divina Palavra no coração parece uma “barra forçada”, como seria, querer que um lobo comesse grama. Aos que ousam, porém, O Eterno transforma-os em ovelhas; o que, antes fora indigesto, torna-se sua dieta favorita.

Uma pitada de sal


“Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros.” Mc 9:50

Estariam os discípulos sem sal? Sal foi usado como uma figura de linguagem, significando sobriedade, probidade, coerência, virtude... Paulo escrevendo aos colossenses aconselhou: “Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como convém responder a cada um.” Col 4:6

Essa figura é o desdobramento dum preceito entregue no Antigo Testamento. Naqueles dias era imprescindível a adição de sal à carne dos sacrifícios, sob pena de, em um clima quente, a mesma entrar em decomposição, cheirar mal. Então foi ordenado: “Todas tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2:13

Era o elemento a inibir a corrupção das oferendas; assim, integridade, probidade e verdade, são substâncias necessárias no “tempero” que devem ter os renascidos em Cristo, como ensinou Paulo: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

No contexto, encontramos João dizendo: “... Mestre, vimos um que em Teu Nome expulsava demônios, o qual não nos segue; nós lhe proibimos, porque não nos segue. Jesus, porém, disse: Não lhe proibais...” Mc 9:38 e 39

Sal em mim mesmo, é quando eu busco meu aperfeiçoamento nas virtudes de Cristo; se, meu “cristianismo” se resume a avaliar o comportamento alheio, aprovando isso, vetando aquilo, atuo como que, pretendendo ter “sal” nos outros; atento mais aos alheios defeitos, que aos meus; a esses eu poderia corrigir; aqueles, escapam da minha alçada.

Assim, busquem ser virtuosos, mais do que, críticos dos erros alheios, é o sentido do, “tende sal em vós mesmos.” O Senhor que “chama às coisas que ainda não são como se já fossem,” disse: “Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.” Mat 5:13

Estritamente, ainda não eram; mas, estavam na escola onde deveriam aprender para serem feitos, então, sal da terra.

Por ocasião do lançamento da música “Evangelho de Fariseus” muitos e alegram apontando seus dedos, aos alvos da música, como se, eles estivessem acima da crítica.

Tendemos a pegar erros alheios como remidores dos nossos, quando, deveríamos tê-los como lupas, para melhor ver nossas falhas, como disse o sanitarista Oswaldo Cruz: “Observando os erros alheios, o homem prudente corrige os seus.”

A perspicaz capacidade crítica, revela minha culpa, se, incido nas coisas que deploro; “Tu, pois, que ensinas a outro, não ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na Lei, desonras a Deus pela transgressão da Lei?” Rom 2;21 a 23

Não significa que o mal ao nosso redor deixe de ser o que é, apenas porque, eventualmente, também tropeçamos. Ló em Sodoma se afligia pelo que via e ouvia ao seu redor.

O cuidar de si mesmo deve ser prioridade, não, nosso limite. O Salvador expressou: “Por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Mat 7:3 a 5

O fato que devemos ter sal em nós mesmos não nos restringe, ao ponto de não nos “intrometermos” nos erros alheios. É próprio do sal, não existir para si mesmo. Antes para servir em prol dos outros. Assim, o bom porte, a idoneidade de quem professa O Santo Nome, é seu sal; a autoridade derivada daí, permite que, oportunamente, “salgue” ambientes onde a virtude cristã é necessária.

Ao invés do sujo apontar ao mal lavado, como vulgarmente se diz, deve o obediente ter autoridade moral, para corrigir aos que assim não fazem. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10:4 a 6

Os que deixaram a sanidade de Cristo pelas comichões do mundo, confundiram fermento com sal.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Nossas mortes


“Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3:3

Estar morto tendo a vida escondida soa meio contraditório. Normalmente, pensamos que estar morto é estar privado da vida, não, escondendo-a.

Confesso que muitas “contradições” verbais, deram nó em meus neurônios no início da caminhada. Tipo: “Quem achar sua vida perdê-la-á; quem perder sua vida, por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 10:39

Há quatro tipos de morte que precisamos entender. Um, atinente ao corpo e suas funções; cessação da existência, que todos conhecem. Outro, relativo ao espírito e seu relacionamento com o Criador. Alienação do homem em relação a Ele equivale à morte, pois, cortado o liame que liga à Fonte da Vida, o espírito “vegeta;” sabe a diferença entre bem e mal, porém, incapaz para fazer as escolhas certas.

“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus; mas, vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento; me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” Rom 7:22 e 23 Dilema do pecador com espírito “morto”, ainda aprovando às coisas certas, porém, mercê d’alma que age em consórcio com o corpo e suas misérias; escravo.

A morte do espírito é, antes que morte, uma ruptura de relacionamento. O que O Salvador figurou como “novo nascimento” a rigor, é uma reconciliação; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19 Assim foi a morte de Adão, quando pecou e teve medo de Deus; viveu muitos anos ainda; porém, fora da comunhão com O Criador.

