sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Vergonha necessária


“Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Saiamos a Ele fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13:12 e 13

Vitupério, opróbrio; duas palavras quase ausentes em nosso vocabulário; embora, onipresentes no comportamento humano. Significam, “grande desonra pública; degradação social; ignomínia, vergonha, vexame...”

Sermos de Cristo nos deixa sujeitos a sofrermos essas coisas, não porque seja vergonhoso pertencer ao Rei dos Reis; antes, porque esse mundo sendo regido pelo príncipe das trevas, procura disseminar a visão dele como normal; quem não tem discernimento tende a adotar como, sua visão, as falácias do capeta.

Acaso a pregação do Evangelho da Graça e Amor de Deus, não tem sido adjetivada como proferir discursos de ódio? A fidelidade à Palavra revelada, manifestando total aversão a acréscimos ou supressões, não tem sido rotulada como radicalismo, fundamentalismo, religiosidade oca? etc.

Entre o que as coisas são e como esse mundo nomeia, há uma distância abissal.

Porventura, um presidente que não consegue sair à rua, dado o nojo que as pessoas decentes têm dele, não foi “eleito democraticamente” por aproximadamente sessenta milhões de pessoas? Assim são as coisas no império da mentira.

A coragem de pertencer à verdade, viver segundo ela, defendê-la é para poucos. Embora, usem dizer que nos “escondemos atrás da Bíblia,” Não se atrevem a entrar decididamente, em nosso esconderijo, pelo verdadeiro pavor que sentem. Coragem se patenteia com atitudes, não com falas.

A “vergonha e infâmia” de pertencermos a Cristo não deriva do que somos, tampouco, do que O Senhor É; antes, de como o mundo é; como valora quem ousa ser diferente.

Há milhares de infiltrados, gente que não pertence a Cristo, mas, por interesses rasteiros faz coisas vergonhosas no meio Cristão. Alguns que chegaram a pertencer ao Senhor, mas, ao preço de renúncias para perseverar, dos vitupérios a suportar, apostataram da fé; agora se fizeram opositores das coisas que antes defendiam.

Pedro os aquilata: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se lhes o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2:20 a 22

Seguido surge a notícia de um “pastor” adúltero, ladrão, mentiroso... Os melindres de alguns se mostram mais fortes que a capacidade de sofrer; presto “lavam as mãos” por não pertencerem à mesma denominação que pertence o escandaloso da vez.

Paulo disse que assumia integralmente como sua, a “vergonha alheia”; “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11:29

Para muitos fariseus atuais, nem é preciso um escândalo; basta que determinado irmão não ande plenamente segundo os usos e costumes da denominação dele; presto, isolará ao tal, como se fosse portador de lepra ou, algum mal contagioso. É possível que esse irmão fraco esteja espiritualmente melhor, que o “obreiro” hipócrita que, o exclui.

Mesmo que estivesse em pecado, sofrendo as aflições de um que teme ter se afastado de Deus. Ainda assim, seria alvo de compaixão mais do que de censura.

Jó no auge da dor, foi “socorrido” por três “obreiros” assim, em dado momento, queixou-se: “Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso.” Jó 6:14 Depois, suspirou um profundo desejo: “Quem dera que vos calásseis de todo, pois isso seria vossa sabedoria.” Jó 13:5

Vulgarmente se ironiza: “Fulano calado é um poeta.” Pois, “obreiros" assim, calados seriam sábios. “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio...” 17:28

Porém, desgraçadamente, os tonéis vazios são os que fazem mais barulho. Quem deveria calar a boca, em geral é que tem o poder, a ocasião de fala.

Não significa, a compaixão, compactuar com erros denunciados na Palavra, como tais; antes, se identificar com a fraqueza, as necessidades do que se afligiu por ter errado; reconduzir ao tal, em direção ao arrependimento para o perdão e restauração, invés de excluí-lo.

Na história da igreja, muitos perderam suas vidas em nome da fé; pertencer a uma geração que teme a “vergonha” pela ímpia rejeição do mundo é que envergonha quem tem que conviver com isso.

Vergonha é uma coisa boa. Mas, como dizia Spurgeon, “uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.” 

“... rejeitamos as coisas que por vergonha se oculta, não andando com astúcia nem falsificando A Palavra de Deus...” II Cor 4:2

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