terça-feira, 14 de novembro de 2023

Ardis do inimigo



“Temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11:3

O que é corromper? A estrutura da palavra traz ideia de uma ruptura conjunta; romper, com. Assim como, pilotar com; faz o copiloto; criar com; o coautor; romper com; o corrupto.

Quem é nosso “sócio” quando nos corrompemos?
O corruptor mor. Ele enganou à primeira mulher, usando uma serpente como “médium”. Semeia sua proposta realçando as “vantagens”, em busca de nossa adesão ao mesmo anseio, para que a ruptura se dê.

Se nossa cobiça ou ingenuidade não lhe abrirem as portas, para seu intento, teremos “resistido ao Diabo”, como a Palavra preceitua.

É certo que ele tem permissão para tentar a todos; não tem poder para nos forçar a fazer o que não queremos; nossa vontade é a “fortaleza” a ser conquistada; o será por Deus, mediante a iluminação amorosa do Espírito e da Palavra; ou, pelo adversário, que sempre atiçará nossas cobiças, com fito de nos associarmos a ele, para corrupção.

Uma vez aceita a sugestão maligna, a própria cobiça será uma traidora, laborando contra nossa saúde espiritual. “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tg 1:14,15

A cobiça concebe, porque “transa” com alguém; a sugestão do corruptor. O fruto de tal concepção, invés de um novo ser vivo, é a morte do que se deixa corromper. “... o pecado, sendo consumado gera a morte.”

Para Eva, o inimigo sugeriu que Deus fora egoísta, e mentira; pois, tolhera uma árvore “mágica” que faria o primeiro casal, crescer à Estatura Dele. Mais, que a ameaça de morte em caso de desobediência era uma farsa. O resultado dela ter aceitado isso, conhecemos e sentimos.

O inimigo rompera com O Criador desde dias antigos; então, seduziu à mulher, para que também ela rompesse; assim, estreou a corrupção sobre o planeta.

Conforme sopram os ventos, o inimigo posiciona suas velas; noutras palavras: Tenta-nos, em direção às inclinações que ele vislumbra em nós. Nos que acariciam desejos lascivos, facilita acesso ao sexo; nos que sofrem anseios pela perversão, derruba cercas que a vetam; nos materialistas apegados, oferece meios escusos, para fomento desse apego, etc.

Em quem tem A Palavra Divina como algo caro, perverte à interpretação; quiçá, oferece novas “traduções” para facilitar seu ardil.

Ele labora para corromper nossos sentidos; o zelo na observância da Palavra, sem falsificações, aperfeiçoa em nós o necessário discernimento. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto o mal.” Heb 5:14

Lendo uma porção do Eclesiastes na “linguagem de hoje” deparei com a seguinte “tradução”: “Empregue o seu dinheiro em bons negócios e com o tempo você terá seu lucro. Aplique-o em vários lugares e em negócios diferentes porque você não sabe que crise poderá acontecer no mundo.” Cap 11;1 e 2

A versão tradicional, à qual acostumei, traz: “Lança teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete e ainda com oito, porque não sabes que mal sobrevirá à terra.”

Não é o mesmo ensino em linguagens alternativas? Não. As águas, segundo o Apocalipse são os povos, multidões. Lança teu pão sobre as águas, reparte com sete, oito; pois, não sabes o mal que poderá vir, significa: Seja altruísta generoso, reparta seus bens com quem precisa, pois, não sabes se no porvir, não serás tu que vais precisar. Amor ao próximo, altruísmo, é o resumo.

Na “versão alternativa”, temos o lucro como objetivo, e diversidade de empreendimentos como método, para que o sujeito se encastele inda mais na egoísta “segurança material”.

Amor ao próximo, na “linguagem de hoje” se tornou esperteza comercial visando lucro, materialismo, egoísmo. Eis a sutileza de Satã! Imiscuído nos lugares santos, semeando seu joio enquanto dormem os que deveriam vigiar.

O trabalho dos ministros aperfeiçoados é estarem vigilantes contra esses ardis e combatê-los com devida veemência; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais mas, poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” II Cor 10:4,5

A “simplicidade que há em Cristo” não é ausência de profundidade nos ensinos; antes, prudência de se manter, no que foi ensinado, sem ceder aos anelos por novidades, nem, aos artifícios que, a pretexto de facilitar à compreensão, pervertem o sentido. “... guarda o que te foi confiado...” I Tim 6:20

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