quarta-feira, 31 de agosto de 2022

O longe é perto


“Porventura Sou Deus de perto, diz o Senhor, não também de longe?” Jr 23;23

Sendo O Eterno, Onipresente, quando fala, perto ou longe, refere-se à humana percepção, não à Sua. O verso seguinte ajuda a esclarecer: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não Encho os Céus e a Terra? diz o Senhor.” v 24

Os falsos profetas se sentiam seguros de “longe” do Senhor; “escondidos” Dele. Nesse contexto, a pergunta aquela que desnuda à insensatez dos farsantes.

Davi tinha uma ideia mais apurada da “distância” que O Eterno estava dele; “Se subir ao Céu, lá Tu Estás; se fizer no inferno minha cama, eis que Tu ali Estás também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali Tua Mão me Guiará e Tua Destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; trevas e luz são para Ti a mesma coisa;” Sal 139;8 a 12

Trevas e luz são a mesma coisa no sentido de não se poder fugir das Sua Vistas; não, da valoração desses, estritamente.
Como Davi sabia que o Eterno Estaria naqueles lugares todos, Céu, inferno, mar, trevas, se ele nunca fora lá? Porque sabia que O Espírito de Deus estava nele; então onde fosse, O Santo iria; tentar fugir seria como correr da sombra.

Esse privilégio de ser habitado pelo Senhor foi dado a todos os salvos da Nova Aliança. “Jesus Respondeu, e disse-lhe: Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai o amará; Viremos para ele e Faremos nele morada.” Jo 14;23

Os que evitam o chamado ao arrependimento, para receber perdão e novo nascimento, estão “longe” de Deus no sentido de alienados da Sua Santa Presença; privados da Sua Bendita Habitação; não, longe o bastante para poderem se esconder; afinal, “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar.” Heb 4;13

Todos prestarão contas; não é mera possibilidade; antes, uma necessidade; crendo ou não, como Ele “temos de tratar”.

Certa vez, um ateu, a propósito da “hipotética” Onipresença Divina objetou: “Se Deus está em todos os lugares, deve estar no inferno também.” Ao que o pregador respondeu: Sim. Lá está Sua Ira. O castigo dos rebeldes é chamado também de Ira Divina, não apenas de inferno; “Segundo tua dureza teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5
Jeremias também mencionou: “Eis que saiu com indignação a tempestade do Senhor; uma tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios. Não se desviará a Ira do Senhor, até que execute e cumpra os desígnios do Seu Coração; nos últimos dias entendereis isso claramente.” Jr 23;19 e 20

Os que “se escondem” de Deus fazem como o avestruz que, uma vez enterrada sua cabeça na areia sente-se protegido; lê sua cegueira como se fosse o escape das vistas alheias. Assim os ímpios, mentem para si mesmos e acreditam; “Diz em seu coração: Deus esqueceu-se, cobriu Seu Rosto; nunca isto verá.” Sal 10;11

Dizer tais coisas nos domínios do próprio coração é como encomendar sua segurança a um assassino; “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

Mesmo nós que cremos temos um coração assim; daí, o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

Agora os corações enganados e enganosos criaram nova rota de fuga; agradecem ao “Universo” pelas coisas que recebem de Deus; vida, saúde, alento, paz... poderá acontecer que na hora do aperto lembrem Dele e não sejam atendidos. Nesse caso, Deus poderia se aproximar nas emergências; porém, na hora da calmaria deveria ficar em “Seu Canto”.

“O telhado a gente concerta em dias de tempo bom.” Benjamim Franklin

Enfim, quem, se dizendo crente, seguidor do Mestre, faz uma encenação piedosa quando cultua, se nas coisas cotidianas ainda age de modo ímpio, diverso do que aprende na Casa do Senhor é mais um traidor de si mesmo que atua pensando que Deus Seja apenas “de perto”; não, também de longe.

Templos são quartéis; os cultos o treino, a ordem unida; as tentações do mundo que nos rodeia é o campo de batalha onde devemos vencer como Ele Venceu.

Quem vive como se tudo fosse um teatro, o que terá quando se fecharem as cortinas?

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Falsos doutores


“Houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição; negarão O Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.” II Ped 2;1

Os produtos de um falso profeta são profecias falsas; mas, temos os falsos doutores. Então, um doutor era um pouco distinto dos atuais. A formação superior em diversas áreas legitima o uso de tal título, ao formado. Médico, advogado, psicólogo, etc... naquela época, doutor tinha a ver com ensinador de uma doutrina; no caso da igreja, da Doutrina de Cristo.

“Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores; querendo o aperfeiçoamento dos santos...” Ef 4;11 e 12

Seu método: Introdução dissimulada. “Introduzirão encobertamente, heresias de perdição...” A Obra de Deus não combina com coisas ambíguas, ocultas; por atuar mediante à Luz, condena essas coisas. “Jesus lhe Respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; sempre Ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus se ajuntam; nada Disse em oculto.” Jo 18;20

Paulo foi enfático quanto às coisas ocultas; “Não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas; antes, condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe. Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.” Ef 5;11 a 13 Não há espaço para coisas encobertas na Obra de Deus.

Quem prefere seguir na prática do mal, mantém “distância segura” da Luz. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Um suicídio particular.

No entanto, quem se infiltra para perverter à Sã Doutrina é mais que uma pessoa que prefere a prática do mal; antes, é um ministro de Satanás disfarçado em ministro de justiça. “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. Não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça...” II Cor 11;13 a 15

A um falso profeta basta o não cumprimento de sua profecia para desmascarar; quanto ao falso doutor, demanda que tenhamos conhecimento da Sã Doutrina para cotejarmos essa com os ensinos do tal.

Sua profecia ou “sinal” até poderá se cumprir; mas a doutrina subsequente se mostrará falsa. “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, te der um sinal ou prodígio, e suceder tal coisa, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador...” Deut 13;1 a 3

Os do nosso texto em apreço, segundo Pedro, “Negarão O Senhor que os resgatou trazendo sobre si mesmos, repentina perdição.” Existem mil maneiras de negar a Cristo. Não é preciso uma posição ostensiva nesse sentido, como fez Pedro em suas fraquezas.

Basta perverter a Graça Divina como fizeram alguns na Galácia e pronto. Paulo pegou pesado: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1;8 Uma interpretação, diversa da sadia, criara “outro evangelho”.

Quaisquer credos, que proponham caminhos alternativos como válidos, (vide ecumenismo) derivam de falsos doutores; Cristo não abre mão da Exclusividade: “... Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6 Os de Cristo formam um rebanho de ovelhas, não um balaio de gatos.

Mero desvio de foco; tendo O Mestre Ensinado a buscarmos Tesouros no Céu; se, invés disso um aponte para conquistas efêmeras na Terra, também é produto de falso doutor. “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.” I Jo 2;15 e 16

O problema é que, as almas adoecidas, acostumadas à falsidade buscam por falsários que ensinem segundo suas inclinações perversas. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Quando existe simbiose entre farsantes e consumidores de falsidade, pouco se pode fazer. “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e Meu povo assim o deseja; o que fareis no fim disto?” Jr 5;30 e 31

A pessoa falsa geralmente parecerá mais simpática, carismática que a média; sabe que seu produto é ruim; daí capricha na embalagem e no rótulo. Assim, os falsos doutores.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Pesos leves, mortais


“O sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é podridão para os ossos.” Prov 14;30

Juvenal, pensador latino teria dito: “Mens sana in corpore sano;” ou, mente sã num corpo são.

A medicina lida com doenças psicossomáticas; (cuja causa está na alma, com reflexos no corpo). Apatia, desânimo, depressão, pânico... Aliás, ânimus é a palavra latina para alma; logo, desânimo significaria, sem alma.

Embora isso vulnere ao corpo tolhendo seu vigor e iniciativa, a causa está além.

Essas coisas são encontráveis também na Bíblia; “O sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos.” Ainda: “O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate.” Prov 15;13 etc.

O Senhor ensinou sobre o dever de perdoar, preocupado com nossa própria saúde, inicialmente. Mágoa é como um câncer; faz mal a quem possui. “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e, nenhuma raiz de amargura, brotando vos perturbe e por ela, muitos se contaminem.” Heb 12;15

O conselho contra a “raiz de amargura” traz anexo o aviso para não se privar da Graça de Deus, óbvio que, o não perdoar implica em não ser perdoado. Isso é privar-se da graça. O Salvador Disse: “Perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores... Se, porém, não perdoardes aos homens suas ofensas, também vosso Pai não perdoará as vossas.” Mat 6;12 e 15

Quem é perdoado também desfruta alívio; livra-se de um incômodo peso. Então, por suas propriedades benfazejas nos dois lados, de quem dá e de quem recebe, o perdão é indispensável para quem deseja viver segundo Deus.

