quinta-feira, 30 de novembro de 2023

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“Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo, não se faça culpado Judá...” Os 4:15

Quantas vezes deparamos com situações onde alguém se “voluntaria” pra pecar, apenas porque outrem, também está fazendo. Se fulano/a pode, por que não eu? Questiona.

Se, alguém sofre um acidente de trânsito, padece de alguma enfermidade, ninguém pergunta: Por que não eu? O verniz do prazer com o qual a oposição e a carne, disfarçam o veneno do pecado é que faz ele parecer o que não é.

Facilmente chamam de “negacionista” ao que tem certos escrúpulos de seguir bovinamente a tudo o que é ditado pelo sistema; estaria colocando a própria vida em risco. Porém, o pecado que realmente faz isso, cujo “salário é a morte”, Rom 6;23, o mesmo sistema que apedreja pelas coisas duvidosas como vacinas não testadas, aí estimula com seus múltiplos meios, para que se vá ao encontro da perdição.

Quando alguém que foi ensinado na vereda da obediência, mas se perde no caminho largo buscando prazeres insanos, não o faz porque “pode”; antes, porque ainda não pode viver da forma que O Senhor espera que o faça; em santificação. “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual, ninguém verá O Senhor.” Heb 12;14

Cristo faculta o poder necessário para que, quem O recebe, deixe de agir de modo ímpio e seja capacitado a atuar segundo Deus; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1:12,13

O fato de que eu posso algo, não significa que o queira, necessariamente. Por isso, muitos, embora tendo sido capacitados para a vida em Cristo, voltaram atrás, capitulando à sedução dos prazeres, no caminho largo do pecado.

Quando o erro de outrem desperta meu desejo de errar, invés de me compadecer e orar, quiçá, aconselhar, isso mostra que meu coração ainda é tão enfermo quanto o daquele; a diferença é que o tal, teve mais atrevimento em busca do que deseja, que eu.

A firmeza do que permanece em obediência, santificação, malgrado, vendo os de sua relação caírem, tem um valor impossível de se exagerar; o simples perseverar desse, é já uma pregação, uma exortação aos errados de espírito, no sentido de estarem cientes dos descaminhos onde andam.

Como vimos no verso inicial, o erro de um, não deve ser, necessariamente, um estímulo à queda de outro. “Se Israel quer se prostituir, não se faça culpado Judá...”

Como seria se, o irmão do filho pródigo, quiçá, o pai também, ao verem aquele cair na gandaia, tivessem desejado imitá-lo e o tivessem feito? Para onde voltariam, quando estivessem todos entre os porcos, padecendo fome? Os bons referenciais espirituais são como ilhas nesse mar de lama onde a imensa maioria se perde.

Quando alguém desanda na direção do vício, as pessoas carnais saem a esposar seu “direito” de fazer o mesmo. Por que não, quando alguém deixa o “charco horrível de lodo e é firmado na rocha”, como disse o salmista; por que, as pessoas que eram parceiras no lodaçal, também não requerem seu direito de buscar a mesma bênção? Na verdade, o venturoso que mudara do lixo para a luz, contava com o reflexo do testemunho do seu câmbio de vida, como um mensageiro a buscar mais, de onde ele saíra: “... muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40:3

A má inclinação palpita na alma humana desde a infância, mercê da “herança maldita” pós queda; “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela.” Prov 22:15

Paulo amplia: “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8:7

Claro que, “Para baixo todo santo ajuda”, como se diz alhures. Porém, para cima só O Espírito Santo, mediante A Palavra de Deus que nos ensina e capacita a obedecer. Mesmo que todos a nossa volta decidam se espojar na lama, quais porcos; se O Espírito Santo nos anima, será a comunhão com Deus, não o prazer letal de pecar que nos há de persuadir.

O exercício repetido no Espírito, tem o “efeito colateral” de impregnar em nós, valores celestes de modo a discernirmos as coisas, a partir deles; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5:14

Enfim, se teu amigo, colega, cônjuge, quiser pecar, não se faça culpado você; afinal, “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14:12

terça-feira, 28 de novembro de 2023

O salvo, raiz


“Os homens são como o vinho; a uns, o tempo apura; outros, viram vinagre.” Cícero

Paulo advertiu contra o “cultivo” da amargura, por causa da sua colheita. “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.” Heb 12:15

Uma ameaça, contra a qual, recomendou vigilância: “Tendo cuidado...” Nossas almas são objeto de disputa entre Deus e o maligno; a mordomia, o direito de escolha pertence a cada um.

Todos nós tivemos que coabitar com alguma amargura. Todavia, se ela tem esse efeito, de privar da Graça Divina, perturbar-nos e contaminar ao semelhante, então, devemos empreender esforços, para dela nos livrarmos.

Como poderíamos elogiar da doçura do vinho, exalando a acidez do vinagre? Digo, falar sobre a beleza e necessidade do perdão, estando nossos corações habitados pela mágoa?

Somos ensinados a pedir perdão na justa medida em que perdoamos; “perdoa nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores...” Aquele que guarda mágoas, pois, orando assim, pede que O Santo guarde também, seus pecados, invés de perdoá-los. Por isso, que a existência da “raiz de amargura” nos “priva da Graça de Deus.”

Quem jamais sofreu calúnias, traições, difamações, roubos, violências...? Dada a maldade desse mundo, ninguém escapa dessas coisas.

O excesso de amor próprio é que patrocina o cultivo das amarguras, por peso excessivo à maldade alheia, e consequente incapacidade de perdoar. Se as pessoas soubessem, quanto o perdão é medicinal...

Como um câncer que só vulnera quem o tem, assim é a mágoa. Quem perdoa faz mais bem a si mesmo, que ao objeto do seu perdão. Alguns tipos de câncer têm cura; mas, para isso devemos aceitar as prescrições médicas. O dever de orarmos pelos inimigos e abençoarmos aos que nos maldizem é uma parte do “tratamento” preventivo.

Perdoar nem sempre é fácil; é necessário. Se nos parece demasiado difícil, peçamos ao Senhor; nenhuma oração feita segundo a vontade Dele será rejeitada.

Preocupa, quando, observamos pessoas que se dizem cristãs, cujas falas e escritos sempre trazem nuances de alguma mágoa, uma dor mal resolvida. Ora, o dízimo está errado; outra, nenhum pastor presta; depois, os costumes estão devassos, e por aí vai. Mal percebe esse presumido superintendente da moral alheia, que a enfermidade mais urgente está nele. Paulo ensina que a raiz de amargura perturba e contamina. Tal “vírus” pode migrar para quem ainda não foi imunizado pela bendita vacina do perdão.

Não significa que os erros alhures, não sejam erros; mas, que devo cortar a grama do meu pátio, antes de me inquietar com o do vizinho. Paulo ensina o dever de bebermos primeiro, o remédio que receitaremos; “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10:6

Sendo o amor, a base da Lei de Deus, tanto que, Cristo resumiu os dez mandamentos em dois; amar a Deus sobre tudo e ao próximo como a si mesmo, a amargura acaba sendo um testemunho que, o amor ao próximo ainda está do outro lado da porta. Isso fecha-a na Face Divina também; “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama ao seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, que não viu?” I Jo 4:20

Cantamos por ocasião do batismo: “Tens ainda mágoas, no teu coração?”

Uma raiz, outra coisa não é, senão, o sustentáculo duma árvore, sendo ambas, parte da mesma essência; “... se a raiz é santa, também os ramos são.” Rom 11:16

Para nossa raiz ser santificada, carecemos que ela esteja próxima ao ribeiro da Água da Vida, não no deserto da amargura.

Quem rejeita ambientes e companhias desprezíveis para se santificar, e medita na Lei do Senhor, pelo mesmo motivo, e edificação, tem raízes melhores, “Pois, será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1:3

Os que viram ao Messias como “raiz de uma terra seca”, não contavam com o “estrago” que a Semente da Sua Palavra faria, no tempo oportuno; “... a palavra, que sair da Minha Boca; ela não voltará para Mim vazia, antes fará o que Me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.” Is 55:11

Se, não produzir em nós, convém meditarmos se ainda estamos na Graça; “Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas, a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, perto está da maldição; seu fim é ser queimada.” Heb 6:7,8

Um feixe reto


“Teus olhos olhem para a frente, tuas pálpebras olhem direto diante de ti. Pondera a vereda dos teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados! Não declines para a direita nem para a esquerda; retira teu pé do mal.” Prov 4:25-27

“Teus olhos olhem para a frente...”
Não significa que devamos progredir na estrada da vida, traçando uma reta ao infinito e andando sobre ela. A “retidão” invés de uma figura geométrica, é a leitura duma disposição espiritual pela probidade, honestidade. Andar reto mensura moralmente nossas escolhas, invés de desenhar uma rota.