A terceira “morte” é relativa à alma; renúncias às quais ela é chamada para que possamos ser salvos. O “negue a si mesmo” é uma “morte voluntária;” na verdade, mortificação. Todos os apelos pecaminosos dela e do corpo devem ser “crucificados”; esse é o sentido de tomarmos nossas cruzes para seguirmos a Cristo. Tal crucificação não mata, literalmente, mortifica, trata aos maus desejos como mortos, preservando nossa vida.

“Já estou crucificado com Cristo; vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...” Gál 2:20
À medida que O obedecemos integralmente, é como se Cristo vivesse em nós; de novo, o Verbo se faz carne, em nossa carne, dessa vez; desde que, vivamos em obediência tal, que possamos dizer como Paulo: “Cristo vive em mim.”

Como O Salvador colocou a Vontade do Pai antes da Sua, obediente até à morte, somos chamados a nos identificarmos Nele, em plena obediência, às últimas consequências. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6:3

Por isso o ensino: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus... (que) esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2:5, 7 e 8 Eis o sentido do “ser batizado na Sua morte!”

Por fim, a quarta morte que a Bíblia chama de “segunda morte”; o banimento final, quando não haverá mais possibilidade de voltar a Deus.

“Quem tem ouvidos, ouça o que O Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.” Apoc 2:11

Quando Paulo fala que estamos mortos e nossa vida está escondida em Deus, refere-se ao “velho homem”, que vivia à sua maneira, alheia ao Criador.

Noutra parte amplia a ideia: “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4:22 a 24

Enfim, o fato de estarmos “mortos” faculta que pertençamos a Cristo sem necessidade de cumprimos à Lei de Moisés; como uma viúva pode casar outra vez, pois está livre do antigo compromisso, que foi “anulado” pela morte. “... morto o marido, livre está da lei; logo, não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de darmos fruto para Deus.” Rom 7:3 e 4

Então, voltando ao ponto de partida encontramos: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, por causa dos dias de festa, da lua nova ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” Col 2:16 e 17

Se as pessoas soubessem quanta vida há em nossas mortes, tomariam a santa cruz, também.

Com, ou contra, Cristo


“Foram ter com Jesus e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo e temeram. Os que aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado, e acerca dos porcos. Começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos. Entrando Ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com Ele.” Mc 5:15 a 18

Não que O Senhor fosse polêmico pelo prazer de ser; mas, onde Ele aparecia sempre ensejava divisões. Uns poucos, como o que fora possesso e liberto, desejavam seguir com O Salvador. Outros muitos, desejavam que O Mestre “saísse dos seus termos.”

Reflexo necessário da dualidade do mundo habitado pelo homem, desde a queda. Por ser Jesus, A Verdade, e ter a mentira se imiscuído na Obra de Deus, quando da intromissão do “profeta alternativo” que seduziu a Eva, desde então, os homens estão de um lado, ou de outro. Não há meio-termo.
Ou desejam estar com a verdade, mesmo que, eventualmente, essa lhes seja desfavorável; ou refugiam-se na mentira. Preferem que Cristo se mantenha a uma “distância segura.”
Embora seja possível evitarmos os apontamentos externos da verdade, quanto aos nossos passos, uma centelha de Deus ficou no ser humano, mesmo caído; a consciência.
Essa pode ser ignorada, contrariada, resistida e por fim, cauterizada; porém, jamais se corromperá de modo a alterar os valores originais, segundo os quais, foi posta em nós, como árbitro.
Como as agulhas das bússolas, necessariamente, apontam para o norte, as valorações da consciência sempre se alinharão à vontade do Criador. Os ímpios de tanto a rejeitarem, mortificam; os convertidos a têm vivificada, realinhada ao Divino querer. Feita obreira de uma mudança tal que, o espírito humano, antes impotente para ouvir e obedecer a Deus, nasce de novo; expressão que O Salvador usou para nomear a regeneração dos que creem.
Para pessoas que aquilatam às coisas pelo custo, não ela essência, o evitar dissenções, polêmicas, em nome da união, parece a coisa certa a fazer, sempre. Todavia, quem aprendeu aquilatar as coisas em face ao fim que conduzem, não foge à luta, quando valores que lhe são caros estão ameaçados.
Inclusão e tolerância são as palavras da moda. Porém sendo o Reino dos Céus o alvo, como poderia alguém ser “incluído” lá, senão, segundo os termos do Rei? E, quem disse que, a manifestação da verdade onde impera majoritariamente a mentira, seja sinônimo de intolerância? Ou, que a tolerância seja um valor supremo, em nome do qual, outros devam ser sacrificados?
Há muitas coisas que Deus não tolera e requer que, os que pretendem ser Dele, não tolerem também; mantenham-se separados.
Vejamos “intolerâncias” necessárias para preservação de nossa comunhão com O Eterno: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6:14 a 18
Os que, em nome da paz inter-religiosa, negociam valores, doutrinas, silenciam consciências, abandonam veredas antigas, como fazem os muitos adeptos do ecumenismo, foram cegados pelo inimigo, na ilusão de que seja possível um meio-termo; não é. Ou estamos com Cristo, ou contra Ele.
Nos dias de Jeremias O Senhor já advertia contra o abandono das veredas justas, pelos inclinados às tendências ímpias paralelas, mais que à vontade do Eterno. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6:16
Embora expresso de modo categórico, muitos ainda não aprenderam em quê, consiste, a salvação. “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Mat 16:25
Não significa que devamos ser intolerantes com as pessoas que creem diverso de nós. Todavia, não assassinemos o sentido das palavras. Tolerar é conviver em paz com o diferente, não concordar com seus valores, escolhas.
Assim como, na política, tiranos fazem efusivos louvores à democracia, para abrir caminho rumo aos seus sonhos de ditadura, também na esfera espiritual, se tecem rasgados elogios à paz, se isso interessa ao canhoto, em sua guerra suicida contra O Todo Poderoso.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Crentes seletivos


“Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela...” II Tim 3:5

Paulo alistou duas dezenas de características dos homens dos últimos dias, por causa dos quais, classificou a esses dias, como “tempos trabalhosos.”

A última “qualidade” é essa: Hipocrisia. Tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia. Vestindo uma capa de religiosidade, sem os traços que a conversão produz.

Ao não se submeterem às transformações necessárias, criam simulacros, imitações baratas, para ostentar certa igualdade para com os probos, embora, sejam oposição a eles. “Como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento, réprobos quanto à fé.” V 8

Como aqueles resistiram a Moisés? Imitando aos sinais que ele fazia. Até onde foi possível ludibriarem mediante seu ilusionismo, foram fazendo o “mesmo” que Moisés fazia. Entretanto suas magias baratas acharam termo, quando, Moisés, pelo Divino Poder, transformou poeira em piolhos. “Os magos fizeram também assim com seus encantamentos para produzir piolhos, mas não puderam; havia piolhos nos homens e no gado. Então disseram os magos a Faraó: Isto é o Dedo de Deus.” Ex 8:18 e 19

Até então, podia ter parecido mero duelo de espertezas, concurso de magia. Porém, chegou o momento deles reconhecerem que O Eterno, não reles truques, estava na origem dos sinais operados por Moisés. Acaso se converteram? Não há registros que tenha acontecido.

Quem se converte normalmente passa por uma sequência emocional que inclui contrição, tristeza, arrependimento, e uma mescla de temor com alívio, esperança, após o convertido “se esconder em Cristo.” Não há sentimento de emulação, uma pré-disposição para competir, desejo implícito de se afirmar onde está, mesmo estando errado, como se verificou nas atitudes daqueles.

Em Cristo, bem mais que “O Dedo de Deus” foi revelado; “O Senhor desnudou Seu Santo Braço, perante os olhos de todas as nações; todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.” Is 52:10 Ainda mais que O Braço: Cristo falou-nos, da parte de Deus, “... sendo o resplendor da Sua Glória, a expressa imagem da Sua Pessoa...” Heb 1:3

Embora essa “Divina Exposição” tenha sido “Perante os olhos de todas as nações”, adiante o profeta perguntou: “Quem deu crédito à nossa pregação? A quem se manifestou o Braço do Senhor?” Is 53:1

Se invertermos a ordem das orações teremos uma resposta bem plausível: “A quem se manifestou o Braço do Senhor? A quem deu crédito à Nossa pregação.” Afinal, quem Duvida da Divina Revelação, implicitamente chama Deus de mentiroso; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5:10 Ele não costuma se manifestar a quem blasfema assim.

Por menos que isso se mantém separado dos ímpios; “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; os vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59:2 Em Seu Ser Bendito, Deus se mantém apartado dos pecados; “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1;13 Cristo careceu esvaziar-se da Sua Glória, para poder nos buscar dadas nossas tantas falhas.

Uma característica dos que tinham só aparência sem o concurso da eficácia da piedade, era que eles eram homens, “... corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.” II Tim 3:8 Notemos que a fé não opera num vácuo, como se bastasse crer. É preciso crer e agir segundo se crê, para que sejamos aprovados.

Outro aspecto: O “entendimento” desses farsantes não é errado pela limitação dos tais; antes, por eles terem um “sócio”, um corruptor que os instiga por veredas contrárias às prescritas pela fé.

Quem é um “crente seletivo”, que escolhe em quais porções da Palavra acreditar, e quais rejeitar, perde-se por falta de integridade.

Essa parcela de incredulidade, derivada do amor aos prazeres, mais que à verdade, enseja, em sua dúbia alma, uma “cabeça-de-ponte” para o desembarque do trevoso mor, que “aperfeiçoará” seu trabalho sujo, apagando feixes eventuais de luz que, persistiam, apesar da dubiedade. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4:4

Desgraçadamente, muitos descompromissados com a fé bíblica, insistem em transitar em ambientes santos, como se, eventual proximidade com a luz bastasse, para purgar as densas trevas onde morrem presumindo viver.