Sua prescrição é ilimitada; “Então Pedro, aproximando-se Dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim e lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” Mat 18;21 e 22

Porém, é preciso que a parte que falhou reconheça e peça perdão. Eu não poderia dar ao meu semelhante uma coisa que ele não deseja. Ademais, quando alguém nos ofende, por exemplo, e deixa sua ofensa cimentada com argamassa forte, isso atua como uma ferida aberta a sangrar em todo o tempo. Que adiantaria eu dizer: Te perdoo, para quem não procura perdão?

Mesmo com uma “ferida aberta”, porém, não precisamos agir mal contra quem nos feriu. O preceito aponta noutra direção: “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu Recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

“Amontoar brasas” sobre a cabeça de nosso desafeto é uma figura para as inquietações que assomarão nele, sendo ajudado por nós, não obstante, uma inimizada não tratada. Em muitos casos poderá cair em si, arrepender-se e reconciliar.

O amor é um argumento imbatível para dobrar à mágoa. Por isso, acima de todos os possíveis dons, Paulo o colocou em realce: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. Ainda que tivesse o dom de profecia, conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, se não tivesse amor, nada seria.” I Cor 13;1 e 2

Diferente do mundo que “ama” aos belos, famosos, talentosos, o amor Ágape atua mui além; “Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que Está nos Céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, a chuva desça sobre justos e injustos.” Mat 5;44 e 45

Consciência culpada incomoda o sono de quem possui uma alma sadia; contudo, os viciados na impiedade são incomodados se não alimentarem seus vícios; “Não dormem, se não fizerem mal; foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar.” Prov 4;16 Almas doentes “pilotam” seus corpos para difundir enfermidades.

Enfim, O Temor do Senhor, invés de gerar medo, cuida de nossa saúde; “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para teu âmago, medula para teus ossos.” Prov 3;7 e 8

“Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença; em caso contrário, abstém-te de ajudá-lo.” Sócrates

domingo, 28 de agosto de 2022

Transparência necessária


“Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, prostrou-se diante Dele e disse toda a verdade.” Mc 5;36

Jesus estava cercado por uma multidão; porém, queria saber quem lhe tocara de um modo tal que de Si saíra virtude. Objeções dos discípulos lembraram que muitos os apertavam; O Senhor pontuou que não se referia ao empurra-empurra; mas, a um toque especial, diferente, movido por fé. Então, a mulher se revelou.

Se alguém nos “tocar”, se aproximar de modo a ser, de alguma forma, contagiado pelo que em nós há, o será pelo quê? De nós sairá virtude, ou vício? Bons conselhos, exemplos, ou, maledicências? “Aquele que diz que está Nele, também deve andar como Ele Andou.” I Jo 2;6

Em muitos casos, “cristianismo” é apenas uma “esperteza” que usa Seu Nome e ambientes dedicados a Ele, tentando auferir vantagens egoístas. “Por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas;” II Ped 2;3

O juízo será mais severo contra profanos, que, contra pecadores comuns. “O servo que soube a Vontade do seu Senhor e não se aprontou, nem fez conforme ela, será castigado com muitos açoites;” Luc 12;47

Muito da “igreja”, atualmente, não passa de um puxadinho do mundo, decorado com papéis religiosos.

A sociedade é reflexo filosófico do mundo que “jaz no maligno;” não se cansa de afrontar valores, vilipendiar leis, premiar injustiça. Além disso, criaram a tal “Lei do Abuso de Autoridade” segundo a qual, os criminosos devem ter suas identidades preservadas. Um patife desses mata um homem de bem, o nome da vítima é publicado; do assassino quando muito as iniciais; francamente!

Outra coisa que discordo: O tal “direito de ficar calado”. Porém, caso alguém decida não falar quando acusado, como fica? O Estado o torturaria? Não.

Se dirigiria a ele, mais ou menos nesses termos: “Fulano de tal, estás sendo acusado de formação de quadrilha, latrocínio, seguido de ocultação de cadáver; lhe é facultado amplo direito de defesa, no exercício do qual, podes falar o que quiseres; caso te recuses a falar, O Estado o considerará culpado dos crimes que és acusado; por eles o julgará”.

hipotética sociedade sadia, que buscasse justiça; entretanto, não vivemos numa assim.

Pois, perante Deus esses “direitos” de defecar e cobrir com areia como fazem os gatos não têm espaço.

Nos dias de Josué um pecado oculto tinha dado azo a uma vergonhosa derrota perante um exército mui inferior; lamentaram-se perante O Senhor, que, Revelou a causa do abandono e da derrota; pecado oculto.

Então, se reuniram para descobrir quem fizera o quê? Um por um, os líderes eram inquiridos; chegada a vez de Acã ele o foi nesses termos: “... Filho meu, dá, peço-te, glória ao Senhor Deus de Israel, e faze confissão perante Ele; declara-me agora o que fizeste, não me ocultes. Respondeu Acã a Josué, e disse: Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel; fiz assim e assim.” Jo 7;19 e 20

Como vimos, não foi permitido falar apenas treinado por um advogado; tampouco, oferecido direito ao silêncio. “não me ocultes”.

No caso da mulher com fluxo de sangue de nosso texto inicial, também; O Senhor requereu que ela se apresentasse e confessasse o que tinha feito.

“Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, prostrou-se diante Dele e disse toda verdade.” Mc 5;36

Não que nossa confissão seja necessária perante O Deus Onisciente; mas Ele a deseja porque a plateia que a ouvirá não é assim.

O próprio batismo de quem se converte é uma confissão pública de que deixamos a vida pregressa e passamos a pertencer a Jesus; Ele diz: “Portanto, qualquer que Me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que Está nos Céus. Mas qualquer que Me negar diante dos homens, o Negarei também diante de Meu Pai, que Está nos Céus.” Mat 10;32 e 33

Somo chamados à Luz e para sermos também, luz. Invés de esconder o que fazemos devemos mudar a qualidade dos nossos atos, para que não haja motivos para isso. O Mestre ensina: “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;16 Pois, “Quem pratica a verdade vem para luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;20

Invés do direito de calar, temos dever de falar das coisas santas que vivenciamos; “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.” Atos 4;20

Para o mundo “a propaganda é a alma do negócio”, para os regenerados em Cristo, ser verdadeiros é o negócio da alma.

sábado, 27 de agosto de 2022

O molde permanece


“Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

Livros sapienciais não são A Palavra de Deus, estritamente; algo que O Próprio Deus falou através dum Profeta, precedido de, “Assim Diz O Senhor!”, são textos inspirados; seus conteúdos, embora não sejam normativos são válidos; “Toda Escritura é divinamente inspirada, proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;” II Tim 3;16

Então, o verso supra também é. Parece esposar a ideia que, alguém instruído desde criança no caminho do dever, nele se manterá sem nenhum desvio; será?

Quem convive no meio cristão pode alistar dezenas de “desviados;” pior: Há muitos que sofreram decepções tais, no seio da igreja que, embora ainda crendo em Deus decidiram seguir às suas maneiras, sem congregar. Embora atropelem ensinos Bíblicos sobre isso, eles existem em quantidade. Também “deixaram o caminho”.

Como harmonizar esses dois fatos com o verso inicial: “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele?”

A natureza humana é volúvel; dada a carga emocional da qual é paciente, as pessoas se dão a mudanças, nem sempre para melhor. Alguém disse: “Sentimos nas mudanças certo alívio; ainda que estejamos mudando para pior.” Eventualmente, a leitura das causas ou a enfrentamento das consequências não são sadios.

Então, uma decepção qualquer assoma e não lidamos bem com a tal, nem com possíveis soluções. Quantos já disseram: “Eu era feliz e não sabia!” Maneira oblíqua de reconhecer que mudou para pior.

Que força magistral teria o aprendizado do dever ainda na infância, que me protegesse do perigo de me desviar? 

A alma infantil é um CD virgem, onde o aprendizado se grava para a vida toda. Por isso, aliás, o esforço dos “desconstrutores” das famílias em implantar a perversão sexual desde a infância nos colégios.