O contexto pauta, em quê, a retidão consiste: “Não entres pela vereda dos ímpios, nem andes no caminho dos maus.” V 14

“... tuas pálpebras olhem direito, diante de ti.”
Olhar direito refere-se à honestidade intelectual e moral com a qual devemos nos portar. Muitos, vendo o direito escolhem ao torto, ou, fingem não ver; por reféns de desejos espúrios, palpitando em suas almas. “Se, teus olhos forem maus, teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6:23

A luz natural mostra-nos as coisas; a espiritual mostra-nos, no teatro da vida. A ausência dessa luz revela-nos de modo desprezível ante os que podem ver além das aparências; “... teu corpo será tenebroso”; isto é: Coberto de trevas. Agindo em oposição à luz, a serviço das trevas.

Os desafiados a pautar o agir segundo Cristo, devem ser como lâmpadas espirituais, a pontuar pelo modo de ser e agir, qual o caminho que agrada ao Eterno; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5:16

“... pondera a vereda dos teus pés...”
Ponderar é analisar, avaliar antes de decidir; se algo não parece muito claro, não devemos fazer só porque, alguém o deseja. A Palavra ensina que a Paz de Cristo deve ser árbitro em nossos corações; pois, quando algo nos inquietar invés de trazer paz, temos sobejas razões para pensar que aquilo se opõe à vontade Dele.

Mesmo que, a ação não pareça ligada e nenhum mal, nenhum ilícito, como somos potenciais vítimas do engano, melhor confiramos Naquele que vê o fim desde o começo; “... se nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas.” I Jo 3:20

“... todos teus caminhos sejam bem ordenados.”
A inconstância é um mal que assola ao ser humano. Quando da euforia, nos voluntariamos para grandes coisas; porém, mudado o estado de ânimo, até as básicas às vezes se revelam onerosas, difíceis. O profeta denunciou assim: “... vossa benignidade é como a nuvem da manhã, como o orvalho da madrugada, que cedo passa.” Os 6:4

Se, ora escolhemos a virtude, outra, o vício; um pouco de obediência, outro de rebeldia; um quadrinho preto outro branco, como num tabuleiro de xadrez, ainda padecemos de duplo ânimo; essa impureza, entristece ao Espírito de Deus. Tiago ensina: “Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4:8

“Não declines para a direita, nem para a esquerda...”
Poderia algum “desentendido” alegar que desconhecia o caminho reto em determinada situação; porém, aos renascidos em Cristo foi prometido e cumprido, a assistência bendita do Espírito Santo para conduzi-los desde que, O queiram ouvir; “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes para a direita, nem para a esquerda.” Is 30:21

Nós nunca pecamos por falta de informação; quando o fazemos é por falta de obediência. Até porque, “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...”

“... retira teu pé do mal.”
Onde o pé vai, leva o corpo; esse é veículo da alma. A suma é: retira-te do mal!

A luz espiritual é o único caminho possível, para os peregrinos do Senhor, nessa terra tão escura; como ele disse de Jerusalém, “... as trevas cobriram a terra, a escuridão os povos; mas sobre ti O Senhor virá surgindo...” Is 60:2

O homem natural detesta ser visto como é; prefere envernizar-se com hipocrisia, invés de ser revelado para ser lavado por Cristo; “Todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3:20

O estreitamento da vereda da vida tem a ver com os maus hábitos, que devemos deixar; “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1:7

domingo, 26 de novembro de 2023

Raul Seixas; por que não?


“Nem todos podem tirar um curso superior. Mas todos podem ter respeito, alta escala de valores e as qualidades de espírito que são a verdadeira riqueza de qualquer pessoa.” Alfred Montapert

Uma provocação que muitas vezes observei, feita por páginas dos fãs do falecido cantor, Raul Seixas, é que, por ser ele um “homem muito à frente do seu tempo”, quem não gosta das suas músicas, é porque não teria neurônios bastantes, para entender a “profundidade das suas mensagens”.

Assim, ou o sujeito gosta do que ele cantava, ou é um beócio, estúpido. Isso me preocupou; pois, gostei dele em tempos antigos, depois, mudei. Será que o tempo me fez mal, e emburreci com ele? Como não mais gosto de ouvir aquilo e nem pretendo ser um ignorante, preciso pontuar minhas razões.

Lendo antigos pensadores gregos, encontramos desde dias idos, a ideia de que a música era mais que harmonia e ritmo, estritamente; por ter uma letra, fazia também um “discurso”; de modo que, os três aspectos deveriam ser avaliados, para permissão da arte, na cidade ideal, pensada em “A república”.

E de minha parte acrescento o paradigma moral do artista, como algo a considerar, antes de aprovar sua arte, ou não. Se for um viciado ou defensor do vício, por exemplo, isso faz diferença para mim.

Lembro de antigas discussões na imprensa acerca de jogadores de futebol que eram indisciplinados; alguns, tidos como maus caracteres.

Alguns diziam: “Não quero ao fulano para casar com minha filha, mas, para jogar no meu time. Bom ou mau caráter, se tiver talento, me serve.” Ou, algo assim.

Pois, minha apreciação do ser humano é um tanto mais “holística”. Na minha escala de valores o talento vem por último, e o caráter primeiro. No caso de uma pessoa pública, a influência comportamental que dissemina também conta pontos.

No caso do Raul, inegável é seu talento musical, tanto como compositor, quanto, como intérprete. Embora, a “profundidade espiritual” de porções de suas letras, eram apenas paráfrases de porções de livros de misticismo aos quais era afeito; nada de extraordinário, profético, revelador; meros plágios de roupas novas.

Porém, na letra de “Sociedade Alternativa”, por exemplo, traços bem profundos de satanismo, pavimentados pelo “sacerdote satanista” Aleister Crowley são gritantes: “Faz o que tu queres, pois é tudo da lei... “Viva a sociedade alternativa! Viva o número 666!” Isso era a defesa de uma sociedade alternativa ao cristianismo, o vindouro, efêmero, amoral e imoral, reino do Anticristo.

Na música “Cowboy fora da lei” ele foi blasfemo; referindo-se a Jesus, como um lunático que apenas desejou entrar para a história, e o “coitado foi tão cedo” porque foi “besta ao querer dar uma de herói”, e outras barbaridades dessa estirpe.
Assim, malgrado a beleza instrumental, e melódica das músicas dele, esses lapsos no “discurso” bastam para que eu me mantenha à distância.

Muito ouvi e cantarolei no passado, quando meu entendimento espiritual inexistia; ainda tinha o “ouro de tolos” como algo precioso.

Além de desperdiçar sua vida com drogas e alcoolismo, desperdiçou uma meia dúzia de oportunidades de formar uma família estável, em seus múltiplos relacionamentos desfeitos.

Alguém me dirá que a vida particular dele não é de minha conta; sei disso; é minha máxima culpa, admito. Por pretender ver o homem com um ser integral, não fracionado nem, fracionável. Carisma sem caráter é como usar diamantes em fundas.

Pode parecer de bom alvitre se encher de drogas incentivado pela trilha sonora do “maluco beleza”, como tantos fizeram. Os que se perderam pela iniciação estimulada pela má influência estarão na conta de quem, no dia do juízo?

Que vale cantar, “tenha fé em Deus, tenha fé na vida”, se o simples mencionar a existência do juízo Divino já ofende os brios de quem o idolatra? Ora, a única forma sadia de ter fé em Deus é crendo no que Ele ensina em Sua Palavra.

O inalienável direito de cada um crer no que quiser, ou, gostar de quem quiser é pacífico; isso não faz parte dessa análise.

O objetivo desse breve apanhado e deixar claro que, minha aversão a ele deriva de meus escrúpulos morais e espirituais, não de ausência de cérebro dentro de minha caixa craniana, como as postagens dos fãs do Raul têm feito parecer.

Essa história copiada das filosofias orientais, que, “... o mal, vem de braços e abraços com o bem, num romance astral.” Pode encaixar com rima e métrica, mas passa longe de ter nexo com a verdade.

