quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Mensageiros fiéis


“O que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” II Tim 2:2

A comunicação oral pode sofrer “ruídos” que prejudiquem seu conteúdo. Lembro de uma brincadeira que fazíamos no colégio, chamada “telefone sem fio”. Alguém assentado na primeira fila virava para trás e dizia algo, de forma não muito audível; o próximo virava-se também, e dizia o que tinha entendido; assim, sucessivamente, até o último da fila. As distorções eram enormes. Começava macarrão, e terminava amendoim. Uma forma didática de evidenciar os riscos de passar adiante o que não entendemos corretamente.

Por isso, Paulo requereu de Timóteo que veiculasse o que ele tinha ensinado, mediante homens fiéis e idôneos. Se não fosse assim, poderiam acontecer mesclas danosas como aconteceu entre os gálatas, por exemplo; que, tendo ouvido da Graça, estavam retornando aos reclames da Lei.

Paulo chamou aquela mescla indevida, de “outro evangelho”; cap 1; 8 e 9 Vetou alterar o que não deveria ser alterado: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” Gál 2:16 “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?” Cap 4:9

No Apocalipse temos uma “escada”, por onde desceu a Divina revelação, sem nenhum prejuízo, pois, todos os “degraus” eras confiáveis. “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; pelo seu anjo as enviou, e notificou a João seu servo;” Apoc 1:1

Cristo recebeu de Deus, pelo Seu anjo fez chegar a João; por ele, até nós. Assim, uma cadeia de comunicação idônea preserva a integridade da mensagem; nenhum interesse paralelo concorre; apenas o zelo pela verdade, e o propósito de levá-la ao seu destino.

Todo aquele que comunica, sobretudo, valores espirituais, deve ter bem clara a responsabilidade anexa ao privilégio de ser portador de bens assim.

Por isso, aliás, Tiago desaconselhou o voluntarismo para ensinar, dadas as consequências que concorrem. “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3:1 e 2

A missão do pregador é que, além de mensageiro, também é um intérprete da Palavra de Deus. Assim, seu zelo deve ser mais, dado que, sua tarefa requer algo além de, simplesmente entregar algo que outrem escreveu, no devido destino.

Sua fidelidade é um liame moral a tolher que ouse quaisquer alterações ao comunicar aquilo que recebeu. A idoneidade faz o mensageiro capaz, conveniente, para a realização da devida obra. Sem essas qualidades o risco de se usar “diamantes em fundas”, ou de “dar pérolas aos porcos” é muito grande.

Sinais das distorções da mensagem original são evidentes por toda parte, infelizmente. A mensagem original traz: “Arrependei-vos e crede no Evangelho!” “negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Não raro, encontramos “Cristãos” advogando o mundano e amoral, “permita-se!” O “humilhai-vos debaixo da Potente Mão de Deus” tem sido cambiado pelo inconsequente “empodere-se”.

O fato de Deus ser amor e aceitar a todos os arrependidos, tem sido falsificado de modo a parecer que Ele aceita tudo. Faltam mensageiros fiéis, e pregadores idôneos; sobram intrometidos despreparados, inchados, em suas carnais compreensões, pervertendo a mensagem, e os fins, do Evangelho.

Desde dias idos, havia falsários travestidos de profetas, cujo alvo era a aprovação humana, não a Divina, aos quais O Eterno denunciou, pontuando Sua rejeição aos tais: “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, mas eles profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito o Meu povo ouvir Minhas Palavras, o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.” Jr 23:21 e 22

O ministério da Palavra é uma empresa honrosa; por isso, a demanda que os ministros sejam fiéis e idôneos.

Se meramente para a nossa salvação, cada um de nós é edificado, “casa espiritual”, como disse Pedro, muito mais, para fim de ministério.
Somos edificados, isso nos faz passivos; não capacitamos a nós mesmos; antes, somos capacitados. Afinal, “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Sal 127:1

Com esses está a Intimidade do Senhor; “O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; e Ele lhes mostrará a Sua Aliança.” Sal 25:14

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