Para harmonizar o verso aquele com os fatos, talvez, nossa interpretação de texto é que careça de melhor lupa.

A afirmação não pretende assegurar que um assim ensinado, abraçaria à virtude apreendida e jamais a deixaria; antes, que o ensino sobre o caminho, a virtude, o conhecimento da vereda direita seria um valor nele entranhado, de maneira tal, que jamais se desviaria dele.

Eventual erro do caminho será por escolha, levante contra o que foi apreendido, não por desinformação.

Assim poderíamos parafrasear: “Ensina o bom caminho para a criança; tal ensino ficará gravado; jamais se desviará dela.” Ela fará suas escolhas na vida, sempre com esse vetor; seja, a encorajar, seja, a deplorar sua escolha.

O pródigo vergastado pelas consequências insanas dos descaminhos tomados, ainda tinha, mesmo entre os porcos, a informação sobre o bom caminho: “Tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;” Luc 15;17 e 18

Notemos que, para ver o bom caminho não precisou escalar uma montanha em busca de um melhor mirante; tampouco, existiam binóculos, então; o “upgrade” para a visão estava dentro dele; ele voltou a ver direito, “tornando a si”. Pois, tinha dentro de si as placas para o bom caminho do qual ele se desviara; porque, apesar do desvio, o caminho, ainda continuava ali.

Por essa razão, aliás, se diz que, quando alguém age de modo intempestivo, insano, o tal está “fora de si”; isso encerra a presunção legítima de que, em si, em perfeita sanidade não agiria daquela forma.

Eventualmente nos iludimos com carismas como se esses fossem sinônimos de caráter; não são. Quantos talentosos que admiramos um dia, olhando-os pelo prisma do talento; mas, vendo-os agora, escorregar na falta de caráter os desprezamos, como certos artistas e jornalistas da moda?

Possivelmente já tinham consigo esses lapsos, mas, a cortina de fumaça dos dons não nos permitia vê-los; a falta de “peças” moldadas na forja dos valores acaba emprestando o espaço nos depósitos ermos, para as tralhas dos interesses mesquinhos.

Chamados pelo desfio das circunstâncias, as vilezas ocultas vêm à tona. Esse é o outro lado da moeda. Os que sempre foram treinados na vereda dos direitos, quando a demanda é pelos deveres perdem-se confusos; seus “depósitos” não contêm essas ferramentas.

O ensino na infância torna-se parte de quem aprende. Molda seu agir como uma necessidade. Fora dele a pessoa trai a si mesma.

“Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Essa geração perita em tralhas eletrônicas desde infante, come da Árvore da Ciência; precisamos ensinar as crianças a olhar para a Árvore da Vida: Jesus Cristo.

Transplante de coração


“Lhes Darei um só coração, um espírito novo Porei dentro deles; Tirarei da sua carne o coração de pedra, lhes Darei um coração de carne; para que andem nos Meus estatutos, e guardem Meus Juízos, e os cumpram...” Ez 11;19 e 20

Alusão Divina à conversão de Israel; seriam ajuntados dentre os povos, levados à sua terra, onde, finalmente se converterão.

Óbvio que não se trata de uma conversão coletiva, cabal; liberdade de escolha é um bem que O Eterno preza; então, sempre restarão os que não desejarão. “Quanto àqueles cujo coração andar conforme o coração das suas coisas detestáveis e abominações, Farei recair nas suas cabeças o seu caminho, diz O Senhor Deus.” v 21

Espírito novo e coração novo para uns; juízo para outros. Sempre foi assim; liberdade de escolha assegurada; e as consequências dessas, inevitáveis.

O mesmo se aplica a nós; pois, também somos chamados Em Cristo, a reconciliarmos com Deus. O apelo do Seu Amor Regenerador nos abrange; “Isto é, Deus Estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Remover o coração de pedra dando um de carne, óbvio que se trata de figura de linguagem que descreve um coração egoísta, alienado, insensível, sendo transformado em outro, obediente, ensinável, submisso. “Aprendei de Mim que Sou Manso e Humilde de coração...” Mat 11;29

Adiante Deus reiterou a figura do transplante de órgãos: “Dar-vos-ei um coração novo, Porei dentro de vós um espírito novo; Tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos Darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito, Farei que andeis nos Meus Estatutos, guardeis Meus juízos e os observeis.” Cap 36;26 e 27

Nas entrelinhas vemos em que consistia o tal “coração de pedra:” “... farei que andeis nos Meus Estatutos, guardeis Meus Juízos e os observeis.” Estavam endurecidos para as coisas de Deus, pois. A renovação espiritual prometida os reconduziria à obediência.

O Espírito Santo Atua mediante A Palavra de Deus. Através Dela, na Unção Dele, somos convencidos do pecado, da justiça e do juízo. A “remoção do coração de pedra” não é de uma vez por todas; antes, é um processo paulatino, concomitante ao aprendizado e prática da Palavra.

A “pedra” é esmiuçada e removida aos poucos; “Porventura Minha Palavra não é como o fogo, diz o Senhor, como um martelo que esmiúça a pedra?” Jr 23;29

As pessoas em sua maioria são acostumadas mediante o ofício de falsos profetas, a esperar mudanças radicais. O “Ungido do Senhor” ora e nossas vidas mudam; não é assim! O processo de edificação demanda ensino de uns, e aprendizado de outros; atualmente é mais notável pela ausência, que pela incidência, infelizmente.

Ora, O Salvador ordenou: “Fazei discípulos de todas as nações... ensinai!” Como nossos corações serão convertidos se, ignorarmos ao quê, devem sê-lo?

A primeira mudança deve ocorrer no domínio dos pensamentos, onde os nossos, egoístas e endurecidos, devem ser abandonados em prol dos Divinos. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

A Vontade Divina, uma vez conhecida, deve ser vivida; busca ir além do domínio dos pensamentos, ocupando o espaço das ações; ela, fatalmente, nos chamará à contramão do mundo que jaz no maligno; “... não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;2

Embora a figura radical, aquela, onde Deus muda nossos corações, a “cirurgia” é um processo relativamente extenso, que requer nossa participação, bem acordados. Quem tenta nos “anestesiar" para que não vejamos nem mudemos, é a oposição. “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho...” II Cor 4;4

Deus atua de modo oposto; “... Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em Seu Conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” Ef 1;17 e 18

Embora os traficantes de graças baratas tenham gerado um leva imensa de viciados em falsas perspectivas, não será por falta de promessas, nem de pregações ostensivas que muitos vão se perder, infelizmente; antes, por falta de entendimento da Vontade Divina que foi abafada pelo vício das cobiças humanas.

Muitos corações duros são religiosos; “... amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências...”

Só restará O Divino Lamento; “O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento...” Os 4;6

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Amor impossível


“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5;10

Quem ama, uma vez de posse do objeto do seu amor repousa; eventual cuidado será de manutenção; uma vez que, já usufrui a saciedade do amor. No entanto, o dinheiro, conforme a sentença supra é um amor insaciável. “Quem amar o dinheiro, jamais dele se fartará;”

Então, diria que esse é um amor impossível. Pior é que, na reta final, não obstante o quanto de riquezas materiais tiver amealhado, nada lhe valerão. “Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu tornará, indo-se como veio; nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão.” Ecl 5;15

O Salvador aconselhou a busca de riquezas melhores, mais duradouras; “Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem tudo consomem, onde ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no Céu, onde nem traça nem ferrugem consomem, onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver vosso tesouro, aí estará também vosso coração.” Mat 6;19 a 21

Certa ambição por melhorar de vida todos têm; é uma coisa saudável. Agora o amor ao dinheiro faz nossos corações estacionarem em locais proibidos; defender o indefensável como certos “jornalistas” têm feito.

Podem tentar vender que se trata de rejeição a determinada pessoa, discrepância ideológica; mas, sabemos que não é. Tais conseguem “gostar” de algo abjeto se, virem possibilidade de, dessa fonte verter dinheiro.

Vendem a alma ao diabo. Bom nome, reputação, consciência em paz são valores menores do que a sede pelo metal que não é vil; antes, apto a demonstrar quais pessoas são. Nos seus domínios se pode diferir os que têm valor, dos que têm preço.

Um homem sóbrio, talvez orasse como Agur: “Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem pobreza nem riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome O Nome de Deus em vão.” Prov 30;8 e 9

Na privação ou fartura, seu cuidado era para não macular ao Nome Santo. Orações feitas nesse espírito, com esse cuidado, sempre encontram respostas favoráveis.