Jesus, O Sumo Bem, falando do mal, disse: “... se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim;” Jo 14:30 Quando o “Trem” partir, os que são do mal, vão ficar.

O homem interior


“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus;” Rom 7:22

O homem interior é fruto do “novo nascimento” em Cristo, pela regeneração da vida espiritual, que fora perdida, quando, do pecado. Só esse poderá ver, e entrar no Reino de Deus; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar...” João 3;3 e 5

O homem natural palpita nos sentidos do corpo e da alma; visão, audição, tato, paladar e olfato, no corpo; mente, emoção e vontade, na alma; o homem espiritual é mais sutil e refinado que isso; é alimentado pelo Espírito Santo; Paulo escreveu que orava pelos efésios, “Para que, segundo as riquezas da Sua Glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Seu Espírito no homem interior;” Ef 3:16

Confirmados com poder, pelo Espírito Santo, com seus três sentidos; intuição, comunhão e consciência, atuantes no espírito humano regenerado. Não significa que o homem espiritual não faça uso da mente, emoções e vontade, faculdades da alma. Essas podem vibrar, tanto a partir dos apelos do corpo, quanto, das diretrizes do Espírito; operando a alma, num estado intermediário.

Se, alienada da vida espiritual, se faz serviçal dos apelos naturais; é escrava dos desejos próprios e dos do corpo; sim, há pecados que são da alma; como, inveja, ódio, malícia... por isso a necessidade de se “salvar as almas”.

Quando regeneradas, passam a receber comandos do espírito; isso após aceitarem o desafio de “perder a vida” como antes conheciam, para ganharem outra, imperecível, eterna. “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 16:25

Quando Cristo convida com um “negue a si mesmo”, está nos chamando a “mortificar”, considerar como mortos, os apelos pecaminosos naturais; “Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.” Gal 5:24

E essa renúncia obediente que rejeita aos apelos naturais, é chamada de “andar em espírito”. “... Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.” Gál 5:16 As consequências de escolher o “caminho estreito” também foram expressas: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8:1

Como sempre estivemos habituados à maneira natural de andar, a “migração” desse estado para o aprendizado em Espírito, é um processo lento, cheio de tropeços, misturas, pecados.

Não apenas comportamentos que antes adotávamos como normais, passam a ser vistos de outro escopo, como ambientes, companhias, precisam mudar, segundo os reclames do recém-nascido, homem interior; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2:2

A medicina preventiva da alma requer novos cuidados e vacinas; o prazer passa a ser bebido noutras fontes; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1:1,2

Voltamos ao início, quando Paulo disse: “Segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.”

Porque o concurso do homem natural, ainda tentava impedir o bom andar, como acontece com cada um; “vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” Rom 7:23

Assim, invés de considerar ao próprio corpo como um ente vivo, o via como mero veículo da morte; “Miserável homem que sou! quem me livrará do corpo desta morte? v 7:24

É precisamente aí, quando entendemos a inutilidade de nossas forças, para combater contra os apelos do pecado, que podemos apreciar devidamente o que Cristo Fez por nós. “Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.” V 25

Resta dentro de nós, um “divórcio”; um conflito entre a vontade natural que deseja pecar, e o homem interior, regenerado que prefere as coisas do Senhor.

Os que culpam ao inimigo sempre que caem, desconhecem esses meandros. É um inimigo íntimo, chamado carne, que nos derruba.

O canhoto expõe em vistosas prateleiras, a preços promocionais, seu lixo; mas, são nossas mãos que pegam e colocam as coisas no “carrinho de compras.” O poder dele se restringe a nos tentar; aceitar ou não, é uma “pasta” nossa; “Sujeitai-vos a Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós.” Tg 4:7

Então, priorizarmos à voz do homem interior, é capital.

sábado, 25 de novembro de 2023

Sinais assustadores


“Assim diz O Senhor, teu redentor que te formou desde o ventre: Eu Sou O Senhor que faço tudo, que sozinho estendo os céus, e espraio a terra por mim mesmo; que desfaço os sinais dos inventores de mentiras, enlouqueço os adivinhos; que faço tornar atrás os sábios, converto em loucura o conhecimento deles;” Is 44:24,25

Os que divinizam ao acaso como “Criador” do majestoso Universo, inteligente, organizado, funcional e proposital, não o fazem por encontrar nesse, alguma evidência de que possa produzir vida, ordem, beleza e funcionalidade; antes, para dar asas à inglória tentativa de “fugir” do Criador, como se, isso fosse possível. “Eu Sou O Senhor, que Faço tudo...” “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não encho os céus e a terra...” Jr 23:24

A criação é suficientemente eloquente para evidenciar os Atributos do Criador; “... Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas...” Rom 1:20

O Eterno reivindica os “direitos autorais” pela Criação, e, pela destruição dos argumentos pueris da oposição; “... desfaço os sinais dos inventores de mentiras...”

Malgrado, tudo o que está ao alcance, esses “homens da ciência”, forjam suas “evidências” fajutas que demandariam milhões de anos; não por crerem no que afirmam precisamente; antes, para diluir sua “fé” nas confusas fumaças da “ciência”. Como se, acreditar no inverossímil fosse mais honroso que crer no evidente e demonstrável. “... faço tornar atrás os sábios...”

Aquilo que não pode ser demonstrado experimentalmente, não é ciência, mas fé. Aliás, a fé em Deus, onde vivida verazmente, torna O Senhor, “visível”; se, não Sua Bendita Pessoa, Seu Ser, mediante o que produz. Isso pode ser experienciado por cada um que ousar obedecer; “Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus...” Jo 7:17

Ou, vivenciado, observando a mudança de outrem que for se refugiar no Eterno. “Esperei com paciência no Senhor, Ele se inclinou para mim, e ouviu meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor. Sal 40:1-3

Os “cientistas” sempre defenderam que a complexidade da vida, com sua diversidade de espécies, métodos reprodutivos e alimentares, é resultado da “evolução” que teria se auto selecionado e diversificado através das eras.

Com a descoberta do DNA, ficou demonstrado que cada espécie traz um “programa” específico, pelo qual, se reproduz indefinidamente, sempre do mesmo modo. O Criador ordenou: “... Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi.” Gn 1:24

Certos cientistas lembram o sujeito de uma anedota: Dois beduínos altercavam sobre algo brilhante que viam no horizonte do deserto onde erravam; um dizia: - É água! O outro divergia: - É areia! Seguiram defendendo seus pontos-de-vista enquanto caminhavam em direção ao objeto da disputa. Chegando lá, constataram que, era mesmo areia. O que a isso defendera, pegou um punhado areia e jogou em seu convicto companheiro. – Toma teimoso! Ao que, o outro reclamou: - Não me molhe!

Desse modo se portam muitos “cientistas”, que, atropelados pelas evidências, partem para a insanidade, invés de se livrarem das suas miragens.

Os que, tendo recebido um cérebro capaz de aprender, raciocinar, ler além das aparências, não fazem devido uso, o Juízo do Eterno acaba privando-os dessa capacidade cognoscível; “... converto em loucura o conhecimento deles.”

Sempre tivemos a loucura, como uma anomalia do siso, pela privação da sanidade mental; porém, a Palavra de Deus a aprecia como rejeição a Deus e Sua instrução. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1:7

Stephen Hawking, físico ateu, disse: “A fé é um brinquedo de crianças com medo do escuro.” Um pastor respondeu: “O ateísmo é um brinquedo de adultos, com medo da luz.”

A luz se torna uma coisa “má” quando mostra as partes que não se quer ver. Muitos preferem ser condenados, a admitir os seus erros e mudar de vida; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3:19,20

Bancar o desentendido ante O Senhor que sonda aos corações é só um suicídio espiritual, uma maneira de trair a si mesmo.

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

O tempo


“Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: Nem ele me persegue, nem eu fujo dele, um dia a gente se encontra.” Mário Lago

Nuances de uma alma, para a qual, a passagem do tempo fez bem. A maioria dos seres, entrados em dias que conheço, tenta fugir da idade e suas marcas a qualquer preço. Chegaram a criar um eufemismo para a velhice, “a melhor idade”, para camuflagem de suas fugas.

Vestem-se de maneiras não condizentes com a sobriedade anciã, e empregam toda sorte de cores e cosméticos no afã de parecer mais jovens. A higidez da alma se paramenta de equilíbrio e elegância, sem carecer fugir de nada.

