terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

O reino das falácias


“O coração entendido buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Prov 15:14

Entender e conhecer não são sinônimos. Pode alguém entender que não sabe determinada coisa, e buscar mediante o conhecimento suprir a lacuna.

Também a sabedoria é sujeita a variações; nomina um princípio, uma índole, ou, um contingente. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1:7

Nesse princípio, podemos ter nosso contingente aumentado; “Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio, ensina ao justo...” Prov 9:9 Mais uma qualidade: “Justo”. Ao não pretender exercitar-se acima do que conhece, faz uma análise justa da própria situação.

Sabedoria é dom Divino. O Eterno não lega de modo aleatório, para quem, eventualmente, faria mau uso. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo.” Prov 2:7 e 8
Sabedoria para guardarmos a justiça. Eis o Divino propósito!

Pessoas ímpias podem adquirir vasto conhecimento, mesmo alheias a Deus. No entanto, a sabedoria veraz requer um pouco mais que ser versado em muitas coisas. “Ainda que tivesse o dom de profecia, conhecesse todos os mistérios, toda a ciência, tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, se não tivesse amor, nada seria.” I Cor 13:2

Mais que uma exposição para ser vista numa feira, numa competição, a verdadeira sabedoria deve ser encontrada após as pegadas das atitudes; embora sua aquisição tenha seu conteúdo teórico, a posse dela requer a prática; “Falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2:7 e 8

Por isso o apóstolo “subiu na mesa”: “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1:20 e 21

“... a boca dos tolos se apascentará de estultícia.”
Uma das “qualidades” do tolo é apascentar a si mesmo. Descansa nas suas sentenças, mesmo que essas estejam a anos-luz da verdade. 

Invés da honestidade que assume lapsos, esse ancora-se na presunção que suas inclinações são a “verdade”; convicto delas, se coloca refratário a toda sorte ensinos, conselhos. “Ai dos que são sábios aos próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5:21

Se, o que age no princípio correto coloca O Senhor como fonte do saber, o tolo tem em si mesmo os “parâmetros”; como isso derivou de um conselho do canhoto, “vós mesmo sabereis o bem e o mal.” Os que assim fazem, atuam segundo o dito do Capiroto.

Portanto, também nesse quesito, mais que o que falamos, o que fazemos identifica nosso senhorio espiritual; “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Rom 6:16

Quando o falar desafina do ser, mesmo as falas estando, eventualmente, certas, temos uma mentira. “O que és fala tão alto, que não consigo ouvir o que dizes.”

Cheia está nossa nação, infelizmente, de pessoas cujos feitos anulam os discursos. Jornalistas, juristas, políticos, “ministros do Evangelho” até; cujas falas trazem sabor de mentira, antes mesmo da locução dos primeiros fonemas.

Por isso, uma vez mais, as ações são demandadas em coerência com nossas palavras; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere O Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

O verso inicial pontua o que um e outro fazem, o entendido e o tolo, porque, em última análise, o que fazemos demonstra o que somos.
Aquele que ensina é professor; o que constrói, construtor; o que mente é mentiroso; o que se corrompe é corrupto, etc.

Ao entendido, seu coração o inclina; enquanto ao tolo basta o movimento dos lábios; acredita que, suas falas superam, ou criam, fatos.
Seu costumeiro exercício no âmbito das falácias privou seu doentio paladar de apreciar corretamente, o precioso sabor da verdade.

Enquanto o veraz se expõe ao risco de ser “estúpido”, pelo hábito de ser honesto, o falso sempre terá em suas enganosas prateleiras, uma frase pronta ao sabor das conveniências pontuais.

Pequenos desconfortos em nome da verdade, são nada, comparados com a sorte dos que escolhem a facilidade do engano. “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras e qualquer que ama e comete a mentira.22:15

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