Paulo andou nas mesmas pisadas; “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Escrevendo a Timóteo advertiu contra os descaminhos dos amantes do dinheiro; “Os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas...” I Tim 6;9 a 11

Há injustiças praticadas por quem deveria ter zelo pelo Nome Santo; embora possam, eventualmente, parecer ter caducado pela ação do tempo, ante Deus não é assim. A demora Dele em julgar não é conivência; antes, longanimidade a espera pelo arrependimento; senão, um dia tira os esqueletos do armário. “Por muito tempo Me calei; Estive em silêncio, Me contive; mas agora Darei gritos como a que está de parto...” Is 42;14 “Estas coisas tens feito e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei e as porei por ordem diante dos teus olhos: Ouvi pois isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que Eu vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre.” Sal 50;21 e 22

Fosse apenas o amor ao dinheiro, tal amante faria mal a si mesmo; como Esaú, correndo por “lentilhas” e desprezando a primogenitura.

Porém, os que sobem na enganosa escada da cobiça precisam forjar degraus indevidos; fazem dos direitos alheios serviçais seus; dos fatos precisam fugir fabricando versões; da consciência, até tentam se esquivar com doses de ativismo, onde, o clamor é por arrependimento, concerto. O bom é que sempre tem concerto, desde que, se deseje.

Dinheiro digital logo será o único meio de comprar e vender; para tanto, será necessária certa marca de adesão ao inimigo. Como evitarão essa cilada letal, os que, tendo uma vida inteira para amar Deus e o próximo, gastaram as pilhas de amar no rádio do dinheiro?

“Queres ser rico? Pois não te preocupes em aumentar teus bens, mas sim em diminuir a tua cobiça.” Epicuro

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Firmes nas bases


“Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” Sal 11;3

As bases de algo; o alicerce de um edifício, sustentáculo de uma doutrina, de uma escola filosófica; as premissas de uma ideologia... Tanto que, quando uma fala soa desprovida de coisas assim, presto alguém a define como sendo sem fundamento.

Tratando-se de Palavra de Deus, sem a qual desapareceria a possibilidade, o norte do justo, parece elementar que os fundamentos em apreço são a Doutrina que conduz à salvação.

Paulo pontua sua exclusividade: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3;11 Somos “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.” Ef 2;20 e 21

O Próprio Salvador adjetivou Sua Doutrina aprendida e praticada como fundamento sólido; “Todo aquele que escuta estas Minhas Palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha; desceu a chuva, correram rios, assopraram ventos, combateram aquela casa e não caiu; porque estava edificada sobre a rocha.” Mat 7;24 e 25

O mundo já arranjou uma maneira de desacreditar aos que se firmam em Cristo; rotula terroristas islâmicos de “fundamentalistas”; depois, nos que creem na Palavra de Deus sem reservas, a mesma pecha se anexa; como se, aqueles que aprendem de Cristo a orar pelos inimigos fossem iguais aos que os explodem, em atos de terror.

Destruir fundamentos seria desacreditar a Doutrina de Cristo; perverter o sentido, inverter valores, distorcer ensinos; “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem das trevas luz e da luz, trevas; fazem do amargo doce e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

Não que seja possível destruir à Doutrina de Cristo estritamente; Ele assegura: “O Céu e a Terra passarão, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Mat 24;35

Todavia, a infiltração de servos do inimigo no meio dos cristãos tem ensejado uma mistura de coisas profanas às santas. Desde dias antigos foi assim. Judas denunciou: “Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd vs 3 e 4 Seu campo de atuação: Introduzidos na igreja. Objetivo: Dissolver a Graça Divina, negar a Cristo.

Os adeptos da “teologia liberal”, invés de terem A Santa Palavra como Fonte de Vida, um compêndio normativo, educativo, disciplinador e comportamental dos salvos, reduzem-na a uma espécie de arranjo metafórico a ensinar o amor incondicional; fonte irrestrita de hiper graça; delineado geral do que poderemos ser, cujos “lapsos” poderemos preencher ao sabor de nossas próprias inclinações.

Paulo, denunciou: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Agora já temos os infiltrados fazendo escola, conquistando seguidores. Sua falta de compromisso com justiça e santidade permite que produzam simulacros de doutrina; priorizam a comodidade dos ímpios, invés de os “incomodar” desafiando-os à regeneração.

O Evangelho não foi dado para ensejar conforto; antes, para desafiar a uma mudança, da perdição à regeneração. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

A “destruição” possível aos falsificadores diz respeito a semear enganos onde a Verdade inda não enraizou; contra aqueles já edificados nela, laboram em vão; “Como passa a tempestade, assim desaparece o perverso, mas o justo tem fundamento perpétuo.” Prov 10;25

Infelizmente, a vasta maioria dos que se dizem cristãos prefere ancorar suas esperanças nos duvidosos portos das promessas incondicionais; coisas sem fundamento que arrebanham milhares de incautos, tão perdidos quanto os enganadores, que escolheram seguir. Tais dizendo-se sábios tornaram-se loucos.

Somos desafiados a uma “loucura” que ousa a se jogar inteira sobre A Integridade Divina: Deus e Sua Obra São Eternos; portanto, atuais; não trazem rasuras. “Nós pregamos Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.” I Cor 1;23

Não dependemos da compreensão nem do apoio dos que não ouvem a Deus como nós. “Aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” Desconhecido

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Insanidade global


“Todavia, o homem não é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.” I Cor 11;11 e 12 Um do outro; o outro do um e ambos do Pai; simples e interligados assim.

Homem e mulher. A criação humana resume-se a isso no prisma biológico. Dois sexos definidos e complementares. A tentativa bizarra e recorrente, de transformar tipos de comportamentos em tipos de pessoas tem que lidar sempre com esse fato.

Cada qual pode escolher a letra do alfabeto que desejar para se identificar; dizer que está com o corpo certo ou, errado; que se percebe assim, ou assado; porém, seu corpo certamente trará uma mensagem biológica definida. Macho ou fêmea; homem ou mulher.

Toda sorte de liberdade se assegura a quem quiser entortar, por enquanto. Porém, eventual postura adversa ao ser, biológico, será vista como adversa, por quem tem neurônios saudáveis. Se alguém quer perverter a própria natureza que o faça; agora não queira juntamente tomar nossa capacidade cognitiva.

“Meu corpo, minhas regras” dizem; num contexto que defendem a coisificação da vida; o aborto. Pois, meu cérebro meu entendimento, digo; minha sanidade intelectual não está a serviço do sistema.

Se, lhes assiste plena liberdade sobre o uso dos próprios corpos, não lhes cabe direito nenhum sobre o funcionamento dos nossos neurônios.

Tudo o que sempre existiu na mais completa normalidade, de repente se tornou preconceituoso, exclusivo, ácido, ilícito. Qual o fato novo que mudou tais coisas? Em nome da defesa do direito dos homossexuais, um gigantesco lobby, dos que são ínfima minoria nos números, mas, graças aos meios de comunicação do sistema “desconstrutor” vigente, agem como maioria, está impondo na marra sua visão de mundo e “cancelando” todo e qualquer que ousar discordar.

Meu time, o Grêmio passou a usar a faixa de capitão com as cores do Arco Iris, para deixar patente que é o “clube de todos” ou, todes, sei lá. Uma ova! Não se trata de ser inclusivo; mas, de ter capitulado à pressão barulhenta dos que, em nome da aceitação exigem a promoção, a glamorização de suas escolhas perversas. Por que não uma braçadeira com símbolo das APAES, dos escoteiros, dos tradicionalistas... afinal é o clube de todos. Porque só isso está sendo empurrado no berro e a maioria vai se deixando empurrar.

A linguagem corrente, sempre usada sem nenhum viés que não fosse comunicar, de repente se “descobriu” eivada de “preconceitos” e termos “exclusivos”. Embora mestres da língua portuguesa expliquem à exaustão, que não faz nenhum sentido a dita, neutra, a coisa vai sendo empurrada. Parece que o negócio não é fazer sentido; apenas deixar patente quem manda. Que o alfabeto, não obstante, sempre tenha usado de determinado modo seus “órgãos” passou a se “perceber” de modo distinto.

Todas as coisas sempre tidas por lógicas, consagradas pelo uso, precisam ser “desconstruídas” segundo o espírito que opera nesse mundo. Não se trata do direito individual de cada um agir como quiser; isso é óbvio! Mas, da imposição de uma minoria barulhenta que deseja que a maioria se curve aos seus caprichos doentios e desajustados.