Não creio que exista uma melhor idade; quando sobra vigor falta sabedoria; quando Sophia consegue nossa atenção, o vigor já se foi; de modo que somos fadados a andar na contramão.

Cada idade pode ter uma melhor postura; um quê de gravidade no jovem, outro de espírito jovial, no velho, servem para temperar ambos os tempos. Tempero nem sempre encontrável. Quiçá, num adulto maduro.

Nélson Rodrigues disse que todo homem deveria nascer com quarenta anos. Dependendo do que entendemos por homem, talvez, nasça.

Me ponho a pensar se, não seriam as privações de saber, omissões geradas pelo engano fugaz do prazer. Quando o corpo vende saúde, o cérebro acaba esquecido; quando a neve do tempo e das consequências cobre todo o nosso verde, então esse urso avesso, o cérebro, acorda da sua hibernação e se põe a estudar o clima. Digo, as causas e consequências das dores da vida.

Tendemos a imaginar que, mero curso de tempo seja um fator a purgar os vícios e aperfeiçoar o caráter. Mas, há tantos patifes de cabelos brancos, outros, sem cabelos, arrancados pela mão do tempo... pois, na escola da vida também existem os péssimos alunos. Como disse Ruy Barbosa: “Não se impressione com os cabelos brancos; os canalhas também envelhecem.”

Muitas almas passam pelas lições do tempo com ouvidos moucos, onde os rudes campos da ignorância jamais foram arados, e seus cérebros crestam sob o peso dos anos, improdutivos, ermos, desafeitos à ousadia de pensar, ao atrevimento de criar. Viveram sempre de manipulações, e dessas dependem, dada a inépcia funcional de se mover por si. Pássaros que, em tempo de voar, tiveram suas asas cortadas, e agora as penas já não crescem de modo a possibilitar o voo.

“Ninguém te segurou pelos ombros quando ainda era tempo, e agora o barro de que você é formado secou e endureceu; ninguém conseguiria despertar o músico ou o poeta adormecido dentro de você; ou o astrônomo que talvez o habitasse antes...” Saint Exupéry

Em casos assim, embora se diga que foi tempo perdido, a rigor, foram oportunidades desperdiçadas. Essas assomam da conjunção do tempo com as circunstâncias.

Muitos apregoam o uso do tempo como se fosse um precioso néctar a escoar, do qual, devemos haurir o máximo, enquanto podemos. “Viva cada dia como se fosse o último.” Normalmente se diz, preceituando intensidade na busca de prazeres. “Curta a vida, porque a vida é curta”, o mesmo, noutras palavras.

Se, no último dia de minha vida pretendo estar em Paz com Deus, pois, devo viver assim, hoje. Pode ser o último.

Logo, quem disse que certo ócio, introspecção, meditação, não é um uso apropriado do tempo? Se, a punção do jovem o instiga a fazer trilhas, escaladas, e afins, o cérebro treinado a pensar, e a alma instigada a entender o porquê das coisas, faz disso seu “rapel” usando muito bem o seu tempo.

Se, “não é dos ligeiros a corrida”, como disse Salomão, bem pode que viva melhor que o aventureiro apressado, outro que, palmilhe as veredas da vida, no “passo do gado”, como fez Jacó em seu retorno à terra.

Claro que “tudo tem seu tempo determinado...” Salomão mesmo, no vigor da juventude esbaldou-se em amores e escreveu seus cantares, dando asas aos sentimentos;

na idade madura foi um filósofo prático, delineando as melhores escolhas pra vida com seus provérbios;

na velhice se tornou um pessimista, avaliando o parco proveito das coisas “debaixo do sol”; por fim, apontou para onde sempre deveria ter olhado: Deus. “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12:13,14

Assim, voltando ao poeta inicial, nosso encontro com o tempo, quando findarem nossos dias na terra, não deve trazer nenhum sobressalto, se o mesmo for, na presença, e em comunhão com Deus.

Ervas daninhas


“Porque não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8:11

Se as consequências da maldade fossem imediatas, certamente, pensaríamos bem antes de praticá-la; como, num primeiro momento, “não dá nada”, como diz o vulgo, costumamos a dar asas para coisas que não deveriam voar.

A ausência de uma punição imediata, não significa que nunca haverá; e, por presumirmos que, ao longo do caminho teremos muitas oportunidades de arrependimento e recomeço, ainda assim, seria prudente evitarmos agir mal, agora. “hoje, se ouvirdes a Sua Voz, não endureçais vossos corações.” Heb 3;7 Quem nos garante vivos amanhã? “... não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4:14

O exercício na maldade tende a enraizar em nossas almas, de modo que, vivendo nela, a mudança, quando houver, se houver, será mais penosa; com mais ervas daninhas pra remover, do que seria, se tivéssemos uma postura reta, desde que aprendemos em quê, consiste, a retidão. Não se trata de fazermos boa figura perante os homens; mas, de nos lavarmos, segundo a diretriz da consciência no Espírito, diante de Deus.

O aprendizado da infância acaba fazendo parte do ser, para todos os nossos dias; seja ele virtuoso, seja vicioso; “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22:6 Ou, o outro lado da moeda: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13:23

O fato de que uma dívida pode ser paga em longo prazo, não significa que não deva sê-lo. Digo, se O Eterno espera em Sua longanimidade por largos dias, até que nos arrependamos e mudemos de vida, não significa que Sua Santa Paciência diminuirá as exigências de Sua Santidade, em relação a nós, apenas porque nos ama. A Palavra é categórica: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12:14 “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5:8

Como diz em “O Pequeno Príncipe”, certas plantas devemos erradicar quando ainda pequenas; se as deixarmos crescer, acabarão rachando nosso “planeta”; figura eloquente, para expor os perigos deletérios de cultivarmos os vícios.

Na verdade, para quem nasceu de novo, teve seu espírito regenerado pelos Méritos de Cristo, e a consciência, antes morta, vivificada, todo erro tem uma consequência imediata; uma “punição” em forma de advertência que tolhe a paz de espírito, enquanto aquilo não for removido, mediante arrependimento e mudança, para receber perdão.

Como dizia Spurgeon, Deus erradica as ervas amargas dos nossos pecados; mas, faz um chá com suas folhas, para que o bebamos e sintamos o “sabor” que eles têm.

Porém, os que, por estar espiritualmente mortos, tendo cauterizadas suas consciências, fazem quaisquer coisas, por abjetas e nocivas que sejam, “sem culpa”; na verdade, fazem sem noção. Eis a diferença entre um pecador morto em delitos e pecados, e outro, em processo de regeneração em Cristo! Aquele faz o que lhe der vontade e nem se sente errado; o convertido, ainda peca; porém, pela diretriz nele implantada, mediante O Espírito Santo, tende a progredir, pecando cada vez menos; no processo de amadurecimento em obediência, santificação. Não peca sem consequências.

Por isso, invés do curso do mundo que dá asas a toda sorte de desejos, somos desafiados a renunciar isso, em busca da Vontade Divina; “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12:2

A excelência a atingir é um estado de maturidade espiritual, que, seja avesso ao pecado, não por medo das consequências punitivas; mas, pelo escrúpulo de entristecer ao Espírito Santo que em nós habita.

Isso é atingido após longo processo de aprendizado em obediência, que nos visa aperfeiçoar e legar discernimento; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5:14

O individualismo e a autonomia decisiva, que cada um apregoa aos quatro ventos no modo mundano de viver, não combina com aquele que pretende ser de Cristo. “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago; medula para teus ossos.” Prov 3:5-8

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

O Anticristo


“... como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora.” I Jo 2:18

Segundo os mestres do grego, o prefixo “anti”, nessa palavra, tanto pode significar, “oposto a”, quanto, “em lugar de”, Cristo.

Outros textos do contexto remoto apontam também nessa direção. Falando do mesmo sujeito, Paulo o descreveu assim: “O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.” II Tess 2:4

Ora, se opõe, é contra; outra, quer parecer, para se colocar no lugar de Deus. Embora, esse virá como uma pessoa literal de carne e osso, desde sempre esteve no mundo em espírito; ora, se opondo, escarnecendo da fé, promovendo o ateísmo; outra, validando credos espúrios onde preside, sob a difusa bandeira do ecumenismo.

Não nos é difícil identificar a atuação desse espírito, desde que saibamos quem Cristo É; “Eu Sou, O Caminho, A verdade e a Vida...” Jo 14;6 ensinou O Salvador.

Assim, o “anti” primeiro, obstrui o “caminho estreito” da mensagem do Salvador, tanto, quanto pode; usa violência, perseguições, difamações; oblitera a compreensão dos incrédulos, para que sigam presos nas trevas; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4:4

Depois, atenta contra a singularidade da salvação em Jesus, acenando com uma multiplicidade de “caminhos” todos tidos como, “igualmente válidos”, num global balaio de gatos.

Investe na promoção da diversidade comportamental, fazendo-a parecer natural, um “direito” inalienável de cada um, sob o patrocínio do “amor de Deus”; mais um ardil satânico, na tentativa de diluição do Caminho Único, que É Santo.

Invés da ampliação da possibilidade de salvação, como pode parecer ao incauto, é a negação da eficácia singular, exclusiva, do Salvador. Ao tentar validar todos os credos alternativos oriundos de sua forja espúria, o Capeta tenta se colocar no lugar do Salvador.

Há muitos “pastores e reverendos” fazendo o trabalho sujo dele. “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” II Cor 11:14,15

Assim, tanto, se faz anti caminho, colocando pedras nele; quanto, tentando atrair aos desavisados após si.

“A Verdade...” Nunca a mentira campeou com tamanha pujança e aceitação como em nossos dias. O anti verdade, espalha o seu lixo por toda parte, da mesma forma que faz no tocante ao Caminho; ora, se opõe, ora, se oferece como mensageiro da verdade, mediante elaboradas e sentimentais lições de moral, e humanismo, ensinadas em credos espúrios.

Lá, o mover das emoções é calculado, como um doping para anestesiar ao necessário estado de polícia da consciência, que nos foi dado, chamado de discernimento, com o fito de aferirmos o ser, não o sabor das coisas. O palatável pode ser mortal; o amargo, saudável; muitos têm morrido voluntariamente, atraídos às sedutoras redes do inimigo da verdade.

Para que a mentira não soe abjeta como é, criou-se um eufemismo; “narrativa”. Esse esterco pode figurar aceitável ante gente sonolenta; perante O Santo, cheira mal e não tem nomes atenuantes. A coisa não melhora se vier colada num anglicismo, “fake”, nem num eufemismo; o juízo do Eterno segue solene, sóbrio, imutável: “Ficarão de fora, os mentirosos...” Apoc 22;15

O mentiroso mor, mediante seus joguetes, já fala em editar à Palavra de Deus, “atualizando-a” e removendo porções “polêmicas e ultrapassadas”; a progressão deletéria da obra seu espírito, vulgarmente é chamada de “modernidade”; as coisas abjetas são “temperadas” para que pareçam melhores do que são. Pois, o lapso de vergonha, também se veste de eufemismos, chamado agora, de “novos tempos.” Não há espaço para mudanças de escopo moral nem espiritual. “Jesus Cristo É O Mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 3;8

Por fim, o anti-caminho, anti-verdade, também se revela, anti-vida. Redução da população global é um aspecto da famigerada agenda globalista; pouco importa se, promovendo a homossexualidade que não gera filhos; fomentando guerras e toda sorte de violências que matam, e o pior de tudo, a faceta mais nefasta: A legalização do aborto, como um “direito da mulher”; a consequente coisificação dos fetos, como se deles se pudesse dispor ao bel-prazer das ímpias inclinações.

Enfim, falta aparecer explicitamente a figura do fantoche de Satã, que vai seduzir e governar o planeta por uns dias; porém, as digitais do famigerado Anticristo são visíveis a distância, por aqueles que ainda não foram cegados nem imbecilizados por ele.

Coragem de voltar


“Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;” Luc 15:18

“Caíra a ficha” do Filho pródigo, e percebera que ser empregado na casa do seu pai, era melhor que padecer fome e humilhação; sina na qual se vira, após desperdiçar tudo o que trouxera em sua herança antecipada.

“... irei...” tendemos a achar que para os enganosos rumos dos prazeres, podemos voar com nossas sôfregas asas, sem nenhum auxílio. Porém, quando as consequências nos pegam, recolhemos as garras da iniciativa, tão afiadas antes, e esperamos que alguém venha em nosso socorro, mesmo sabendo, onde o socorro está. Conveniente à covardia, chutar o balde quando se supõe forte, e se recolher qual um quelônio na carapaça, quando visitado pelas consequências, numa autocomiseração depressiva, esperando chamar atenção de alguém.

Pelo menos, o infeliz não errou também nisso; assim como, teve iniciativa pera pedir bens, e sair desperdiçá-los, achado na miséria, passando fome, também teve iniciativa na direção oposta; voltou atrás arrependido. “levantar-me-ei e irei ter com meu pai.”

Quando o conselho não basta para inibir intentos temerários, pela punção natural que acossa, resta ao Pai, o “cabresto” das consequências.

A intenção do Eterno é que sejamos bons ouvintes, praticantes da Palavra, como uma profilaxia espiritual a prevenir-nos contra dores evitáveis: “Instruir-te-ei, ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com Meus Olhos.” Sal 32:8

Ser guiado assim, requer que sejamos ouvintes atentos, de índole submissa, voluntária; senão, restará a disciplina, dada a “ineficácia” do conselho: “Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti.” Sal 32:9

A permanência obediente na casa paterna era o que o próprio curso da vida aconselhava; entretanto, a cobiça humana concorre, e é má conselheira; faz nossas almas desprezarem o que possuem, como se, irrelevante, e superavaliar quimeras distantes, como se, aquelas sim, valessem à pena.

Quem nunca errou nisso, atire a primeira pedra; ou, quem jamais disse: “Eu era feliz e não sabia?”

Os caminhos dos prazeres se apresentam cheios de artifícios, luzes e brilhos; exibem carros alegóricos vistosos decorados de modo a esconder as ameaças subjacentes. Só quando embarcamos neles é que descobrimos aonde levam.

O Pai, conhece o fim das coisas, não é ludibriado por espetaculosos começos; “Há caminhos que ao homem parecem direitos; mas, no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

“... Pai, pequei contra o Céu e perante ti.”
Essa dupla incidência do pecado, vertical e horizontal, nem sempre é devidamente compreendida.

Todo pecado é, inicialmente, uma ofensa a Deus. Sempre que pecamos é contra o Céu; lá preside Um, do Qual se diz: “Tu És tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1:13

Além de ofender Ao Santo, nossos pecados fazem mal aos semelhantes. Grassa uma ideia egoísta, espinhosa, a supor que, cada humano seja dono de um planetinha particular, como no “Pequeno Príncipe.” Isso colocaria cada um, fora do alcance dos demais; nosso apreço, discordando de alguém, frustrando-se com suas escolhas seria mera intromissão, uma vez que “não pagamos às contas do planeta dele”, (esses mesmos, não se incomodam quando elogiados) Assim, poderíamos fazer o que quiséssemos sem consequências; isso é doentio.

“Levai as cargas uns dos outros... não atente cada um, apenas ao que é seu... se um membro padece, todos sofrem, caso se alegre, todos regozijam...” são diretrizes da Palavra.

“Chorai com os que choram, alegrai-vos com os que se alegram”, diz ainda.

As ações que fazem mal ao próximo, são pecados contra ele; até mesmo, omissões, como ensina Tiago: “Aquele que sabe fazer o bem e não faz, comete pecado.” Tg 4:17

Enfim, supor que podemos ser “legais” com Deus, enquanto odiamos ao próximo, ou desprezamos, deriva de cegueira, ignorância espiritual. João ensina: “Qualquer que odeia ao seu irmão é homicida. Vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.” I Jo 3:15

Por isso, acrescenta: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia ao seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também ao seu irmão.” 4:20,21

O Salvador ensinou a consertarmos primeiro as relações horizontais, antes de pretendermos cultuar ao Eterno; “Deixa ali diante do altar a tua oferta, vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão; depois, vem e apresenta a tua oferta.” Mat 5:24

Qualquer um que retornar, humilde e arrependido, como fez o pródigo, invés de receber censura, será partícipe de uma festa na casa do Pai. Por que te deténs?

domingo, 19 de novembro de 2023

O peixinho que "matou" Deus (texto de julho de 2012)

 Uma nova espécie de peixes foi descoberta na Ásia, recebendo o nome de Dawkinsia, em homenagem a Richard Dawkins, ateu; autor do livro, “Deus, um delírio”.