Deus não coleciona casulos. Dá asas aos que, Nele, decidem voar. “Porque, quanto ao Senhor, Seus Olhos passam por toda terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...” II Cr 16:9

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Os fariseus e as pedras


“... Simei, assim dizia: Sai, sai, homem de sangue, homem de Belial. O Senhor te deu agora a paga de todo o sangue da casa de Saul, em cujo lugar tens reinado; já deu o Senhor o reino na mão de Absalão teu filho; eis-te agora na tua desgraça, porque és um homem de sangue.” II Sam 16:7 e 8

Enquanto Davi fugia de seu próprio filho, Absalão que tentava tomar-lhe o reino, Simei um benjamita saudoso do reino de Saul apedrejava e amaldiçoava-o, ao risco da própria vida. Abisai pensou calar sua boca. “... Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei, meu senhor? Deixa-me passar, e lhe tirarei a cabeça.” V 9

Porém, Davi não permitiu; “Eis que meu filho, que saiu das minhas entranhas, procura a minha morte; quanto mais ainda este benjamita? Deixai-o, que amaldiçoe; porque o Senhor lhe disse. Porventura o Senhor olhará para minha miséria e me pagará com bem a sua maldição deste dia.” V 11 e 12

O rei bem sabia que a permissão da espada no seio da sua família tinha sua participação. Fora a sentença do Senhor mediante Natã o profeta, quando do assassinato de Urias, e o adultério do Rei com Batseba.

Todavia, esses erros não legitimavam as pretensões de Simei, tampouco faziam verdadeiras as acusações desse contra Davi.

Poupara a vida da Saul duas vezes, preferindo fugir a matá-lo, quando esse estivera ao seu alcance. Portanto essa acusação de usurpação sanguinária do reino era falsa.

Quem alberga invejas, mágoas, sempre servir-se-á de algum momento de fragilidade, provação de seu invejado para “crescer” contra ele, como se, o momento ruim de outro fosse sinônimo da validação de suas escolhas. Davi agiu com sabedoria, deixou rolar; no devido tempo, a cabeça do amaldiçoador oportuno, rolou também.

Por ocasião do lançamento de certa música chamada “Evangelho de Fariseus” onde a autora, Aimée Rocha critica o “sistema gospel” atual, a indiferença egoísta dos “cristãos” modernos, ouvi os mais controversos discursos. Uns advertindo contra a hipocrisia; pois, a referida música ganhou notoriedade e mídia, graças a uma promoção do “sistema” que a letra critica.

Os mais exaltados dizem que ela “calou a boca de todos os pastores”, desmascarou-os. Nomes como Caio Fábio, Hermes Fernandes e Lanna Holder, aplaudiram efusivamente a difusão de tantas “verdades”, na referida canção.

Com o devido respeito, mas os três citados me lembraram ao Simei apedrejando Davi. Que o rei tinha sua culpa e seus problemas, A Palavra, não omite. Todavia, a acusação do caroneiro do infortúnio alheio não fazia o menor sentido, tampouco seu comportamento insano e suicida, se justificava.

Que há mercenários, desvio de função nos pregadores do Evangelho atual, de acordo, infelizmente. Mas a generalização coloca no mesmo barco gente que navega em águas diferentes.

Os três citados têm sua bronca contra “O sistema” cada um por suas razões. O que têm em comum, é sua simpatia pelos “cristãos” LGBTs. Hermes chegou a discursar empolgado dizendo que os Fariseus trazem consigo seu “fermento”, do qual nos devemos guardar, que seria a “homofobia, o moralismo...”

Se, farisaísmo é isso, então sou fariseu também. Fariseu originalmente significa “separado”; mas como os que se pretendiam assim, se revelaram hipócritas, nos dias do Salvador, a palavra meio que mudou o sentido, passando a tornar-se sinônimo de hipócrita.

Entretanto, rejeitar práticas que A Palavra de Deus rejeita, está longe de ser hipocrisia; está mais para ortodoxia. Quem disse que o antídoto ao moralismo seja a imoralidade?

Claro que “Davi” está mal outra vez; digo, a igreja professa está eivada de problemas. Mas, não serão os que escolhem se desviar “sacralizando” imoralidades que ajudarão na cura dela. 

Deixemos que apedrejem, pois; na hora da separação entre o joio e o trigo o “Separador” não cometerá injustiças.

Sempre oportuno lembrar certa frase citada pelo Padre Paulo Ricardo: “Queres conhecer a estatura a motivação espiritual de alguém? Observe contra o quê, ele está lutando.”

Quem vibra com tropeços da Igreja, admitindo ou não, luta contra ela. Está a serviço de quem? 

Gosto de uma frase de Oswaldo Cruz: “Observando aos erros alheios, o homem prudente corrige aos seus.”

