quinta-feira, 9 de novembro de 2023

A opinião dos números


“Mais de dez milhões de CDs vendidos!” Diz uma chamada publicitária que realça determinado músico. A TV exibe diariamente vídeos que tiveram milhões de acessos. Estão bombado na NET! o que os credencia a serem veiculados.

O “influencer” tal conta com x milhões de seguidores. Pouco importa em direção ao quê, o tal, influencie quem o segue. “Cinquenta milhões de pessoas não podem estar erradas.” Frase do excelente filme, “Náufrago” com Tom Hanks. No caso, em se tratando das músicas do Elvis, de fato, estavam certas. Mas, nem de perto a “aferição” dos números significa selo de qualidade, de algo.

Pois, nesse mundo de moedas como “valores”, essas, qualificam às produções “artísticas” mais estapafúrdias. O sucesso do, “caneta azul, da Ludmilla, Pablo Vittar, et caterva, não é um aferidor da qualidade da “arte” deles; antes, do emburrecimento da sua geração. Os mesmos números que podem arrolar estrelas, também servem para contar uma imensa criação de jericos.

Dia desses apareceu na TV, uma jovem “especialista” em arroto, (?) foi para um programa de auditório mostrar seu “talento” graças aos milhões de acessos que teve no youtube. Um estouro!

As produções modernas são mensuradas pelo “senso crítico” das massas. Mas, a multidão tem lá algum senso? Antes, instintos, paixões, inclinações naturais...

A multidão é uma besta acéfala, um monstro sem cabeça, segundo os gregos; quem não segue um berrante como ela, fatalmente ficará só; "Você não se sente sozinha aqui no deserto?"
"No meio da multidão também nos sentimos sozinhos."
Saint Exupéry

Em um estádio de futebol, por exemplo, assentam-se lado a lado, um advogado, um drogado, um traficante, quiçá, um policial; de repente todos se abraçam festejando um gol. Mesmo que, individualmente nada tenham em comum, quando massificados por uma paixão, igualam-se.

Nicolas Berdiaev, o filósofo, sentenciou: “Se nos estados puramente emocionais da massa, o eu, não sente a solidão, não é porque se comunique com um tu, mas porque perde-se; sua consciência e vontade são abolidas.”

Nesse aspecto, o de conquistar às massas Jesus foi um fracasso. Até teve seus cinco minutos de fama quando multiplicou o pão pra galera; mas, quando falou sobre o significado de Sua obra ficaram somente doze; dúbios, quem sabe, pensando no exemplo dos que se foram. “Muitos, pois, dos seus discípulos ouvindo isso disseram: Duro é esse discurso quem o pode ouvir?” Jo 6;60

Após aquela debandada coletiva, Jesus indagou: “Quereis vós também retirar-vos? - Pedro até cogitou fazer isso, mas, tinha um problema - “para quem iremos nós? Tu tens as Palavras de vida eterna.” Vs 67 e 68

Pilatos também avaliou as coisas ao sabor da multidão; “Quereis que eu vos solte o Rei dos judeus?” Democratizou a decisão. Como a turba escolheu crucificar ao Senhor, ele lavou as suas mãos; seria inocente? Ele mesmo havia se vangloriado: “..tenho poder para te crucificar, tenho poder para te soltar.” Jo 19;10 Mas, no final, foi no conveniente embalo da massa.

A passeata de uma multidão de evangélicos, tipo, "Marcha pra Jesus" tem lá seu impacto político; mas, não maior que uma passeata do orgulho gay, por exemplo. Mostra volume à sociedade, nada além disso. É fácil nos mostrarmos “em Cristo”, basta desfilar gritando palavras de ordem; agora, mostrar Cristo em nós, demanda uma renúncia que desconsidera a aprovação humana. Quem nasceu de novo não segue aplausos, nem teme, vaias.

Essas igrejas superficiais, dos números, mais que da verdade, revelam tanto teor espiritual, quanto os acessos de tolos transformam arroto em “arte”. Jesus foi cauteloso com a quantidade. “...muitos são chamados, poucos escolhidos.”

Sabemos que é saudável a igreja buscar o crescimento; mas, se enchermos nossos campos de cabritos jamais produziremos lã.

Quando vemos as imensas catedrais do “pare de sofrer” lotadas, ou aqueloutro padre cantando com “um milhão de vozes”, percebemos de modo categórico a besta acéfala domesticada.

Todavia, basta conviver meia hora com um santo, no qual Jesus habita, para perceber claramente o que isso significa. Vida e valores, segundo Deus.

Continuarão claro, os números, “canonizando” arrotos. Entretanto, no “you tube” do Deus Provedor, desde o primeiro “nauta” Abraão, todos sabem a senha: Renúncia. Lá não são postados vídeos, “a fé é o firme fundamento do que não se vê.” Heb 11;1 mas, é possível acessar áudios de alta fidelidade. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Apoc 2;29

Não que Deus seja de minorias, pois, diante do trono João viu uma multidão de todas as tribos, nações e línguas, que ninguém podia contar, diz na Revelação. No entanto, O Eterno não alargará um centímetro a porta, para aumentar os seus “acessos”, pois, o Seu site não tem contador de visitas; apenas, um antivírus eficaz.

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