“Os pesquisadores liderados pelo ictiólogo Rohan Pethiyagoda concluíram que as espécies pertencentes ao novo gênero têm diferenças em relação a seus outros integrantes “muito maiores do que antes se suspeitava”. (G1)

“Ele,( Dawkins) por meio de seus escritos, nos ajudou a entender que o universo é muito mais admirável que qualquer religião imaginou”.

“Esperamos que [o gênero] Dawkinsia sirva para lembrar da elegância e simplicidade da evolução, a única explicação racional que existe para a inimaginável diversidade da vida na Terra”, acrescentou.

Dawkins, teria ensinado que o universo é mais admirável que a religião imaginou. Quem disse que religião existe para apregoar a beleza do universo? Religião, deriva de re-ligare latim; reconciliar o homem com Deus.

A natureza serve para evidenciar um Criador com eloquência tal, que não resta desculpas para duvidar. “O que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entende e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;19, 20.

A “descoberta” de nova espécie revela apenas nossa ignorância.

A Bíblia não apresenta a Terra em processo evolutivo, antes, decrepitude; por causa da mão pecaminosa do homem. “A terra pranteia e murcha... a terra está contaminada por causa dos seus moradores...” Is 24;4 e 5 “Porque sabemos que toda a criação geme, está juntamente com dores de parto até agora.” Rom 8;20

Basta ver a poluição, extinção de espécies, para constatar que estamos envelhecendo, invés de, evoluindo.

O tal peixe serviria para entendermos a “elegância e simplicidade da evolução”? Que a natureza é elegante, de acordo; buscando elegância no vestir, não sorteamos quais roupas vamos usar; escolhemos criteriosamente, pois, elegância requer inteligência propósito; coisas que combinam com um Criador Sábio, não com o acaso.

Simplicidade da evolução? Sem Deus eles não podem explicar como um ovo se tornou ave.
Incapaz de produzir uma folha de grama viva a “ciência” tentar explicar o Universo!

Como espécies de origem comum atingiram a complexidade atual? Quando se passou do animal ao racional? Um exemplo de espécie transmutando-se n’outra, não, variações dentro da mesma. Se, cada espécie tem seu DNA próprio, como viriam de uma só?

A Evolução possui mera crença atentando contra a honestidade intelectual e seria simples? Segundo o “sábio” supra, seria “a única explicação racional que existe para a inimaginável diversidade da vida na terra”.
Heráclito ensinava: “quando dois sistemas filosóficos disputarem, nenhum tem direito de dizer; meu postulado está certo por que o seu está errado; afinal, o oponente poderia dizer o mesmo. O falso deve ser demonstrado falso em si mesmo.” Uma cabecinha “privilegiada” concluiu que Deus é loucura, automaticamente se tornou deus, referência universal?
A Bíblia jamais apresenta Deus com crises de identidade, tipo; por favor, creiam que existo, coisa encontrável em alguém inseguro. Apenas, adverte que Deus, não se agrada dos que duvidam, uma vez que, tendo-se revelado, duvidar equivale a chamá-lo de mentiroso; “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e é galardoador dos que O buscam” Heb; 11;6 “...quem a Deus não crê mentiroso o fez,...” I Jo 5;10

Dos que duvidam, fala: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus...” Sal 14;1
O mundo ímpio “canoniza” expoentes do ateísmo, malgrado, a bela criação Divina; porém, ante Ele e seus filhos, tais, não passam de néscios, tolos.

Faltam fósseis, apelam a dogmas; qualquer coisa, mesmo se encaixando melhor com a criação, “prova” a evolução. Cérebros perdidos num fanatismo dogmático atentando contra a própria honestidade intelectual.

A luz espiritual demanda integridade moral: “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade,” Pv 2;7 Os que escolhem caminhos tortos, são chamados ímpios, fadados a andar no escuro; “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” “... a vereda dos justos é como a luz da aurora, vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. Pv 4;18 e 19

Davi escreveu: “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Sem linguagem, mas onde não se ouve sua voz. Sua linha se estende por toda terra...” Sal 19;1 a 3

Spurgeon sentenciou: “Aquele que após contemplar os céus em seu esplendor, os astros em perfeita órbita ainda se apresenta como ateu, além de ateu se declara imbecil e mentiroso”.

Cargas vãs


“Teus profetas viram para ti, vaidade e loucura; não manifestaram a tua maldade, para impedirem o teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2:14

Jeremias chorando entre as ruínas de uma cidade arrasada, e considerando as causas. Os “teus profetas”, há diferença entre um profeta do Senhor, e outro, favorito das predileções humanas. O Eterno não chama para Si, reconhecendo, àquele que não chamara, antes, escolhendo.

Um profeta não é o causador da maldade, necessariamente; as pessoas conseguem ser más, sem auxílio. Contudo, quando alguém surge se dizendo um, presumindo falar da parte do Eterno, porém, invés de denunciar ao que está errado, fala segundo os humanos desejos encorajando-os, então, ele se faz culpado; pois, tendo apresentado seu “diploma de médico”, invés de curar os enfermos, os declara sadios.

“... viram para ti, vaidade e loucura...” Eram também chamados de videntes; mais que pretender ouvir, alegavam ver o que O Eterno fazia, ou, pretendia fazer.

Em determinado momento Jeremias foi levado a denunciar a origem das visões deles; “Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em Meu Nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, só profetizam do engano do seu coração?” Jr 23:25,26

Antes de ser um expoente dos Divinos Juízos, um profeta idôneo deve ser um consumidor; digo, precedendo o ensino sobre o que agrada ao Senhor, deve mostrá-lo em seu modo de viver. Tendo “visões do Senhor” atinentes ao alheio andar, deve aplicar o que supostamente viu, primeiro, ao próprio caminhar. Como disse Paulo: “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa submissão.” II Cor 10;6

Aqueles passavam longe disso. “Nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, seus moradores como Gomorra.” Jr 23:14

“Cães orando por chuva de ossos, ou ratos, pela precipitação de queijo”, como disse Gibran. Cada um, apresentando “Deus” segundo suas perversas inclinações.

“... não manifestaram tua maldade para impedir teu cativeiro...” Falarmos da parte do Eterno manifestando à maldade dos que se alienam Dele não é missão simpática, agradável. Jeremias, quando chamado, se declarou incapaz, apenas uma criança. Cap 1;6

Quem se voluntaria para missões difíceis, desagradáveis, não o faz pela disposição amorosa para sofrer altruistamente; mas, pela visão enganosa, que, acena com facilidades inexistentes, atinando mais à reputação, que, à responsabilidade. Da mesma estirpe, muitos “missionários, bispos, e apóstolos” atuais.

Invés de denunciar os errados de espírito, e apontar as mudanças necessárias para se andar segundo O Santo, passam ao largo disso, acenando com “vitórias” e facilidades que O Eterno não tencionou.

Já ouvi muitos desses, acenando em “Nome do Senhor” com uma “grande Obra Ministerial”, em vidas cretinas, que, sequer conseguiam cumprir a palavra empenhada, ou pagar o que compraram a crédito. Como O Senhor faria uma grande obra através desses pulhas que se recusam a ser decentes em coisas mínimas? “... não manifestaram tua maldade...”

“... viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.”
Sim, quem se recusa a colocar a carga devida, o “peso do Senhor”, fatalmente colocará algo fútil no lugar. Quando Jeremias profetizou que o cativeiro em Babilônia duraria setenta anos, um desses falsários aliviou dizendo que seriam apenas dois anos. Acabou morto, sua “facilidade” se revelou falsa; o povo teve que arcar com o tempo que o Profeta do Senhor anunciara.

Se, a obediência à verdade pode ensejar comunhão, com O Senhor, a adoção do engano, da mentira como modo de vida, dá azo à expulsão, pela aversão que O Santo tem a essas coisas.

A maioria dos profetas verdadeiros não se ofereceu voluntariamente; Moisés recusou, Isaías se declarou impuro, Jeremias, uma criança; Jonas fugiu, Amós e Eliseu foram instados a deixar a prosperidade no Agro, por uma vida antipática aos poderosos, e errante; não havia vantagens, só reponsabilidade.

Servir ao Senhor nesse mundo é certeza de oposições, aversões, perseguições... ninguém se voluntaria para essas coisas. É necessário ser chamado.

