quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Teoria da salvação

 

“... como Ele clamou e eles não ouviram, também clamaram, e Eu não ouvi, diz o Senhor dos Exércitos.” Zac 7:13

Um povo que recusara a ouvir A Palavra de Deus. Quando falei, não escutastes; quando clamastes, não ouvi; fora a justa retribuição.

Esse utilitarismo sem noção, de presumir que, Deus é bom e útil, quando socorre; desnecessário, irrelevante, quando ensina, corrige, é um egoísmo insano, que tem matado muitos.

Escolher as porções prediletas da Palavra, demandar o cumprimento das promessas, enquanto se ignora as prescrições de obediência e santificação, é uma forma estúpida de trair a si mesmo. Seria O Todo Poderoso, tão ingênuo, a ponto de ser manipulável?

O capeta tentou a Jesus, com o que “está escrito”. O Salvador revidou com o que “Também está escrito”; vetando a escolha seletiva das porções convenientes; afinal, “... nem só de pão viverá o homem, mas de ‘toda’ Palavra de Deus.” Luc 4:4

As pessoas que assim agem, desejam “salvação” das suas aflições, não, das suas almas.

O “negue a si mesmo” indispensável para se pertencer a Cristo, requer que confiemos na diretriz Dele, mesmo que, eventualmente nos leve por lugares ásperos, inóspitos. A fé sadia não nos coloca ao dispor, um resolvedor de problemas; antes, nos leva a níveis de renúncia, tais, que nossas vidas passam a ser problema Dele.

Devemos reiterar nossa escolha por servi-lo, em cada tentação que nos visa desviar; “andar em espírito”; mas, a diretriz não nos pertence mais. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10:23

Quando alguém se presume um salvo, deveria agir de modo a evidenciar sua rendição incondicional ao Senhor; não, a parecer que dispõe de um socorrista Poderoso a serviço de suas vontades particulares. A mudança esperável em quem se deixa conduzir, não é no uso de determinados rótulos após sua “conversão”, enquanto, segue pelejando em demanda das mesmas coisas de antes. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5:17

Quem se “converteu”, mas empunha sôfrego sua “senha” na fila da aquisição de coisas, não, na vereda do abandono de maus hábitos, faria bem em duvidar, que está em Cristo. Fomos escolhidos para dar frutos, em santificação, novidade de vida, não para dar “piti”, como uma criança na gôndola dos chocolates puxando a saia da mãe.

Paulo ensina sobre a gravidade necessária; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6:3,4

A fé não faz acontecer, necessariamente, o que desejamos; antes, patrocina nossa confiança irrestrita, naquele em quem cremos, mesmo, nos locais e circunstâncias adversas; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50:10

A natureza da fé requer certo curso de tempo, para que sua essência seja verificada. “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova.” Camões.

Sendo “o firme fundamento das coisas que não se vê...” Heb 11;1 Quem fica clamando por alimento para os olhos em nome dela, mostra sua ausência, invés da incidência. “Bem aventurados os que não viram e creram”.

O risco de encomendarmos nossas almas a uma teórica conversão, onde apenas mudamos os meios, em busca das mesmas coisas buscadas pelos ímpios, é que, na reta final nos deparemos com uma teórica salvação, acabando na mesma perdição que aqueles.

Quando pertenço a Cristo, as coisas que me incomodam, não são relevantes mais; antes, as que incomodam a Ele. Nos é dada, paulatinamente, mediante aprendizado em santificação, a “Mente de Cristo”, para que sejamos capacitados a pensar como Ele. Assim, priorizemos os lapsos espirituais, mais que os materiais, como Ele mesmo ensinou: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6:33

A credulidade humana que equaciona amor com frouxidão moral, faz presumir um “Deus” assim; que por nos amar, tudo permite. Os falsos profetas fazem fortuna explorando isso; “profetizando” segundo carnais anseios.

Quem atina ao Reino e Sua Justiça, vive e ensina segundo os valores dele. É mais pesado ouvir um assim, que aqueloutros que, espalham facilidades em “Nome do Senhor.”

Nas filosofias de botecos, todos dizem preferir tristes verdades a alegres mentiras; porém, na hora das escolhas, a maioria perde-se após a falsidade agradável, fugindo da áspera vereda da vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário