quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Contraponto de Sophia


“Filho meu, se os pecadores procuram te atrair com agrados, não aceites. Se disserem: Vem conosco a tocaias de sangue... Lança a tua sorte conosco; teremos todos uma só bolsa!” Prov 1:10 11 e 14

O capítulo primeiro dos provérbios contrasta dois tipos de convites; dos pecadores e da sabedoria. Acima vimos o primeiro. Adiante temos o destino ao qual ele leva. “... estes armam ciladas contra seu próprio sangue; espreitam suas próprias vidas. São assim as veredas de todo aquele que usa de cobiça: ela põe a perder a alma dos que a possuem.” Vs 18 e 19

Depois, “A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta sua voz.” V 20 “Atentai para minha repreensão; pois vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos farei saber minhas palavras.” v 23 Por fim, a conclusão de onde conduzem os caminhos dela: “... o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal. V 33

Esses dois apelos permeiam diuturnamente nossas vidas. A todo instante carecemos fazer escolhas.

Ao abrirmos uma rede social, em dez postagens teremos uma meia dúzia derivada dos vícios, chamando-nos a eles; umas três neutras, de utilidade pública ou meramente comerciais, e quiçá, uma, convidando-nos a um consórcio com a sabedoria, a virtude.

Esses números não pretendem ser precisos; apenas uma amostragem superficial, das escolhas que prevalecem no habitat do “homo sapiens”.

Por que os chamados ao pecado, ao vício são facilmente aceitos, enquanto, os apelos opostos são repelidos? Se atentarmos para os detalhes de ambos, veremos no primeiro o concurso da cobiça; no segundo, o da repreensão. 

É fácil entender que, o homem acostumado ao mal, preferirá dar asas aos seus desejos pecaminosos, ao invés de dar ouvidos, aos conselhos que o visam apartar deles.

Como diz um adágio, “ladeira abaixo, todo santo ajuda.” Significando que, as proposições conforme o curso da natureza humana, descem “redondo”, são facilmente aceitáveis. E a natureza do homem carnal, o coloca em resiliente inimizade com Deus, por ter nisso o seu “normal”; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8:7 e 8

Nem se trata de um exercício da vontade; mas de uma necessidade por escravidão. “não podem...” Enquanto não compreendermos isso, o que significa a submissão a Jesus Cristo, seguiremos não podendo; embora, eventualmente possamos dourar nossos vícios com um verniz religioso, mercê de circunstâncias, a rigor, seguiremos escravos do pecado; a impotência não capitula ante simulacros; só é removida com sangue remidor.

Assim, o primeiro lapso que o Salvador supre em quem ousa crer, é dar a “carta de alforria” ao escravo do pecado, para que, doravante possa, viver de um modo agradável ao Eterno. “a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1:12 e 13

A impotência da carne segue no seu mortífico lugar; porém, o homem espiritual, o que morrera por ocasião da queda é vivificado, regenerado. Isso equivale a nascer de novo, agora, não da carne, mas de Deus.

Aos que passam por esse processo, as repreensões da sabedoria, invés de sabor de “intromissões indevidas”, tocam ao “paladar adquirido” como alimento dos céus, têm sabor de edificação, nuances de regeneração, cheiro de vida.

Por isso o “negue a si mesmo” é o indispensável passo, se alguém desejar seguir a Cristo. O “si mesmo” tem inclinações noutra direção. Nos convertidos, as inclinações para o mal ainda pulsam; porém, sofrem o concurso da voz de uma consciência, agora, vivificada, que não o permitirão, como antes, pecar “sem culpa”.

Não significa que antes era sem culpa, estritamente; mas, como nada tinha a perder, estando espiritualmente morto, qualquer passo na vasta avenida do pecado era só mais do mesmo, mais um. Agora, renascido, passa a ter um tesouro de valor eterno; assim, toda escolha que ameaça por isso a perder, soa como grave perigo, e é.

Logo, é necessário que as repreensões da sabedoria vertam todos os dias, para contraponto às vitrines espetaculosas dos vícios, onde a morte costuma fazer pose, camuflada de prazer.

A verdade carece ser repetida todos os dias, em palavras e demonstrações práticas, porque a mentira sempre é replicada no marketing, e nas ações.

O vitimismo tão em voga nessa geração, evidencia que, as pessoas preferem se justificar a agir de modo responsável. Perante Deus, as ímpias máscaras não colam. “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3:39

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