segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

O Juízo


“Bem-aventurados os que guardam o juízo, o que pratica justiça em todos os tempos.” Sal 106:3

Contrário aos que defendem a ideia da eleição incondicional, Deus “elege” quem opta por obedecê-lo. “muitos são chamados, poucos, escolhidos;” A esses predestinou. Predestinar é preparar de antemão um destino; para onde irão os que fizerem determinada escolha; não significa escolher antecipadamente, nos fazer títeres.

Embora, ninguém será salvo pelas obras, todas as escolhas trarão a devida colheita, como ensina Paulo: “... Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6:7 e 8

A diferença entre um e outro, o que semeia na carne e o que o faz, no espírito, é que a um restará a corrupção, a outro a vida eterna; mesmo as escolhas atinentes à salvação, também são nossas, e terão consequências.

A Graça fez o que não poderíamos, nem merecemos; agora somos convidados a aderir a ela. “Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11:28 e 29

“Bem aventurados os que guardam o juízo...”
claramente uma ventura prometida aos que fazem certa escolha. Mas, o juízo não será um tribunal universal que julgará todas as coisas no fim? Também. A cada escolha que fazemos em nosso cotidiano, exercemos um juízo, quer aprovando algo, quer, rejeitando-o. Devemos cotejá-las com os ensinos da Palavra de Deus, para que tenhamos a “Mente de Cristo”.

Quem pauta as ações diárias, segundo os valores do Eterno, esse guarda o juízo; se alguém pensa que a Doutrina de Cristo é apenas um ensino, um manual de conselhos práticos para que vivamos melhor, não a conhece deveras. Além de um convite a passarmos da morte pra vida, por ela o juízo será aplicado.

Como um tribunal humano julga a partir de seus códigos, A Palavra do Senhor será o parâmetro pelo qual seremos julgados. “Quem me rejeitar, não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; a Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12:48

“... o que pratica a justiça...”
somos justificados pela fé; mas a fé traz anexas responsabilidades de agirmos conforme cremos. “Porque, assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras é morta.” Tg 2:26

Minhas boas obras não me salvam; mas, são necessárias como testemunho de que a salvação me alcançou. Se creio em Cristo, doravante convém que eu atue como Ele ensinou; essa atuação testificará da fé, através da qual, O Sangue de Cristo me salvou.

Praticar a justiça no escopo espiritual, em muito excede às demandas humanas, que se contentam com aparências, verossimilhanças.

Quem, após crer, teve vivificada a consciência, nela e por ela, a justiça de Deus atua; seja, acusando suas faltas, seja, aprovando suas escolhas. “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, naufragaram na fé.” I Tim 1:19

“... pratica a justiça em todos os tempos.”
Estamos acostumados, infelizmente, em nosso país, com o “duplo padrão”. A grande maioria da imprensa, que deveria fazer jornalismo faz militância, vive obscena venalidade, por cumplicidade com crimes governamentais. Esse zelo seletivo, que se for dos “nossos” não erra; e dos “deles” não acerta nunca, tão comum em nosso nebuloso horizonte, não combina com o paladar de quem foi chamado a ser justo em Cristo.

A justiça nem sempre estará ao meu favor. Eventualmente precisará me privar de algo para se estabelecer. Quão fácil é organizar passeatas, sair a turba pelas ruas aos berros demandando justiça, quando sua causa os faz parecer “injustiçados.”

Num homem justo, que mede seus direitos com a régua dos seus deveres, a justiça cobra-o, quanto à palavra que empenha, obedecer ao que deve; eventualmente também pleiteia contra alguma omissão.

Pois, a justiça não é um aguilhão treinado para cutucar as ancas desafetas segundo rasos interesses; antes, uma lei moral interna, como disse Kant, que “força-o” a ser decente, mesmo, quando a decência não lhe traz nenhuma vantagem, exceto, o silêncio da consciência.

Aquilo que aprovamos contra nossos opositores, será a “jurisprudência” pela qual seremos julgados, pois. 

Mas, não seríamos julgados segundo A Palavra de Cristo? Sim. Foi Ele que disse: “Como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei, também.” Luc 6:31

A Palavra Dele ensina que as nossas sentenças pesarão no dia do juízo; “Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado.” Mat 12:37

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