Nesse tempo, nem os “cristãos” suportam mais, aos mensageiros idôneos; “Virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4:3,4

O mundo pegando fogo, juízo às portas, retorno do Messias iminente; falsários criadores de cargas vãs entregando “vitórias”, “ministérios”, “restituições”, aos sonolentos e incautos, que preferem o agradável ao verdadeiro.

Outra vez, “O Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm às águas.” Jr 2:13

sábado, 18 de novembro de 2023

Traços da maldição


“... a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porque transgredem às leis, mudam os estatutos, e quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Estios em muitos lugares, deslizamentos, inundações avassaladoras noutros; vulcões, tsunamis, granizo, vendavais, terremotos; terrorismo praticado e aplaudido, guerras...
Basta um olhar aos noticiários para vermos todas essas coisas, em lugares diversos. “... a maldição consome a terra...”

Até, onde as chuvas têm rara incidência, nos países desérticos do oriente médio, Omã, Katar, Arábia Saudita, enchentes têm feito estragos colossais. Do sul do Brasil, desnecessário falar.

Os homens da “ciência” já decidiram, que as causas são derivadas do modo de vida humano, que ensejaria o “aquecimento global”; uma nova conscientização ecológica e alimentar urge, para se minimizar essas coisas. Falam em proibir o consumo de carne, pois, a expansão do Agro seria causadora de desmatamentos; assim, produtos vegetais e insetos deverão fazer parte da dieta vindoura.

Se, a doença é no cérebro, mas o “médico” diagnostica na panturrilha, tem tudo para que, o tratamento prescrito se revele inócuo; a enfermidade se agrave.

Quando O Eterno decidiu punir aos egípcios que escravizaram Seu povo durante 430 anos, Ele usou água, fogo, saraiva, pestes, eclipses, ventos... Os fenômenos “naturais” não são tão naturais assim; quem criou à natureza pode dispor dela, quando, e para o quê, quiser.

Desde a estreia do pecado no mundo, que a terra se tornou amaldiçoada; “... Porquanto, destes ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore... maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá...” Gn 3:17 e 18

Espinhos e cardos não faziam parte da criação original; foi um acréscimo punitivo, pela incidência do pecado.

A natureza em fúria, é uma pregoeira da Ira Divina, em porções pequenas, como um aviso do que virá, quando O Criador julgar.

As causas dos desastres são derivadas do “modus vivendi” nosso, mas, não têm a ver com alimentação; antes, com a rebelião engajada contra O Eterno e Suas Leis; “... transgredem às leis, mudam os estatutos, quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...”

Não faltarão críticos acusando nossa ingenuidade, quiçá, fanatismo, por esposar uma visão assim, tão literal, das Escrituras.

As porções que são alegóricas, metafóricas, similares e escatológicas, o próprio contexto deixa ver. Nenhuma razão há para impormos significados obscuros, aos textos que são claros, de fácil interpretação. Além disso, as partes que vêm em métodos literários especiais, não têm muitas interpretações possíveis, ao bel prazer de cada um. As figuras visam ressaltar algum aspecto da realidade, não, diluí-la.

Sendo o inimigo apresentado como um dragão, ou, serpente, por exemplo, isso não o torna menos diabo, nem menos maligno.

Quando Cristo é figurado como Cordeiro, aponta isso, para o resgate perfeito que pagou por nós; quando, como Leão, refere-se ao Seu Poder Majestoso, de Juiz dos vivos e dos mortos. Nenhuma dificuldade nisso.

Já li “especialistas desmistificando” o que poderia ter ocorrido no Egito, por ocasião das pragas; sempre uma causa “científica” explicaria tudo. Agora, as águas de um lago no Chile se tornaram cor de sangue, como as do Nilo. Estou esperando a ciência se pronunciar.


Enfim, reitero, a doença é na cabeça da humanidade; em quem a maioria escolheu para servir.

Queremos saber as causas desses desastres todos? Acompanhemos o caráter das decisões dos que nos governam; liguemos as televisões nos “realitys shows”, novelas e prostituições diversas; acompanhemos os parlamentos com suas defesas enfáticas do aborto, das drogas, do homossexualismo, da corrupção; quer exemplos mais próximos? Faça uma dezena de tratos com pessoas de tuas relações, baseado apenas na palavra, e confira quantas serão cumpridas. Venda fiado, empreste.

Nada disso surpreende aos “simplórios”; A Palavra de Deus adverte: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia.” II Tim 3:1-5

Vai piorar muito, antes que melhore. Basta ler as pragas do Apocalipse para ter uma tênue ideia do que virá. A Ira de Deus é plena de justiça.

Os donos do mundo laboram para unificar, a Terra, moeda, religiões... reiniciar o sistema. Haverá uma paz enganosa e breve, antes do juízo. 

Pois, “... quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição...” I Tess 5:3

Ainda há tempo. Muito pouco, mas, há. “Escapa por tua vida!”

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Loucura de crer


“Porque a loucura de Deus é mais sábia; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1:25

Paulo usava ironicamente a apreciação, alheia, para reforço dos seus argumentos. Das duas visões correntes mais incisivas, disse: “Porque os judeus pedem sinal, os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, loucura para os gregos.” Vs 22 e 23

O Salvador multiplicara pães e peixes, os judeus foram a Ele dizendo: “... Que sinal fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti...” João 6:30 naquele caso, pedir um sinal, não era desejar que O Senhor fizesse algo espantoso que os convencesse de Sua Origem Divina. Ela já tinha feito isso. Era só uma forma cínica de pedir mais pão.

Quanto aos do Sinédrio, a insistência em esperar um “sinal”, não era pelo preenchimento de um lapso que identificasse ao Messias; antes, uma fuga, uma desculpa esfarrapada de quem, não concordando com as reivindicações dele, tentava fazer parecer que o motivo da rejeição era outro.

“... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3:19,20 

Fazer as coisas à sua maneira e desejar aprovação; uma doença milenar dos pecadores. Pretendem reduzir ao Santo, às suas estaturas; Ele, em Cristo, nos quer regenerar à Sua Imagem e Semelhança.

Qualquer pecador que se aproxima do Salvador, se, invés de reconhecer seus pecados, visa disfarçá-los, maquiá-los, está perdendo seu tempo; traindo a si mesmo. O Amor de Deus manifesto em Cristo, perdoa quem se arrepende; mas, a Luz do Eterno, também revela e confronta. Uma escolha moral, precisa ser feita. Os daqueles dias fizeram a deles. “amaram mais as trevas que a luz...”

Paulo, após pontuar a eloquência das Obras de Deus, em fazer conhecido O Criador, denunciou a escolha perversa: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1:21,22 Loucura; sem ironia.

Os judeus que creram, (a igreja começou com eles) não precisavam mais sinais que os que já tinham vivenciado; as lideranças espirituais, do judaísmo, optaram pela perseguição aberta, invés de uma análise honesta dos seus motivos.

Curas espantosas, ressurreições, exorcismos, e tantos feitos milagrosos eram comuns, nos atos dos apóstolos, e de outros menores; sinais sobravam. O que faltava era a índole dócil que aprende, se submete, obedece.

“... os gregos buscam sabedoria...” Para aquele povo, cioso dos seus intelectos investigativos, criadores da filosofia, com uma mitologia rica, cheia de fábulas didáticas e deuses imortais, a ideia de um Deus que fosse mortal, desafiava seu senso lógico. Era “loucura para os gregos.”

Novamente, usando as alheias afirmações, de modo irônico, o apóstolo argumentou: “a loucura de Deus, é mais sábia que os homens.”

Foi para os gregos, filósofos estoicos e epicureus, que Paulo, apresentou O Deus Vivo, totalmente separado da imensa galeria de ídolos vãos que eles cultuavam; “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17:30

Considerar os filósofos, amantes da sabedoria, como ignorantes, foi uma postura ousada de Paulo; mais, desafiou-os a se arrependerem para perdão dos seus pecados. Esse é o caminho para todos; estudados ou ignorantes, todos carecem do Salvador.

Lendo aos maiores expoentes da filosofia grega, Sócrates e Platão, principalmente, encontramos muitas coisas sábias e boas; valores similares aos bíblicos, até. Porém, nas questões atinentes à santidade, há um abismo. Na “República” encontramos prescrições ao homossexualismo, ao fim das famílias, vilipêndio da dignidade feminina...

