sábado, 20 de agosto de 2022

Meninos maduros


“Porquanto andam enganando Meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada;” Ez 13;10

Um edifica o outro reboca; figura de linguagem que significa: Um profetiza enganos ao Meu povo; outro vem e corrobora, confirma.

Duas características comuns na atuação dos falsos profetas. Uma: Procuram trazer uma mensagem que agrade, mesmo que a situação não seja assim perante Deus; “... enganam, dizendo: Paz, não havendo paz."

Outra: Tendem a amoldar-se ao espírito corrente, invés de confrontar, como fazem os idôneos. “Um edifica, outro reboca...” Falam o que os errados querem ouvir.

Embora, esses profanos tenham enorme culpa ao associarem O Nome do Eterno aos seus desejos vis, o povo que os paparica também não é inocente.

Um mínimo de discernimento basta para ver quem desafia pecadores a mudanças, em contraste com os que os adulam. Quando convidado a ir para a guerra com Acabe, Josafá assistiu um deplorável espetáculo de “profetas” que asseguravam vitória no combate. Invés de descansar naquela pantomima perguntou: “Não há aqui um profeta do Senhor?”

A um homem sensato não basta que as coisas ditas soem boas; é preciso que sejam verdadeiras. “Nada podemos contra a verdade; senão, pela verdade.” II Cor 13;8

O povo não está nem aí para a sensatez; prefere um agrado momentâneo à verdade. Se os farsantes não tivessem “consumidores” mudariam seu ramo. Nos dias de Isaías ele denunciou: “Dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos. Desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda; fazei que O Santo de Israel cesse de estar perante nós.” Is 30;10 e 11

No Ministério do Salvador, não foi apenas a um profeta idôneo, a rejeição; mas, à Própria Luz, O Senhor; “A condenação é esta: Que A Luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que A Luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Paulo advertiu dos dias atuais; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tom 4;3 e 4

Ontem deparei com um desses “doutores” dizendo-se padre e parapsicólogo; assegurava: “Acredite em você mesmo! Você consegue! Confie mais em suas próprias capacidades!” Não dá para negar que, algo assim soa doce aos ouvidos. Mas, quem aprendeu a ver com os olhos do Espírito, facilmente descobre Satanás sob o traje de anjo de luz.

Ele desafiou o homem a deixar a submissão e agir de modo autônomo. “Vós mesmos sabereis...” aceita a profetada, surgiu o ego. O homem que fora unido a Deus passou a ser adversário.

Para regeneração somos chamados ao caminho inverso. Invés do “afirme a si mesmo, você consegue”, sugestão do capeta, temos o “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me" Depois de convertidos somos ensinados a conseguir as coisas em Cristo, não na nossa força. “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;13

Ademais a confiança na carne para resolver coisas que dependem do Senhor nos lançaria em maldição; “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;5 e 6

Certa vez ouvi determinado lamento: “Para vocês tudo é Deus; A Palavra ou Vontade Dele; parece que somos crianças, sem vontade própria!” É, disse; não estás longe da verdade. “Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no Reino dos Céus.” Mat 18;4

Entretanto, no aspecto do discernimento, devemos buscar a estatura de adultos, para não sermos vitimados pelos enganadores em apreço; Paulo resumiu numa sentença: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no entendimento.” I Cor 14;20

Feliz quem pode bater a porta na cara do Capiroto quando esse assedia, mesmo paramentado de ovelha, mediante seus “profetas” de facilidades. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

A Excelência da Doutrina de Cristo é que ela faz homens maduros na ciência, e crianças na submissão.

Invés duma colher de pedreiro para rebocar enganos, um martelo para destruí-los. “Porventura Minha Palavra não é como o fogo, diz o Senhor, como um martelo que esmiúça a pedra?” Jr 23;29

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