sábado, 24 de fevereiro de 2024

Com, ou contra, Cristo


“Foram ter com Jesus e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo e temeram. Os que aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado, e acerca dos porcos. Começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos. Entrando Ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com Ele.” Mc 5:15 a 18

Não que O Senhor fosse polêmico pelo prazer de ser; mas, onde Ele aparecia sempre ensejava divisões. Uns poucos, como o que fora possesso e liberto, desejavam seguir com O Salvador. Outros muitos, desejavam que O Mestre “saísse dos seus termos.”

Reflexo necessário da dualidade do mundo habitado pelo homem, desde a queda. Por ser Jesus, A Verdade, e ter a mentira se imiscuído na Obra de Deus, quando da intromissão do “profeta alternativo” que seduziu a Eva, desde então, os homens estão de um lado, ou de outro. Não há meio-termo.
Ou desejam estar com a verdade, mesmo que, eventualmente, essa lhes seja desfavorável; ou refugiam-se na mentira. Preferem que Cristo se mantenha a uma “distância segura.”
Embora seja possível evitarmos os apontamentos externos da verdade, quanto aos nossos passos, uma centelha de Deus ficou no ser humano, mesmo caído; a consciência.
Essa pode ser ignorada, contrariada, resistida e por fim, cauterizada; porém, jamais se corromperá de modo a alterar os valores originais, segundo os quais, foi posta em nós, como árbitro.
Como as agulhas das bússolas, necessariamente, apontam para o norte, as valorações da consciência sempre se alinharão à vontade do Criador. Os ímpios de tanto a rejeitarem, mortificam; os convertidos a têm vivificada, realinhada ao Divino querer. Feita obreira de uma mudança tal que, o espírito humano, antes impotente para ouvir e obedecer a Deus, nasce de novo; expressão que O Salvador usou para nomear a regeneração dos que creem.
Para pessoas que aquilatam às coisas pelo custo, não ela essência, o evitar dissenções, polêmicas, em nome da união, parece a coisa certa a fazer, sempre. Todavia, quem aprendeu aquilatar as coisas em face ao fim que conduzem, não foge à luta, quando valores que lhe são caros estão ameaçados.
Inclusão e tolerância são as palavras da moda. Porém sendo o Reino dos Céus o alvo, como poderia alguém ser “incluído” lá, senão, segundo os termos do Rei? E, quem disse que, a manifestação da verdade onde impera majoritariamente a mentira, seja sinônimo de intolerância? Ou, que a tolerância seja um valor supremo, em nome do qual, outros devam ser sacrificados?
Há muitas coisas que Deus não tolera e requer que, os que pretendem ser Dele, não tolerem também; mantenham-se separados.
Vejamos “intolerâncias” necessárias para preservação de nossa comunhão com O Eterno: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6:14 a 18
Os que, em nome da paz inter-religiosa, negociam valores, doutrinas, silenciam consciências, abandonam veredas antigas, como fazem os muitos adeptos do ecumenismo, foram cegados pelo inimigo, na ilusão de que seja possível um meio-termo; não é. Ou estamos com Cristo, ou contra Ele.
Nos dias de Jeremias O Senhor já advertia contra o abandono das veredas justas, pelos inclinados às tendências ímpias paralelas, mais que à vontade do Eterno. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6:16
Embora expresso de modo categórico, muitos ainda não aprenderam em quê, consiste, a salvação. “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Mat 16:25
Não significa que devamos ser intolerantes com as pessoas que creem diverso de nós. Todavia, não assassinemos o sentido das palavras. Tolerar é conviver em paz com o diferente, não concordar com seus valores, escolhas.
Assim como, na política, tiranos fazem efusivos louvores à democracia, para abrir caminho rumo aos seus sonhos de ditadura, também na esfera espiritual, se tecem rasgados elogios à paz, se isso interessa ao canhoto, em sua guerra suicida contra O Todo Poderoso.

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