Todas as religiões, por antagônicas ou discrepantes que sejam, precisam ser diluídas numa só; grassa célere o fator diluente, o ecumenismo através do Papa Francisco.

Qualquer noção de patriotismo, identidade nacional precisa ser desacreditada como ácida, pequena, egoísta, indevida; para tal, atropela-nos a agenda globalista.

Toda postura de viés conservador, condutora na linha do tempo dos bens atávicos, das reservas morais e de costumes antigos precisa ser arrasada pela tsunami modernista que desconhece raízes, princípios, valores; a ferramenta para isso, o Marxismo Cultural, o “progressismo”.

Enfim, o mundo como sempre existiu, com o homem sendo ensinado sobre Jesus Cristo, pelo Exemplo e Obra Dele, sendo desafiado a reconciliar com O Criador, já não serve; os novos iluminados se articulam há tempo, para que, uma vez destruída toda a Terra, como sempre a conhecemos, possam enfim, “reiniciar” sem repetir erros históricos. “The Great Reset is coming!”

Para quê repetir os erros? “Built Back Better”!

Essa doentia e satânica arrogância que pretende reconstruir melhor é apenas o velho mundo se “percebendo num corpo errado”; regido pelo deus errado; perverso, desajustado, batendo cabeça carente do Criador.

“A Terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4 “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, honraram e serviram mais a criatura que O Criador...” Rom 1;25
“O direito tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Será que eu falo mal?


Deparei com repetitiva “lição de moral” numa frase que diz: “Os que falam mal dos outros, são os mais sujos.” Comentei: É. O problema é que, quem escreve essas coisas, querendo ou não, está falando dos outros; dando tiro no pé.

Olhei dezenas de comentários; aprovação maciça, unânime, ao teor da frase. “Quando todos estão pensando o mesmo, ninguém está pensando.”

Óbvio que é mais fácil vermos as falhas alhures do que em nós; “Reconhecemos a um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.” Autor ignorado

Quem habituou-se a ouvir a voz da própria consciência incomoda-se mais com eventuais maus instintos inda pulsando em si, que com aberrações cometidas por outros.

Essa “sintonia fina” com a voz do Espírito, não o faz complacente com erros cometidos ao redor de si; quem desenvolve melhores vistas, o faz em relação a tudo que se pode ver; não existe uma visão seletiva que enxergue aos próprios erros e deixe de ver aos circunstantes.

Quando Cristo censurou aos caçadores de ciscos nos olhos alheios, com traves nos próprios, além de deplorar à hipocrisia, estava estabelecendo prioridades; “Hipócrita, tira ‘primeiro’ a trave do teu olho; então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Mat 7;5

Os de má índole não têm uma escala da valores espirituais a patrocinar suas escolhas; antes, uma escala de sentimentos, onde o prazeroso avantaja-se ao sadio. “... a Luz Veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a Luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a Luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Aparecem amor e ódio; não, verdade ou mentira; pela doentia perspectiva avessa à Luz.

Qualquer um que traga à luz as más obras que os tais fazem, “fala mal dele”. Precisamos de um escrutínio sobre isto também, pois. O que é falar mal?

O que são os mestres, de toda disciplina, senão, gente que vê melhor ajudando aos que carecem ver? Se, um aluno responder que quatro vezes cinco é igual a vinte e cinco, e o professor disser que está errado, será ele, não o mestre que terá “falado mal.”

Imaginemos que alguém seja mentiroso, adúltero, mau pagador... e quem o conhece diga exatamente isso dele; estará falando mal? Sim e não. Estará falando a verdade; como o outro age mal, necessariamente, o compromisso com a verdade que o retrata assim.

Posso silenciar sobre coisas que são verdadeiras, e inconvenientes, em nome da prudência; mas, se falar devo ser verdadeiro, em nome da decência. 

A Bíblia não ensina a sermos astutos, velhacos, “politicamente corretos”; do cidadão dos céus diz que é “Aquele que anda sinceramente, pratica a justiça e fala a verdade no seu coração. Aquele que não difama com sua língua, nem faz mal ao seu próximo...” Sal 15;2 e 3
Difamar, está longe de significar, falar a verdade.

No fundo, a imensa maioria gosta da sugestão: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”. “Eu decido o certo e o errado e pronto; meta-se com sua vida; só dê palpites se pagares minhas contas...” Falando assim, aliás, parece que o “zelo moral” está à venda; pagando poderei falar? Estranha moral!

A Palavra de Deus “Fala mal” de todos nós; “O Senhor olhou desde os Céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos; juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14;2 e 3

O confronto com a verdade necessariamente nos lança numa escolha binária: O que é mais importante? A preservação de nossos melindres, ou, a regeneração da alma segundo Cristo?

Como um cirurgião precisa “invadir” o corpo enfermo, removendo uma partícula atingida para preservação da saúde do todo, assim Faz O Senhor com nossas almas; Sua mensagem é invasiva, desconcertante, desafiadora; pior, invés dum tratamento direto, atua mediante Servos Seus.

Entretanto, Nele, só Nele, nossas cansadas almas podem repousar em esperança de salvação; “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;29

Óbvio que a maledicência campeia! Quem deveria parar para ouvir, geralmente é quem mais fala. A história do tonel vazio que faz mais barulho quando rola.

Porém, descartando todas as vozes como se iguais, equipararemos diamantes a cascalhos. Ninguém eleva os pés do chão puxando os próprios cabelos; ou, “Ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

Cristo é A Palavra de Deus. Ou você aprende LIBRAS, ou, em algum momento terá que ouvi-la. A reação é por sua conta.

O último round


“Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira.” II Tess 2;9

O Anticristo, protagonista do último round, na milenar guerra espiritual.

A lorota sempre foi “lícita”; “A mentira dá duas voltas no planeta antes da verdade conseguir vestir as calças”. Sua existência grassa desde o Éden; o antídoto sempre foi o discernimento, o outro lado da moeda, a verdade.

Outro provérbio nasceu como “antivírus”: “As aparências enganam.” No entanto, de repente alguém resolveu que não se pode mais agir assim. Juristas “absolutamente comprometidos com a verdade” passaram e vetar ao que chamam de “fake news.”

Natural lembrar George Orwell, em “1984”, e o famigerado “Ministério da Verdade”. O governo decidia o que era verdade e o que não; como é de se esperar num sistema totalitarista, não se tratava de verdade ou mentira; eram rótulos convenientes, aplicados às coisas favoráveis ou desfavoráveis ao sistema.

Pois, temo que a vida começa a imitar à arte mais uma vez. Ou, que aquele escrito é tristemente profético. As atuais “agências de checagem” nada têm a ver com verdade. Mas, com as conveniências comuno/globalistas, com seus tentáculos espalhados pelo planeta. Se tem origem cristã, conservadora, qualquer postagem, presto é rotulada como fake; porém, coisas flagrantemente falsas, propagadas pelos adeptos da ideologia “verdadeira” passam alheias às tais “checadoras de fatos.” A “verdade” vergonhosamente veste vermelho.

Tudo que contraria o interesse deles, não importa o que digam as Constituições nacionais, serão vetados como fakes; como têm sido, descaradamente, em nosso país. Quem detém determinado posto, como na OMS por exemplo, tudo que disser será “em nome da ciência”; mesmo que, na semana seguinte diga o contrário, como se viu à exaustão no auge da pandemia.

Outrem que ousar cotejar fatos e lógica, com as incongruentes afirmações daqueles, presto será tachado de “negacionista, anticientífico”; mesmo que a “ciência” claudique como ébrio, no auge do porre.

Então, por “Verdade” se deve ler, conveniência globalista; e o contrário, por mentira. Como os prodígios do Anticristo serão mediante a mentira, sujeitará o mundo a si, às suas conveniências, malgrado essas derivem do engano; falsa paz. Enorme rebanho de “idiotas úteis” já faz o trabalho sujo daquele, perseguindo quem pensa.

A Bíblia apresenta esse período como juízo já, contra os que deixaram de amar à verdade. Ele virá, “Com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 10 a 12

Notemos que, na opção desses, não entram valores como verdade, ou mentira; antes, sentimentos; “tiveram prazer na iniquidade.”

