domingo, 7 de agosto de 2022

O tumor maligno


“Porque que teus inimigos fazem tumulto; os que te odeiam levantaram a cabeça.” Sal 83;2

Um tumulto contra Deus patrocinado por dois sentimentos; inimizade e ódio.

A inimizade como combustível manifesta aversão a qualquer resquício de reconciliação. Um dos nomes atribuídos a Jesus Cristo, não obstante ser O Senhor dos Exércitos, é: Príncipe da Paz. Qualquer menção a Ele, fatalmente despertará aos que hibernam na caverna do ódio, sob a neve fria da inimizade.

Geralmente chamamos a Satanás de inimigo; no entanto, todos os que fazem a vontade dele, adotando pecado, perversão dos valores como modo de vida, também expressam inimizade contra O Santo. Ainda que seus lábios digam crer, as ações os desmentem; “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Nosso serviço a Deus, ou à oposição não é testificado pelos lábios, mas pela obediência, que se mostra nas ações; “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

Quase todos sabem que a palavra Evangelho significa boa nova; boa notícia. Mas, o que muitos ignoram é qual seja essa notícia. Paulo vai além da manchete: “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus Estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

A inimizade não precisa persistir; podemos em Cristo, reconciliarmos com Deus, deixarmos a genérica condição de criaturas, rumando à excelsa posição de filhos; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Uma faceta mórbida da natureza humana caída é que o ódio aglutina mais que o amor; aproxima os contrários até, como fizeram fariseus, saduceus e herodianos contra Cristo.

O amor levaria quem ama a dar algo de si em prol do seu alvo, quiçá, perdão. Ao ódio basta acusar o “lapso” do outro e os “motivos” estarão assentados com argamassa bem firme.

Como no futebol se diz que é mais fácil destruir que construir uma jogada; para tal, basta força; enquanto a construção requer habilidade, assim, na vida. É mais fácil odiar que amar; para isso basta a força da inveja, enquanto o amor demanda a habilidade de crer em Deus, obedecer, desconsiderar a falta sofrida, pagar o mal com o bem.

Embora o ódio seja um câncer, cujo mal maior faz ao próprio hospedeiro, é uma doença que, os que têm não desejam cura. Como a substância viciante de uma droga qualquer, a alma viciada precisa sempre mais e mais; cansa-se na faina inglória de perseguir à própria sombra.

Quando O Médico dos Médicos trouxe o preciso diagnóstico deparou com a ojeriza dos doentes; odiaram-no, pois, se sentiam bem como estavam; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Quem faz o mal “odeia a luz...” esse é o lado pernicioso do ódio. Ele em si, direcionado contra o alvo correto nem é um erro; antes, uma virtude. Do Senhor está dito: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

A um jogador é permitido ter força e habilidade ao mesmo tempo; aos chamados em Cristo é facultado amar ao pecador, e dirigir o ódio na vereda correta, contra o pecado.

A cegueira nos domínios do espírito e da alma “patrocina” que as pessoas façam mal a si mesmas. Naquilo que enxergam cuidam; “Porque nunca ninguém odiou sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta...” Ef 5;29

No entanto, manter o corpo saudável enquanto a alma apodrece é como polir todos os dias a lata do carro e colocar ácido corrosivo no motor. Sem desmerecer o cuidado físico, Paulo coloca os pingos nos is; “O exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Ainda é tempo de reconciliação; breve deixará de ser; “Então clamarão a Mim, mas não responderei; de madrugada Me buscarão, porém não Me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; não preferiram o temor do Senhor.” Prov 1;28 e 29

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