Pois, “Simei” observando às falhas alheias, sente-se justificado nas suas. A Palavra é categórica sobre as consequências de nossas escolhas, aprovações. “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14:22

Se o erro dos “Fariseus” atuais é fazerem as coisas ao seu gosto, a despeito do que A Palavra ensina, ordena, que moral têm os que adotam a imoralidade sexual como padrão comportamental, para atirarem pedras? Seremos medidos com a mesma régua que medirmos. Que tal guardar as pedras?

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Cegueira voluntária


“Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, de Belém, aldeia de onde era Davi?” Jo 7:42

Tumulto em Jerusalém, por ocasião da Festa dos Tabernáculos. Jesus, se Ele era O Messias ou, um enganador, pautava as discussões. Embora, os simples se espantavam com Seus sinais e Sua Doutrina, os religiosos eram resistentes; não raro tinham um “argumento teológico” para rejeitar ao Senhor.

Quando Nicodemos, que era simpático à Pessoa do Senhor falou em preservar o direito de defesa, antes de se julgar, objetaram: “... És tu também da Galileia? Examina, e verás que da Galileia nenhum profeta surgiu.” V 52

Ora, porque não seria de Belém; outra porque era galileu. Em ambos os casos, O Mestre não “encaixava” na perspectiva teológica deles.

O que havia de fato? Que a promessa do surgimento do Salvador estava atrelada a Belém era verdade. “Tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Miq 5:2

Uns trinta anos antes houve certo tumulto em Jerusalém, quando sábios orientais vieram visitar ao Rei recém-nascido, com o testemunho de alguns pastores. Certo que depois, Herodes ordenou a matança de inocentes. Teriam eles esquecido, ou, acreditado que a sanha assassina de Herodes bastara para frustrar os Divinos planos?

Igualmente olvidaram, que, Moisés também viera sob um decreto de morte contra os varões recém-nascidos e fora guardado?

Tivessem anotado o tempo daqueles eventos e somado dois mais dois, entenderiam com que idade o Rei estaria, caso tivesse sido preservado pelo Eterno. Uma meditação assim bastaria, para abalar suas “convicções teológicas”.

Entretanto, quando grassa uma pré-disposição contrária, nem as mais diáfanas evidências bastam, para desfazer a sombra dessa.

Já que eram tão bons em teologia, poderiam ter feito uma separação necessária, entre as duas vicissitudes na vida do Rei que viria.

Para Deus, de Belém; “De ti Me sairá...” Porém, para o povo, para efeito de iniciação ministerial, a profecia falava justamente da Galileia. “Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galiléia das nações. O povo que andava em trevas, viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” Is 9:1 e 2

Assim, invés do “examina e verás que da Galileia nenhum profeta surgiu”, deveriam dizer: “De fato, Isaías profetizou que a fulgor primeiro do ‘Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Príncipe da Paz’, seria visto na Galileia.”

O “problema” do Messias não era sua falta de afinidade com as profecias; antes, a falta de identificação com a hipocrisia dos religiosos da época. Caso Ele validasse a farsa deles, teria sido aceito.

Todavia, denunciou: “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3:20 e 21

A falta de “encaixe” do Salvador não era com as revelações bíblicas; antes, com o modo de vida dos religiosos.

Atualmente a coisa anda por caminhos semelhantes. Porque Sua Palavra rejeita o modo perverso de vida, que grassa, falam em alterar porções, atualizar, modernizar às Escrituras, para que essas se amoldem, ao gosto de gente que não gosta de Deus.

Invés de apresentar genuinamente a mensagem, para a cura das almas, pretendem declarar “sãos” aos doentes, por decreto, vetando, tolhendo a ministração do seu bálsamo, sob a pecha de “discurso de ódio.”

Outrora os “pitacos teológicos” eram reservados aos mestres religiosos; hoje, nulidades como Anitta, Xuxa, Filipe Neto, Baby, Ivete Sangalo, etc. todos têm algo a dizer sobre os Caminhos Divinos.

A mesma Palavra ensina quem pode tomar O Santo Nome nos lábios sem culpa. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

Quem quer tumultuar para seguir vivendo à sua maneira terá matéria-prima farta, oferecida pelo canhoto. Porém, quem desejar ver as coisas como são, resolva primeiro a questão da vida espiritual, arrependa-se para salvação, depois, entenderá tudo o que necessitar.

O Senhor ilumina; mas, não coloca Seus unguentos caros, em vasos sujos; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2:7 e 8

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Os disfarces


“... ouvindo Aías o ruído de seus pés, entrando ela pela porta, disse-lhe ele: Entra, mulher de Jeroboão; por que te disfarças assim? Pois, sou enviado a ti com duras novas.” I Rs 14:6

A mulher de Jeroboão, o rei, disfarçada, indo consultar ao profeta Aías, o mesmo que dissera em dias anteriores, que ele reinaria.

O fato daquele encontro pretérito ter trazido boas notícias, isso não circunscrevia a área de atuação do profeta; como se, sempre devesse ele dizer coisas agradáveis. Mas, parece que o rei pensava assim.

