terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Os profetas doentes


“Qualquer homem da casa de Israel que degolar boi, cordeiro, ou cabra, no arraial, ou quem os degolar fora do arraial, e não os trouxer à porta da tenda da congregação, para oferecer oferta ao Senhor diante do tabernáculo do Senhor, a esse homem será imputado o sangue; derramou sangue; por isso será extirpado do seu povo;” Lev 17:3 e 4

Instruções contra o egoísmo, no estilo dos “desigrejados”, existiam desde quando a “igreja” ainda era o tabernáculo. Era tolhida a escolha particular, passando por cima das prescrições dadas para o exercício do sacerdócio levítico; portanto, os individualistas da atualidade têm, além dos vetos no Novo Testamento, esses precedentes antigos, tolhendo a separação, onde, Deus anela o culto coletivo.

Em provérbios temos: “Busca satisfazer seu próprio desejo aquele que se isola; se insurge contra toda sabedoria.” Prov 18:1

A pior consequência da individualização das coisas que deveriam ser coletivas, é que o indivíduo acaba afrontando, quem as ordenou. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10:23

Não importa se alguém faz isso ou aquilo, “em Nome do Senhor”. Se o faz de modo avesso ao que foi prescrito pelo Criador, sua fonte é espúria. “... todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87:7

A adoração coletiva, congregacional sempre foi vista com os melhores olhos, como um fator a contribuir para a bênção do Eterno. “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão e desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermom; como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.” Sal 133:1 a 3

Não significa que devamos nos unir atabalhoadamente, com quaisquer pessoas ou credos, fazendo da união uma coisa sagrada em si. Não sejamos extremados assim. O que Deus preceitua é, antes, unidade que união. “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste.” Jo 17:21

A unidade prevê sintonia de valores, doutrina, senhorio, crença... embora, cada um possa ter sua individualidade, essa não deve ser exercida no prisma espiritual; apenas, no particular.

“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo, um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus, Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós. Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4:3 a 7

Frustrações acontecem diuturnamente no seio cristão; mas, a solução tencionada pelo Salvador foi a busca do concerto, não, a separação. “... se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe.” Luc 17:3

Essa tolice onde alguém “descobriu” que, por sermos “Templos do Espírito Santo”, a Igreja somos nós e “não precisamos congregar”, é de uma infantilidade que dá pena. Igreja vem de Eclésia, assembleia.

Já ouvi falar no “exército de um homem só”; agora temos assembleias de um homem só. A Palavra de Deus é categórica: “Não deixando nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Heb 10:25

Sofrer com o concurso dos maus testemunhos e dos escândalos faz parte do “pacote” que recebemos em Cristo. “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele.” Fp 1:29

Quem coloca seus melindres, ressentimentos acima dos deveres em Cristo, pretende, antes, ser servido que servir.

A maturidade espiritual se mostra de outra forma, como ensina Paulo: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado.” Gál 6:1

Sempre os “desigrejados,” saem, porque as igrejas não estão “à altura dos valores deles”, já que são tão brilhantes assim, acima da média, por que não permanecem entre os “doentes” espirituais, ajudando na cura?

Na verdade, o homem ímpio costuma ser um traidor de si mesmo, cego quanto à própria hipocrisia. Se, são mesmo, “Templos do Espírito Santo”, por que, O Espírito que inspirou À Palavra que manda congregar, a eles “fala” o contrário?

O pior dos falsos profetas é o que falseia suas doenças, rotulando-as de saúde.

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