sábado, 11 de novembro de 2023

As guerras



“Toda guerra é um sintoma do fracasso do homem, como animal pensante.” John Steinbeck

Presto, meu “animal pensante” se pôs a ruminar. Será isso mesmo? Como o autor colocou as guerras como “um sintoma” de fracasso intelectual, apenas um sintoma, não a causa, acho que posso concordar. A coisa é mesmo desinteligente.

Acontece que, inteligência é uma virtude amoral, bem como, conhecimento. Um e outro podem ser usados, tanto para salvar vidas, quanto, para destruí-las; construindo equipamentos hospitalares, ou bombas.

Se, a inteligência deveria avaliar o “porquê”, evitando a peleja; a mesma inteligência poderá estar a serviço do “como”, fazer a guerra, estando convencida que isso convém.

Assim, algo que pode estar a serviço de ambos os lados, tanto da guerra, quanto, da paz, forçosamente é neutro; não, a causa. Pois, as guerras derivam de um fracasso moral, espiritual, dos que as patrocinam. Têm a ver com a vontade, mais do que, com a inteligência.

Tiago pontuou: “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, sois invejosos, nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para... vossos deleites.” Tiago 4:1-3

Cobiça, egoísmo, invejas, “matéria-prima” fartamente encontrável nos corações humanos, são as causas das guerras; Cristo ensinou: “Porque do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat 15:19

Pretextos libertários e de soberania são meros vernizes sobre as reais causas das guerras, para distração, dos opacos olhares da opinião pública.

Por isso, a conversão foi figurada como um transplante de coração: “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.” Ez 36:26

As guerras pela Terra Prometida ordenadas por Deus têm outro escopo; O Criador deixou que Seu povo fosse escravo por 430 anos, antes de ordenar a destruição dos cananeus, até que se enchesse a “medida da iniquidade deles”; ou, que seu juízo fosse pleno de justiça.

Praticavam adultério, assassinatos, zoofilia, incesto, homossexualismo; O Dono da Terra os baniu por isso; “Com nenhuma destas coisas vos contamineis; porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que expulso de diante de vós.” Lev 18:24

Tratava-se então, de Juízo Divino; quem poderá questionar o direito do Eterno de agir assim? “Eu fiz a terra, o homem, os animais que estão sobre a face da terra, com Meu Grande Poder, e com Meu Braço estendido, e dou a quem é reto aos Meus Olhos.” Jr 27:5

Não falo disso, pois, em meu apreço das guerras. Mas, das que nascem das doenças do coração humano, como tanto acontece, infelizmente.

Em geral os “pacifistas” falam contra os conflitos bélicos como se fossem de corações dedetizados e olhassem “de fora” o desenrolar da maldade humana; em muitos casos, em seus relacionamentos particulares, também dão mostras pujantes de trazer em seus corações os mesmos insumos que depreciam alhures.

Como disse alguém, “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.” É fácil acalentar o desejo pela virtude, quando, quem a deve praticar são os outros.

A propósito, coloquei na letra de um cântico que escrevi: “Eu prefiro o silêncio, a clamar pela paz, ocultando no peito, as sementes da guerra.” Silêncio Paulo Waller - YouTube

A incapacidade humana de ser feliz com o que possui, ou, de suportar que outrem seja, com as coisas que ele “não merece”, acabam patrocinando a desinteligência que, invés de buscar o que lhe convém mediante trabalho, empreendedorismo e outros meios, prefere o “atalho” da pilhagem, da imposição violenta; ou, acoroçoado pela inveja, a mera destruição basta; numa “moral”, tipo: “Se não posso ter, que ele/s também não tenha/m.

Sabemos que duas forças espirituais opostas pelejam pela conquista da vontade humana. Deus tenta a persuasão mediante ensino, iluminação, cuidados amorosos. O Canhoto vai na marra mesmo; veta, se possível, o conhecimento de Deus; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho...” II Cor 4:4 

Sem um argumento mais do que o ódio; como os terroristas saem matando quem nada deve, pois, sua “causa” justificaria tudo.

Quem decide andar segundo Deus, convencido do Seu Amor, aprende carrear suas energias para outro “front”; “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12:4

Devemos combater contra o pecado, mal que está em nós, não o que está alhures. Assim, a desinteligência resulta de empreendermos esforços contra o que não podemos nem devemos, enquanto nos omitimos, sobre o que está ao nosso alcance.

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