sábado, 3 de fevereiro de 2024

A boa velha


“... não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais...” II Ped 1:12

Eventualmente, achamos enfadonho quando alguém decide “chover no molhado”; reiterar, lembrar coisas que bem sabemos.

Entretanto, em se tratando de valores eternos como o são os espirituais, é indispensável que o mensageiro seja "monótono", e diga sempre as mesmas coisas. Ainda que possa ser atual na forma de comunicar, tem que ser “antiquado” no teor do que comunica.

Desde dias idos foi assim: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6:16

Então, já havia quem não queria mais do mesmo. As veredas antigas lhes soavam muito “demodês;” eles desejavam novos caminhos.

O grande problema de muitos pregadores que um dia admiramos, e com os quais aprendemos, é que, hoje não dizem mais as mesmas coisas que outrora. Aí poderia assomar lídima dúvida em nossas mentes; qual fala a verdade? Esse, “atualizado, politicamente correto” alinhado às demandas da sociedade atual, ou, aqueloutro, apenas bíblico, inclinado a ser fiel ao Senhor? A resposta parece óbvia.

O constante progresso, os avanços tecnológicos, fazem com que, mudanças nos meios, nos métodos, ocorram todo o tempo, como incidentes inevitáveis. Porém, o canhoto aproveita esses “movimentos” necessários, para colar neles, alterações espúrias. Câmbios nos valores, na essência, nos fins, como se fossem necessidades a concorrer com as mudanças aquelas.

A ideia que “os tempos são outros” tem servido de cretina camuflagem, para o fato que os homens são outros, muito piores que os de antes.

Quanto à perenidade da Palavra, temos coisas grandes empenhadas, que passariam primeiro do que ela: “Passará o céu e a terra, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Luc 21:33

Por, no Eterno não haver “mudança nem sombra de variação”, Tg 1;17 Sua Palavra não é biodegradável; não sofre a ação do tempo, de modo a ficar obsoleta, superada, ultrapassada.

Malgrado, Evangelho seja o aportuguesamento de “boas novas” em grego, sua mensagem só é nova no âmbito daquele que a desconhece. A comichão dos atenienses, (Todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade) Atos 17:21 deve ser contida, no espectro dos que conhecem à Palavra de Deus.

Ainda que faculte andar em novidade de vida, àqueles que a obedecem, A Palavra é soturna, perene, imutável. Embora textualmente seja sempre, mais do mesmo, espiritualmente se renova cada vez que a lemos, dadas as novas nuances de compreensão que O Espírito Santo descortina para nós.

Portanto, quem erra no arraial dos salvos, em busca de facilidades, só terá sua sede suprida, se, lhe forem servidas “novidades”; pois, reitero, a Palavra insiste em se manter imutável, terrivelmente sóbria. “Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos Teus Estatutos e guardá-lo-ei até o fim.” Sal 119:33

Paulo advertiu do surgimento dos novos atenienses; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4:3 e 4

Há muito, “Evangelho” deixou de ser um adjetivo qualificando um substantivo; “boa notícia;” tornou-se nome próprio, para a Doutrina de Cristo. Só é digno de usar esse nome, pregador do Evangelho, quem preserva sua pureza, ensinando à Santa Palavra como é; não, deturpando-a ao gosto do freguês.

No mundo atual não é mais, novidade, a vinda e o feito de Cristo em nosso favor. A reiteração da sua mensagem desafia a uma nova resposta, aqueles tantos que, tendo ouvido, não o fizeram com a devida seriedade.

Mesmo nos dias em foi anunciado, já mesclava seus ensinos com coisas antigas, dadas desde Moisés; “... Por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13:52

Certos itens são insubstituíveis; para matar a sede, ainda usamos água. Coisas perfeitas não comportam melhoramentos, nem carecem rasuras.

Alguns “teólogos” falam em “atualizar” À Palavra de Deus. Uma proeza que desafia os confins da lógica; o efêmero “aperfeiçoando” ao Eterno. “Ai daquele que contende com seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou à tua obra: Não tens mãos?” Is 45:9

Embora possam chamar de atualização, modernização ou outra blasfêmia afim, no fundo, é contenda contra Deus, desobediência.

A “chatice” Dele não mudar, que permite que ainda vivamos, embora, dignos de morte. “Porque Eu, O Senhor, não mudo; por isso vós... não sois consumidos.” Ml 3:6

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