Depois de ordenar à rainha que se disfarçasse e fosse, acrescentou: “Leva contigo dez pães, bolos, uma botija de mel e vai a ele; ele te declarará o que há de suceder a este menino.” V 3 Óbvio que ele não tinha curiosidade apenas, mas, desejo que seu filho fosse curado.

Se, o engano de pensar que o poder terreno era bastante e podia prescindir do Divino, não o tivesse cegado, talvez tivesse trazido o profeta para seu reino; um conselheiro da parte do Senhor, para que soubesse como agir, de modo a agradar a Deus.

Todavia, sequer visitava-o, tampouco, se importava em saber como ele estava; de outra forma, não teria ordenado à rainha que se disfarçasse para não ser reconhecida, uma vez que o profeta ficara cego e o rei não sabia. “... Aías não podia ver, porque seus olhos estavam escurecidos por causa da sua velhice.” V 4

Quantos agem da mesma forma! ingratos, imprudentes, arrogantes. Para abençoar num momento difícil Deus sempre é bem-vindo. Mudada a sorte do abençoado, e “empoderado”, Deus passa ao plano secundário; Seus servos podem ser relegados ao esquecimento. No entanto, chegada a angústia pela enfermidade do filho, presto lembrou Jeroboão, do profeta do Senhor.

A falta de intimidade do ímpio com Deus o leva a incongruências. O profeta seria apto para “ver o futuro” da parte de Deus, no entanto, poderia ser enganado, por alguns andrajos que a rainha usaria? O Deus que pode antever o devir seria ludibriado por um engenho tosco assim? Crassa ignorância!

Antes da rainha pisar na casa do profeta O Senhor lhe falou: “... Eis que a mulher de Jeroboão vem consultar-te sobre seu filho, porque está doente... entrando ela, fingirá ser outra.” V 5

Quantos pensam que Deus observa apenas suas supostas virtudes; o que fazem ou, patrocinam em oculto, escapa aos Olhos do Santo? Ele pergunta: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja?” Jr 23:24

A mesma Palavra responde: “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4:13

Não foi porque o Eterno mudasse e resolvesse passar, de boas para más notícias no tocante a Jeroboão; antes, porque ele, no reino se mostrara indigno pela forma que agira. “Tu fizeste o mal, pior que todos os que foram antes de ti; foste, fizeste outros deuses e imagens de fundição, para provocar-me à ira; Me lançaste para trás das tuas costas; portanto, eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão...” vs 9 e 10

Não era apenas o menino. Toda a casa dele estava sob juízo pelo mal que fizera. Porém, para início de converso, o profeta Aías disse: “... vai para tua casa; entrando teus pés na cidade, o menino morrerá.” V 12 assim aconteceu.

Se, O Senhor escolhe um zero à esquerda qualquer e o guinda a lugares altos, como fizera com Jeroboão, não o faz porque Ele precisa; antes, elege um sortudo e lhe dá uma oportunidade. Se o tal agir conforme, permanecerá; senão, será cortado, como foram, Jeroboão, Saul, Jeoiaquim, Judas, Demas...

Quando O Santo chama alguém, deseja que esse O represente; atue conforme Seus valores. Quem, de posse de alguma função honrosa na Obra de Deus, presume que pode fazer as coisas à sua maneira, evidencia a mesma estupidez de Jeroboão, que tratava ao Todo-Poderoso como os motoristas tratam estepes. Algo despercebido em horas normais, buscado apenas em ocasiões emergenciais.

É precioso alguém ser escolhido para algo, na Obra do Eterno. Todavia, com a honra concorre também, a responsabilidade.

Se, pela Fidelidade Divina, as escolhas são irrevogáveis, os reclames da Sua Justiça, eventualmente, precisam revogar algumas, como disse O Eterno, de Eli, e sua casa. “... Na verdade tinha falado Eu, que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de Mim perpetuamente; porém, agora diz O Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2:30

Quem se mantém íntimo de Deus não usa disfarces; por duas razões: São inúteis e desnecessários.

Todas as fichas no amor?


“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” I Jo 4;8

A ênfase exagerada sobre um aspecto do Divino Ser, tem sido usada como fiadora de coisas que afrontam ao Santo, como se, o fato Dele ser amor, abarcasse Sua Pessoa, plenamente.

A Palavra diz mais: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1;13 “O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, ao culpado não tem por inocente...” Naum 1:3 “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.” Heb 12:29 etc.

Falando do Filho, que tem a messa essência do Pai, no salmo 45 diz: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, Teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que aos Teus companheiros.” Sal 45:7 A unção especial Dele, com “óleo de alegria” tinha a ver com seu amor e ódio, nos devidos lugares.

A absolutização do Amor Divino, como se esse aspecto negasse, ou eliminasse os demais, é apenas uma falácia suicida e perniciosa, de pessoas descompromissadas, ainda reféns de práticas ímpias, às quais buscam justificar, invés de se arrependerem e deixarem, para serem justificados.

Quando O Salvador diz: “Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida...” também está falando do Seu Ser, todavia, agora a ênfase não recai sobre o amor, por quê? Porque mesmo nos amando, O Eterno só nos salva mediante certos limites que estabeleceu; ensinou como agirmos, para que correspondamos ao Seu Amor.

