terça-feira, 9 de agosto de 2022

O molde da paz


“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.” Is 26;3

Se, confiança em Deus gera paz, uma conclusão resulta necessária; os que se afligem sem ela não têm essa firmeza que agrada ao Senhor.

Inquietações normalmente são predicados dos ímpios; a mulher adúltera: “Estava alvoroçada e irrequieta; não paravam em sua casa seus pés.” Prov 7;11 Os ímpios: “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

O Salvador Ensinou: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;” Mat 5;9 

Quem vive ao seu modo, sem se intrometer em litígios, nem devolver eventuais grosserias na mesma moeda, preferindo ter paz a ter razão, do tal se diz que é pacífico.

Outrem, ideologicamente contrário às guerras, defensor de toda sorte de diplomacia para dirimir conflitos, a esse chamamos pacifista;

todavia, pacificador é promotor da paz. Chega em ambientes onde ela não está; a medida do possível desarma os espíritos, desfaz mal entendidos, abranda animosidades; quem assim age é um pacificador. Muito útil, onde as paixões irracionais ardem produzindo calor sem luz.

O tolo vendo um desentendimento inda dúbio, sem saber se irá às vias de fato, joga mais lenha na fogueira; “Os lábios do tolo entram na contenda, e sua boca brada por açoites. A boca do tolo é sua própria destruição; seus lábios um laço para sua alma.” Prov 18;6 e 7

Notemos que esse “incendiário” além de acirrar ânimos em litígio, no final faz maior mal a si mesmo; “a boca do tolo é sua própria destruição.” O mal que incentiva contra terceiros, no devido tempo também o visitará; “Quem abrir uma cova, nela cairá; quem romper um muro, uma cobra o morderá.” Ecl 10;8

O fato de que O Eterno conservará em paz aqueles que Nele confiam, entretanto, não significa que esses vivem em contínuo remanso; na verdade O Salvador advertiu-nos das aflições necessárias; “Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu Venci o mundo.” Jo 16;33

Sermos conservados em paz tem a ver com nossa consciência e relacionamento com O Eterno; não, necessariamente, com as pessoas. Quanto melhor for nosso porte, maior será a oposição dos ímpios; “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Quantos se irritam apenas com nosso modo de vida em Cristo? Outras destilam farpas contra nossa insistência “chata” em escrever sobre as coisas Divinas; dão lá suas receitas humanistas baseadas em noções rasteiras de justiça e boas obras e descansam nisso; como se, areia movediça fosse base para fundamento.

O primeiro aspecto da paz trazida por Cristo é a reconciliação, ou, adoção de filhos; “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;18 e 19

Depois, uma “voz” interior que ora aprova, outra veta nossas escolhas; seguir essa diretriz, o chamado “andar em espírito”, enseja paz em nosso íntimo.

O Senhor nos justifica em Cristo, malgrado toda nossa sujeira pretérita. Depois de justificados, somos ensinados a praticar a justiça segundo os padrões celestes, não as doutrinas humanistas, por bem intencionadas e simpáticas que pareçam. 

A justiça Divina apregoa: “O salário do pecado é a morte!” Rom 6;23 Todo pecador sem regeneração em Cristo, embora respire, está morto no prisma espiritual; isto é: Alienado do Eterno.

Então, eventuais boas obras de alguém assim não têm valor espiritual; elas herdam as “qualidades” do sujeito; mortas. Apenas “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9;14

Invés da arrogância dos ímpios que dizem: “Deus me aceita porque sou bom;” é necessária a humildade que reconhece que carecemos ser purificados para poder servir.

Enquanto a injustiça dos pecados não admitidos nem confessados, permanecer, os seus pacientes seguirão de uma inquietação a outra, de uma justificativa vã a outra tentando mascarar sua fuga; sua falta de paz. “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

O Senhor conserva em paz os que Nele confiam; mas, a paz não deriva meramente de dizer, eu creio, confio. Quem confia na Palavra do Santo, se deixa moldar por ela; só então conhece a paz que excede todo o entendimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário