sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

O temor


“...porei Meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de Mim.” Jr 32:40

Promessa a Israel; é deles que o Senhor está falando mediante Jeremias. Porém, a “Nova Aliança”, que começou pelos judeus, se tornou tão abrangente quanto a promessa a Abraão. “Abençoarei os que te abençoarem, amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gen 12:3

Deus prometeu abençoar às famílias, não, indivíduos; de modo que, cada um possa ir para um lado, arbitraria e insensatamente, como fez o filho pródigo, alheio às demandas e necessidades de outrem, e ser abençoado. Não é esse o projeto Divino.

Embora não sejamos do “povo eleito”, também formamos famílias, às quais, a promessa foi dirigida. Logo, é lícito tomarmos o texto que aponta para a Nova Aliança, e aplicá-lo também para com os gentios, que abraçam a fé no Salvador.

Interpretando o Pentecostes, Pedro descortinou a amplitude daquilo: “Porque a promessa diz respeito a vós, vossos filhos, todos os que estão longe, e, tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.” Atos 2:39

Não há uma fronteira cultural, étnica, nacional, nada; incluía a todos quantos, Deus chamasse. Ao se despedir dos apóstolos e discípulos, O Senhor ordenou que o chamado à conversão fosse bem abrangente, inclusivo. “... Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas, quem não crer será condenado.” Mc 16:15 e 16

Não significa que as pessoas serão condenadas apenas por não crer; já estávamos todos condenados; descrer no Salvador fecha-nos a Única Porta que nos poderia conduzir à salvação; “quem não crer será condenado”, é apenas uma antítese verbal, em oposição aos que serão salvos por crer, e obedecer. Quem for incrédulo, seguirá como está, até colher os frutos de sua “fé”.

Salomão tipificou os dois tipos de reações possíveis à Palavra de Deus: “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1:32 e 33

Dada a imprestabilidade para habitat espiritual do ser humano após a queda, O Eterno figurou a conversão como sendo um transplante de órgãos; “Dar-vos-ei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós o Meu Espírito, farei que andeis nos Meus Estatutos, guardeis os Meus juízos, os observeis.” Ez 36:26 e 27

O Salvador chamou de “nascer de novo”, condição indispensável para poder ver e entrar no Reino.
“... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3:3 e 5

Voltando a Jeremias, vemos um “acessório” que O Eterno usa, o temor; embora, pareça ser um agravante que afasta, a rigor, aproxima; ao menos, esse é a ideia. “... porei Meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de Mim.”

Quando o povo começou a cultuar de modo relapso, oferecendo sacrifícios defeituosos, O Senhor inquiriu-os: “O filho honra o pai, e o servo, seu senhor; se Eu sou Pai, onde está Minha honra? Se Eu Sou Senhor, onde está Meu temor...” Mal 1:6

A sadia mensagem do Evangelho é um desafio a andarmos com o devido temor, não um convite à prosperidade, tampouco, a anexação de uma “força”, o Divino auxílio, para que os planos humanos deem certo, como acreditam alguns, e tantos ensinam. 

É lícito que façamos planos e oremos pela realização; contudo, há algo que devemos saber: “Do homem são as preparações do coração, mas do Senhor a resposta da língua.” Prov 16:1

Diz mais: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10:23

As mensagens de João Batista, Pedro, Paulo começavam com um soturno “arrependei-vos!” Nem citei as falas de Cristo, pois Ele requereu algo mais que mero arrependimento, que seria o primeiro passo; se alguém desejar seguir caminhando com Ele, carece fazer isso “para Ele”;

anulando o ego usurpador, mediante a renúncia de seus apelos, em prol do Senhorio de Cristo. “Chamando a Si a multidão, com Seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após Mim, negue a si mesmo, tome sua cruz, e siga-me.” Mc 8:34

Enfim, temor do Senhor não é um medo que me distancia; antes um zelo santo que me faz íntimo do Pai. “Qual é o homem que teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho que deve escolher.” Sal 25:12

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