A Palavra de Deus, crida por alguns rejeitada por muitos sempre foi tida como inalterável. Crer ou não era direito de cada um, mas não se mexia no conteúdo. Todavia, não é mais assim. O sistema, em nome de rótulos como “tolerância e inclusão” criou uma “versão inclusiva”, removendo inconveniências; porções que incomodavam a quem não se incomoda de viver adverso aos preceitos de Deus.

A atuação do inimigo ao longo dos últimos dois milênios tem sido para obstruir à Boa Notícia da Salvação; O Evangelho; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Apagada a Bendita Luz, o próximo passo, quando o sistema global, finalmente for implementado será declarar a Verdade, como fake. A Bíblia será rejeitada pela “Agência de Checagem” globalista. Afinal, não trouxe paz, apenas contenda ao longo das eras, enquanto o Anticristo terá “pacificado” (entorpecido) o mundo.

Acontece que, A Palavra traz paz entre o homem que se arrepende e Deus, não paz ao planeta que se opõe a Ele; Cristo ensinou: “Não cuideis que Vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;” Mat 10;34

Como a geração vídeo desaprendeu pensar e ouvir o que a confronta, não lê nem entende a Bíblia, presto perseguirá como indesejáveis os que recusarem o comando do Capeta disfarçado de benfeitor.

Basta ver as calúnias que publicam contra Bolsonaro, e os milhares que curtem e replicam, para perceber que os interesses definem os “valores.” “... ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz e da luz, trevas; fazem do amargo doce e do doce, amargo!” Is 5;20

Quem amou à verdade em tempos de paz, morrerá por seu amor, quando tal afeto custar isso; “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará os nossos inimigos.” Sal 60;12

domingo, 21 de agosto de 2022

Ecce Homo


“Saiu Jesus fora levando a coroa de espinhos e roupa de púrpura. Disse-lhes Pilatos: Eis aqui o homem.” Jo 19;5

Marcas de açoites; hematomas de bofetadas, coroa de espinhos; e para completar o escárnio, vestes de púrpura. Eis o homem!

A redução à condição humana foi um arranjo do Seu Amor e Justiça, por causa de nossa necessidade. “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, Feito Mais Sublime do que os Céus;” Heb 7;26

O domínio fora entregue ao homem; esse perdera ao obedecer a Satanás; “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...?" Rom 6;16

Aos Olhos do Justiça Divina, apenas outro homem poderia reaver o domínio perdido. “O Pai a ninguém julga, mas Deu ao Filho todo juízo... Deu-lhe poder de exercer juízo, porque é O Filho do homem.” Jo 5;22 e 27

Adão desafiara a morte pela desobediência, acreditando na oposição; agora, um descendente sofreria a morte em plena obediência, submisso à Vontade Divina para redimir a vida e restaurar a comunhão. “Porque, assim como todos morrem em Adão, também todos serão vivificados em Cristo.” I Cor 15;22 Todos que O Receberem e obedecerem, entenda-se.

Embora Pilatos não soubesse exatamente o que dizia, naquela frase em destaque disse a coisa certa. Uma vez que, tudo que O Salvador padeceu nada tinha a ver com culpas Suas; antes, estava em nosso lugar, recebendo o que merecíamos; ali Ele não era Deus em essência; naquele momento era “o homem”.

Açoitado pelas consequências dos pecados; esbofeteado pelas decepções da vida; coroado de espinhos pelos vícios, pecados e incompreensões suas e do semelhante; por fim, a cereja da torta; ostentando as vestes reais da presunção oca herdada, de ser como Deus; eis o homem!

Por isso a cruz encontra tanta oposição, rejeição, ataques. O homem está sujo, mas prefere quebrar o espelho a se aproximar da água. A cruz não mostra Cristo em Sua Santidade; antes, mostra o homem em suas culpas, e O Amor de Deus em Sua Intensidade e Providência. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16

Isso fere o orgulho de quem, sequer deveria ter tal sentimento. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 O homem ímpio não quer reprovação, nem aprender agir de modo probo. Quer prazeres de pecar e reputação de justo. “Alimentar a onça e manter o cabrito vivo”.

Por um pouco, Jesus Cristo deixou de Ser quem É, para ser o que somos; “O qual, Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;6 a 8

Obediência é uma qualidade que não cabe a Ele; nunca precisara disso. Mas, reduzido ao nosso tamanho, teve que “aprender” para nos representar “à altura”; “Ainda que era Filho, (de Deus) Aprendeu a obediência, por aquilo que Padeceu.” Heb 5;8

O domínio terreno esteve em indignas mãos por alguns milênios; (o inimigo jactou-se disso; “... porque a mim foi entregue e dou-o a quem quero.”) Consumada a Vitória do Salvador, as coisas retornaram aos devidos lugares; “Chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É Me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18

O homem foi criado Imagem e Semelhança do Criador, para refleti-lo. Mas a desobediência deformou a Obra; deixou-a à imagem da oposição. Na Cruz O Salvador nos “fotografou” e nos chama a ver como somos, sem Ele. Eis o homem!

Isso envergonha, entristece; no entanto, também liberta a quem encara do modo correto. A mentira da oposição dizendo que seríamos como Deus era camuflagem do fato que, desobedecendo nos tornaríamos como o Diabo; A Verdade encarnada e Vivida Liberta quem não a teme; “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” I Jo 3;8

Cristo Se Fez homem no mérito, para possibilitar que sejamos como Ele na obediência e comunhão; “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé; ao conhecimento do Filho de Deus; homem perfeito à medida da Estatura completa de Cristo” Ef 4;12 e 13

Por Ele ter sofrido nossa imagem em Si, É Digno que mostremos, regenerados, Sua Imagem em nós.

sábado, 20 de agosto de 2022

Meninos maduros


“Porquanto andam enganando Meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada;” Ez 13;10

Um edifica o outro reboca; figura de linguagem que significa: Um profetiza enganos ao Meu povo; outro vem e corrobora, confirma.

Duas características comuns na atuação dos falsos profetas. Uma: Procuram trazer uma mensagem que agrade, mesmo que a situação não seja assim perante Deus; “... enganam, dizendo: Paz, não havendo paz."

Outra: Tendem a amoldar-se ao espírito corrente, invés de confrontar, como fazem os idôneos. “Um edifica, outro reboca...” Falam o que os errados querem ouvir.

Embora, esses profanos tenham enorme culpa ao associarem O Nome do Eterno aos seus desejos vis, o povo que os paparica também não é inocente.

Um mínimo de discernimento basta para ver quem desafia pecadores a mudanças, em contraste com os que os adulam. Quando convidado a ir para a guerra com Acabe, Josafá assistiu um deplorável espetáculo de “profetas” que asseguravam vitória no combate. Invés de descansar naquela pantomima perguntou: “Não há aqui um profeta do Senhor?”

A um homem sensato não basta que as coisas ditas soem boas; é preciso que sejam verdadeiras. “Nada podemos contra a verdade; senão, pela verdade.” II Cor 13;8

O povo não está nem aí para a sensatez; prefere um agrado momentâneo à verdade. Se os farsantes não tivessem “consumidores” mudariam seu ramo. Nos dias de Isaías ele denunciou: “Dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos. Desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda; fazei que O Santo de Israel cesse de estar perante nós.” Is 30;10 e 11

No Ministério do Salvador, não foi apenas a um profeta idôneo, a rejeição; mas, à Própria Luz, O Senhor; “A condenação é esta: Que A Luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que A Luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Paulo advertiu dos dias atuais; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tom 4;3 e 4

Ontem deparei com um desses “doutores” dizendo-se padre e parapsicólogo; assegurava: “Acredite em você mesmo! Você consegue! Confie mais em suas próprias capacidades!” Não dá para negar que, algo assim soa doce aos ouvidos. Mas, quem aprendeu a ver com os olhos do Espírito, facilmente descobre Satanás sob o traje de anjo de luz.

Ele desafiou o homem a deixar a submissão e agir de modo autônomo. “Vós mesmos sabereis...” aceita a profetada, surgiu o ego. O homem que fora unido a Deus passou a ser adversário.

Para regeneração somos chamados ao caminho inverso. Invés do “afirme a si mesmo, você consegue”, sugestão do capeta, temos o “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me" Depois de convertidos somos ensinados a conseguir as coisas em Cristo, não na nossa força. “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;13

Ademais a confiança na carne para resolver coisas que dependem do Senhor nos lançaria em maldição; “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;5 e 6

Certa vez ouvi determinado lamento: “Para vocês tudo é Deus; A Palavra ou Vontade Dele; parece que somos crianças, sem vontade própria!” É, disse; não estás longe da verdade. “Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no Reino dos Céus.” Mat 18;4

Entretanto, no aspecto do discernimento, devemos buscar a estatura de adultos, para não sermos vitimados pelos enganadores em apreço; Paulo resumiu numa sentença: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no entendimento.” I Cor 14;20

Feliz quem pode bater a porta na cara do Capiroto quando esse assedia, mesmo paramentado de ovelha, mediante seus “profetas” de facilidades. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

A Excelência da Doutrina de Cristo é que ela faz homens maduros na ciência, e crianças na submissão.