O alcance do braço humano em domínios espirituais é pífio. Sem revelação de Deus, nada podemos, como advertiu Jeremias: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17:5

Quem quiser transferir culpas, lavar-se com lama, terá “sabão” de sobra; sempre haverá um “pastor” mercenário, outro que dará escândalo; um “cristão” que não cumpre a palavra nem paga suas dívidas, para fazer o ímpio sentir-se “bem” nos braços dos seus pecados.

Todavia, há milhares de pessoas de vidas, antes, errôneas, que em Cristo, abandonaram os pecados e se tornaram novas criaturas. Quem quer se justificar, pois, olhe para os maus; quem deseja ser perdoado, justificado, a direção do olhar deve ser outra: “Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, não há outro.” Is 45:22

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Seriedade do amor


“O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder; ao culpado não tem por inocente;” Naum 1:3

Três aspectos do Ser Divino: Deus É Longânime, Poderoso e Justo.

“... tardio em irar-se...” longanimidade; capacidade de esperar por muito tempo, aguardando nosso arrependimento; mudança de mentalidade, de atitude. O fato de suportar silente nossas desobediências, não significa que compactue com elas; antes, que está prorrogando nosso tempo, esperando que “caia a ficha” dos nossos erros, mediante aprendizado, consciência, consequências...

A um que, tendo feito uma série de coisas más, imaginou que o silêncio Divino significava aprovação, quiçá, tolerância, O Eterno descreveu seu andar, depois, advertiu: “Quando vês o ladrão, consentes com ele, tens a tua parte com adúlteros. Soltas tua boca para o mal; a tua língua compõe o engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas Eu te arguirei; as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50:18-21

O mais trágico era que, o que fazia essas coisas todas era um religioso; alguém que eventualmente citava porções da Palavra de Deus; “... Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças Minhas Palavras para detrás de ti.” Vs 16 e 17 Como pode alguém fazer essas coisas todas e seguir “distraído”, como se, o “remédio amargo” da correção fosse apenas para alheios paladares?

A longanimidade amorosa do Pai, que faz com que Seu juízo demore a nos alcançar, invés de ser apreciada prudentemente, muitas vezes tem sido mal interpretada, levando muitos a se perder. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8:11 Invés de gratos a Deus pela Sua bondade, reiteram suas maldades, pagam bem com mal.

“... Grande em poder...” O fato de que O Eterno Pode, não significa que ‘deve’ nem, que quer, fazer algo; opera todas as coisas segundo Seus desígnios, no tempo que Lhe apraz.

Os perversos urinam sobre um Bíblia, rasgam, queimam, blasfemam, deturpam À Palavra; bradam ofensas contra O Nome de Jesus, vilipendiam ao Salvador no Carnaval, como todos temos testemunhado; O Todo Poderoso resolveria tudo num sopro, se, a vingança, o juízo, tivessem Nele, apelo maior que o amor.

Os que, invés de se limitarem à impiedade em particular partem, para a profanação, vilipêndio das coisas santas, mesmo esses, recebem o favor da longanimidade Divina, no intento que encontrem ainda, lugar de arrependimento.

Que graça teria pare Ele, pelejar, “medir forças” com reles vermes como nós? “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da Minha Força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27:4,5 Invés de pelejar conosco, anseia reconciliar; que façamos paz com Ele.

Invés de punir, deseja nos salvar; Por isso, “o Verbo se fez carne...”; “... Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

“... ao culpado, não tem por inocente.”
Ele prolonga o tempo em Sua longanimidade, esperando pelo arrependimento dos errados de espírito; porém, não alarga à porta estreita.

Tolera, mesmo blasfêmias, dos mais atrevidos; contudo, Sua espera deriva da força do Seu Amor misericordioso, não de uma frouxidão moral, que faria vistas grossas ao pecado, como se, pudesse fingir que o sujo está limpo, em nome do “amor.” Ele ensina e faz distinção entre o santo e o profano; “Deus não rejeitará ao reto; nem toma pela mão aos malfeitores;” Jó 8:20

Como disse Abraão, “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gn 18:25

Paulo ensinou a sermos prudentes no nosso trato das coisas santas; “Considera a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado.” Rom 11:22

Pois, quando a Santa paciência acabar, não adiantará choro nem reza, como foi nos dias de Jeremias: “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem Me supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7:16

Em suma, “O erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança; estará livre do temor do mal.” Prov 1:32,33

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Teoria da salvação

 

“... como Ele clamou e eles não ouviram, também clamaram, e Eu não ouvi, diz o Senhor dos Exércitos.” Zac 7:13

Um povo que recusara a ouvir A Palavra de Deus. Quando falei, não escutastes; quando clamastes, não ouvi; fora a justa retribuição.

Esse utilitarismo sem noção, de presumir que, Deus é bom e útil, quando socorre; desnecessário, irrelevante, quando ensina, corrige, é um egoísmo insano, que tem matado muitos.

Escolher as porções prediletas da Palavra, demandar o cumprimento das promessas, enquanto se ignora as prescrições de obediência e santificação, é uma forma estúpida de trair a si mesmo. Seria O Todo Poderoso, tão ingênuo, a ponto de ser manipulável?

O capeta tentou a Jesus, com o que “está escrito”. O Salvador revidou com o que “Também está escrito”; vetando a escolha seletiva das porções convenientes; afinal, “... nem só de pão viverá o homem, mas de ‘toda’ Palavra de Deus.” Luc 4:4

As pessoas que assim agem, desejam “salvação” das suas aflições, não, das suas almas.

O “negue a si mesmo” indispensável para se pertencer a Cristo, requer que confiemos na diretriz Dele, mesmo que, eventualmente nos leve por lugares ásperos, inóspitos. A fé sadia não nos coloca ao dispor, um resolvedor de problemas; antes, nos leva a níveis de renúncia, tais, que nossas vidas passam a ser problema Dele.

Devemos reiterar nossa escolha por servi-lo, em cada tentação que nos visa desviar; “andar em espírito”; mas, a diretriz não nos pertence mais. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10:23

Quando alguém se presume um salvo, deveria agir de modo a evidenciar sua rendição incondicional ao Senhor; não, a parecer que dispõe de um socorrista Poderoso a serviço de suas vontades particulares. A mudança esperável em quem se deixa conduzir, não é no uso de determinados rótulos após sua “conversão”, enquanto, segue pelejando em demanda das mesmas coisas de antes. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5:17

Quem se “converteu”, mas empunha sôfrego sua “senha” na fila da aquisição de coisas, não, na vereda do abandono de maus hábitos, faria bem em duvidar, que está em Cristo. Fomos escolhidos para dar frutos, em santificação, novidade de vida, não para dar “piti”, como uma criança na gôndola dos chocolates puxando a saia da mãe.

Paulo ensina sobre a gravidade necessária; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6:3,4

A fé não faz acontecer, necessariamente, o que desejamos; antes, patrocina nossa confiança irrestrita, naquele em quem cremos, mesmo, nos locais e circunstâncias adversas; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50:10

A natureza da fé requer certo curso de tempo, para que sua essência seja verificada. “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova.” Camões.

Sendo “o firme fundamento das coisas que não se vê...” Heb 11;1 Quem fica clamando por alimento para os olhos em nome dela, mostra sua ausência, invés da incidência. “Bem aventurados os que não viram e creram”.

O risco de encomendarmos nossas almas a uma teórica conversão, onde apenas mudamos os meios, em busca das mesmas coisas buscadas pelos ímpios, é que, na reta final nos deparemos com uma teórica salvação, acabando na mesma perdição que aqueles.

Quando pertenço a Cristo, as coisas que me incomodam, não são relevantes mais; antes, as que incomodam a Ele. Nos é dada, paulatinamente, mediante aprendizado em santificação, a “Mente de Cristo”, para que sejamos capacitados a pensar como Ele. Assim, priorizemos os lapsos espirituais, mais que os materiais, como Ele mesmo ensinou: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6:33

A credulidade humana que equaciona amor com frouxidão moral, faz presumir um “Deus” assim; que por nos amar, tudo permite. Os falsos profetas fazem fortuna explorando isso; “profetizando” segundo carnais anseios.

Quem atina ao Reino e Sua Justiça, vive e ensina segundo os valores dele. É mais pesado ouvir um assim, que aqueloutros que, espalham facilidades em “Nome do Senhor.”

Nas filosofias de botecos, todos dizem preferir tristes verdades a alegres mentiras; porém, na hora das escolhas, a maioria perde-se após a falsidade agradável, fugindo da áspera vereda da vida.