“O Caminho...” fala de exclusividade, o Único; o que elimina as doentias presunções do Papa Francisco e asseclas, defensores do ecumenismo, como se, religiões fossem sinônimos de bondade, e credos espúrios, de verdade.

“... A Verdade...” também tipifica-a como única, exclusiva, lançando na vala comum da mentira, tudo o que diverge, destoa ou se opõe. Essas balelas, ao gosto dos ímpios fregueses, que cada qual tem a sua “verdade”, que essa depende do ponto-de-vista de quem a aprecia é o suprassumo do Pai da Mentira, uma droga psíquica criada para entorpecimento do estado de polícia da consciência deixado em cada um, pelo Criador.

“... A Vida...” a consequência de aceitarmos as duas partes iniciais do Divino Ser, Caminho e Verdade, certamente nos leva a Ele, à vida, como ensinou noutra parte: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5:24

Depois de expor como chegar, e onde, deixou patente Seu veto a toda pretensão alheia, encerrando o assunto de modo categórico: “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

O fato de alguém acariciar determinado erro como seu pecado de estimação, de posse de certa astúcia ou velhacaria pseudo bíblica forjar uma “doutrina” pela qual Deus “aceitaria” sua alma, mesmo sem a devida regeneração em Cristo, é uma requintada forma de trair a si mesmo, em consórcio com o Capiroto, o maior interessado nessa perfídia.

Pois, forjar uma “aprovação”, seja omitindo, acrescentando ou distorcendo a interpretação hígida da Palavra, é apenas envernizar um cadáver e presumir, por isso, que ele esteja vivo. “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14:22

O Amor de Deus O constrange a ser longânime para conosco, ampliar nosso tempo para que encontremos o caminho da regeneração em Cristo.

Todavia, por causa da impossibilidade de entrarmos apenas por Seu Amor, nos convida a aprendermos Justiça, renunciando aos nosso doentios pensares, sabendo dos Seus Pensamentos, infinitamente superiores aos nossos; “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55:7 e 8

“Grandioso em perdoar...”
, não em fazer vistas grossas, para erros de pecadores não arrependidos.

Essa balela “inclusiva” do “mostre seu amor invés de mostrar sua religião”, bem ao gosto dos suicidas ecumenistas, pode soar bonitinha, onde a busca for por estética verbal, não, pela verdade.

A verdade espelha fatos, não a si mesma; logo, não se preocupa muito com aparência; nem se incomoda em parecer sisuda, adversa, desmancha-prazeres... foi privada de “talento” para a falsidade.

Todavia, suas veredas estreitas e árduas conduzem à vida. Os que a evitam pelo “bem estar” que a mentira tenta produzir, certamente fazem melhor figura aos olhos humanos.

Contudo, na hora do VAR, de vermos em câmera lenta as coisas como são, deveras, serão os Olhos Divinos que arbitrarão.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O Rosto Divino


“Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17:15

Deus É invisível; entretanto, quem tem olhos espirituais poderá contemplar Sua Face, como desejou Davi.

Paulo explicou; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2:14 e 15

“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse O revelou.” Jo 1:18

Quando Filipe O desejou ver, O Senhor exortou-o a olhar para Si; “... Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem Me vê, vê O Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Jo 14:8 e 9

“Eu e O Pai Somos Um.” Jo 10:30
dissera O Senhor. Mais tarde a compreensão de alguns desabrochou: O autor da epístola aos Hebreus disse que Jesus É “... o resplendor da Sua Glória, a expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1:3 Da pessoa de Deus.

O Ser Divino pode ser “visto”, entendido pelas Suas Obras, “... Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas...” Rom 1:20 

Também o homem regenerado, deve fazer Deus “visível” pelos valores escolhidos para pautarem seu agir; “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5:15 e 16

A Face de Deus voltada para alguém era a forma de abençoar, prescrita; “... Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes: O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer Seu Rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante Seu Rosto e te dê a paz.” Num 6:23 a 26

Se, a Face Divina pode ser contemplada na justiça, e voltada para alguém o abençoa, quem foi criado e regenerado em Cristo para ser, de novo, “Imagem e Semelhança” de Deus, precisa, necessariamente, ter a justiça como modo de agir, os valores celestes como parâmetros; para que, sendo abençoado, se torne também uma bênção, para os semelhantes.

É fácil pleitear pela justiça quando a vigência dessa nos beneficia. Porém, convém ao homem justo medir seus direitos com a mesma régua dos seus deveres. Quando o assento da justiça não me favorece, antes, é devido ao meu semelhante para com o qual estou em falta, a justiça segue sendo tão boa quanto era antes.

O Salvador ensinou sobre isso: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também; porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7:12

Então quem deseja, como Davi, ser semelhante, parecido com Deus quando acordar na ressurreição, comece por praticar essa semelhança. Abandone as parcialidades, os mercantilismos, e aprenda a vencer o mal com o bem. “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5:48

Sempre que, O Espírito Santo em nossas consciências assinala de modo nítido o que é justo e o que não, a Face Divina nos olha como um pai que ensina ao dileto filho; se vamos agir conforme ou não, aí depende de cada um.