Invés duma colher de pedreiro para rebocar enganos, um martelo para destruí-los. “Porventura Minha Palavra não é como o fogo, diz o Senhor, como um martelo que esmiúça a pedra?” Jr 23;29

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

A Inveja


“Não Me é lícito fazer o que quiser do que é Meu? Ou é mau teu olho porque Sou Bom?” Mat 20;15

Os trabalhadores das diversas horas do dia. O que laborara uma hora apenas, recebera o dia completo; o que trabalhara o dia todo indignou-se com a “injustiça”; aí então, o empregador fez a pergunta acima.

Se alguém me contrata para trabalhar uma jornada por xis reais, cumprida a mesma, recebido o combinado nada cabe reclamar. Não era a injustiça que movia a queixa; antes, uma senhora bem idosa, atuante desde os dias de Abel e Caim, a inveja.

Os dois irmãos ofereceram culto ao Senhor; a um Ele Aceitou; ao outro, não.
... atentou o Senhor para Abel e sua oferta. Mas, para Caim e sua oferta não atentou. Irou-se Caim fortemente, descaiu-lhe o semblante. O Senhor disse a Caim: Por que te iraste? Por que descaiu teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta; sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4;4 a 7

Quiçá, “erro de avaliação"; Deus foi “injusto” aceitando um e rejeitando outro? Também lá não havia nenhuma injustiça. O texto ensina que antes de olhar para a oferta, O Senhor olhou para o ofertante; “... atentou O Senhor para Abel e sua oferta...” A Bíblia não deixa claro qual fora o mal de Caim. Alguns esposam a ideia que a oferta deveria ter sido com sangue, não frutos da terra como ele levara.
Porém, isso não me convence muito; pois, depois que organizou o sacerdócio levítico O Senhor aceitava ofertas de cereais e derivados. Então, o motivo para a não aceitação deve ter sido outro.

Talvez, adoração prestada com espírito errado; por competição, emulação contra Abel, ao ver que aquele ofertara ao Senhor. A coisa certa feita pelo motivo errado deixa de ser certa. O fato é que embora cultuando também, Caim fizera mal, algo que assoma nas entrelinhas; “Se fizeres o bem, não é certo que será aceito?” Notemos que a exortação não alude a uma mudança de oferenda, mas de atitude.

Muitos lidam mal com a bênção alheia. Parece que Deus “erra” quando dá algo aos outros. A mesma pergunta aquela cabe de novo; “Não Me é lícito fazer o que quiser do que é Meu? Ou é mau teu olho porque Eu Sou Bom?” Mat 20;15

A Bíblia aconselha que participemos das emoções dos semelhantes, sejam agradáveis, ou não; “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram;” Rom 12;15

Quando medito sobre a inveja sempre me ocorre a frase duma antiga canção que dizia: “Na verdade o homem se sente mais realizado, se invés de falar parabéns! Ele fala, coitado!"

Em geral as pessoas são assim; refratárias ao talento alheio, justo por isso; porque é alheio. Auto gratificadas quando podem sentir-se superiores a outrem. Salomão discorreu sobre isso: “Ainda vi eu que todo o trabalho, toda destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade, aflição de espírito.” Ecl 4;4

Normalmente as pessoas querem a sorte dos que Deus coloca em lugares altos; não a trajetória, dores.

Há momentos em que nossa fraqueza tende a duvidar da Divina Bondade e Sabedoria. Parece que O Eterno se importa com outros, não conosco. Todavia, Ele Sabe para qual nicho está preparando cada um; o tempo, as coisas e oportunidades que combinam com outro, não necessariamente se amoldariam ao que Ele Tem para mim.

Mesmo quando tudo parece dar errado à nossa volta, confiemos Nele; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

José era inocente, fiel; contudo, sofreu ódio dos próprios irmãos, calúnia da mulher de Potifar e indiferença do copeiro de Faraó; até o tempo em Deus Resolveu mudar radicalmente sua sorte; da prisão ao palácio. De esquecido, desprezado, a governador.

Quantos momentos teve para duvidar da Bondade Divina? Certamente pareceu, eventualmente, que Deus preferia seus irmãos a ele. A Bondade do Altíssimo atua consorciada à Sua Sabedoria e Propósito. “Provai, e vede que O Senhor É Bom; bem-aventurado o homem que Nele confia.” Sal 34;8

De acordo com o tipo e peso do peixe que pretende pescar, o pescador prudente escolhe linha e anzol; O Senhor, de acordo com a missão para a qual nos está preparando, permite as dores necessárias para infundir a têmpera que deseja, nas vidas que escolhe.

É lícito fazer o que quiser do que é Dele; nossas vidas são.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Salvos de quê?


“Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Amor; tão manifesto em palavras e raro nas ações. Foi feliz o poeta que escreveu: “Sinônimo de amor é amar.” Não é algo pra se dizer; antes, se demonstrar. Deus provou Seu Amor enviando-nos O Salvador.

Já ouvi muitos pregadores sem noção dizendo que o valor do resgate pago mede nosso valor. Que Deus pagou muito caro, porque valemos muito. O valor pago demonstra o tamanho do amor envolvido, não o valor dos resgatados.

O Pai não nos ama pelo que somos, mas pelo que Ele É; “Deus É Amor”. Apesar se sermos pecadores, mortos, investiu Seu amor visando nos regenerar. Antes que alguém incauto leia no Amor Divino uma espécie de licença para pecar, considere também o outro lado; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

A aversão Divina contra o pecado não precisa atingir o pecador; basta que se arrependa, deixe a companhia do erro, aquele condenado que o quer matar também.

Certa vez nosso pastor perguntou: “Nós somos salvos de quê?” Um disse, da morte; outro, da perdição; um terceiro, do inferno... Na verdade, essas coisas são instrumentos da Ira de Deus. Dessa, os que se arrependem e se submetem a Cristo são salvos. “Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo Seu Sangue, seremos por Ele salvos da ira.” Rom 5;9

Nos dias de João Batista, quando viu ímpios descansando numa confiança cega, sobre uma religiosidade hipócrita, interpelou-os assim: “... Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” Mat 3;7

Tanto para salvação quanto perdição, teremos que tratar com O Eterno. Ou corresponderemos Seu Amor manifesto em Cristo, ou seguiremos sob a ameaça da ira. “Ou desprezas tu as riquezas da Sua benignidade, paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;4 e 5

O juízo poderia ser apenas justo, sem nenhum componente emocional. Mas, dada a natureza do que estará sendo julgado, o desprezo e afronta ao Amor, a ira será inevitável.

Fomos criados À Imagem e Semelhança Divinas; temos atributos psíquicos e espirituais semelhantes a Deus. Quando amamos queremos ser correspondidos; Ele também; se, nosso amor se relacionar com outrem sentiremos ciúmes; Ele idem; “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Afinal, não apenas não foi amado, Cristo; mas, a oposição foi mais que Ele; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19 A identificação como mal dará aos identificados o mesmo fim; perdição.

Alguns até se movem inicialmente ao Amor de Cristo; depois, quais sementes nascidas sobre pedras, murcham ao primeiro calor; seduzidos por desejos malsãos, acovardados ao preço da submissão, abandonam-no, profanam; como se, o mundo que jaz no maligno, morto, tivesse mais a dar que O Príncipe da Vida.

A Palavra questiona: “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29

O Amor Inefável segue buscando correspondência; todavia, quando Sua Expectativa findar, virá o tempo da ira, que também não será de proporções módicas; “Não se desviará a ira do Senhor, até que execute e cumpra os desígnios do Seu Coração; nos últimos dias entendereis isso claramente.” Jr 23;20

Não dá para detalhar; mas, muitos desejarão a morte; “Diziam aos montes e rochedos: Caí sobre nós, escondei-nos do rosto Daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro; porque é vindo o grande dia da Sua Ira; quem poderá subsistir?” Apoc 6;16 e 17

Os “escondidos em Cristo”, nada temem; “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela Sua Vida.” Rom 5;10

Está na moda ofender, blasfemar, ridicularizar À Palavra de Deus; O Eterno nem se importa de parecer meio demodê; “A lei do Senhor é perfeita, refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, dá sabedoria aos símplices.” Sal 19;7

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Quem tem ouvidos...


“Aplica teu coração à instrução; teus ouvidos às palavras do conhecimento.” Prov 23;12

Um paralelismo sinonímico; recurso comum na poesia hebraica, cuja transmissão, em grande parte era oral; então, a mesma verdade era repetida na segunda parte da frase, com outras palavras para fixar a ideia. “Aplica teu coração à instrução; teus ouvidos às palavras do conhecimento.”

Os fenômenos apelam, geralmente, à visão; pomposos banners, placas, luminosos, logotipos, cores; sem falar nas imagens de vídeo de toda espécie que permeiam nossas vidas.

Embora, “Nem tudo é o que parece; as aparências enganam; o vidro brilha ao sol, enquanto os diamantes se escondem nos cofres;” etc. A comunicação visual toma espaços amplos; tanto as pessoas têm para ver, que pouco tempo ou vontade lhes resta, para ouvir.

Nos domínios do Espírito, a faculdade da visão não é a principal; “A fé vem pelo ouvir; ouvir da Palavra de Deus.” Rom 10;17 Certo verso repete-se diversas vezes: “Quem tem ouvidos ouça, o que O Espírito diz às Igrejas.” Apoc 2;7, 11, 29, 3;3, 13, 22 etc.

Parece redundante o desafio, uma vez que todos têm ouvidos, mas não é bem assim. Todos podem ouvir fonemas ordenados que chamamos, palavras; porém, ouvir como quem aprende, como quem coloca nisso o coração, aí não é tão simples como parece. Verdades profundas entram num ouvido e saem no outro. Erram o caminho do coração. A preguiça de ouvir tira os petrechos de rapel e as palavras não conseguem descer aonde deveriam.

Doença denunciada nos dias do Salvador; “Porque o coração deste povo está endurecido, ouviram de mau grado; fecharam seus olhos; para que não vejam; não ouçam e compreendam com o coração, se convertam e Eu os Cure.” Mat 13;15

Dos que ouviam disse: “Mas, bem-aventurados vossos olhos, porque veem, vossos ouvidos porque ouvem. Porque em verdade vos Digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram; ouvir o que vós ouvis e não ouviram.” Vs 16 e 17

Os de coração endurecido, ouvidos preguiçosos estavam diante Daquele que fora o sonho da visão de antigos heróis da fé; “... muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes...”

Para quem sabe ler, pingo é letra; se diz. Pois, para quem deseja ouvir e aprender, mesmo sem a devida eloquência ou didática, pode tirar proveito do que ouve. Quem deprecia um pregador, fazendo de eventual limitação um motivo para descrer, na verdade apenas dilui sobre motivos “lógicos” sua dureza. Se nem mesmo O Rei do Reis conseguiu atenção dos corações endurecidos, que dizer de nós?

Aos de boa índole, que investem tempo e esforços em busca de sabedoria, O Eterno costuma recompensar; “Filho meu, se aceitares Minhas Palavras, esconderes contigo Meus Mandamentos, para fazeres teu ouvido atento à sabedoria; inclinares teu coração ao entendimento; se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos procurares, então entenderás o temor do Senhor; acharás o conhecimento de Deus. Porque O Senhor Dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;1 a 8

Infelizmente, o predicado buscado no que se gosta de ouvir atualmente, não é conhecimento; a busca deixa de ser pela sabedoria e dá lugar à enganosa satisfação. Cada um busca mestres segundo suas próprias inclinações; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Ora, se já sei o que preciso ouvir, para quê? Não bastaria agir conforme meu saber? Aliás, poderia ensinar, invés de ouvir. Na verdade, a negligência nisso tolhe o crescimento e o discernimento que a maturidade espiritual traz, para aqueles que a alcançam; “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento.” Heb 5;11 e 12

Qualquer nicho de aceitação humana, para comportamentos que A Palavra da Vida veta, necessariamente deriva de algum acréscimo ou supressão da mesma;

a sentença é severa nesse caso; “... se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus Fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus Tirará sua parte do livro da vida, da Cidade Santa e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22;18 e 19

domingo, 14 de agosto de 2022

Como Ele Disse


“Agora, pois, meu filho, O Senhor seja contigo; prospera, edifica a Casa do Senhor teu Deus, como Ele disse de ti.” I Cron 22;11

Davi invés de apontar para eventual expansão horizontal do reino, a conquista sobre nações vizinhas, seu olhar estava voltado para cima; o relacionamento sadio de Salomão e todo o reino, com O Rei dos Reis. “O Senhor seja contigo.”

Quantos problemas seriam evitados se as autoridades humanas tivessem plena ciência sobre a verdadeira origem do poder atuante na Terra. A Pilatos O Salvador disse: “Nenhum poder terias sobre Mim, se do Alto não te fosse dado.” Portanto, acerta nosso Presidente, quando, após seu lema patriótico acrescenta: “... Deus acima de todos.”

Toda autoridade, malgrado, as escolhas que faça em âmbito pessoal, no prisma funcional representa Deus. Se bem ou mal, é outro aspecto que será julgado oportunamente. “Porque as autoridades não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu não temer a potestade? Faze o bem, terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme; pois, não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar quem faz o mal.” Rom 13;3 e 4

Davi sabia que suas proezas pretéritas, vitória contra um leão, um urso, Golias e tantas batalhas, não derivavam da força do seu braço; antes, da presença do Espírito de Deus atuando nele. “O Senhor é minha força e meu cântico; Se Fez minha salvação.” Sal 118;14

“... Edifica a Casa do Senhor como Ele Disse de ti.”
Não poderemos manifestar submissão à Autoridade Divina, sem nos atermos às coisas como “Ele Disse;” Qualquer supressão ou acréscimo será temerário; onde a submissão deixa o assento, a perversão acaba ocupando seu espaço. De outro modo: Quando deixo de agir segundo Deus, fatalmente o faço conforme o conselho da oposição; foi aquele que disse que poderíamos ser autônomos, independentes.

Infelizmente o homem aprendeu dominar à tecnologia, sem ter aprendido domínio próprio; consegue olhar em tempo real à face do planeta, e não é capaz de uma incursão nas reentrâncias da própria alma, onde se escondem desonestidade intelectual, hipocrisias, interesses rasos, falácias, presunção e toda sorte de vícios.

Deus não começa um templo pelo telhado; não pretende que tenhamos domínio sobre os outros; mas, cada um sobre si mesmo; isso desde que o pretenso “conquistador” da vontade espreitava à porta do coração humano; “... Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta; sobre ti será seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4;7

O domínio sobre outros não parece ser uma coisa desejável; “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Embora, funcionalmente homens sejam colocados em posição de autoridade, em última análise, O Domínio deve ser do Senhor, como disse Gideão certa vez: “... Sobre vós não dominarei, tampouco, meu filho sobre vós dominará; O Senhor vos dominará.” Jz 8;23

O que Salomão edificaria seria um templo para culto e memorial ao Santo Nome do Eterno, não uma casa para Deus, estritamente; “O Deus que Fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;” Atos 17;24

As “casas” que contam para a Santa Habitação têm outro “Mestre de Obras”; “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Sal 127;1

O “terreno” é o coração humano; matéria-prima A Palavra, o motivo da “obra”, o amor; “... Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai o Amará; Viremos para ele e Faremos nele morada.” Jo 14;23

Aos que começavam a aprender da Palavra do Santo, Pedro disse: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

O “Filho de Davi”, às vésperas da morte também Deu instruções aos “herdeiros”; entre elas, o veto a credos alternativos prometendo vida onde essa não existe; “A vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem Enviaste.” Jo 17;3

Não obstante, a terra dos homens promova o dito ecumenismo, onde a única harmonia seria que todos concordam em não discordar, aos “herdeiros” do Eterno cumpre seguir edificando estritamente “como Ele Disse.”

Aí fora a moda é ser “tolerante, liberal, inclusivo.” Mas, esses estão fora. Nada mais natural que Deus, por Ser Quem É, Criador, Senhor do Universo, exija exclusividade; “Ninguém Vem ao Pai, senão, por Mim.”

Esses todos que pavimentam seus caminhos, cada um à sua maneira, estão indo para onde?