Se alguém imagina que a fé em Deus é uma coisa autônoma que pode ser mantida viva, funcional, sem o concurso da luz da consciência, ainda não entendeu quais sejam suas obras. Tiago adverte: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios creem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem obras é morta?” Tg 2:19 e 20

As obras que a fé demanda são requeridas no tribunal da consciência; o funcionamento de uma e outra estão interligados; “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando naufragaram na fé.” I Tim 1:19

Deus volta Sua Santa Face quando nos mostra o que fazer, e nos capacita para tal; nós volvemos a nossa para Ele, quando obedecemos, atuando como Ele deseja.

Ele reclamou de uns que não fizeram assim; “Viraram-me as costas, não o rosto; ainda que Eu ensinava, madrugando e ensinando-os; contudo, eles não deram ouvidos, para receberem o ensino.” Jr 32:33

Enfim, quem deseja ser semelhante ao Santo na vida futura, comece a sê-lo desde agora.
“Quanto a mim, contemplarei Tua face na justiça; me satisfarei da tua semelhança quando acordar.”

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Ovos no balaio errado


“Porque qual será a esperança do hipócrita, havendo sido avarento, quando Deus lhe arrancar sua alma? Porventura Deus ouvirá seu clamor, sobrevindo-lhe a tribulação?” Jó 27:8 e 9

Dizem que, mais importante que saber as respostas certas é fazer as perguntas certas. Pois, acima temos duas perguntas retóricas, que é desnecessário responder.

Qual será a esperança do hipócrita e avarento, quando Deus demandar sua alma? O Salvador ensinou: “... A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; e arrazoava ele, consigo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher meus frutos. Disse: Farei isto: Derrubarei meus celeiros, edificarei outros maiores, e ali recolherei todas minhas novidades e meus bens; e direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas, Deus lhe disse: Louco! esta noite pedirão tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” Luc 12:16 a 20

Quem jamais viu sexagenários nas filas de loterias sôfregos apostando em busca de “riquezas”? Já os vi muitas vezes, infelizmente. Como dizia Drummond, “Engana-se quem pensa que os bancos escondem riquezas; lá tem apenas dinheiro.”

Quem estudou mais de seis décadas na escola da vida e ainda não aprendeu, temo que nunca o fará. Salomão disse: “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5:10

Paulo ampliou: “Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência, mansidão.” I Tim 6:10 e 11

Infelizmente vivemos numa geração que acha que são os coachs que ensinam o caminho para as riquezas; quando, na verdade são os que chamam à vereda da justiça e santificação em Cristo, que devem ser ouvidos. “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem; onde ladrões minam e roubam;” Mat 6:19

De que servirão as prósperas empresas edificadas, nem sempre por meios justos, quais suas valias, quando o dom da vida começar a dar sinais de partida?

O mesmo Salomão aconselhou: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas, e tornem a vir nuvens depois da chuva; no dia em que tremerem os guardas da casa, se encurvarem os homens fortes, cessarem os moedores, por já serem poucos e se escurecerem os que olham pelas janelas; as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem. Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, florescer a amendoeira, o gafanhoto for um peso e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna; pranteadores andarão rodeando pela praça;” Ecl 12:1 a 5

“Porventura Deus ouvirá seu clamor, sobrevindo-lhe a tribulação?”
A essa pergunta o próprio Senhor responde: “... porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção, antes, rejeitastes todo o Meu conselho, e não quisestes Minha repreensão, também de Minha parte Me rirei na vossa perdição e zombarei vindo o vosso temor.” Prov 1:24 a 26

O que são os muitos ladrões que orbitam às esferas de poder da nação, senão, amantes do dinheiro, dispostos a vender as almas por ele? A inversão de valores os leva a colocar todos os “ovos” no balaio errado; o deserto de esperança para o porvir, coage-os a apostarem suas fichas apenas nessa vida, a qual dizem curtir, quando, camuflam de modo crasso, seu medo da morte.

Eventualmente, nos botecos da vida se ouve sobre a supremacia do ser, ao ter; dos anéis valerem mais que os dedos; do certo ser certo, malgrado, todos pratiquem o errado; etc.

O problema desses supostos saberes, é que eles brotam em ambientes que os sábios não frequentam, revelando-se assim, quimeras; fábulas etílicas de quem pinta vistosa sinalização horizontal, enquanto finge não ver os sinais verticais.

Desgraçadamente, a vasta maioria dos homens, preocupa-se mais com a aprovação de quem nada poderá fazer por eles, na hora da verdade, que, com Aquele, em cujas mãos estão suas vidas, Deus.

Breve o dinheiro será digital. Apenas números, sobre os quais, o controle não será nosso. Os bens serão do estado totalitário. A quem não tiver Deus, restará o quê? “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55:6